rechechê!
14/02/10
dcpv – Jour onze – Dia monumental em Paris (e sem ver nenhum monumento)
Começamos o dia ouvindo Coeur de Pirate (uma excelente descoberta musical da Re).
E resolvi fazer uma coisa que quero há um bom tempo: tirar um day-off na própria viagem. É claro que a Dé concordou!
Ou seja, não fazer nenhum lerê e nada de programação pré-definida.
Somente andar pelo nosso bairro, o Marais e descobrir o que ele tem de bom.
Nem café da manhã tomamos, pois os suprimentos praticamente tinham acabado e resolvemos dar uma diminuída na quantidade de calorias ingeridas diariamente.
Fomos descobrir cantos e ângulos diferentes.
Praças, …
… o Musée Carnavalet, que por sinal não entramos, em pleno Carnaval ….
… mais praças e recantos. Uns mais bonitos do que os outros.
Fizemos compras slow (sabe aquelas que você não programa e só compra o que achou legal) e ainda comemos aquele que elegemos (desculpem os críticos de plantão) o melhor doce de Paris: o millefoglie do Lenôtre.
É maravilhoso, além de que a loja/joalheria dele deixa qualquer Ladurée, Hermé e Aoki no chinelo. Ou melhor, no Louboutin!
Pra melhorar as coisas (se é que poderiam), resolvemos almoçar novamente no Léon de Bruxelles. No da Bastille.
Isto mesmo: moulles et frites de novo .
Simplesmente muito bom e me desculpem mais uma vez os puristas, uma comida inesquecível. Como toda de Paris deve ser.
Voltamos ao apê pra descarregar as compras e percebemos pelas lojas do caminho (opa, mais uma comprinha!) o porque do Marais ser tão popular.
Passeamos mais um pouco, chegando bem pertinho do Beauborg, o Pompidou onde vimos um arremedo de Carnaval com um montão de mini-pseudos-escolas de samba desfilando (?!) pra gringo ver e na volta, demos mais uma passada pela nossa queridinha.
Voltamos ao apê e nos arrumamos prum jantar de gala já que era o Valentine`s Day. Dia de comemorar o nosso namoro!
Reservamos num restaurante do bairro (estávamos naquela de prestigiar o “nosso” comércio), o Vins des Pyrenées.
Que por sinal era bem bonitinho, familiar e com um montão de velhinhos.
Mais uma vez achamos que éramos os únicos não-franceses de lá, ao lado da família de italianos (que bellos!) que estava ao nosso lado.
Comida honestíssima e muito boa. Repare no detalhe do menu queimado por cigarro!
Um penne com frango ao curry pra Dé e um Magret de Canard (provisoriamente virei patólogo) com molho de mostarda e mel pra mim, além dum Bordeaux pra nós.
Coroou este dia monumental em que não vimos nenhum monumento a não ser a nossa vizinha maravilhosa, a Place des Vogues com todos os seus belos ângulos.
E fica aqui um conselho: não vá muito atrás de dicas de lugares pra comer em Paris, pois lá você encontra de tudo e especialmente, a maioria dos estabelecimentos primam por oferecer comidas simples, muito bem feitas e saborosas.
Escolha os do seu bairro e vá experimentado aqueles com que simpatizou.
Pela primeira vez fizemos isso e certamente ficamos satisfeitíssimos.
Au revoir.
.
Há 19 comentários
eduluz,
nao conhecia a Coeur de Pirate. Segui a dica e fui ouvir. Gostei muito. Show em Paris no dia 07 de junho. Pena que nao estarei la (risos). Vou comprar para baixar no ipod.
Um dia para flanar…agora voce conquistou, de vez, o coracao da Sueli OVB. O mil folhas do Lenotre. Era tudo que ela queria ouvir. Simplesmente o melhor do mundo!!
O restaurante? O preferido da Louise Bourgoin, a nova Brigite Bardot. Olha o que ela diz do lugar:
“C’est le restaurant Vins des Pyrénées : une table familiale idéale pour un déjeuner bistrotier, à deux pas de la place des Vosges. J’y vais d’ailleurs autant pour la carte saisonnière, élaborée avec soin, que pour son cadre rétro, un peu années 1950, ce qui donne une rassurante sensation de permanence. J’aime à penser que Jim Morrison fréquentait déjà les lieux avec ses amis parisiens. Mon plat favori ? Les noix de Saint-Jacques au parmesan.”
