Início » Arquivos » dcpv – da cachaça pro vinho – histórias budistas no dcpv

dcpv – da cachaça pro vinho – histórias budistas no dcpv

oooommmm
29/01/09

dcpv – Histórias Budistas no DCPV

Esta história se passa num mosteiro no Tibet. Um grande mestre quer ensinar os alunos a alcançarem o Nirvana.
Ele diz o tempo todo:
esvaziem a mente! Esvaziem a mente!
Os alunos não aguentavam mais e perguntaram: mestre, por que esvaziar?
O Mestre respondeu: eu quero que hoje à noite, todos venham com copos cheios de vinho na mão!
Anoiteceu, os alunos vieram e o mestre disse: peguem garfos e facas e batam nos copos. O som resultante foi bastante fraco.
Então ele falou: Bebam o vinho e batam nos copos. Todos bateram nos copos vazios e o som foi intenso.
Aí, um aluno levantou a mão e afirmou: entendi, mestre. Mente cheia, não ilumina. Mente vazia, ilumina!

E o Ilan disse: terminou a história !

Pra acompanhar esta história, a Joana (agora, efetivada como chefe do projeto Degustação de Histórias) serviu um chá verde com creme de leite e melado de cana. Leve, saudável e budista. Parecia que iríamos levitar.

dsc05175-2

Iríamos, quem? Onde?
Quem? Eu, a Dé, a Emília e o Marc, esposo dela. A  Emília é a titular do excelente blog A Turista Acidental e também seguidora do Viaje na Viagem, o  VnV  do Ricardo Freire que fica no ViajeAqui. Nos conhecemos virtualmente através da comunidade VnVista e havia um tempão que tentávamos marcar uma mini-petiz ConVnVenção.
Que foi devidamente realizada lá na Livaria da Vila da Vila Madalena no projeto Degustação de Histórias com o Ilan Brenman (por sinal, o post sobre Histórias Eróticas é o campeão de acessos do dcpv).

dsc05172-21 dsc05178-21

Desta vez, as histórias contadas pelo Ilan, seriam budistas e escoltadas por comidas com raízes também budistas. Ou seja, naturistas, saudáveis e vegetarianas. A mulherada adorou!

dsc05168-2

“Buda estava conversando com seus discípulos. Mais ouvia do que falava.
De repente, chega um estrangeiro, olha pra Buda e diz: quero brigar com você!
Pra surpresa de todos, o Mestre se levanta e abre-se uma roda. Buda olha para ele e faz uma reverência.
O estrangeiro pega terra e joga na cara de Buda. Cospe na cara de Buda e xinga Buda insistentemente. Buda nada fala!
Uma hora depois e cansado de tanta baixaria, o estrangeiro vai embora!
Os alunos dizem a Buda: quanta humilhação! Por que o mestre não fez nada?
Buda se limpou e disse: Quando alguém vai a sua casa e te leva um presente, com quem fica o presente? Pois bem, se alguém te insulta, cospe, xinga, com quem ficam estes sentimentos se você não os aceita?

E o Ilan disse: terminou a história!

dsc05181-2

Belíssima história acompanhada por uma bela salada de shimeji com pimentão e cebola. Bem temperada e bastante alegre. Quase nos levou ao Nirvana!

Existem dois animais no Tibet: o iaque ( uma espécie de lhama) que vive nas alturas e o búfalo, que vive em lugar baixo. Esta história é uma fábula. Portanto, os animais falam!
Um dia, os dois se encontraram e surgiu uma afinidade entre eles. O iaque disse: búfalo, você é bacana. Até corinthiano você é, assim como eu. Amanhã você vai até a minha casa!
O búfalo foi e subiu, subiu e ficou sem ar. E disse: não tá dando, iaque. Amanhã, você é que vai até a minha casa!
O iaque foi e desceu, desceu e acostumado ao frio, disse: porque tanto ar, búfalo! Estou passando mal! Não consigo ficar aqui. Vou embora.
Como manter esta amizade? O búfalo foi até o lama, que o  aconselhou: Você, meu caro búfalo, vá subindo e pare aonde der. Avise ao seu amigo iaque para descer até o seu limite.
No outro dia, fizeram o que o lama aconselhou e perceberam que se encontraram num local onde ambos se sentiam bem. Estava criado o ponto de equilíbrio.
A amizade se encontra no Ponto de Equilíbrio!”

E o Ilan disse: terminou a história!

