número 221
01/07/09
Como era verde o meu abacate
“Sozinho é apenas uma fruta. Combinado dá força a aperitivos, entradas, pratos e sobremesas. São muitos os tipos de abacate e inesgotáveis as suas possibilidades na cozinha. Que tal ir cortando e aprendendo.”
Esta é a introdução de mais uma (bela) matéria do (excelente, não canso de dizer) caderno Paladar, do jornal O Estado de São Paulo, o popular Estadão de 23/04/09.
Eu sou macaco de auditório do Paladar. Guardo as matérias/receitas que me interessam e sempre acho alguma coisa bacana.
Neste caso, o abacate, praticamente um patinho feio na preferência do brasileiro é tratado como, por exemplo, no México onde é um ingrediente usado principalmente em pratos salgados.
São vários os tipos de abacates encontrados no Brasil : o Fucks que tem muita polpa e baixo teor de gordura (olhaí, mulherada!); o Geada com baixo teor de óleo e bastante polpa; o Margarida com teor médio de óleo (18%) e que é bom para saladas; …
… o Ouro-Verde com baixo a médio teor de óleo e muita polpa; o Breda com teor médio de óleo e bom para guacamoles; o Fortuna com polpa mais adocicada e teor médio de óleo; o Quintal com polpa mais aquosa e baixo teor de óleo e o Hass que tem alto teor de óleo e é ótimo para guacamole. E pra que servem estas informações?
Servem pra mostrar que os abacates, apesar de parecerem iguais são bastantes diferentes e devem ser provados pra demonstrarem as tais nuances.
Bom, vamos deixar de papo e agir. Está lançada a noite do abacate no dcpv. Vamos descobrir as mais variadas formas de se utilizar este ingrediente/fruta cujo nome deriva do asteca ahuacatl que significa testículo, analogia ao seu formato (você percebeu?).
Bebidinha
Não tem jeito. Abacate lembra México. E México lembra … Margaritas.
Com vocês as belas Margaritas do dcpv.
Entradas
uno – Bavaroise de Abacate com Vieiras (autor ignorado)
Esta receita é uma daquelas que eu não tenho a mínima ideia de onde peguei. Muito provavelmente de alguma revista Caras do consultório de algum médico ou de algum livro de culinária da Le Lis Blanc enquanto esperava a Dé experimentar roupas.
E não é que a danada é muito boa. E simples!
Pra fazer a bavaroise, é só bater no liquidificador 100 g de abacate, 8 ovos de codorna, 50 ml de creme de leite, 50 ml de leite, sal e pimenta. Colocar numa forma e levar ao forno por 5 minutos.
Pro molho, aquecer uma frigideira e refogar ameixa vermelha fresca cortada em cubos. Acrescentar 150 ml de água de coco esta receita é maluca, mas é boa!), 50g de coco laminado e deixar cozinhar por 4 minutos.
Cozinhar as vieiras temperadas com sal e pimenta neste molho. Cuidado, vieiras precisam somente de um susto senão viram borrachas!
Pronto. É só inventar um jeito criativo de montar e o prato te mostrará o que é: uma delícia!
A outra entrada, a dos, foi Avocados Frescos com Mussarela (da Paola Carosella, do restaurante Arturito, a preferida do Joaquim, LBV).
Uma salada simples onde o avocado (aquele abacatinho que mais parece um abacate invocado!) é cortado em pedaços e misturado à muçarela de búfala. Como molho, azeite, sal, limão siciliano e sal emulsionados.
Montar com tomate seco e uma tapenade de azeitonas pretas.
Uma conjunção perfeita e fotogênica!
Bebericamos um (de novo!) branco, o Chardonnay Jacobs Creek 2008 que foi “perfumado, alvinegro (Timão êô), ansiolítico, pure peach” segundo os abacatólogos, nós mesmos.
Principal – Fetuccini Picante (Mary Sue Millikin/Susan Fenger para a Comissão Californiana do Avocado)Uma pasta muito boa. Esta é a definição pra esse fetuccini (na verdade, eu fiz um linguini) que inclui o abacate no molho.
E este molho é especial.
Bata 4 tomates grandes, maduros e sem pele pro purê e reserve. Leve uma frigideira grande ao fogo médio com azeite. Ponha 12 camarões grandes, 1 colher de chá de pimenta calabresa em flocos, sal, pimenta do reino e salteie por 2 minutos.
Acrescente 2 colheres de chá de alho amassado e cozinhe por mais 2 minutos. Tire a frigideira do fogo e acrescente 1 tomate cortado em cubos e 1/4 de xícara de tequila.
Volte ao fogo por mais 3 minutos, mexendo sempre. Acrescente 1 avocado cortado em cubos e um punhado de manjericão cortado finamente.
Transfira os camarões prum prato e junte o purê de tomate reservado. Deixe ferver e reduzir um pouco. Adicione 2 colheres de sopa de manteiga gelada.
Finalize com mais um avocado em cubos, mais um punhado de manjericão e acerte o sal.
O macarrão já foi cozinhado. Junte o molho ao macarrão e prontíssimo.
Uma pasta ardidinha com um molho bem denso (o abacate entrou em ação) e com cara de Tex-Mex.
Tomamos uma novidade, um branco Torrontés Bianchi 2008 Argentina que gritou: é campeão!
Mentira! Na verdade ele foi “damascoso, 2×0 é pouco, campeoníssimo, afetuoso“.
Sobremesa
Creme Brulée de Abacate (Nina Moori do Gourmandise)
Uma sobremesa original e muito boa.
