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dcpv – da cachaça pro vinho – taí a thai!

uma “glande” idéia
número 251

dcpv – Taí a thai!

Ganhei um livro do Mingão há uns dois anos e no meu aniversário. É claro que era um livro de culinária. Ou melhor, “culinália”.
Ele se intitula “Cozinha Tailandesa, uma selecção de mais de 100 receitas essenciais” e é uma daquelas excelentes publicações com fotos boas e pratos mais do que deliciosos.

O único pequeno senão é que ele é em português. E de Portugal! Viu, Ameixa!

É um tal de “sumo”, “caril” e “filetes” pra cá. Outro tal de “alourados”, “deite” e “lume” pra lá. Não deixa de ser bastante engraçado já que as nossas línguas só aparentam ser iguais.

De qualquer maneira, a cozinha thai aqui em casa é quase igual a um belo coringa na mão: quebra qualquer galho. E ainda tem a vantagem de utilizar o nam pla como ingrediente obrigatório.
O nam pla merece uma explicação: é um molho de peixe e é considerado o sal da Tailândia além de ter um odor muito forte, mas ao mesmo tempo é muito saboroso.

Como o próprio livro cita “a cozinha thai tornou-se bastante popular nos últimos anos e por uma boa razão – é saudável, é fácil de preparar e cozinhar e é muito distinta nos seus ingredientes e sabores“.

Concordo. E tanto que fiz mais uma noite só com pratos tailandeses.

Todo mundo (inclusive a Dé) gritou: ôoooooba!! Noite thai!!

Bebidinhas – “Caipilinha” de Limão

Acho que estava boa (não bebi. Não estava muito bom do estômago).

Entrada – Fritos de milho e Salada de camarão e papaia.

Estes fritos são, na verdade, quase uns bolinhos/crepes .

Pra fazer a massa deles é só misturar cebolinhas-verdes picadas, milho em lata, pimenta dedo-de-moça, alho, ovos, nam pla e amido de milho.
Frite em colheradas.

Faça um molho com pimenta, tomates pelados, óleo de amendoim, cebola picada, pasta de curry vermelha e coentro. Refogue tudo, exceto o coentro que é acrescentado ao final.

Já a salada é facílima de fazer e proporcionalmente saborosa. Corte uma papaia em fatias finas.

Cozinhe o camarão no vapor.

Faça mais um  molho. Desta vez com cebolinhas verdes, pimenta dedo-de-moça, nam pla, óleo de amendoim e açúcar mascavo.

Monte numa cumbuquinha (veja que bonita que a Dé escolheu) com uma salada de verdes, cubra com as  fatias de papaia, os camarões e regue com o molho.

Eis mais uma daquelas entradas inesquecíveis.

Ainda mais acompanhada por um belo espumante Salton Charmat (pra quem não sabe, neste caso a segunda fermentação é feita em tonéis de aço em vez de ser nas garrafas) que foi “buinha, Sal-Ton, meu bem, que frescor” segundo os namplólogos.

Principal – Carne picante com caril de manjericão.

Este é um prato que podemos chamar legitimamente de thai. Veja se não é?
Leite de coco fervido com curry vermelho e dentes de alho esmagados.

Adicione cubos de carne junto com folhas de lima kaffir, suco de limão, nam pla, pimenta dedo-de-moça, cúrcuma e sal.

Deixe ferver até que a carne fique tenra (se ficar muito seco, adicione água).

Junte manjericão fresco, coentro, tempere e polvilhe com lâminas de côco assado.

Servi com arroz basmati (o preferido daqui de casa!).

Simplesmente delicioso e o molho que se forma (denso, doce, saboroso) é um espetáculo.

Tomamos um tinto (pra desmistificar), um Casa de Ilana 2006 Ribeira de Jucan Espanha que foi “sem buinha, bom palceilo, casa do eduardo, discreto” segundo os “descontlaídos”.

Sobremesa – Pudim de Arroz Picante

Na verdade é um arroz doce feito com leite de coco, leite, açúcar, pimenta da Jamaica e manteiga.
Pra dar um toque, polvilhe canela.

E o especial deste prato é o gosto amadeirado (quase que o de um lustra móveis, apesar de eu nunca ter experimentado!) que a pimenta dá.

