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dcpa – da cachaça pro vinho – piemonte – quinto giorno – gaia now for the rain is falling

02/11/10

dcpv – Piemonte – Quinto  Giorno – Gaia now for the rain is falling

Quem ama os vinhos, ama os Gaja.

Que é um dos melhores produtores (quiçá o melhor) de toda a Itália.

Barbarescos, Barolos, Nebbiolos, Brunellos; todas esta jóias são produzidas por lá. E foi uma grande emoção quando vimos que um dos passeios do tour seria justamente à esta vinícola.

Mas o dia começou com um passeio corriqueiro e constante em todas as nossas viagens.

Fomos ao mercatto de Alba. Tudo bem que a versão completa dele acontece aos sábados, mas este parcial/diário já foi o suficiente pra mostrar como são os ingredientes por aqui.

Segue um “piccolo” fotoblog  sobre este pedacinho do paraíso:

Também compramos algumas galochas. Mas estas são pro próximo post.

Encontramos com o chef Bruno Cingollani do restaurante Dulcis Vitis (o conhecemos num jantar sobre trufas aqui no Piselli) e fomos tomar um café com a “figura”.

De lá rumamos pra Gaja. Ela fica na pequena cidade de Barbaresco e todo o tour é um encantamento só.

Antes de mais nada, deixe-me resolver uma questão. Quando se escreve Gaja, deve-se ler Gaia (assim como a música do Gil, só que o g no lugar do k).

O tour começou com uma explicação histórica e apaixonada sobre o porque da vinícola ser uma excelência e como ela se transformou nesta potência mundial.

A nossa guia, a Sonia é uma grande entusiasta pela marca. Nós percebemos claramente a emoção que ela sentia ao nos contar cada detalhe da solidificação do mito Gaja. Na verdade, deu pra ver o lacrimejar dos seus olhos (ah, estes italianos tão passionais).

Ao final, degustamos 3 jóias: o Gaja & Rey Langhe DOC, …

… o Barbaresco 2004 DOCG …

… e o Sperrs 1999 Langhe Nebbiolo DOC.

A mulherada ficou tão emocionada que até fez pose de time de futebol.

E tem mais uma coisa: o próprio Sr Angelo Gaja, uma lenda da vitivinicultura mundial, veio nos dar um “saluto” pessoalmente. Como diria o grande poeta, ninguém chega nesta posição por acaso.

Saímos de lá por volta das 13:30 hs (ninguém queria ir embora!) e fomos almoçar no restaurante La Ciau del Tornavento do chef Maurilio Garola.

O lugar é extremamente bonito e acolhedor além de ter uma vista de tirar o fôlego. É claro que esta informação foi mais um exercício de imaginação do que qualquer outra coisa.

Sentamos numa mesa pra sete (o Duto e a Mônica, nossos parceirões, se juntaram ao nosso grupo) e a diversão começou.

Couvert, grissini (cotação do Guia 4 Lâmpadas : 88 w),..

focaccia de cebola, …

…uma saladinha de (acredito) pato, …

… uns picolos saborosíssimos, …

…, lulas, tanto o corpitcho ….

… quanto os tentáculos numa embalagem sensacional, …

… uma carne cruda (estávamos com saudades) com muitas trufas,…

… uns agnolotti tartufados de chorar de tão bom (e que vieram no lugar de uns gnochões ruins demais e devolvidos por toda a mesa, Juscelino incluso), …

…  e um leitãozinho divino.

Simplesmente divino.

É claro que arriscamos nuns pedaços de queijos DOP bem acompanhados por um mel trufado.

Finalmente, a sobremesa que era bonita, mas não tão gostosa (se bem que eu acho que a esta hora já tínhamos comido demais! rs)

Senhores, foram mais de 5 horas de puro divertimento, pois além de todos aqueles vinhos degustados, trufas aos borbotões; …

…  o bom-humor da nossa mesa era uma característica que não passou desapercebida por  ninguém.

