06/11/10
Piemonte – Sesto Giorno – Um Coppo cheio de trufas.
O dia começou bem cedo. E com uma expectativa daquelas.
Pela primeira vez, desde que chegamos ao Piemonte, veríamos como é isto tudo com o belos complementos da luz do sol e do nevoeiro .
E é como o esperado: lindíssimo.
As nuvens se movimentam numa velocidade estonteante e se num momento tudo está enevoado, …
… num outro tudo está iluminado e dum jeito tão especial que só nos resta agradecer ao Criador por tamanha beleza.
E ou não é de deixar o corpo e a mente num estado elevadíssimo?
Depois deste verdadeiro devaneio, pegamos a estrada pra nos juntarmos ao grupo e participarmos duma verdadeira caçada às trufas.
Encontramos com o Stefano Aprile, um verdadeiro trifulau que nos levou até o bosque onde ele encontra as pepitas de ouro do sabor.
Antes, ele nos explicou como e porque os tartufos (especialmente os brancos) nascem somente nesta região do mundo. Coisas de solo específico; de árvores específicas (ah, estes italianos…).
Mãos à obra. Ou melhor, patas à obra já que a Kira (ou seria Kyra? Não perguntei), a cachorra que teve o seu faro treinado pra encontrar o tartufo, trabalhou bastante e encontrou um montão deles.
O trabalho é aparentemente simples. rs
A cachorrinha anda bastante, para e começa a cavar. O trufilau corre até onde ela está, cava mais um pouquinho e nos mostra a belezura.
Contabilizamos um montão (especialmente as não tão valorizadas negras), …
… passeamos um tempão apreciando a natureza, …
… e o ar puro, além de nos divertirmos muito com as galochas e sapatos usados pra passearmos pela lama.
Realmente interessante e com uma cara daqueles passeios que você faz na África do Sul com aqueles leões “famintos”. Vocês entenderam, né?
Dali fomos pra cidade de Canelli conhecer a venerada vinícola Coppo.
E por incrível que pareça o tour foi mais encantador ainda que o da Gaja.
O nosso guia foi o Edoardo (que belo nome!), genro de um dos sócios e aficionado pelos vinhos que eles produzem por lá.
Conhecemos todo o processo de criação dos produtos e nos envolvemos com os lugares onde isto tudo acontece.
Adegas antiquíssimas (o Duto tirou umas fotos incríveis), …
… com ambientes rústicos …
… e história.
Muita história.
Pra melhorar ainda mais (se é que isso poderia acontecer), fizemos uma refeição exatamente igual a que a Dé disse que estava sentindo falta: o próprio Edoardo cortou salames cozido e cru,…
…, queijo parmeggiano regiano, …
… uns grissini espetaculares (cotação do guia Light’s: #####) e que eu fiz questão de encher os bolsos com eles …
… e vinhos Coppo. Ótimos vinhos Coppo.
Só nos restou comprar, cada um, uma caixa com 6 Pomorosso (né, sócio?) e irmos todos pra Alba, o centro comercial de toda a região.
E pra quem gosta de chocolate, especialmente do seu cheiro, Alba é o lugar.
Lá fica uma fábrica da Ferrero e a cidade cheira literalmente a chocolate. O dia todo!!
Passeamos e muito …
… pelo efervescente comércio, …
…compramos utensílios de cozinha, ingredientes, vinhos, …
… um montão de coisas relacionadas ao tartufo na Tartufi & Co, a bela loja do Stefano o nosso trifulau e, é claro, …
… trufas.
Muitas trufas. (na verdade, umas duas!! 2500Euros o Kg 🙂 ).
Escureceu e voltamos ao hotel.
Tínhamos reservado uma mesa no Dulcis Vitis, o restaurante do chef Bruno Cingolani que conhecemos ainda em São Paulo, num jantar sobre trufas e exatamente no Piselli do grande Juscelino.
É, este mundo é uma ervilha mesmo! Ou seria uma grande abóbora?
E foi um desfilar de ótimos pratos e vinhos.
Os trabalhos foram abertos pela dupla prosciuto/brinde.
Logo após, a redescoberta do cardo, um vegetal com um gostinho de alcachofra que a Dé simplesmente adorou.
É claro que experimentamos os grissini (Guia da Lâmpada: 19,5 lumens)
Na sequencia, uma salada fresquíssima com ovos com a gema mais alaranjada que já vimos e uma mussarela de búfala que derretia na boca.
Pra variar, comemos trufas (brancas e negras) de tudo o que foi jeito.
Na pasta e …
… no risotto (repare que estas foram as que “caçamos” de manhã com o pequeno apoio da Kira).
Pausa pra mostrar um dos “n” vinhos que tomamos, todos chancelados pelo Cingolani e pelo Juscelino.
Comemos uns queijinhos (ê, gula! rs) e um pêssego em calda tão leve e saboroso que mesmo neste momento de puro fastio, pareceu ser uma me-ra-vi-glia!