Eis a opinião dos bangcokienses (bangcokianos?):

A Tailândia é aqui! Em Ferraz de Vasconcelos (Edu)
Thay`s pensando o que? Zen, flying (Déo)
I love thay. (Mingão)

Copiando explicitamente o livro “cada refeição tailandesa é um evento relaxante e social. Divirta-se”.

O, se nos divertimos. E numa sociedade relaxada! rs

Mãk !

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Há 28 comentários

  1. Edu e Dé, mais um encontro caprichado…
    Mamao papaia é a cara do cardapio? Tudo bem colorido, aromatico, “perfumatico”. O que achei interessante tambem é desmistificar. Tudo me pareceu simples de fazer (tendo os ingredientes, claro). Temos aqui em casa as 5as. gastronomicas. Mas é bem, infinitamente bem, menos glamourosas que as suas. ´E só uma forma de juntar a petit familia na cozinha; botar a mesa na sala; uma boa musica de fundo (por sinal, essa é uma curiosidade, aqui em casa comida tem que combinar com musica…e ai?), e falar da semana que vai e do fim de semana que vem; dar risada, jogar conversa fora!
    Esse tipo de culinaria (thai) combina com os tropicos no verao…mas, começando dias mais frios, minhas papilas gustativas começam a pensar em algo de mais “sustancia”…mais quentinho!!! abs.

  2. UAU! UAU! O ontem no hoje ficou fantástico!
    Quanta delícia!!!!!!!!!!
    Adoro essas comidas cheias de condimentos, ervas, leite de coco, cury…
    Edu, lembrei de um livro que tenho de doces portugueses, cujo vocabulário me diverte muito. Eu simplesmente adoro a maneira como os nossos patrícios falam. É facílimo reconhecer um português pela maneira de escrever. Ontem mesmo havia um portuga fazendo comentários no CP.
    Amei tudo, Edu! Parabéns à Dé, a mesa está linda!
    Acho que vou roubar a sua idéia e registrar nosso rega bofe de domingo. Depois te passo inveja.
    Beijos, queridos.

  3. Edu,

    Como sempre muito bom!
    Não sei quanto as demais 95 receitas, mas essas que vcs escolheram são mesmo essenciais.
    Eu gostei de ver o “caril”. Já levei bronca de um português num restaurante perto do castelo de S Jorge, pois no prato “gambas ao caril” eu sabia o que eram as gambas, mas não o caril e depois da explicação eu disse ah é “curry”! Quando disse que no Brasil era “curry” ele ficou irado. Disse que o caril foi originado em Goa e “curry” foi a forma que os ingleses encontraram para pronunciar a iguaria. Como nós poderíamos desprezar as origens …
    Ameixa, faz todo o sentido falar caril. Desde então eu só falo caril, mas ninguem me entende. Acho que tenho que caprichar no sotaque.

  4. Edu,

    Nem Ana o o rei do Sião juntos conseguiram promover tanto a Tailândia como você nesta matéria. Show de iformação, diagramação e fotografia. Parabém sinceros e calorosos.
    Dodô

  5. Edu, cada jantar seu é coisa séria. Tudo elaborado nos mínimos detalhes desde o jogo americano,escolha de pratos, flores e obvio, os pratos com seu próprio vinho.Parabens!!!
    Vem ai mais uma edição do sukiyaki do bem.`Postei no blog.
    bj
    claudia

  6. O hotel no qual deveria me hospedar, em função do evento que me trouxe a Brasília, estava lotado. Restou-me o hotel ao lado: o Brasília Palace, inaugurado antes mesmo da nova capital, restaurado depois de anos abandonado, desde o incêndio na década de 70. Tenho que confessar minha emoção ao chegar ao hotel e poder sentir – mais do que ver – a arquitetura de Niemeyer e os painéis de Athos Bulcão. Certa vez, um arquiteto americano me disse que não nos dávamos conta, no nosso dia-a-dia, do privilégio que era ter em Belo Horizonte a Pampulha, e no Brasil, Brasília. Ele tem razão.