Bem, voces estavam muito bem acompanhados. E, como diz voce, em Paris, arrisque-se a nao fazer nada e a escolher lugares aleatorios. Voce se dara bem. Nao tem erro! Ainda mais pessoas como voces. Nao iam errar pois o “instinto” fala mais alto. abracos
Muito bom, Eduardo, simplesmente flanar, sem “obrigação” de visitar isto ou aquilo… dia perfeito, com Place de Vosges e restaurante/bistrô simpático! Desde que eu aprendi, após muito stress, que não adianta engessar demais a viagem, procuro sempre fazer algo parecido. Abração
Edu, não sabe como fiquei feliz ao ler: “não vá muito atrás de dicas de lugares pra comer em Paris”… Pelo menos em Paris faço igualzinho a você e Débora em suas viagens… Sou tão distraída que não me lembro nem mesmo do nome do restaurante indiano onde comemorei meus 30 anos, para mim uma data bem especial, já que desde a adolescência, desejei tornar-me uma balzaquiana em Paris… Nem sei se ele ainda existe… Já estou chegando aos 50!
O apelo da cidade, em uma primeira visita, é irresistível. Não há muito como fugir dos pontos turísticos. Mas flanar por Paris é sempre o melhor programa. Por isso agradeço sempre a possibilidade de retornar a cidade. Quando me perguntam o que mais gosto de fazer em Paris sempre respondo que é impossível dizer apenas uma coisa, mas certamente incluo visitar a loja de postais em frente ao George Pompidou e escrever cartões postais, assentada em um banco à margem do Sena. Adoro escrever postais… Aliás, foi por causa de um postal que cheguei até o DCPV…
Para finalizar (não consigo mesmo escrever pouco)…Da próxima vez, découvrez l’histoire de la capitale dans le musée qui abrite sa mémoire. O que mais me chamou a atenção no Musée Carnavalet foi justamente poder acompanhar a história da cidade por meio de seu acervo e reconhecer cada canto da cidade em seus quadros.
À Bientôt!
Adriana,
estou me tornando um seu fa, com os comentarios aqui no blog do Edu. Escrever postais `a margem do Sena….que imagem! Especialmente em tempos em que as pessoas mandam fotos, tiradas do celular, sms e e-mails. Faz tempo que nao recebo um cartao postal. E eu achava maravilhoso quando recebiamos cartoes postais…da proxima vez que for a Paris vou procurar a loja de postais em frente ao pompidou….fiquei curioso como um cartao postal te trouxe ate aqui. Eu vim parar aqui, na praia do edu, pelo conexao paris. E estou achando isso aqui cada vez melhor!! Abraco, eymard
ah, e ja nao sei se esta correto da cachaça pro vinho. Isso aqui esta se tornando cachaça pura. E da boa!!!
Edu, mais um post delicioso de ler e para relembrar das minhas flanadas(?)por Paris.Sem dúvida uma grande ideia de vcs, para uma estada prolongada em Paris, foi flanar sem rumo.
Vcs teriam gostado do Musée Carnavalet. Foi uma residência nos áureos tempos e hoje abriga a história da cidade de Paris. É super pequeno e agradável, como a casa-museu de Rodin e o Musée Jacquemart-André. Imperdível também é a maison de Victor Hugo na Place des Voges,nº6. Olhar pelas janelas e ver a vista daquela praça deslumbrante é inesquecível.
Essa viagem é inspiradora……
Adriana,
seguindo dicas e pistas do eduardo (risos), cheguei ao “teorema de neruda”. Post que recomendo vivamente para quem ainda não viu. Confiram sem arrependimentos. Agora compreendo melhor os saberes postados por você sobre os sabores do blog do edu. Lembrei-me de um poema da Adélia Prado, onde ela limpa um peixe, tirando as escamas, que brilham como estrelas….você conhece? Também dá um menu gastronômico/etílico.
EDU
Já havia passado por aqui e deixado o meu recado. Deu um trimilique no computador na hora do envio e fiquei sabendo, pelo Eymard, que meu comentário não estava aqui.
Elogiar você e a Dé é pouco. Vocês sabem mesmo viver. Em frente, queridos! Porque atrás vem sempre muita coisas, e nem sempre coisas que queremos ter.
Eu havia dado o toque e agora engrosso o coro dos que dizem que o Carnavalet é uma beleza. Não percam, da próxima vez, é realmente uma viagem pela história da cidade. Vocês iam adorar.
