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dcpv – da cachaça pro vinho – aula magna na spicy e no mercadão

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21/06/08

dcpv – Aula Magna na Spicy e no Mercadão

Todas as vezes em que fui ao Mercado Municipal, fiquei com a mesma sensação (e nessa ordem):
Nossa como é lindo!”.
“Puxa, como ficou legal!”
” O pastel de bacalhau é deste tamanho mesmo?”
” Qual o louco que come este imenso sanduíche de mortadela?”
“Putz, este vendedor está querendo me empurrar tudo o que ele tem pra vender!”
“Me tira daqui. Que saudades do sex-shop!”

Foi pra desmistificar esta imagem que eu e a Dé fizemos a inscrição no Cozinha&Cultura, uma promoção da Spicy e da Casa do Saber, no encontro “Visita ao Mercado Municipal de SP” com o chef Zé Maria Meira. O descritivo dele era simples e direto: iremos ao Mercado pra escolher os ingredientes para um almoço que será realizado na loja.
Pensei, um chefe deve nos mostrar os lugares (nem digo que sejam os melhores embora pareciam ser!) de confiança dele, onde ele tem certeza que existam os melhores produtos. Afinal de contas, é a matéria-prima pra que o seu trabalho seja o melhor possível!

A ideia é muito boa: o Zé ( íntimo, não?) acompanha você até o Mercadão, compramos juntos todos os ingredientes pra ele fazer o almoço lá na Spicy da Gabriel, você passa um dia em altíssimo astral, conversando, perguntando e comendo muito bem! Vamos ver se esta ideia virou um bom projeto!
Chegamos cedo (às 9 hs) na Spicy. Com tempo suficiente pra comprar algumas coisinhas e ver que a loja está muito bonita com muitas coisas novas (não é jabá mas algum brindezinho pro dcpv não faria mal nenhum).

 

O restante do pessoal chegou e por volta das 10 hs (sempre tem uns atrasildos ); rumamos de micro-onibus pro Mercadão. A “viagem” já começou aí: olhar todo o caminho (passando pelo Centro de SP) já dá pra ver como a cidade poderia ser mais bem conservada (pois bonita ela já é) e turística se fosse mais respeitada por governantes e população!
Chegamos ao Mercadão e fomos direto pro seu Renato (rua B – box 27 ). A senha pra conseguir bons negócios (e descontos) é: fiz um curso com o Zé Maria!
O lugar é muito bom com uma grande variedade de pescados e qualidade de primeira. Compramos uma ‘garoupaça” do ES pro nosso almoço.

Logo após, fomos ao Levi (box D-09 ). Putz, lá tem de tudo e cada coisa melhor do que a outra. Compramos um queijo de cabra holandês (este eu também trouxe pra casa!) que seria a nossa entrada nº 1. Também trouxemos (eu e a Dé) granna padano, azeite e castanha de caju (viu Luís e Marizé. É pro Projeto Y!). Use a mesma senha (a do Zé Maria) e o negócio será bem feito!

Passamos pelo Porco Feliz (calma, não é nenhum palmeirense, não !), distribuidor de carnes de todos os tipos e não compramos nada, pois o prato principal seria peixe, mas deu pra ver que o fornecedor é de calibre ( peguei o cartão dele, claro!).
Fomos também a um especialista em coisas árabes. Comprei água de laranjeira, mais um azeite (ninguém é de ferro!) e pistaches, além do Balsâmico (rua I, box 13), uma rotisserie que faz coisas muito gostosas tais como a focaccia de tomate abaixo.

 

Ainda compramos os morangos pra sobremesa (estavam excelentes!!) e ficou a dica do Zé pra comprar frutas do outra lado da rua (no Varejão) onde a qualidade é no mínimo a mesma, mas os preços ….

Por volta das 12 hs, retornamos à Spicy pra acompanhar o Zé fazer o nosso almoço . Pra nós (eu e a Dé) foi a verdadeira sensação da redescoberta do Mercadão. Lugares definidos, fornecedores idem e a certeza de que, não vamos perder tempo com repetições e sim, ganhar tempo com a “viagem” (em todos os sentidos) que é ir pra lá!
Vamos voltar (quando o Mingão vier com a família pra cá) no começo de julho e prometo que relato esta aventura!