    Foi também um estrangeiro, dessa vez um francês, que me disse algo semelhante ao referir-se a Machado de Assis. Quando lemos “Dom Casmurro”, como “dever de casa” no colégio, não temos, ainda, maturidade para compreender o enigmático olhar de Capitu. Mas é ali, naquele momento, que ele passa a fazer parte de nosso cotidiano… Não precisamos esperar os cursos de doutorado em Literatura para descobri-lo como tantos estrangeiros.

    Niemeyer, ao falar do que representava Brasília para ele, falou de seu desejo de que fosse uma cidade de homens felizes, que sentissem a vida em toda sua plenitude, em toda sua fragilidade. Homens que pudessem compreender o valor das coisas simples e puras como um gesto, uma palavra de afeto e solidariedade.

    Machado de Assim, ao referir-se aos amigos, apontou como abençoados aqueles que os têm sem ter que pedir, porque para ele, amigo não se pede, não se compra, não se vende; amigo a gente sente.

    Desde sábado sinto-me mais feliz por estar em Brasília, como desejava Niemeyer, porque me sinto mais abençoada, como profetizou Machado de Assis. Desde sábado sinto meus novos amigos. O carinho de Sueli, Jorge, Eymard, Lourdes e Márcia incluiu, inclusive, reviver lembranças de meu pai, alguém que posso definir com as palavras de Niemeyer: um homem que viveu a vida em toda sua plenitude, que via no outro um irmão, que compreendia o valor das coisas simples e puras como um gesto, uma palavra de afeto e solidariedade. Gesto, palavra e solidariedade que nunca negou a alguém. O sabor do trupico ainda é o mesmo das noites de domingo. Assim como a alegria daqueles em torno do fogão. A consistência, por culpa do queijo que não estava tão curado assim (Sueli, minha irmã e minha mãe confirmaram suas suspeitas), exigiu de Sueli toda sua habilidade para “enrolar o queijo com omelete e cortar como nhoque”.

    Queridos Sueli, Lourdes, Márcia, Eymard e Jorge, obrigada pelo carinho desde a chegada ao aeroporto, o jantar, o almoço (Edu, você não tem idéia do que foi), o domingo inesquecível que passou sem que eu percebesse de tão gostoso, o passeio pelo Pontão, o livro de Rubem Alves, a conversa, as risadas, a coca-cola normal que não faltou em momento algum e dividiu espaço, sem preconceito dos presentes, com espumantes, vinhos e whisky, as fotos com direito a um quadradinho só para mim… Foi tudo maravilhoso! Espero poder retribuir tudo isso um dia em Belo Horizonte.

    Edu, esse agradecimento tinha que ser no DCPV, pois ele inclui um agradecimento ao Ed, que me apresentou a você (e claro, a Dé e ao Mingão também) que me apresentou Sueli e Eymard, que me apresentaram Lourdes, Márcia e Jorge. Será que Chico Buarque vai considerar isso um plágio? :- )

    “Proibi” Eymard e Sueli de fazerem qualquer comentário antes que eu tivesse acesso a um computador…rs (com minha mania de viajar leve, nunca levo notebook). Ambos estão liberados…Os computadores do hotel já estão funcionando. Eu, como tenho que preparar uns documentos para enviar para a universidade até 15h, ainda não comentarei do menu, da mesa, da sobremesa… Registro apenas que estava tudo delicioso!!!

    Abraços!