Agora vamos ao lado doce, que é o que me interessa e fui citada: Não conheço as Boutiques do Lenôtre, e elas são muitas, espalhadas por toda a cidade. Vocês devem ter ido na que fica na Bastille, pelo roteiro. Conheci o Café Lenôtre, no Pavillon Lênotre da Champs Elysées. Um templo de frescurinhas, sabores e prazeres. Amei! Comi a mille-feuille de lá em duas etapas, uma com os olhos, quando o cavalheiro da mesa à frente, após o jantar, recebeu-a em sua mesa. Quase avancei no cidadão. Mas já havia pedido minha sobremesa, não dava para encarar aquela XXXL mille-feuille, às 22h30, eu teria pesadelos. Mas para não tê-los, também por não comê-la, voltei no dia seguinte, para o derradeiro almoço, que havia reservado para outro lugar, mas como ir embora sem fartar-me daquilo que fora, no dia anterior, apenas uma visão! Meu Deus! Meu Deus! Que maravilha! Meu marido nunca acredita na capacidade de acomodação que existe em minha barriga. Ele sempre duvida que vai caber!
Agende aí uma visita ao Pavillon. Vá com calma e fique observando o pessoal pedir.
Vou invejar e imitar o Eymard, também fiquei fãzoca da Adriana. Ele me passou o link do cartão com a receita do Neruda. O que é aquilo? E a sensibilidade da Andriana? Boas colheitas essas suas, Edu,e vou terminar deixando uma frase de Neruda, que tem tudo a ver: ” Minha fé em todas as colheitas do futuro se afirma no presente. E declaro, por muito que saiba, que a poesia é indestrutivel”. Como é indestrutível toda a poesia que você deixa aqui para a gente, nos alimentando os olhos e o espírito, aguçando o desejo e nos enchendo de prazer.
Minha admiração a todos vocês, e meu carinho.
Edu, o DCPV não alimenta apenas o estômago… Alimenta o ego! 🙂 Eymard e Sueli, obrigada pelas palavras carinhosas.
Eymard, adoro – e muito…rs – escrever postais… Edu está liberado para lhe passar meu e-mail e se quiser, envie seu endereço. Em minha próxima viagem incluo, com prazer, você em minha lista. Nessa última viagem escrevi à sombra de cerejeiras em flor.
Adoro ser professora. Adoro ser professora de Sociologia. Mas confesso – e acho que já confessei isso aqui no DCPV em outra oportunidade – que no fundo queria ser escritora. Escrever cartas, como a Dora, de Central do Brasil. Escrever poesia, como Adélia Prado. Não sei se refere-se ao poema em que ela descreve o momento ao lado de seu marido, na cozinha.. ela limpando o peixe… ele contado de sua pescaria… Foi o que me veio quando li seu comentário… Cumplicidade foi o que me veio quando li esse poema pela primeira vez.
Abraços!
Adriana,
nao so autorizado como o eduardo ja esta me devendo esse e-mail (risos). Sim, falava exatamente desse poema da Adelia…cumplicidade, sem duvida. Imagino Eduardo e De, com essa enorme cumplicidade na cozinha….e os amigos que acabam conquistando. Mesmo os virtuais. Afinidades eletivas! abraco.
Edu,
Como sempre que delícia ler seus posts !
Seus textos e dos leitores são pura diversão com informação de primeira.
Eu adoro o Marais, aluguei um apto lá na rue du Parc Royal em 1998. Volto ao Marais sempre que posso. Fica difícil ir a outros bairros com tanto que há lá para fazer e comer. Coleciono fotos da place des Vosges nas diversas estações do ano, mas minha preferida acaba sendo o inverno que vcs tão bem captaram em angulos bacanas.
Faço coro aos demais quanto ao Museu Carnavalet, ele tem um tamanho ótimo e impossível não se emocionar com a gravura que contém a tábua com os direitos dos homens. A casa do Vitor Hugo, comentada pela Malu é uma viagem no tempo. Aguardo ansiosa a reabertura do museu Picasso e a lista do Marais é longa.
Também me deliciei com as moules et frites. Aquele balde dá um ar praiano ao restaurante. No dia em que eu fui havia 2 mesas, cada mesa com uma pessoa apenas, sendo que essas pessoas tinham mais de 80 anos. Comiam as moules como um ritual! O máximo.
Assim como a Sueli e demais, sou fã do casal Edu/Dé. Os textos bem humorados e as fotos são um deleite.
Manchetes do tipo “laje” do Palais de Tokyo e “sudbrakeando” são geniais !!!
Continuem compartilhando esse savoir vivre conosco.
Beijos,
Madá
Eymard, Coeur de Pirate é cool!! 🙂
Bem que os sentimos mais “rockanrollers” quando comemos no Vins. Acho que era influência dos Doors!!
Quanto ao millefoglie, a Sueli sabe tudo!!
