teatro, tô fora!
11 e 12/07/09
dcpv – Risotto, a peça. Ají, o restaurante.
Fim de semana na praia. Sinal de diversão garantida.
Afinal de contas, ir pra São Paulo e ainda mais num feriado prolongado, chega a ser covardia!
Na nova programação (é, existe programação oficial!) constava assistir a estréia da peça/espetáculo/aula de culinária “Risotto” com o Rodolfo Bottino e conhecer o restaurante Aji com a sua cozinha latina contemporânea.
Fomos ver/comer Risotto no sábado à noite. O consagrado ator (ex-chef/ex-dono de restaurante) Rodolfo Bottino faz ao vivo uma bela receita do prato italiano (neste caso, de uvas-passas, nozes e gorgonzola) e “conversa” com a platéia sobre várias casos relacionados à gastronomia enquanto, pretensamente, faz parte de um destes festivais onde grandes chefs fazem workshops (os outros chefs seriam a Dadá e o Paul Bocuse).
O espetáculo é bom (acontece aos sábados e domingos no Oggi restaurante), mas dá a sensação que poderia ser muito melhor, pois a ideia de juntar gastronomia, a própria execução do prato e a proximidade com a platéia, poderia resultar numa obra muito mais coesa e interessante ( ah, o besteirol carioca!)
E tem mais! Todo mundo sabe que uma receita de risotto dura no máximo 20 minutos e por consequência, o espetáculo acaba sendo bastante curto (tem uns 50 minutos).
De qualquer maneira, o risotto (que tinha passado um pouquinho do ponto pro gosto da família Luz que o prefere al dente) foi servido pra todos os espectadores.
Se puder, vá e veja se não fomos (eu, a Dé e a Re) cri-cris demais! 🙂
Já no domingo, conhecemos o restaurante Ají do empresário Alexandre Negrão e que tem como chef o boliviano Checho Gonzales, ex-Zaza Bistrot (isto aqui está parecendo uma coluna social de tanto ex!)
É um lugar muito bonito (fica onde era o Deloonix, um raw-food que não foi pra frente. Alguém se lembra?) que tem uma decoração bastante clean e foi concebido com a preponderância duma culinária latina (tão em moda hoje em dia), uma mistura de Pacífico, Amazônia, Caribe e quetais.
Tem cadeiras confortáveis, um bar estiloso e um espaço externo com cara de convidativo que o frio não deixava nem pensar em conhecê-lo. Quem sabe, no verão?
O ambiente é bem modernoso (Rolling Stones em forma de bossa-nova como fundo musical, por exemplo).
Começamos pedindo Tequeños, pastéis de queijo de cabra com guacamole. Na verdade, são rolinhos feitos com massa de pastel e a combinação com guacamole é perfeita.
Como bebidas (que acompanharam toda a refeição), caipiroska de tangerina e manjericão (pra mim), Cosmo (pra Re) e suco de tangerina (pra comportada Dé).
O couvert veio depois. Chips de mandioca com molho azedo e guacamole.
Seguidos de um “agrado” do Checho, um caldinho de batata e alho poró acompanhado duma torrada com fava, hortelã e parmesão. Como a Dé costuma dizer, já dava pra parar por aqui.
Mas paramos, heim?
A Re pediu um supremo de frango grelhado com farofinha de quinoa e milho verde. Bom e bonito, mas não entusiasmante.
Já a Dé foi de Cherne em pirão de laranja, leve cocadinha e farofinha de maracujá com pão crocante. Extremamente saboroso e o contraste do doce do pirão e da cocadinha com o salgado do peixe elevou o sabor de todo o prato.
Eu, o louco por carne, pedi um locro (ô trocadilho sem graça!).
Um cozido de carne bovina com paio, bacon, abóbora, grão de bico, canjiquinha com salsa de ervas frescas e pão campônio. Quase uma “farmácia” latino-americana com um tempero bom e sabor, muito sabor .
E o mais simpático é que o prato vem somente com o pão e o locro, separado e numa panelinha pequena de ferro fundido pra que você se sirva.
Agora imagina o “figura” aqui vendo o prato somente com o pão? De qualquer maneira, o prato é delicioso e mais parece um Cassoulet Bolivar!