  7. De Niemeyer a Machado de Assis! O elo: a amizade. Desde que vim parar aqui (Brasilia), vejo o “céu aqui na terra”, acostumado que estou com Niemeyer por toda a parte. A simplicidade do traço e a sofisticação “concreta”, contrastando com os amplos espaços vazios. A luz dessa cidade. E, a noite, a luz sobre a cidade. O vazio remete à solidão que remete ao seu preenchimento.
    Adriana fala de amizade. Amizade remete ao vazio que remete ao preenchimento.
    Niemeyer não poderia imaginar que DCPV iria unir essa trupe!!! E tudo começou por Neruda! Até Neruda éramos ilustres desconhecidos (edu, dé, adriana, sueli, jorge, eymard, lourdes). Não. Edu/Dé já conheciam (virtualmente) Adriana. Aproximação por um cartão postal.
    Eu/Lourdes já conheciamos pessoalmente Sueli/Jorge. Nesse caso, a aproximação foi lá no CP. Afinidades que tiveram sequencia e consequencia.
    Aqui (DCPV) a aproximação se deu pelos encantos da comida em verso e prosa!
    Adriana, nossa mais nova amiga de infância!
    Compartilhamos esse olhar simples e sofisticado que está em Niemeyer, como está em Machado, Neruda, Chico Buarque, Adélia Prado, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Ruben Alves….
    Temos cuidado por onde andamos. Pisamos leve. Podemos estar pisando nos nossos sonhos…e eles são muitos, inclusive o de fazer um ISB para juntar de novo, aos trupicos, esses amigos que agora não são mais virtuais. São reais!!! (talvez ainda virtuais porque continuem a se projetar)
    O menu?
    Trupico; “ganache” de bacalhau ao azeite e flor de sal deitada sobre baguete finamente fatiada; salada de baby folhas com figos frescos, lascas de parmesão e molho de mostarda dijon e mel; arroz de alecrim com lascas de bacalhau e amendôas; para a sobremesa, charvê gelado de abacaxi levemente marinado em cointreau.
    Os vinhos: um espumante Rosé Luis Pato (o menu original teria coxa de pato ao vinho com polenta. Foi vetado pela Adriana. Dai resolvi levar o Pato. Outro pato. Ao menos para beber!): que era dulcepontiano!
    Vinho verde Alvarinho: que estava como o fado: patrimônio imaterial da humanidade.
    Intercalado com um casal garcia levíssimo e refrescante (Sueli achou que o “retrogosto” do casal garcia casou melhor com o bacalhau! Tive minhas dúvidas e tive que experimentar os dois várias vezes para chegar a uma inconclusão!!!) Vou ter que voltar lá para repetir…não consegui ainda saber qual harmonizou melhor…
    Café ao final. Servido em mínimas xícaras!!!
    Tudo ao som de Il Divo; Dulce Pontes, Michael Bublé…

    (não fui inteiramente fiel ao menu, me desculpe Sueli. Mas aguardo os seus comentários para os “mínimos detalhes”). Ah, na ausência de “nomes certos”, inventei alguns nomes para o cardápio…ao estilo Edu!!!!

  8. ah, o “charvê” foi uma humilde contribuição ao grand menu!!! Mas deixou o “doce de leite” humilhado! Ah, isso deixou….Acho que a Sueli andou “sumida” dos blogs porque estava preparando o menu…faz tempo que ela não pitaca pra valer!!!!

