põe comfort food nisso!
15/11/09
A segunda chance do Dalva e Dito
É, fomos ao Dalva e Dito, o restaurante de receitas da cozinha brasileira do genial (nós o achamos genial!) Alex Atala.
E por que segunda chance quando na verdade foi a primeira vez que fomos lá?
Ora, porque o restaurante simplesmente foi metralhado quando da sua inauguração. “‘É muito ruim!”; “a comida é pretensiosa demais“; “é caro demais“; “o Alex perdeu a noção“: estas foram algumas das declarações/críticas que despontaram após as primeiras visitas dos clientes.
E não nos surpreenderam muito pois estivemos numa palestra-aula com o próprio Alex e o Alain Poletto que seria o responsável pela cozinha e apesar do entusiasmo deles, nos pareceu que a ideia de utilizar o cozimento à baixa temperatura em quase todos os pratos não seria, digamos assim, muito apropriado. Portanto, não demos nem a primeira chance pra ele!
Bom, o tempo passou. O restaurante realmente não começou muito bem; o Alain saiu da cozinha (não da sociedade); o Alex assumiu as panelas e de repente, ouvia-se aqui e acolá que o Dalva e Dito estava tomando o seu verdadeiro rumo.
Com toda esta história com requintes de suspense, drama e provável final feliz, resolvi que havia chegado a hora de experimentarmos a tal cozinha brasileira de história.
Primeiro ponto positivo: liguei pra saber se fazem reservas e a atendente me informou que sim e até as 13:30hs. Resultado: reservei pra mim e pra Dé pro último horário e como me informaram que poderia atrasar até 15 minutos, o meu horário já foi pras 13:45. Oba!
Segundo ponto positivo: a arquitetura do lugar é incrível. O Marcelo “Lar Doce Lar” Rosenbaum fez o projeto e ele é muito bom.
Dois salões super bem decorados (ficamos no terraço) com um visual bem brasileiro e com detalhes que o transformam num local acolhedor.
Muita madeira e ladrilhos hidráulicos.
Enfim, um lugar bonito!
Terceiro ponto positivo: o atendimento é muito bom! Desde a recepção até todos os garçons, passando pelos maitres (todos super-atenciosos) e a sacada de retornar com a tradição de se fazer a última preparação do prato na frente do cliente. Antes da comida chegar ao seu prato, você já sente prazer!
Quarto ponto positivo: a comida é demais!
Começamos com o couvert que é muito bom. Pães servidos quentinhos com acompanhamentos de primeira e fotogênicos: um purê adocicado de berinjela assada, a famosa cabeça de alho assada do Atala; um purezinho de feijão preto (que harmonizava perfeitamente com a pimenta biquinho, uma das quatro que nos foram oferecidas) e uma manteiga Aviação aerada servida charmosamente numa mini-latinha da própria Aviação …
… além de gostosos bisquis de polvilho.
Pulamos as entradas (deixamos pruma outra vez, pois certamente voltaremos) e escolhemos os pratos principais depois de taças de vinho branco chileno pra Dé e dum Anghebein tinto pra mim.
Eu escolhi um que me lembra não somente a comida da minha mãe, a D. Anina, como também um dos que mais gosto lá em casa: Bife à Milanesa com Salada de Batata.
Generoso e crocante, contrastando com a maciez e o geladinho da salada de batata. É isso que esta escrito no (excelente) menu. E eu acrescento que ele é crocantíssimo e que a salada além de crocante também tem um toque de raspa de limão de deixar qualquer um babando!
A Dé pediu o prato que eu estava namorando: Polvo com mandioca rústica!
Cazzo, pra começar são os tentáculos de polvo mais fotogênicos que eu já vi na vida!! E os mais gostosos também pois eles são assados por 15 minutos no forno, o que lhes dá uma crocância externa incrível, mas ao mesmo tempo a maciez interna não é perdida!
Espetáculo e ainda mais com o acompanhamento dum purê rústico de mandioca e dum belíssimo creme de espinafre! Genial!
Pra terminar, aí vai a foto da sobremesa:
E sabe o que é isso? É um Romeu e Julieta feito pelo Alex Atala. Quando escolhi, a Dé ainda me disse: Romeu e Julieta?
Agora me diz se uma mistura de Catupiry, queijo fresco, goiabada cascão, creme de goiaba e sorbet de goiaba não é um “Senhor” Romeu e Julieta?
