30/06/2011
Dia diez – Espanha – Madrid – Tour de tapas. Comestíveis,claro!
Acordamos até que cedo, tomamos o café da manhã e fomos ao museu. E este é muito fácil de se visitar, pois fica no subsolo do hotel.
O proprietário da cadeia hoteleira Derby tem como hobby colecionar arte, especialmente egípcia. Neste caso,ele guarda uma parte do seu acervo tanto na decoração dos quartos, como neste museu.
Logo após, fomos passear pela região da Puerta del Sol.
A primeira parada foi na Casa de Diego, fundada em 1858 e especializada em fazer leques e paraguas. Não precisa nem dizer que compramos algumas coisinhas. E nem o que é um paraguas, né?
E como era o primeiro dia das rebajas, a famosa liquidação, tentamos dar uma passada no El Corte Inglés, o Mappin espanhol. Claro que não encontramos muita coisa legal (como na maioria destes eventos), além da muvuca ser imensa.
Preferimos continuar explorando a região e passando pelos cartões postais.
A estátua do Urso e do Medronheiro era um deles. Não se asssuste, medronheiro é somente uma árvore típica que dá uns frutinhos vermelhos que servem pra fazer licores, aguardentes e conservas e que pelo visto, os ursos gostam bastante deles.
Voltamos ao hotel e nos preparamos pra almoçar no restaurante do chef David Munhoz, o DiverXo.
Ele faz uma cozinha fusion (quase peruviana) e tem uma característica que no nosso caso seria quase que impeditiva pra ir lá: não permite tirar fotos de qualquer prato. Eu particularmente acho uma política errônea, mas como o estabelecimento é dele e está sempre cheio, não sei não …
O sistema de reservas feito somente através da Internet também é muito interessante. Dizem que não se consegue lugar antes de um mês. Esta experiência foi tão bacana que será melhor descrevê-la separadamente (xiiii, teaser de novo?).
Depois deste excelente e surpreendente almoço, resolvemos fazer um passeio a pé pela região do Prado que constava do Guia Visual da Folha.
Descemos a rua do hotel (o Congresso fica bem na frente), …
… passamos pela Fonte de Neptuno, …
… pelo Museo del Prado (não entraríamos hoje) …
… e belíssima região, …
… “secamos” o hotel Ritz, …
… o Parque del Retiro (o Ibirapuera deles, guardadas as devidas proporções), …
… a Puerta de Alcalá e voltamos pro hotel (não se esqueça que em Madrid os quarteirões são imensos) …
… pois tínhamos marcado um passeio turisticão ao extremo: um Tour de Tapas com duração de aproximadamente 4 horas.
O encontro com o nosso guia seria as 20:00 hs (portanto, com sol a pino) bem em frente a estátua do Urso e do Medronheiro que é uma famosa referência na capital espanhola.
E o começo foi muito bom, pois estranhamente chegamos adiantados e o comandante, o Jorge, ligeiramente atrasado. As apresentações foram feitas (éramos 10: 3 irlandeses, 5 americanos e 2 ferrazenses).
A primeira parada foi numa sidreria, a El Escarpin.
É um lugar extremamente antigo com detalhes do século passado e muito interessante.
Experimentamos a tal sidra que, cá pra nós é bem ruinzinha. O truque pra deixá-la um pouco melhor, ou menos ruim, é tomá-la logo após ser servida desta maneira:
Ou seja, com a maior distância possível da garrafa ao copo. Segundo explicações, deste jeito criam-se bolhas e ela parece um espumante. Doce ilusão! 🙂
Pra ver se a coisa descia, comemos umas tapitas de chouriço, batatas bravas e pãozinho.
Até os irlandeses, páreo duro quando se fala em bebida, recusaram a segunda dose.
Continuamos, passeando pela elegante Plaza Mayor …
… por lugares bacanas no centro (o guia informava bastante sobre história e arquitetura) …
… e registramos o marco zero da Espanha, de onde são medidas todas as distâncias rodoviárias espanholas e que fica na Puerta del Sol.
O nosso próximo destino seria um bar especializado em sherry, ou melhor, jerez. Este é mais antigo que o anterior e frequentado somente por madrilenhos antigos e da “chemma”.
O La Venencia estava cheio e com muita dificuldade, conseguimos uma mesa bem lá no fundo.
As fotos eram proibidas, mas como a chance dos proprietários nos processarem era muito pequena, a Dé usou alguns “no te compreendo” e tirou algumas.