  9. EDU

    Começarei bem pelo começo, pela chegada da Adriana às suas lembranças do tempo em que aqui viveu, à arquitetura do Niemeyer, que tanto a encanta e seu prazer de chegar ao mais antigo hotel da nossa cidade. Athos, sua maestria e toda aquela malemolência e doçura da Adriana, que envolvem tudo. Ela e Eymard não deixaram espaço sobre isso e só me resta anuir,depois de tanta poesia e beleza.
    É verdade, queridos, amigos a gente não faz, reconhece-os. E como não reconhecer nas palavras de vocês o amigo fiel, companheiro, querido e gentil.
    Eu também, Adriana, me sinto abençoada por ter reconhecido e poder sentir alguém como você. Por tê-los recebido e passado horas tão agradáveis na companhia de vocês.
    Márcia é minha antiga companheira, já dividimos muito de nossas vidas juntas e já nos sentamos muitas e muitas vezes à mesa, desde que éramos adolescentes, ela sempre adorou a comida de minha mãe.
    Quando formos a Belô, o que esperamos de você é simplesmente o seu afeto, a sua sabedoria de vida, os seus causos, estar com você. Pode ser com ovinho frito e arroz branco, eu faço, só precisa ter óleo e uma manteiguinha. Mas a gente pode tomar café na esquina, com pãozinho de queijo, ou simplesmente uma bela fatia daquele maravilhoso queijo da Canastra, que há de me fazer ganhar alguns quilos de alegria.
    Seu pai deve estar feliz com a sua lembrança e por nos ver unidos e empenhados em reproduzir aquilo que muito provavelmente havia de ser sua invenção. Ele ganhou mais alguns admiradores e nos proporcionou prazeres de criança e lembranças em toda a sua família.
    Talvez haja mais poesia no papel do que havia à mesa. Eymard conseguiu subverter meu menu. Ainda bem que eu já havia lhe revelado o cardápio, não é mesmo, Edu?
    A entrada era uma “brandade de bacalhau”, que como tudo o que faço, tinha o dedo da modificação. Peguei várias receitas, algumas iam ao forno, outras duas não, eram essas que me interessavam e uma delas era do mestre Atala, a outra lá da “terrinha”. O ponto de partida das duas era o mesmo, porém as quantidades dos ingredientes eram diametralmente opostos. Somei, dividi por dois, tirei, botei e saiu alguma outra coisa. Não vou aqui desmoralizar ninguém, mesmo porque não reproduzi qualquer das receitas, mas as proporções não tinham nada a ver e fiz a “brandade da Sueli” e não uma “ganache”. Viu Eymard? Mas para quem chama Pavê de Charlotte, tá perdoado. Ficou muito bom, mas podia ter mais sal, o que me levou a usar a flor de sal, umas pimentas biquinho, que deram charm e sabor, e mais um pouco de azeite, que veio servido em micro leiteirinhas, tudo isso para ser deitado generosamente sobre fatias de baguette francesa, compradas quentíssimas, mas já bem frias quando servidas. Aqui eu abro um parênteses, porque eu gosto das coisas com pão e não de pão com as coisas, entendeu?
    Hoje descobri que a massinha que sobrou (achei que ficou meio duro, faltou cremosidade) virou bolinhos, que ficaram deliciosos e também um souffle. Sim, foi só acrescentar gema à massa e depois clara batida, muito parmesão por cima (aquele que não foi todo usado na salada) e forno, em travessinhas bem rasinhas. Meu neto adorou, eu também. Ficou tudo uma delícia, só não lembro a receita, ou melhor, sei mais ou menos, é sempre assim.
    A salada de babys é um vício aqui em casa. Fiz com figos frescos, mas mergulhados no mel e manteiga, até caramelizar um pouco. O molho tinha muitas outras coisas que não foram citadas pelo distraído comensal. Não estava “comme il faut”, pois não encontrei os chèvres que costumo usar e isso me arrasou, pois eles são o grande tchan da salada, embora o Jorge considere o molho.
    O pobre do meu arroz de bacalhau, também receita(?) minha, virou arroz de alecrim com lâminas de amêndoas, na concepção do Eymard, isso só porque havia um enorme ramo de alecrim adornando a frigideira onde ele foi feito, escoltado por algumas pimentas dedo de moça amarelas, biquinhos, flores, salsa crespa e tomilho. Havia amêndoas laminadas por cima de tudo, pois as preparei na manteiga com azeite para colocar na salada e aproveitei para comermos logo tudo, juntos, do contrário elas passariam a fazer parte das minhas “medidas”, no decorrer da semana. Assim foi mais democrático, pois os amigos também servem para dividir os acréscimos à balança e a culpa conosco.
    Fizeram a maior desfeita com o meu doce de leite servido em uma linda compoteira de cristal, que era da minha mãe. Falaram tanto que adoravam doce de leite e como ele combina com um queijinho mineiro, lá fui eu abrir o meu vidro daquela jóia rara, que nem sempre é encontrado por aqui, feito em uma fazenda do estado do Rio. Este vai ficar para a minha ceva pessoal, visto que o marido tem uma certa intolerância a leite, embora não a respeite muito.
    O Charvê, respeitadas todas as alterações de caráter que lhe era possível, estava uma delícia e foi obra da Lourdes. Bonito e gostoso.
    O café foi feito pelo Sr. Jorge, que devido ao elevado índice etílico tentou manter-se acordado – TENTOU- depois do cafezinho.Uma vergonha! Ainda bem que éramos todos amigos de infância, do contrário eu não sei onde me enfiaria. As micro xícaras são mesmo um charme e não estávamos aqui para tomar, mas nada impedia que elas fossem reabastecidas e escoltadas por “financieres”, também advindas da Boulangerie.
    Então, Edu, menu aprovado?
    Vamos tentar mais umas duzentas vezes acertar o ponto do “trupico”, esse não poderá faltar na nossa anarquia. Que já está virando esculhambação na mão do Jorge, ele é o anarquista maior.
    Enviarei as fotos para vocês, embora a qualidade não seja a mesma das da Dé.
    Super beijo a todos.