Pronto! Terminamos a refeição com a sensação de que esta segunda chance (que na verdade foi a primeira) já teve um propósito: o de mostrar que o Dalva e Dito (segundo o próprio Atala, o nome deriva da sua veneração pela Estrela Dalva e por São Benedito) chegou pra ficar na nossa lista dos lugares queridos.
E voltaremos brevemente pra mostrar pra Re (que bela desculpa!) o que ela perdeu!
Quinto ponto positivo: não costumo informar, mas vou. A conta foi de R$ 210,00. Justíssimo pro que nos foi apresentado!
E como última reflexão, existe uma seção do cardápio, intitulada “Para matar a saudade da vovó, das tias” que pra nós, dá o tom exato da comida do Dalva e Dito.
É uma comida extremamente confortável e que poderia ter sido feita tanto pela sua avó, como por aquela tia que cozinha muuuuito!
É uma comida que te faz recordar de bons momentos, de encontros de família, enfim, de comida com memória!
Alex, os cães ladram e a caravana passa (com a Dalva e Dito lá dentro)…
Até.
.
Há 8 comentários
Que lugar mais aconchegante… A cabeça de alho assada do Atala… (estou rindo aqui do nome) mas eu sei fazer! Só precisa de um assador de alho em cerâmica… super fácil. E aí, como estão vocês 🙂 Bjs.
Tens razão, são uns tentáculos lindos e eu adoro polvo. De mandioca nem falo… foi paixão à primeira mordida 🙂
O alho é para barrar no pão né Edu? Deve ficar delicioso!!!
Passsamos outrop dia em frente e me deu MUITA vontade de entrar e conhecer. Agora, lendo sua mkatéria, com a qual me idenfifico em gênero, número, grau e palavras, estou certo de que TENHO que ir, mais do que QUEIRA ir. ]
Que tal se formos os quatro e chamarmos o Riq? Vc faria isso?
Grande abraço e até sexta!
Bife à milanesa com salada de batata é irrecusável em qualquer restaurante brasileiro, desde um 15 estrelas até um PF de pé-sujo. Tradição milenar, pois os tupis-guaranis já preparavam este prato antes da chegada de Cabral.
Muito informativo, Edu, adorei! Também ouvi falar mal e agora repenso uma ida ao Dalva e Dito. Abração!
Cris, estamos na expectativa do próximo IB que faremos amanhã (08/12) e que coincidência, será o seu!! O mini Thanksgiving Light, o TL!! haha
E o Dalva e Dito foi uma grande surpresa e mais um motivo pra não levar tão a sério estes “críticos”.
Ameixa, o polvo era lindo e gostoso!! hahaha
Quanto ao alho, dá pra passar no pão, mas dá também pra apertar a casca com as mãos e sentir o dente cremoso pular pra dentro da boca…
Arnaldo, vambora e até sexta! Preparem-se!!
Arthur, provalmente. E dizem que foi um dos motivos da descoberta do Brasil!!! rsrs
Luciana, vamos aproveitar e aumentar a renda do Atala !!
Abs a todos.
Edu ,vc é um cara muito generoso ,mas sinceramente comer bife à milanesa e goiabada com queijo gastando mais de duzentos reais não tem sentido.Essa história de comida da vovó ,eu prefiro mesmo a comida da vovó .De fato ,o ambiente é bonito e a comida não é desagradável ,mas compare com o Tordesilhas e veja onde a comida brasileira está avançando em termos de pesquisa ,novas combinações e a eterna busca do prazer,certamente não é no D&D.O D&D não surpreende ,nem para o bem e nem para o mal ,é simplesmente irrelevante em todos os sentidos.Um grande abraço ,sinto saudade mesmo é de sua comida que é deliciosa.
Joaquim e seus comentários anti-Atala!!rsrsrs
Já estava com saudades, mas vamos lá:
1 – Quanto aos R$ 200,00 – valeram cada centavo. Veja que comemos um belo couvert; um polvo que parecia a Gisele, a que teve um filho; duas taças de vinho além do bife e do maravilhoso Romeu e Julieta. O benefício até que não foi tão baixo em relação ao custo.
2 – Quanto ao lugar – é muito bonito e com ambiente agradável demais.
3 – Pesquisas – não acho que este é o intento do Atala. Portanto, não vejo o DeD concorrendo diretamente com o Tordesilhas, que gosto bastante também, além do Brasil a Gosto.
4 – Saudades da comida – quer dizer que posso me considerar melhor que o Atala??? rsrsrsrs
Abs e apareça.