Conversamos muito, trocamos cartões com o Duto e a Mônica (eles iriam embora na sexta) …
… e fizemos um social com donos de vinícola (Coppo e Vietti) que estavam por lá, …
… além dum papo furado com alguns italianos e uma última saudação ao grande chef Bruno Cingolani.
Você quer falar o nome dele como ele falaria? Então diga bem espaçadamente: tchiiiiiiinnnngoolaaaaaaaaaaaani!
Pronto! Mais um dia chegava ao fim e tivemos e plena certeza que a comida é realmente o que representa melhor o espírito piemontês.
É através dela que amizades são reafirmadas, que inimizades são confirmadas e que, quem sabe, inimizades se transformam em amizades. O nosso caso, certamente foi o primeiro.
Ah! Estes italianos, tão passionais.
Arrivederci.
.
Há 15 comentários
Mais um giorno especial! Edu e De as imagens ficaram especiais. Mas, convenhamos, a esta altura a mente pode “flutuar”, mas o corpo…..(rs)
Concordo com a sensaçao de “terroir” do Coppo. Uma vinicula com alma italiana impregnada. E que vinho!!!! Belos vinhos. Reparem no Parmiggiano. Era de comer ajoelhado!
Cingolani, como eu havia adiantado, é um extraordinario chef. Inventivo, apaixonado e simpatico. Pelo visto é muito querido pelos colegas. Encontramos por la, jantando despretensiosamente, toda a familia Bovio (do restaurante Bovio que tinhamos ido no inicio da viagem).
Comentario fast, para manter-me no clima da postagem (rs). Bjs e abraços a todos.
Uau… este post está simplesmente de tirar o fólego… que fotos!!!! Que experiência incrível!! Fiquei MORRENDO DE INVEJA de vocês inclusive rsrsrs… um dia farei esta viagem. Adorei Edu. Fala para a Dé que ela tá arrasando nas fotos. Um beijo pra vocês.
Gente!!!!!!!!!!
Que giorno!
Que viagem!
Que comidas!
Que amigos!
Que vinho! Plagiando o Eymard
Tudo maravilhoso.
Edu, não me arrisquei a dizer que era a Kira no template, eu fiquei com a impressão que ela era toda pretinha, talvez por lembrar da minha última cachorrinha.
Beijos
EDU,
O cardo é usado em Portugal, pelo menos na região do Azeitão, para talhar o leite.
Gostaria de ver e experimentar esse vegetal, principalmente se a Dé gostou, pois temos gostos muito parecidos.
cool
Que fotos!Que degustação!
Adorei essa excursão às trufas, parece uma ilustração do livro do Peter Mayle, quando se ele se dedica a descrever a caça às trufas, só que na França e além dos cães havia porcos…
Gostei de saber o título do especialista: trufilau
Isso existe Edu, ou faz parte do vocabulário Gault Milluz ?
Sócio, este dia foi especial. Espeeeciaaaaaaaaal!
Luciana, já falei: façam esta viagem. O lugar é demais! demaaaaaaaisss!
Sueli, pretinhas só as trufas! Que viaaaaaaaagemmm!
A Dé adorou o cardo! Caaaaardoo!
Johny, and beautifuuuuuuuul!
Madá, porco por lá, só nós mesmos chafurdando na lama! rs
E a palavra existe: é trifulau.
Tá vendo o que dá inventar algumas coisas.
Abs tartufaaaaados pra todos.
Edu & Eymard
Maravilhoso “sesto giorno” no Piemonte.
Esperava ansiosa pela experiência da caça as trufas.
Aquela coisa de colocar a mão na massa e enfiar o pé na lama! E que lama! Eu adorei a aventura.
Também quero!
Mada,
de Gault Millau para “Gault Milluz” foi ótima sacada!
Diz-se: esta foi “infame”!
No pulo!
LuciaC, foi o próprio Edu que lançou, em outro post, uma série de guias “Luz e Guércio”, são ótimos, resolvi reforçar.
Espero que esteja tudo certo com voce na região serrana.
Madá e LuciaC: bem lembrado pela Madá – espero que esteja tudo bem na regiao serrana de Lucia. Pelo que vi, pela internet, a coisa anda feia por ai. Realmente nos “empreendimentos” “Luzguercio” os guias serao um atrativo especial (rs).
Que lugar maravilhoso, que vista, que oportunidade de ouro.
LuciaC, da lama à trufa!
Madá, todos somos autores dos pretensos guias.
Sócio; Luzguercio, Edymard, Eydu, LoNgueluz, tanto faz!!
Gelateria, e os gelatti?
Abs tartufosos per tutti.
Oi, Edu. Tudo bem?
Aqui é a Laura, repórter do site da revista Época – epoca.com.br.
Estou fazendo uma reportagem sobre trufas brancas e gostaria de saber se você ainda tem o contato de quem te levou – ou te indicou – o Stefano!
Abraços e muito obrigada;
Laura
Laura, já te mandei um email.
Abs tartufados.