  10. Nao falei que os “minimos detalhes” eu nao conseguiria reproduzir?? E nem mesmo a Sueli conseguiu reproduzir o que aquilo estava BOM!!! E o perfume de tudo??
    Falei do arroz de alecrim, porque adoro alecrim e o primeiro perfume que chegou la fora, na bela varanda que nos encontravamos, foi o perfume de alecrim misturado ao bacalhau.
    Mas, é claro, que naquele arroz tinha muito mais do que alecrim….e todos os outros aromas disfarçådos?
    A “ganache” (risos) de bacalhau estava no ponto. Nao gosto de comida “salgada” e, por isso mesmo, nao achei nem um pouco sem sal. Ao contrario. Estava super saborosa.

    Mas, Sueli tem razao, havia um ritual que agora posso revelar:

    Pegar a fatia da baguete (que estava sensacional. Parabens mais uma vez ao nosso amigo Guillaume Petitgas, da La Boulangerie) e derramar lentamente um finissimo azeite que estava depositado em pequenas leiteirinhas brancas. Depois, sobrepor MUITA, veja bem, MUITA “brandache”….uma pitadinha de flor de sal, delicadamente depositadas em charmosas “coisinhas” brancas…e, depois, a pimenta biquinho (que eu dispensei).
    Enchi varias dessas….hum…com o espumante do Luis Pato ficou perfeita!!!!

  11. EDU

    Esqueci um detalhe. Como a reunião era não só de interblogs, mas de interestaduais, onde estávamos cariocas, paulista, goiana, e mineiros, os mineiros venceram, juntamente com o sem classe do meu marido e o arroz foi à mesa na frigideira onde foi feito, para poder ser repetido e trepetido. Assim, com o olho gordo do meu “com sorte” e do Eymard, minha classe foi por água a baixo, Mas as meninas bem que gostaram da idéia e pegaram a caroninha, claro! Garanto que ninguém saiu com boca de quero mais da mesa. Por isso o pobre do docinho de leite ficou só de enfeite.
    Acho que nós ainda estamos comendo.

    Eymard, a “brandache” é mistura de brandade com ganache?
    Vá olhar no google o que é uma ganache, para não ficar difamando a minha brandade e fazendo cruzamentos indevidos.

  12. Ganache: “Creme versátil de origem francesa, o ganache pode ser usado para decorar sobremesas e em coberturas ou recheios de bolos ou tortas.”

    “Brandade is an emulsion of salt cod and olive oil made by men and eaten in winter with bread or potatoes. In French it is sometimes called Brandade de Morue and in Spanish it can be called Brandada de bacalao (being ‘morue’ the French name for salt cod and bacalao the Spanish one). Brandade is a specialty of the Roussillon, Languedoc and Provence regions of Occitanie (nowadays in France); Liguria region in Occitanie (today in Italy) and Catalogne, Balearic Islands and Valence in the Catalan Countries (now Spain). Similar preparations are found in other Mediterranean countries such as Italy, Portugal and other regions of Spain (for example, atascaburras, which is done with salt cod, olive oil, potato and chestnut) where dried salt cod is also enjoyed.[1]”

    Porque nao um BRANDACHE? Mistura de brandade com ganache…afinal, um creme, se é mesmo “versatil”, pode muito bem ser salgado….(risos). E nao é para anarquizar?

  13. EDU

    v. está bem arrumado. Se deixar a Sueli e o Eymard a vontade, não vai sobrar espaço para v. no seu blog !

    Em casa também fazemos ensaios com Thai Food, entre outras.
    Antes do Collor abrir a importação, quando viajávamos , se abrissem nossas malas na alfândega, pensariam que enlouquecemos. Nada de eletrônicos, mas muitos temperos que não encontrávamos aqui e comidinhas especiais. Ainda em janeiro deste ano, trouxe de Paris um vidro com folhas desidratadas de KAFFIR LEMON qua ainda não consegui achar em São Paulo e encontrei na Grand Epicerie.

    Suas receitas me parece que ficaram esplêndidas, mas um julgamento mais certinho, só experimentando ( fica aí uma sugestão ! rs ). O ruim de frequentar seu blog é que dá uma fome danada ! E depois quase sempre ficamos beliscando coisas na cozinha que ficam com gosto de – não era nada disto que eu queria !
    Acho um charme a forma que v. apresenta os pratos e descreve !
    Vou começar a dar pitacos aqui também.