Virginia, também virei adepto do slow (de vez em quando tenho uma recaída, mas a Dé me chama pra realidade).
E, flanar por Paris é uma obrigação!!
Adriana, você é a James Bond do DCPV: tem licença pra escrever!! 🙂
E aquele postal do Neruda foi realmente uma marco por aqui, já que foi a inspiração prum jantar/sarau de primeiríssima.
Boa essa de escrever postais em plena Paris. Também conheceremos a tal loja em frente ao Beuaborg.
Eymard, você já se transformou num confrade virtual. Logo, logo, terá que se transformar em real!!
E fique a vontade pra tomar conta por aqui. Só não queira mudar o nome do blog!! Rsrsrsrs
Malu, flanar em Paris é lei.
Quanto ao Museu Carnavalet, só não entramos porque estava próximo do horário de fechamento.
Deixamos pra próxima vez, pois é sempre bom deixar algma coisa pra próxima. Te estimula a voltar logo!!
Eymard, taí: vou pesquisar sobre o poema da Adélia Prado.
Gostei dos saberes/sabores.
Sueli, descobrimos que tinha um Lenotre na Bastille (pertíssimo da Bofinger e do apê) logo na chegada.
Comemos (cada um) 5 Millefoglies durante a nossa viagem. Todas iguaizinhas e deliciosas.
E o ato de comer é tão bom quanto o sabor. Você dá a primeira mordida e sente a massa deslocar, o creme escorregar e aí entra o equilíbrio: é necessário destreza pra não perder nenhum grama de prazer!!
Todas as vezes que comemos (a última com a Re e uma amiga e há quatro horas do nosso voo de volta), percebíamos que todas a pessoas que nos viam ( e ouviam os “uau”, “que bom”, “delícia”), entravam na loja/joalheria e também pediam uma.
O negócio é anexarmos ao programa de Reims, uma visita ao Lenotre!! 🙂
Adriana, o fã clube está a disposição. E espera que você mande postais diretamente de Paris.
Eymard e Adriana: uma dupla de talento!!
Madá, nos juntamos a você na adoração ao Marais.
E as moules que são demais mesmo. Torço pra chegar como os velhinhos (? acho que são jovens! rs) e fazer este ritual frequentemente.
Quanto ao savoir, esperamos que vocês continuem dividindo conosco esta paixão toda ( e informações interessantes também).
É o maior prazer ver comentários tão saborosos por aqui!!
Abs apetitosos a todos.
EDU
Aí vai o poema da doce Adélia Prado.
Casamento
“Há mulheres que dizem: Meu marido, se quiser pescar, pesque, mas que limpe os peixes. Eu não. A qualquer hora da noite me levanto, ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar. É tão bom, só a gente sozinho na cozinha,de vez em quando os cotovelos se esbarram, ele fala coisas como “este foi difícil”, “prateou no ar dando rabanadas” e faz o gesto com a mão. O silêncio de quando nos vimos a primeira vez atravessa a cozinha como um rio profundo. Por fim, os peixes na travessa, vamos dormir. Coisas prateadas espocam: somos noivo e noiva.”
Isso aqui está ficando bom demais! E, Edu, o meu recorde com as mille-feuilles foi comer duas e meia no Douce France. Cinco????? A Dé consegui?
Carinho pra vocês.
ADRIANA
Manda postal pra também! E escreve aquelas coisas lindas que estão dentro de você.
Não fique só na vontade de ser escritora, você é uma escritora, e talentosa,cheia de sentimentos e sensível.
Vou aproveitar e citar Adélia mais uma vez:
“Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é sentimento”.
Aos livros, querida, você tem muito sentimento bom pra gente curtir!
Estarei na fila dos autógrafos, com certeza!
Beijos, queridos
Corrigindo: …postal pra MIM também. A euforia foi tanta que esqueci de mim…
Oi Edu,a poesia de sua escrita também nos faz “flanar” utilizando todos os nossos sentidos.
Sueli OVB e Eimard, citar Adélia nesse poema lindo me arrepiou…
Vcs são demais!
Edu tudo bom?
pode me informar sobre este restaurante “nos moules”?
abs!
Sueli, grato pelo poema. Estou pesquisando e acho que farei uma noite só com receitas baseadas nas poesias da Adélia.
Quanto aos millefeuilles, foram devidamente degustados um a um e em dias alternados!! Foi uma condição da Dé !! rs
Adriana pra ABL!!
Valeria, grato e apareça. Vamos fazer poesia!!
Xará, este restaurante é duma cadeia chamada Leon de Bruxelles. Dá uma clicada no nome dele no post e você será direcionado ao site.
Abs a todos!!