número 213
22/04/09
dcpv – Na rota das especiarias
A Dé assina a Claúdia! A revista Claúdia, aquela que a mulherada normalmente adora (só o número de assinantes já corrobora o que eu estou dizendo).
E vou confessar: também gosto muito. Folheio, pesco algumas dicas de viagens/restaurantes e aproveito pra me inteirar do que está acontecendo no universo “mulheral”. Afinal de contas, exceto o Degas aqui, todo mundo em casa é do sexo feminino: a Dé, a Re e até a Tiro e a Octo (estas duas últimas personagens são as nossas cachorras).
Ah! Tem mais uma coisa que me incentiva a ler a Claúdia: o encarte Claúdia Comida&Bebida. Além de bastante informativo, normalmente traz receitas bastantes interessantes.
Nesta última edição (abril/09), achei uma matéria denominada “Na rota das especiarias” onde a Fabiana Badra Eid escreve um texto muito bacana sobre a importância das especiarias em toda a História do Mundo e com muitos fatos curiosos.
Por exemplo, você sabia que “originalmente, as especiarias eram empregadas no preparo de medicamentos e disfarçavam o sabor azedo dos alimentos“.
Ou “elas já foram usadas como moeda de troca“. Ou ainda ” por meio das rotas das caravanas, saíram do Oriente e singraram mares até chegarem ao continente europeu, onde durante toda a Idade Média foram símbolo de riqueza“.
Portanto, com esse clima propício e as receitas criadas pela Fabiana, estava tudo pronto pra Noite das Especiarias no dcpv.
Vamos lá: Claúdia Comida&Bebida ou melhor dcpv Comida&Bebida.
Bebidinhas
Caipiroska de lima-da-Pérsia, anis estrelado e Absolut Vanilia e…
caipirinha de lima-da-Pérsia, noz moscada e cachaça.
Anis estrelado, noz moscada e a focaccia da Patrícia: começou o caminho das Índias!
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Jamais se deve comprar grandes quantidades de tempero, pois com o tempo, ele perde o aroma e o sabor.
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Entrada – Bolinho de Batata com Cominho e Vinagrete de Tomate e Coentro
É quase uma tortilla. Na verdade, são bolinhos formados por purê de batatas, cebolinha verde picada, cominho moído, coentro fresco, sal e pimenta do reino refogados e levados pra gelar por pelo menos uma hora. Aí é só formar bolinhos achatados e reservar.
Faça uma mistura com açafrão-da-terra (cúrcuma), cominho em pó e pão de forma esfarelado.
Pronto! Passe os bolinhos num ovo batido, pela mistura de pão e frite-os por 3 minutos de cada lado.
Uma delícia e ainda mais acompanhado de um vinagrete composto de tomate cortado em cubinhos, cebola roxa picada, suco de limão, azeite, pimenta dedo-de-moça, coentro fresco e sal.
Um verdadeiro sabor do Oriente.
Foi escoltado por um Clarete Espanha (a última garrafa do meu estoque) que se mostrou “delicado, tísico, maleitoso, levíssimo“, segundo os Américos Vespúcios, nós mesmos.
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O ideal é dar preferência aos condimentos moídos na hora, em moedor ou pilão, para que as especiarias soltem o aroma aos poucos durante o cozimento.
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Principal – Peito de Frango Grelhado com Molho de Açafrão, Frutas Secas e Amêndoas
Receita simples e saborosa. Se bem que saboroso é um adjetivo que obrigatoriamente acompanha qualquer especiaria.
Os filés são temperados com sal, pimenta e dourados numa frigideira.
Reserve-os e na mesma frigideira, refogue cebola e alho picados. Junte tomate pelado (em lata) e cozinhe. Acrescente o frango reservado, alguns pistilos de açafrão, pau de canela e deixe cozinhar por uns 15 minutos.
Em outra frigideira, aqueça azeite e refogue rapidamente damasco seco, uva passa e tempere com suco de limão.
Aproveite e faça um arroz basmati com cardamomo.
Monte o prato com o frango, o molho de frutas secas, lâminas de amêndoas tostadas, salsinha e um berço aconchegante de Basmati.
É quase um frasco de perfume (e dos bons) em forma de comida. Verdadeiramente fragrante!
Foi escoltado por um belo e cheiroso tinto, o raro Quinta do Seival Miolo 2003 Brasil que julgamos “personalidoso, sandaloso, orlandoso, fumático“.