    SUELI E EYMARD

    Tô morrendo de inveja deste jantar ! da compania que sei que vou adorar e das conversas que já antecipo que devem ser deliciosas.

    bjs

  14. Terezina,

    mas voce nao estava sentindo a nossa falta la no CP? E agora vai sugerir ao Edu para cortar nas nossas asinhas?? Ou, dedinhos?? (risos)…
    Sueli e Adriana disputam o troféu linhas! Eu vou só na provocaçao…delicia de conversa essa nossa aqui no DCPV…(e quando o dono desaparece, entao….).

  15. Edu,
    Sueli e Eymard vieram invadir sua praia, mas afinal “A Praia” é um filme que se passa na Tailândia, então está tudo resolvido (espero!!).
    Seus posts são sempre uma inspiração para novas aventuras culinárias e guardando as devidas proporções, a cozinha nordestina tem um quê de tailandesa (coentro, coco),rrs. Antes dessa moda da cozinha thai, muita gente boa torcia o nariz para o pobre coentro.

    Sueli e Eymard,
    diante de toda essa descrição maravilhosa de vocês, só me resta torcer para conhecer tudo “in loco”.

  16. Claudia,

    a invasão foi permitida, portanto, de invasão não se trata (risos). O Edu já criou a categoria dos Sem Blog (SB) mas com muito caráter (SB-cmc).

    Quanto ao “in loco”, é a hora que vocês quiserem desembarcar por aqui. Demorou!! Estamos esperando. Mas vai ter que ficar dias suficientes para a varanda da Sueli e a “quitinete” do Eymard.

  17. Ôpa, vamos por ordem nesta “bagunça”!! 🙂

    Estou me divertindo com os comentários (cada vez mais detalhados e “imensos” rs)e só estive (literalmente) fora do ar por causa da bendita reforma lá em casa e por afazeres laboriais!! (chic, não?)

    Prometo voltar à noitinha, respondendo a estes espetaculares posts que todos vocês deixaram. Especialmente sobre as descrições do referido almoço!!

    Enquanto isso, Eymard, Sueli, Ameixinha, Madá, Dodô, Claúdia, Adriana, Terezina, Claudia Oiticica e demais visitantes estejam à vontade pra conversar.
    É só tomar um café e prosear como quiser.
    O chefe, euzinho, permitiu!! 🙂

    PS – A desilusão teconológica é tão grande que nem a foto do template eu consegui mudar.

  18. Edu

    Agradecemos a sua gentileza e hospitalidade.

    Eymard:

    Longe de mim sugerir tal coisa. Sem cortar asinhas nem dedinhos !
    Foi só uma observação inocente ! rs, rs , rs
    Estou é muito contente por ter outro forum além da CP para trocar figurinhas com vs.

    Sabe, viajar e cozinhar ( comer tbém , claro ) são meus hobbies favoritos além da leitura, que sou viviada.
    Minha aeróbica : levantamento de copos e talheres e a musculação é isométrica ( manutenção de livros para leitura ) confortávelmemte sentada em uma poltrona aconchegante.

  19. Terezina, vem dai a nossa “secreta” identificação!!! (risos)

    Edu: a mesa está sempre posta e nós não nos fazemos de rogado!! A desilução tecnológica é nossa, por não conseguir antecipar o que você pretende postar….é sempre divertido tentar adivinhar o proximo post pela foto do template….

  20. Eymard

    Afinal v. nos convidou para vir a este blog, não foi ?

    Pois bem, aceitei o convite. Temos outra identificação : você é mineiro, não ? E eu sou filha ! A familia da mamãe é de Uberaba. Que saudades de pão de queijo da vovó e farinha de bijú ! Além de todos aqueles pecadilhos gastronômicos ! Acho que vou ter que almoçar mais cedo hoje, esta conversa está me deixando com fome…

  21. CLAUDINHA

    Vamos veer em que “praia” as ondas estarão mais favoráveis ao grande mergulho etílico gastronômico dos sem blog.
    Só falta definir agora o “in loco”. Não esqueci a promessa que lhe fiz, como estamos de varanda e casas abertas para recebê-los.