Ainda tínhamos um exíguo espaço no estômago pra sobremesa. Tudo bem que foi no esquema 3X1: 3 (colheres) pra 1 (doce). Mas os Mini-Churros com calda de chocolate picante e de doce de leite com rum estavam leves e casavam muito bem com o doce de leite alcoolizado e com o chocolate dedo-de-moçado!
Resumindo: o Ají é altamente promissor. Especialmente pra quem como nós, adora a comida estilosa dos países sul-americanos (destaque pros peruanos).
Certamente, voltaremos! Ao restaurante, óbvio !
Adiós.
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Há 14 comentários
Gostei da ideia do teatro gastronómico 🙂 Interagir até na hora do comer he he
Gostei do pão no prato e da ideia de se servir da panelinha. Bem rico o menu.
Outro dia li sobre esta peça do Rodolfo. Quando estava na faculdade (alguns anos atrás), tivemos a sorte de ver o espetáculo na sala de aula. Bacana.
Estou curtindo muito esta onda andina que invade a nossa cidade. Preciso conhecer esta casa.
bjo
comentário sobre o ají: sem comentários. loucura total. que coisa mais maravilhosa deve ter sido. ops, falei que não iria comentar…
edu, nota dez. onze. com estrelinha. espetáculo!!
Edu,
Tai’ uma ultima tentativa de levar meu marido ao teatro, ele odeia e eu adoro, mas com o risotto em cena pode ser. Abracos a voces, eba!, estou partindo para minhas ferias,
Maria
Parece, Eduardo que o seu “locro” era o mais saboroso. Achei tb que lembrava Cassoulet.
Os tequeños com guacamole, certamente, delicioso. E as fotos, espetaculares.
Liliane
Ameixa, foi como nós vimos: a ideía é excelente, mas a concepção deixou um pouco a desejar.
E o pão foi muito interessante já que quando você junta o locro, ele ainda se mantém crocante.
Nina, volto a dizer. O Rodolfo tem uma mina de ouro nas mãos, mas deveria produzí-la um pouco melhor.
E também somos fãs da tal onda andina. Falta ir a La Mar daqui!
Diogão, anota aí : mais um pra irmos conhecer quando da tua próxima estadia paulistana.
Maria, leva o maridão msda espero que ela não goste de risotto “passado”!
E boas férias gregas pra vocês !!
Liliane, o lugar todo, o Aji, vale a visita. É muito bom o tal do Checho.
Abs a todos.
Sei que a pimenta está presente com destaque na mitologia pré-hispânica. Não me lembro dos detalhes, mas uma das lendas sobre a fundação do império Inca, fala dos “hermanos Ayar” sendo um deles Ayar Uchu. Uchu significa ají, ou seja, pimenta. Ayar significa quinua e foi um importante nutriente no antigo Peru (redescoberto recentemente). Carlos vive falando do desejo de comer “Ají de galinha”, “Maionese de Ají”, “Pasta de ají”… Ají… Ají… Ele realmente adora…
Edu, vai conseguir criar um menu a partir daquelas anotações tão desorganizadas e despretensiosas? Deveria ter pedido Carlos para trazer um bom livro de receitas caseiras para você. Ele esteve visitante os tios recentemente. Vivo ensaiando ir com ele. Quando for não me esquecerei de “tu regalo”.
Por fim… Torcer contra o Galo ainda vai, mas precisavam ajudar o Palmeiras? 🙂
Abraços!
Adriana, muito boa a explicação sobre o aji.
E consigo, sim, pois já tenha algumas receitas que se encaixam no que vocês descreveram. Afinal de contas, a comida peruana é a nova onda do momento !! E pelo visto, veio pra ficar !!
Finalmente, de uma coisa você pode ter certeza. Aqui, ninguém ajuda o Palmeiras !! rsrs
Abs.
No dia 10/09, eu e minha namorada estivemos no AJI restaurante e realmente degustamos entradas, pratos e uma sobremesa simplesmente fantásticos. O Checho Gonzalez não é um cheff, mas sim um artista.
Recomendamos!
Aurélio, compartilhamos com a tua opinião.
O Aji é um lugar pra se ir várias vezes.
Abs e volte sempre.
O Ají entrou com um novo cardápio Primavera/Verão. Fantástico, mas os cebiches continuam maravilhosos.
Aurélio, somos fãs do Aji. Vamos verificar se a qualidade deste novo cardápio permanece a mesma.
Abs