Experimentamos dois tipos de jerez (que são bastante secos e viciantes): um fino e um amontillado.
Foram acompanhados de excelentes azeitonas verdes (elas são quase cruas e totalmente diferentes das que estamos acostumados a comer) …
… salames às pencas, pães e amendoinzinhos.
Tudo muito bom e o tour começava a ganhar corpo. Próxima parada, o Meson el Lacòn, um genuíno e verdadeiro bar de tapas.
A entrada é bem definida.
E a subida também.
Tomamos um excelente vinho tinto Roble Ribera del Duero Protos 2009.
E experimentamos um montão de tapitas. Croquetas de jamon (guia 4quetas = 10) e de setas, os famosos cogumelos (guia 4quetas : 9), morcillas saborosas, …
… pimentão recheado com bacalhau, …
… aspargos fresquíssimos (mais um que a Dé adorou) …
… e pasmem, tripas ou melhor dizendo, dobradinha e das boas.
Nesta eu suplantei os irlandeses e fiquei com uma cumbuquinha só pra mim. Os meus conceitos sobre dobradinha foram revistos. A próxima vez que estivermos em Madrid, como de novo! 🙂
O lugar é incrível. Também com um horário destes de funcionamento.
Próxima e última parada do Tour de Tapas; segundo o guia iríamos jantar.
A Dé fez menção de ir embora. Eu estava quase capitulando quando ouvi a palavra mágica: Pulpo!
E lá fomos nós todos pro restaurante Terra Mundi praticar aquilo que os espanhóis fazem tão bem que é comer e conversar (não necessariamente nesta ordem).
Começamos tomando um vinho branco Albarinho de Rias Brancas. O nosso guia que era um xenófobo militante disse que Portugal era o quintal da Espanha quando eu citei que esta uva era tipicamente portuguesa.
Ele fez o pedido. Legumes crocantes,…
… huevos revueltos, …
… e o tal Pulpo a Gallega que realmente era o melhor que eu já comi (e ninguém pode me acusar de não ter experimentado!).
Ainda tínhamos as sobremesas. Castanhas com um tipo de brigadeiro …
… e excelentes panquecas de queijo..
Uau! Só nos restou nos despedir da nossa turma (acreditem que os irlandeses ainda tinham nos convidado pra tomar umas caipirinhas!) e andar até o nosso hotel pra fazer a digestão.
Que com este visual, complementou magnificamente a noite. Nada mal, né não?
Hasta.
Acompanhem os dias anteriores da viagem:
Dia Uno – Espanha – La Rioja – Marques de Riscal, o hotel.
Dia Dos – Espanha – La Rioja – Museu do Vinho e cidadezinhas bacanas
Dia Tres – Espanha – La Rioja – Bodegas maravilhosas e arquitetura não menos
Dia Cuatro – Espanha e França – La Rioja e Bordeaux – Final de semana em Martillac
Jour Cinc – France – Bordeaux – Passeando e entrando no mundo dos Premieres Grands Crus
Dia Sei – França e Espanha – País Basco – Você sabe o que é euskera? Pintxo você sabe, né?
Dia Siete – Espanha – País Basco – Guggem..heim?
Adendo do dia siete – Espanha – País Basco – Restaurante Mugaritz
Dia Ocho – Espanha – País Basco – San Sebastian do Rio de Janeiro?
Almoço do dia ocho – Espanha – País Basco – Mais um top 50. Martín Berasategui
Dia nueve – Espanha – Nós fomos as touradas de Madrid
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Há 3 comentários
esse post me levou para uma música que insistia em nao sair da minha cabeça: começar de novo…
Tantos tapas, e mais tapas, e mais tapas…..mas, claro, nao podia faltar o “pulpo”. Imaginei a Dé fazendo o sinal da cruz e vamos lá!
Ele tem razão, Portugal é o quintal da Espanha. Se não fosse este quintal… os espanhóis não comeriam ha ha
Escapou-me muita coisa quando fui a Madrid há quase 10 anos, tenho que lá voltar!
Sócio, por incrível que possa parecer, o tour não foi repetitivo e muito menos maçante. O problema é que estávamos cansados. Andamos o dia e praticamente a noite inteira (o que aumentou a nossa fome! 🙂 ).
Ameixa, discordei de pronto. E você estava meio que sumida, mas tinha certeza que reapareceria depois deste comentário infeliz do guia. rs
Abs lusos pra todos