Bom, chegamos a Spicy e o Zé foi logo fritando Ovas de Anchova Preta que ele comprou (uma surpresa pois não constava do cardápio). Prato simples (e pra quem não gosta muito de peixe, desagradável) e que eu (e mais algumas pessoas) comi com prazer, ainda mais com o acompanhamento de um belo azeite trufado que o Zé pegou da loja e abriu naquela horinha ! Olha só o luxo: azeite de trufas fresquinho!

 

Antes disso, ele já tinha oferecido um pequeno (e saboroso) brinde pra nós. Lembram-se daquele queijo de cabra? Pois bem, o Zé casou o próprio com um mel trufado que ficou dos deuses. A Dé adorou e realmente, fico com a máxima do Zé: o mundo está dividido entre antes e depois do mel trufado!
E aí, efetivamente, o Zé começou a trabalhar e nós a observar, fotografar, conversar, beber e comer (eu sei que é tudo “armos” mas ia ficar bem chato de ler!).
Um vinho branco ( Trio Chardonnay) foi servido e ficamos esperando, observando, fotografando, perguntando e salivando, à espera do nosso almoço!

A entrada principal foi feita. Um tabule que continha grãos de trigo hidratados, frutas secas (damasco, uvas passas, nozes), tomate concassé, pepino, salsinha e hortelã. O molho foi de iogurte com mel.
Montou os dois numa folha de alface americana.

 

Muito bom, diferentão e  refrescante.
O peixão, a Garoupa, foi devidamente montado pra que a apresentação ficasse impecável.  Foi temperada com ervas, azeite, um pouco de vinho branco, sal, pimenta e colocado no forno.
Como cobertura (e não é recheio pois o peixe ficou aberto) um caranguejo refogado no leite de coco com pimentão vermelho, cebola e geléia de pimenta.

Veja o ciclo da bela garoupa em todo o nosso dia :

  

  
De cima pra baixo, no sentido horário: no balcão do Mercadão; aberta numa vista por cima do espelho da Spicy; momento Caras com o topete de alecrim; temperada e no forno; assada e coberta com o caranguejo e finalmente, no prato e próxima de ser degustada! Um prato espetacular com a  garoupa desmanchando na boca!

E tem mais, a garoupa era tão fotogênica que foi chamada por este que vos escreve de a “Giselle Bubdchen dos Peixes “!


É ou não é? 🙂

Pra sobremesa (após esta “farra” alimentar), uma sopinha de morangos (morango, gengibre e pasmem, adoçante Tal e Qual! rsrsrsrs) servida com uma bola de sorvete de creme e hortelã.

Acabou! Acabou? É, não acabou! Ainda tinha um quentão chic feito pela Kamylla (que trabalha lá na Spicy) que, aí sim, encerrou a nossa festa com chave de ouro. Uma junção da mistura de cravo, canela e açúcar aquecidos numa frigideira e de prosecco, pinga e água e servida numa taça com uma pétala de rosa.
Lindo e grand finale prum grande dia!

Fica a sugestão. Entre no site da Spicy, descubra os cursos que serão dados neste 2º semestre, veja os que você gosta mais e olhe com bastante atenção e carinho os que o Zé Maria é o big boss.
Certamente você terá divertimento, conhecimento (ele  não esconde o “leite !), descontração, altas informações e se você tiver sorte de ter um belo grupo como o nosso, o seu dia também será perfeito!

Até!

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Há 11 comentários

  1. Sou uma mineira atípica: não gosto de praia. Adoro o mar, visto de uma bela sombra à beira da piscina de um hotel. A “intolerância” à areia vem da infância, pelo que conta minha mãe. Aos oito anos, quando, como todas as famílias mineiras, a minha se preparava para as férias em Cabo Frio, ainda segundo minha mãe, pedia para irmos para São Paulo. Não sei o que representava São Paulo na minha imaginação aos oito anos, mas hoje é um de meus destinos preferidos. O Museu da Língua Portuguesa e a Pinacoteca são visitas obrigatórias, mas não dá para deixar de fora o Museu do Ipiranga, o MASP, a Estação Júlio Prestes, o MAM, os musicais no Teatro Abril, as cantinas italianas, o Ibirapuera, e, claro, o centro de São Paulo e o Mercado citados por você. Um passeio como esse, pelo mercado, seria um bom começo para introduzir-me no mundo da gastronomia. Fiquei daqui morrendo de vontade.

    Vou aguardar ansiosa pelos comentários sobre o primeiro encontro do Projeto Y. Fiquei mesmo curiosa para conhecer as diferentes impressões sobre um mesmo menu, a partir de diferentes culturas, ainda que pelo que entendi serão dois portugueses participando do projeto.