    TEREZINA

    Volte sempre depois da refeição, isso aqui é uma perdição!
    Eu já tenho a estratégia. Igual compra em mercado, só se faz de barriga cheia.
    Beijos

  22. SUELI

    É uma ótima idéia !
    Vamos ver se eu consigo. Vou dormir muito tarde, lendo, estudando e brincando na internet, então acontece de já ter jantado há um par de horas…. e aí a tentação é grande !

    bjs

  23. Eymard, a música impera em algumas noites específicas, mas normalmente deixamos a tv ligada só pra fazer barulho já que todos falamos demais!! 🙂
    Quanto a comida thai, ela combina com o frio também. Ainda mais se você fizer um curry bem apimentado. Delícia!!

    Sueli, os livros culinários dos patrícios tem uma linguagem engraçada ( pra nós), mas também tem uma qualidade e variedade bem superior a nossa!
    Quanto ao almoço, já vi que foi um espetáculo!!

    Ameixa, colonizados e muito bem alimentados !!

    Madá, eu particularmente prefiro curry a caril. O português ia ficar muito chateado comigo!! rs

    Dodô, grato e acho que o Yul Brynner gostaria também!! Xiii, esta é velha!!

    Claudia, obrigado e darei uma olhada lá no teu blog.

    Adriana: Niemeyer, Machado de Assis, trupico, coca normal e amizade. É, o DCPV está cada vez mais eclético!!

    Eymard, é isto mesmo. Ainda tem o Neruda (este rapazinho vai longe!), o Chico Buarque, a “ganache” de bacalhau …
    Ah! E as grandes descrições dos vinhos. Você já está prontinho pra parecer por aqui!! rs

    Sueli, o menu só não foi totalmente aprovado porque não o experimentamos!! rs
    Vamos fazer um piquete e exigir o arroz de alecrim, ops, de bacalhau!!
    E quase que o teu recorde foi batido!!

    Eymard, além de tudo a arrumação também foi um espetáculo.

    Sueli, aqui também funciona deste jeito especialmente na segunda rodada: panela na mesa e mâos à obra! rs

    Eymard, estou por aqui. Coisas da tecnologia ( e de alguns pedreiros e eletricistas!)

    Terezina, esteja à vontade. Ainda mais sendo mais uma admiradora da culinária thai. Viva o nam pla!!

    Eymard, queremos muitas linhas e muitas provocações!! rsrs

    Claudia, nós somos coentrólogos inveterados. Portanto, gostamos de tudo!!Aguarde que brevemente farei uma noite só com receitas das irmãs Rocha.

    Eymard e Edu, como eu mesmo já disse, vamos por ordem nessa bagunça!

    Terezina, interessante este seu método!!! Acho que vamos seguir! rs

    Eymard, você já se adiantou. Conta pra gente: dá certo? rs

    Terezina, pâo de queijo?? Não entendi? rs

    Sueli, como em que praia?? Ah, entendi.
    E você está totalmente errada. A pessoas devem ir aos supermercados quando estão com muuuuita fome!! rs

    Terezina, a estratégia só funciona pra cá. Pra supermercados, não!!

    Ufa!
    Abs pra todos e um bom feriado.

  24. Edu

    Não gostamos só da cozinha Thai, gostamos também de comida Italiana, Francesa, Árabe, Japonesa, Chinesa, Mineira, Nordestina, Escandinava, Espanhola, Israelense, Marroquina, Indiana etc… Enfim: gostamos de comer bem ( acho que não dá para encarar buchada de bode – rs – fora isto… ).

    V. conhece no Rio um restaurante chamado Nam Thai no Leblon ?
    Se ainda não foi, merece uma visita. Tem também o Sawasdee que é muito bom, ambinete gostoso, comida boa…

    Para de falar em comida, senão lá vamos nós tra veiz pra cozinha rs, rs, rs

    Bom fim de semana

  25. Terezina, gostar de comida (e destas todas) é uma grande qualidade.
    Tinha um Nam thai aqui em São Paulo, mas acho que que quebrou ou mudou de nome e tipo de comida.
    Já o Sawasdee, conhecemos o de Búzios e também fizemos uma aula com o Marcos Sodré, o engenheito bom de panelas.

    Boa semana pra você.

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