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Na culinária de diversos países, não existe distinção entre doce e salgado e um mesmo condimento pode ser utilizado para dar aroma e sabor a caldas, bolos, geléias e carnes.
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Sobremesa – Abacaxi picante
A simplicidade é inversamente proporcional ao sabor.
Simplesmente abacaxi cortado em pedaços num refratário e cobertos por uma calda formada por mel, noz moscada, pimenta vermelha em pó e açúcar derretidos; levados ao forno por 25 minutos (200°C) ou até a fruta dourar.
Dei uma improvisada e servi com sorvete de creme.
Não é à toa que as especiarias se transformaram em objetos de desejo! A nossa cheirosa e condimentada noite estava terminando.
Antes disso, leia a opinião dos temperistas :
Leve e perfumado. Fácil de comer. (Edu)
Especiarias especiais. (Mingão e Zeca Baleiro)
Eu “se sinto” satisfeitíssimo. (Déo)
Tivemos nas fotos e pela ordem : cardamomo, kummel, pimenta da jamaica, pimenta vermelha, nigella, zimbro, mostarda, erva doce, açafrão, coentro, fava de baunilha e anis estrelado. Uma bela seleção de especiarias à serviço do dcpv.
Até a próxima!
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Há 9 comentários
Que seria da culinária sem as especiarias. A maioria delas representa muito das mulheres… as pequeninas têm o “sabor” super concentrado e são as melhores he he
Eu não conheço ainda a maioria das especiarias porque, infelizmente algumas não são fáceis de encontrar por aqui. Até agora, não conheço nenhuma que eu não goste 🙂 Esse menu saiu espectacular!
Edu, sejam bem-vindos! Quero só ver os postzitos de Miami 🙂
Sabendo usar (coisa que vocês com certeza sabem!), as especiarias fazem toda a diferença entre uma comida boa e outra espetacular. Adoro!
(Também compramos as nossas na Bombay, inclusive fava de baunilha. Eles têm também umas pimentas recheadas que são uma coisa!)
Bem-vindos de volta! Sabe que lembrei muito de vcs, com todos os aspectos maxigastronomicos do meu mes Toscano? 🙂
E, by the way, tambem sou apaixonada por especiarias!
Sou apaixonada por especiarias. Aqui é um terror encontra-las. Nem em locias que deveriam vende-las. Quando viajo, 1 única vez no ano, vou atrás delas.
Trouxe sementes açafrão lá de São Roque-SP e não consigo usa-las. Não acertei usa-las.
Liliane
Belos petiscos, Eduardo!
Eu perco a cabeça por especiarias e adoro comprá-las in loco!
Da viagem que acabei há pouco a Marrocos, vim, literalmente, carregado delas, algumas nem sei bem como usar! 🙂
Edu, também adorei esta matéria da revista Cláudia – pena que a danada da revista seja tão fininha… 😀
As fotos me deram água na boca! O que é aquele franguinho? Delícia!
Ameixa, nós também não. Nossa especialidade são as especiarias.
E este teoria das menores serem as melhores tem a ver com “legislar em causa própria ” ?? rsrs
Emília, os posts de Miami estão (literalmente ) saindo do forno!!
Também adoro comprar produtos Bombay. Já as caríssimas favas, comprei um montão em Dubai e a preço de banana !! Este contrabando valeu !! rsrs
Mari, que bom ser lembrando num lugar tão bacana quanto a Toscana. E melhor ainda ficar um mês por lá. Boa viagem pra você.
Liliane, sementes de açafrão? Qual açafrão? O espanhol ou o da terra, a famosa cúrcuma? Qualquer um deles dá pra ser usado com tranquilidade!
Luís ( e o novo Y?), nos conte quais as que você trouxe do Marrocos ( ainda vou usar a tua consultoria pois não conhecemos o Marrocos).
Patrícia, é mesmo. A revista é fininha e as vezes bem ruim (ainda mais quando a Bettina com aquelas receitas muito manjadas!! rsrs).
O frango estava muito delicioso ( não tanto quanto o do teu Inter Blogs, mas estava !).
Abs a todos
Edu, claro!!! Tenho que puxar a brasa à minha sardinha. Costuma dizer-se que as mulheres querem-se como as sardinhas… pequeninas 🙂
Comentário arquivado pra ser usado futuramente.
Abs.