    Eduardo, sinto que minhas passagens pelo DCVP vão acabar levando-me a planejar minhas primeiras pequenas viagens gastronômicas.

    Abraços!

  2. Edu, um dos lugares que esta na minha lista de pontos para conhecer e matar a curiosidade eh esse mercadao de Sampa. Eu conheco o de Campinas, que nao eh chique nem nada, mas tem coisa bacana a beça pra vender. Adoraria fazer um curso desses. Mas quero te perguntar a pergunta que ninguem faz: QUANTO [em patacas reais] custou isso? Evento patrocinado pel loja Spicy, que tem precos ultra-spicy, sera algo para uma plebeia como eu? 😉

    abracao para voce e todos da confraria,

  3. Adriana, salvar uma alma do purgatório ( a tal da introdução as pequenas viagens gastronômicas)é a nossa missão. Ainda mais você, com essa “verve” toda !
    Parece brincadeira mas dentre este “ícones” ( nada a ver com o CQC) que você citou , tem um montão deles que nós nunca fomos !!! Casa de ferreiro ….
    Quanto ao projeto Y, os posts serão publicados amanhã de manhã. Apesar da Marizé e do LPontes serem portugueses, eles tem uma visão gastronômica diferente apesar de serem ambas, diferenciadas.
    E teremos na próxima quarta, um novo Inter-Blogs, o 8°, com a Agdá. Será um indiano da gema !!!

    Michel, valeu mesmo. O Zé Maria é um professor com a mesma categoria que você !!!

    Fer, custou 150 patacas e valeu cada pataquinha!! Só de azeites e mel trufados, acho que comemos umas 50 patacas. E venha mesmo pois este passeio é muito interessante e a quantidade de pequenas degustações que são feitas ali já valem !

    Abs a todos !

  4. Olá Eduardo,

    Desse post ficaram duas impressões fortes: esse vosso Mercadão, magnífico, fez-me lembrar aquele que você vai conhecer em Florença dentro em pouco e a Garoupa colorida e fotogénica!
    Nossa!(diria eu se fosse brasileiro!rsrsrr), então até a garoupa – que por aqui é muito boa mas toda cinzentinha, um desconsolo – tem lábio vermelho? Não admira que lhe tenha chamado “Giselle”!

    Até já! Projecto Y n ar dentro de 14 minutos!

    Luís Pontes (era para pôr “luYs” mas ia parecer esse snobismo rasteirinho de inventar YY e KK e dobles de consoantes, para aprimorar os nomes!)

  5. Adriana, assim como você tenho grande resistência a areia. Até gosto de entrar no mar, mas a sombra defintivamente é o meu lugar.

    Eudardo, o post está incrível. Tantas receitas interessantes que dá vontade de ir para a cozinha agora. Vou mandar o link da página para minha esposa e ver se ela entende a indireta.

  6. Edu, qdo fui a SP, ano passdo, só fazia questão de ir a 2 lugares: ao DOM e e ao mercadão. Fui a ambos, e amei os dois!!!
    Imagino só a maravilha que foi esse encontro, pois ir ao mercadão é ótimo; ir com quem sabe onde comprar deve ser melhor ainda, e comer depois o que se comprou pouco antes… só pode ter sido perfeito!!!
    Ai que inveja de quem mora na “capital”!!!!
    abraços!

  7. Que dia mais divertido! Estou até pensando em chamar o Marc para nos divertirmos um pouco.

  8. LPontes, confrade Y, o Mercadão foi refomado e melhorou bastante o visual dele se bem que os comerciantes andam reclamando um pouco sobre a quantidade de turistas não-compradores que apareceu por lá ! Mas é um grande passeio e com uma meta, vira um grande sex-shop.
    E a Gisele saiu muito bem na foto, né ?

    Hugo, melhor do que mandar o post pra sua esposa é você arregaçar as asuas mangas e preparar as receitas . Ela vai adorar ! ( pelo menos, a minha adora !).

    Márcia, o teu patrocínio era bom, heim !! Porque o DOM é bom mas é bem “carinho”. Agora, a idéia de “comprar a sua comida” do curso é excelente ! E foi muito bem executada !

    Agdá, esta Gisele além de ser extremamente fotogênica foi o que a modelo não é : gostosa !! rsrsrs

    Emília, foi um grande dia e uma grande viagem. Aconselho !! O Marc vai gostar !

    Abs a todos !

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