Como o Juscelino já tinha frisado, não deixamos passar em branco a possibilidade de visitar a adega do restaurante. Veja como ele é um verdadeiro brincalhão! 🙂

Agora, será que podemos chamar somente de adega aquele verdadeiro monumento? São mais de 50000 (sim, cinquenta!) garrafas com o tudo o que uma pessoa possa imaginar sobre a “propriedade” de vinhos. Fizemos uma conta por cima e chegamos facilmente a milhões de Euros!!

Lá encontramos Chateau d`Yquem, Margaux, Petrus, …

… coleções  horizontais e verticais de Vega Sicilía,…

…  Gajas de todos os anos e tamanhos, …

… Barbarescos , Brunellos, Barolos ou seja, o que você pensar ou imaginar; está tudo ali.

Só não vimos nenhum vinho brazuca, mas o Maurilio disse que pretende reparar este erro brevemente. rs

Saímos de lá pro hotel com tempo de tomarmos um banho e nos prepararmos pro jantar.
E no caminho de volta tivemos uma breve revolução com as generais Dé e Lourdes inquirindo ao Juscelino qual seria o menu noturno? Quando ele respondeu que eram algumas coisas como fígado e língua, até nós, eu e o Eymard, simples soldados concordamos com o alto comando. 🙂

Fica claro que o melhor conselho pra quem quer vir passear por aqui é estar predisposto a incluir no seu roteiro passar pelo menos umas 8 horas por dia na mesa (no mínimo umas 4 pra cada uma das refeições). Por volta das 20:30, estávamos os 4 e mais o nosso guru Juscelino, no saguão e prontos pra mais uma giornatta gastronômica.

Que neste caso teve a adição da arquitetura. Afinal de contas, não é todo dia que se janta num verdadeiro castelo perfeitamente preservado, o Verduno.

A proprietária veio nos receber (por sinal, ela era extremamente sorumbática) e nos levou à nossa mesa.

Todo o ambiente é misterioso e antigo, muito antigo.

Graças ao bom Deus (e as meninas) chegamos a um consenso e fizemos uma refeição equilibrada (pros padrões piemonteses): um “piccolo”de pimentão,…

… uma sopinha de zucca com trufas negras, …

… uma faraona (a famosa “tô fraco”) com uvas e …

… um bonet, a nossa já conhecida sobremesa piemontesa.

Mais três vinhos pro nosso caderninho …

… e quando saímos percebemos o clima enigmático da cidadezinha de Verduno.

Ainda tivemos tempo de passar em Serralunga d’Alba e participarmos da beleza e do encantamento de tudo.

Do castelo, do povoado e do céu estrelado que vimos pela primeira vez na nossa estada.

Amanhã finalmente iremos caçar trufas.
E o sol promete fazer com que tenhamos a nossa visão ampliada pra encontrarmos o adorado tubérculo.

Às trufas.

.

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Há 15 comentários

  1. Chorei de saudade!!!! Afinal tambem tenho sangue italiano (e do bom) correndo nas veias (rs).

    Vamos la:

    Barbaresco é provincia de Cuneo, tem 7 km2, populacao de 638 hab com densidade de 91hab/km2.
    Ali, bem ali, fica a familia Gaja. Isso é globalizaçao!

    Verduno: o castelo de verduno é do Sec. X. Tem origem celtica. Tem 513 habitantes em area de aproximadamente 7km2.

    No final desse giorno eu estava arriando os pneuzinhos. Mas nao arriei. Nao podia!!!

    Edu: acho importante dizer que o chef (Maurilio) ao perceber o “ritorno dos gnhocci” mandou a mesa outro prato em substituiçao, com as desculpas da cozinha. Nao precisou pedir (nem fariamos isso com tanta comida) e nem reclamar. Algo que nao é comum. De outra parte nosso almoço terminou as 18horas com um brinde oferecido pelo chef, na cozinha, um Dom Perrignon em homenagem ao nosso guru e os novos negocios deles.

