Início » Arquivos » dcpv – da cachaça pro vinho – a grande batalha intergaláctica: bimby x panela de barro.

dcpv – da cachaça pro vinho – a grande batalha intergaláctica: bimby x panela de barro.

número 285
05/04/11

dcpv – A grande batalha intergaláctica: Bimby x Panela de Barro.

Eu me chamo EduLuz
De Ferraz, grande cidade
Vou mostrar pra todo mundo
A batalha desigual
Entre a Bimby e a panela de barro
Entre a tecnologia e a matutice
Qual resulta no melhor sabor? (nham, nham, nham, nham. Este nham nham é de duplo sentido. )

Não precisa nem dizer que eu não sou poeta e que nem manjo nada de literatura seja de cordel, seja da mais rastaquera possível.

Mas estando próximo de fazer o meu curso sobre a utilização correta da minha Bimby (será na próxima quarta), resolvi praticar e fazer um menu só com as receitas dos grandes chefs portugueses, Vítor Sobral incluso.

E aí me veio a cabeça uma ideia: por que não fazer também alguma receita com uma simplória panela de barro?

E a questão básica não é nem comparar o resultado de cada uma das vertentes, mas sim, perceber as nuances dos sabores de cada uma.

Portanto, prepare-se pro grande confronto.

Aqui no dcpv
Vai rolar uma degustação
Você só vai ver
E nós vamos comer (nham nham nham nham. Mais uma!)

Xiii, esta ficou pior! rsrs

Entradas

1 – Creme de abóbora e maçã reineta com espuma de parmesão. 

Ingredientes: 1 abóbora, 1 maçã, água q.b, sal q.b, 100 gr de natas, 50 g de parmesão em lascas
Preparação: Pra preparar o creme, corte a abóbora e a maçã em pedaços.

Coloque os pedaços no copo, cubra com água e tempere com sal a gosto.

Deixe cozinhar 17 Min/90°/Vel 1. Terminado o tempo de cozedura, triture durante 15 seg/Vel 5 e mais 30 seg/Vel 7.
Pra preparar a espuma, coza as natas durante 3 Min/60°/Vel 2 e em seguida 15 Seg/Vel 7 de maneira que fique espumoso.

Sirva o creme e, em seguida, verta suaves porções de espuma. Espalhe a gosto e aleatoriamente as lascas de parmesão e sirva.

Comentário: uma receita esquisita que resultou numa sopa bastante rala. Mas com a adição da espuma de natas e, especialmente das lascas de parmesão, ela ficou um pouco mais encorpada e saborosa.

2- Gaspacho de morango com salada de tomate cereja e queijo chevre

Ingredientes: 250 g morangos lavados, 1/2 cebola, 1/2 pimentão vermelho, 1/2 pimentão verde, 1 dente de alho, 1 c. sopa vinagre, gelo, 10 tomatinhos vermelhos, 10 tomatinhos amarelos, sal, pimenta e açúcar q.b, azeite q.b, 10 folhas de manjericão, 1 queijo chévre.

Preparação: Coloque os morangos, a cebola, os pimentões, o vinagre e o alho no copo.

Triture na velocidade 7 durante 15 seg até obter um creme espesso. Adicione alguns cubos de gelo e bata novamente na mesma velocidade durante 1 min.

Refrigere cerca de 1 hora para apurar.

Numa taça misture o tomate cortado em metades, com um pouco de sal, açúcar e azeite.

Adicione as folhas de manjericão picadas, as fatias de queijo e sirva.

Comentário – É um gaspacho de  morangos. Temperado, refrescante, saboroso, enfim, um condimentado gaspacho de morangos. A Dé adorou!

3 – Creme de amêndoa com ovos de codorniz e trufa preta

Ingredientes: 100 g cebola cortada em quartos, 200 g alho francês só a parte branca cortada em rodelas, 1 caldo de galinha, 180 g amêndoas sem pele, sal q.b., 1 litro de água, 8 ovos de codorniz, 2 trufas pretas.

Preparação: Coloque no copo a cebola, o alho francês, o caldo, as amêndoas, o sal, a água e programe 17 Min /100ºC /Vel 2.

Programe 1 Min e vá progressivamente até à Vel 7. Sirva a sopa com os ovos e a trufa raspada por cima.

Comentário – Aproveitei a trufa preta, resquício da viagem Piemontesa e fiz esta receita que é bem estranha, especialmente devido a textura das amêndoas. Fica parecendo uma daquelas “papinhas de bebê”, só que com uma tremenda personalidade. Até a D Vera (a minha sogra) pediu a receita.
Resumão – Um passeio divertido sobre o mundo bimbístico. Texturas, fluidez, sabores; tudo muito bom. E que fique bem claro que quem quiser experimentar, basta adaptar toda esta parafernália pro simplório liquidificador.

Vinho – Cava Segura Viudas Heredad Espanha, já que até gaspacho tinha no menu. Achamos “efervescente, festivo, alça de caixão, viuva alegre, michelesco” (deu pra perceber que a Re estava nos visitando já que estamos fechando a programação pra reunião de número 300. Aguardem as novidades).

Principal – Moqueca de Siri.