Comemos a seguir, pastéis de cenoura e repolho, parecidos com guiosa. Olha, estava tão bom (e o papo também) que a Dé se esqueceu de tirar as fotos. Pra ilustrar melhor, fiquem com o registro da dançarina de música indiana que deixou a noite com cara de Caminhos da Índia (no bom sentido!). A Dé e a Emília acharam a roupa dela tão bonita que estavam loucas pra perguntar onde ela tinha comprado?

dsc05189-2

Um brâmane (está na moda) tinha uma bela casa e na frente dela, um rio.
Ele gostava muito de tomar leite fresquinho de cabra toda manhã e no mesma hora.
Ele falava pra entregadora que em alguns dias não chegava no horário:
olha a hora!
Ele respondia: a culpa é do rio.
No que o brâmane retrucava: s
e você fosse crente e acreditasse, andaria sobre as águas!
Passaram-se vários dias e as entregas eram feitas regularmente no mesmo horário. O brâmane perguntou o que aconteceu?
A moça respondeu: e
u aprendi a andar sobre as águas!
O brâmane pensou: eu que ensinei! Eu também consigo. E tentou andar, mas afundou.
Mas não desistiu. Ele treinou, treinou e em um ano e com muita fé, conseguiu andar sobre as águas. Pensou: preciso mostrar isto pra alguém.
Vou chamar Buda!
Buda veio e o brâmane disse: Mestre, eu sei andar sobre as águas!
Buda perguntou: q
uanto tempo você demorou pra aprender isso?
O brâmane respondeu:
12 meses!
E Buda finalmente deu o seu parecer: pois então você perdeu 12 meses da sua vida. Pra que serve andar sobre as águas se já existem os barcos!”

E o Ilan disse: terminou a história!

Nada melhor do que sustância (rsrs). Uma bela sopa de macarrão com legumes, cebolinha, brotos de feijão e bambu.
Um lídimo representante da raw-food. Harmonizou-se perfeitamente com o espírito da noite. Sentimo-nos como se estivéssemos num mosteiro!

dsc05182-21

“Um aluno quer chegar a iluminação de qualquer jeito e o mais rápido possível.
Para tanto, ele jejua demais e recita muito mais mantras que o normal.
O mestre percebe como ele é afoito e diz pra ele: meu amigo, pra que tanta pressa? Pra alcançar a iluminação? Quem disse que ela está na sua frente? Ela pode estar atrás de você! Descanse, pense e quem sabe, talvez ela te alcance!”

E o Ilan disse: terminou a história!

Ooooooooooommmmmmmmmm! Já estávamos todos em ressonância e iluminados quando a Joana anunciou: sobremesa! E é arroz doce com especiarias.

dsc05185-2

Canela, cardamomo, cravo. Estava tudo lá! E reunidos harmoniosamente com o clima da noite budista.

Como o próprio Ilan disse, a noite foi especial e parecia que estava rolando uma empatia grande entre todos. No nosso caso, a empatia com o casal Emília/Marc foi instantânea, tanto que esperamos encontrá-los outras vezes e que se tudo der certo, que seja numa outra noite de contação de Histórias.
Fica a sugestão de um tema: Histórias Italianas (e com toda a epopéia gastronômica que representa!! Eu e o Marc agradeceremos! rs)

Até e terminou o post !

.

Assinar blog por e-mail

Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por e-mail.

Há 6 comentários

  1. Ótimo post. E me deu saudade do amigo Ricardo Freire, que largou essa vida de publicitário (na qual me encontro) para Viajar e ajudar os outros para viajar. Foi ele quem me deu o primeiro emprego em São Paulo. Grande sujeito.

  2. Edu, todas as histórias contadinhas de novo aqui, adorei!
    Foi um prazer conhecer vocês e o Degustação de Histórias…demorou, mas saiu!
    Vários mimos para os sentidos: o Ilan provocando o intelecto e a emoção, a Joana o olfato e o paladar, a dançarina a visão e a audição! Programa completo 😉
    Viramos fãs! E agradecemos o convite 😀

  3. Márcia, oooooommmmmm pra você também !

    Leo, que coincidência. A próxima vez que encontar o Riq, vou falar de você !

    Ameixa, é mesmo. Este projeto é o que chamamos de delicioso tanto cultural como gastronomicamente!

    Márcio, ainda estou te devendo a noite holandesa. Vou fazer brevemente.

    Emília, o prazer foi todo nosso.Foi o que podemos chamar de uma noite extremanente agradável ! Que será repetida !!

    Namasté pra todos !

Dê a sua opinião, please!