    Gaja: tudo que se falar será pouco. Como disse o Edu ninguem chega la a toa ou por acaso. Cada detalhe da vinicola foi pensada. Inclusive o projeto arquitetonico (eles nao deixam fotografar internamente). As barricas ficam estrategicamente no subsolo, com temperatura invariavel e com limpeza de sala de cirurgia. Uma familia que soube manter a tradiçao e se modernizar ao mesmo tempo.

  2. Gente, gente, gente!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    Tô passando mal com tanta comida!
    Que espetáculo de dia! Nada como viajar com “a chave do paraíso”, leia-se Juscelino.
    É mesmo de chorar, Eymard, ver registrada uma jornada tão fomidável.
    Essa viagem de vocês, que rendeu tantas lembranças maravilhosas, vai durar por muitas gerações.
    Aquelas abobrinhas em flor, me fez salivar.
    Beijos

  3. Eu mesma sou uma gaja (com j, lê-se gaja he he) que está aparvalhada com tanta coisa boa, excepto a carne crua que eu cá sou gaja mas não sou vampira 🙂
    é cada trufalhão que mete medo, um dia ainda quero provar disso nem que tenha que andar de focinho no chão como as porquinhas!

  4. Sócio, você, tão passional! rsrs
    Eu não acho tão importante, não. Na verdade acho que seria uma obrigação em toda situação que isso acontecesse.
    E eu não sou tão poeta assim! 🙂

    Sueli, nós também passamos.
    Certo que esta viagem se transformou em inesquecível.
    E calma-te que nem chegamos a caçar as trufas ainda!

    Ameixa, comentário sensacional. rsrs
    Gaja com j. É o que você é!
    Agora, porquinha, não. Não se usa mais. Agora a moda é cachorro! rsrs

    Abs trufados a todos.

  5. Edu, essas trufas brancas estão me matando …
    Não sou chegada às penosas, mas essa faraona eu encarava com gosto!
    Que delícia essa adega, qdo vi o Rino lembrei logo do Monteiro Lobato.
    Que programação intensamente feliz!

    Concordo com a Sueli, que abobrinhas …
    Quanto à caçada, deve ser que nem filme, mas creio que eu dispensaria e iria direto ao tubérculo pronto para ser ralado, sem disputar ocm cães ou porcos…

    que bom que ainda teremos mais abraços trufados!

  6. Madá:ainda teremos muitos abraços trufados; carnes crudas e outras coisas mais!! Tenho certeza de que nao se arrependerá acompanhando cada giorno!!!

  7. Edu e eymard
    O Quinto Giorno está uma beleza!
    Parece que a chuva deu umatrégua e as coresoutonais prevaleceram.
    Quanto ao menu e aos vinhos, uma verdaedeira delícia…
    Aqueles “cones” de frutoa do mar eu já conhecia, estão na moda no Rio…
    Curiosidade mata: de onde saiu aquele time só de meninas?
    Abração
    Beth

  8. Beth,
    o time feminino era composto de casais paulistanos, amigos do Juscelino, que estavam pela região. Nos encontramos na caça as trufas, no Gaja e no Castelo de Gabiano (que o Edu ainda vai postar alguns “giorni” adiante). Abraço.

  9. Mari, sabe que eu ainda salivo a cada vez que posto? rs

    Claudia, eu gosto até de língua! 🙂

    Madá, o dia da caçada está chegando. Foi muito divertido!
    Aguarde a super Kira! rs

    Beth, desconfio que aqueles cones não são iguais aos do Rio. Os daí são de papelão?
    O Eymard já respondeu a sua pergunta. Só não falou que os homens ficaram com ciúmes de não sairem nas fotos! rs

    Chopp, não tem mesmo. E só bebemos vinhos!

    Abs trufados pra todos.

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