Ingredientes – 1 maço de coentro, 2 tomates maduros, 1 cebola, 2 dentes de alho amassados, 1 colher de sopa de  sal, 3 colheres de sopa de azeite, 1 colher de sopa de colorífico, suco de l limão, 500 g de carne de siri desfiada.

Preparação : Ponha o colorífico já dissolvido em 3 colheres de azeite numa panela de barro.

Junte o alho, a cebola, o tomate e um pouco do coentro picadinhos.

Depois de 2 minutos, acrescente o siri e o vôngole desfiados. Tampe a panela e deixe cozinhar durante 15 minutos.

Antes de retirar do fogo, junte o suco de limão e o resto do coentro.

Comentário – Uma moqueca feita numa panela de barro é covardia! A Bimby vai ter que “camelar” bastante, ou melhor, eu terei que aprender muuuuuito pra superar o sabor caipirão!

Pra comemorar, tomamos um clássico brasileiro (afinal de contas, degustamos um clássico da culinária tupiniquim) o vinho tinto Lidio Carraro Tannat 2006. Ele foi “tá lá, picante, mateusa, lidio carvalho, rondé” segundo os repentistas.

Sobremesa – Zabaiaone

Ingredientes – 250 g de vinho branco, 130 g de açúcar, 2 ovos, 4 gemas.
Preparação : Coloque a “borboleta” e todos os os ingredientes no copo. Programe 7 min, temp 70ºC, vel 3.

Sirva quente ou frio em taças de vidro transparente.

Comentário – É um doce tradicional e muito gostoso. Não precisa nem dizer que foi facílimo de fazer, né?

Eis a opinião dos cordelistas juramentados:

Grande duelo: bimby x panela de barro. Tecnologia e tradição. (Edu)
Bimbão. (Mingão)
Sussa! Belíssimo. (Deo)

Bom é isso aí. Houve um vencedor? Claro que não.
Sabendo usar cada um dos apetrechos, o resultado final será sempre satisfatório e prazeroso.

Acabou a batalha
Do “muderno” com o antigo
Quem venceu, meu amigo?
E isso nunca falha
Olhando pro meu umbigo
Não importa a tralha
Que se usa na comida
O que importa realmente
É que vai tudo pro “estomigo”!

Vixe, acho que já sei qual será o meu próximo curso.
Hasta.

.

 

 

 

Assinar blog por e-mail

Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por e-mail.

Há 14 comentários

  1. Edu, você NUNCA deixa de nos surpreender! Esse duelo narrado no cordel foi de chorar de rir. Sem contar que, vendo essas fotos-delícia-pura, na minha cabeça só ecoa nahm-nham-nham-nham-nham!

  2. Nada a acrescentar aos bem lançados comentarios (rs) da Mari e do Luis. Um dos melhores e grande idéia, haja criatividade!!!! Um poeta. Um visionário. Um quixote das panelas!!!! Bravo!!!!

  3. … E lá vem o seu Edu,
    ixibi o maquinário,
    pra provocá nosso estomigo,
    e deixá desassossegado nosso imaginário, nham..nham.nham FANTÁSTICO, EDU!

  4. Edu
    Mas vocé é um cozinheiro muito do porreta!
    Este seu post sobre panela de ferro está demais…
    O que é esse creme de abóboras com maçã???
    E olha que eu não como abóbora!

    Bjs.

  5. Beth,
    isso nao é nada!
    Eu também troquei as panelas….nao sei porque também achei que a panela era de ferro e nao de barro. Em Minas se usa muito panela de pedra.

  6. Edu,
    Beleza de duelo!
    Sua fonte de criatividade é inesgotável.
    Quando o talento é usado na medida e adequadamente, não tem erro.
    Nhan, nham, nham, esses caldinhos estão demais! Amêndoas com trufas negras é de chorar!
    Guardadas as devidas proporções, fico com a panela de barro.
    É possível fazer uma Moqueca de siri na Bimby?
    Mas na panela de barro a gente faz tudo, né?
    Amei!

  7. Eymard
    Tanto panela de barro como de ferro são ótimas para comidas típicas!
    Meu genro faz Barreado, comida típica do litoral do Paraná, em panela de barro. É o que há de bom…
    abs.

  8. Mari, então eu vou me matricular o mais breve possível numa escola de cordel. As poesias eram sérias! 🙂

    Scalabis, que legal que gostou. E aposto que foi da panela de barro, né não?

    Sócio, Quixote? Eu?
    Êpa, gostei da referência!

    Mara, eu tinha certeza que você faria uma quadrinha! E sabe que ficou boa? Especialment o nham nham! 🙂

    Beth, obrigado. E você demonstrou que cozinha bastante também! Panela de ferro? rsrs (Eu vi que você corrigiu …)
    Dodô, me acuuuda!
    Sabe que também não somos muito fãs de abóbora por aqui!

    Sueli, duela a quem duela!!
    A minha sogra adorou mesmo a papinha de amêndoas! rs
    Tanto é possível que eu já fiz. E ficou boa!
    A diferença com a de barro é que como se tem que prestar um pouco mais de atenção, se toma menos vinho! rs

    Abs cordelizados pra todos.

Dê a sua opinião, please!