Ferva 187 ml de creme de leite fresco e verta sobre 4 gemas batidas com 63 g de açúcar. Volte ao fogo até ponto napê (engrossado bem de leve). Esfrie. Una 187 g de abacate amassado com 100 mg de vitamina C e peneirado. Para não perder a cor, eu usei uma gota de corante alimentício verde. Coloque em 4 potinhos e asse no banho-maria a 140ºC por 40 minutos. Esfrie e gele. Polvilhe açúcar e queime com maçarico.
Esta é literalmente uma receita da Nina do blog Gourmandise.
Só podemos dizer uma coisa. Foi merecido ela ter ganho um concurso com esta receita!
E pra comemorar o título do Timão (Dubai/10. Aqui vamos nós!), um Late Harvest Undurraga Chile.
Eis a opinião dos ETs (depois disso tudo de abacate, acabamos ficando verdes!)
Tudo verde: abacate. Tudo preto e branco: Timão! (Edu)
Comida maravilhosa!! Jogo espetacular!!! Timão campeão. (Mingão)
Delicioso! (só a refeição … rs… rs….rs) (Déo) – (Não precisa nem dizer que o cara gosta do Rycharlyson, opa, é são-paulino!)
Até a próxima fruta! E campeonato!
Dá pra perceber que a Dé caprichou na decoração alvinegra, né!
.
Há 7 comentários
Edu e Dé, que djilícia!!! Eu ADORO abacate. Infelizmente o avocato que chega aqui não é nem de longe saboroso como o abacate no Brasil. Embora, sim, ele seja melhor para algumas das suas receitas. Mas eu gosto mesmo é de abacate batido com limão.
eu tava pronto pra comentar sobre a massa e sobre o prato com as vieiras, que achei fantástico. mas como tenho o hábito de ler tudo até o final sempre, vi que deram uma escorregada ali no finzinho, nos comentários de cada um. ah, vá…
Eu nunca provei abacate, agora vou pensar duas vezes se quero provar algo com esse nome manhoso… até doeu he he
Bem que eu andei a apalpar (e nem sabia que foi baptizado com esse nome tão… tão… sugestivo) os frutos no supermercado, mas aquilo se afundava mal eu tocava. Achei que não estavam próprios para consumo, né? Não trouxe mas não desisti de provar. Um dia destes vai 🙂
Aqui em casa abacate é palta, nome pelo qual é conhecido no Peru. Brinco que falo três “espanhois”: o espanhol da Espanha (o que aprendi), o espanhol da Argentina, ou melhor, o espanhol portenho (que aprendi com Pablo, meu amigo de Buenos Aires) e, depois, o espanhol do Peru, com Carlos. Algumas palavras são diferentes em cada lugar. Abacate é uma delas: aguacate, avocado y palta. Adoro os três :-)e, como Marcie, prefiro batido com limão.
Dê, ja percebeu que nunca mais esquecerei seu aniversário, né?
Edu, outro dia estive no Verdemar e a última revista lançada é sobre comida mineira (quase sempre são temáticas, como aquelas que mandei para vocês conhecerem, já que são editadas por um supermercado, que não é concorrente, pois só tem em BH). Vou enviar essa edição com as comidas das montanhas via Ed.
Outra coisa: vou adorar ler os posts antigos. Estou aguardando, mas os comentários recentes também demonstram o bom humor da noite.
Por fim… Pelo jeito, o futebol embala as noites de quarta… E se for isso mesmo, como atleticana que sou, tenho que aproveitar a boa fase do Galo para aparecer por ai… Faz tempo que não me lembro do Atlético na ponta da tabela … da série A, já que na série B fomos um sucesso! :-)Ainda bem que mudaram o formato do campeonato. Chega de ser vice invicto, né Ed? :-).
Abraços!
Creme brulée de abacate me instigou.
Assim que passar esta fase de lombrigas defeituosas que tem me conduzido a uma vida de rei, farei-o-o com certeza.
abs.
Nunca prestei atenção que o abacate eram diferentes. Para mim diferente era no tamanho.
Por aqui encontra-se fácil nos quintais das casas.
A decoração da Dé, parece que mantem o padrão. Ou seja, brilhando sempre.
Minha preocupação é quem limpa tudo depois(risos).
Liliane
Marcie, veja como é a vida! Eu já não gosto muito do nosso abacate com limão, mas aprovei todas estas receitas, inclusive as que utilizam o “nosso” abacate.
Diogão, se gostamos do abacate, imagine do grande triunfo que o Timão impôs ao Colorado.
É como eu venho dizendo: precisamos aprender a valorizar o vice-campeonato aqui no Brasil !! rsrs
Ameixa, aqueles que afundam ( no bom sentido!) são os que estão mais maduros! Ou seja, prontos pra serem comidos no próprio dia ! Prove e gostarás!!
Adriana, muito interessante saber sobre as 3 formas de chamar o nosso querido verdinho. A Dé agradece novamente.
Quanto ao menu/revista, é só mandar. O peruano que você nos enviou está no forno!
Quanto ao Atlético, em uma semaninha já está em franca involução !! rsrs
Michel, faça o brulée e abandone o trono !! rsrs
Liliane, os abacates são bastante diferentes nas definições, mas não dá pra sentir tanto a diferença do gosto ( excetuando-se os avocados mexicanos!).
A nossa produtora Dé agradece a preferência.
E felizmente pra nós, quem limpa tudo são as nossas auxiliares, a Flora e a Cleide.
Abs a todos.