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dcpv – da cachaça pro vinho – vito ou vitóra?

10/09/2011

dcpv – Vito ou Vitóra?

Foi mais um daqueles jantares marcados e remarcados n vezes.

A Lu Bettenson do excelente blog Rosmarino e outros temperos e o Mike, esposo dela, são pessoas que brevemente se tornam os seus melhores amigos. Sabe quando o papo flui fácil e você não vê o tempo passar? (mais uma vez aquela lei de “que quando você está se divertindo, o tempo passa rapidinho” prevaleceu)
Pois foi exatamente isso o que aconteceu. Já tínhamos saído algumas vezes juntos e até um interblogs fizemos, o 31º , lá na casa de praia e com a presença ilustre da Marcie e do Ciro.

O problema é que já fazia um bom tempo que estávamos programando uma nova exploração a um bom restaurante. E neste caso, um dos dramas além das agendas, era escolher um lugar bacana. Amadeus? Cosi? Oryza? Picchi?

Do nada lembrei do Vito Restaurante. Se bem que não foi bem do nada, pois já tínhamos ido lá  há um tempão, mais precisamente em 2008  num encontro da turma da LBV e ficamos com uma ótima impressão da comida do André Miffano (foi bem antes dele ter ganho o prêmio de chef revelação da Vejinha em 2009 ).

Combinamos, a Lu reservou (é bom fazê-las quando quiser ir) e às 20:30 hs estávamos lá (é cedo, mas a turma que dorme com as galinhas, leia-se Dé e Mike, exigiu este horário).
Surpreendentemente chegamos antes (prepare-se pra grandes emoções pois o Vito não tem estacionamento e muito menos o famigerado vallet) e percebemos que visualmente o lugar permanece o mesmo. Bastante pequeno, aconchegante e com o André pilotando pessoalmente as panelas.

Conversamos muito sobre tudo: viagens, filhos, planos e enquanto isso, escolhemos os pratos dum menu pra lá de interessante.

O André andou se especializando em porcos e os pratos giram em torno dele. A barriga, que ele faz de várias maneiras, se tornou uma referência do Vito.
Lu  já sabia disso e afirmou que teria que experimentar.

Portanto, resolvemos pedir duas entradas pra dividirmos. Uma com um prato de salumeria feito no próprio restaurante …

… e a outra, a tal barriga de porco cozida ao leite e com sálvia (pancetta al late e sálvia).
Uau! Esta barriga é praticamente um “tanquinho”. Gostosa, com a quantidade certa de gordura e com a capa pururucada. Uma verdadeira delícia.

Os principais também estavam escolhidos e aí, de acordo com a minha participação no ótimo suplemento do Estadão, o Paladar (estou ficando chic. E ilha de Caras que nos aguarde! rs), pedimos a presença da sommelier pra nos indicar  um vinho apropriado. Ela foi nos mostrando a carta e o segundo vinho era um tinto Centine IGT justamente do Castelo Banfi, um lugar marcante tanto numa viagem nossa (ficamos hospedados lá), como da Lu e do Mike que foram almoçar na La Taverna  junto com um grupo de amigos.
Resultado da consulta? Um vinho perfeito. Tanto que tomamos duas garrafas!

É claro que os principais seriam massas. Ainda mais sabendo que elas são feitas todas na casa.
A Lu escolheu um (eu acho que foi) Ravioli de Maiale con Pistacchi, tremendos raviolis de carne  de paleta suina e pistache em molho de vinho tinto, mascarpone e cogumelos .

A Dé foi num prato que não está no menu, mas que através duma dica do amigão Flávio Federico, nós pedimos. Um spaghetti alla arrabiatta saboroso e com a pimenta na medida certa.

O Mike foi conservador e escolheu um Fettuccine ao Ragu Bolognesi Tradizionale.

E eu, coincidentemente, pedi o mesmo prato de 3 anos atrás (ops): uma massa fresca de agrião recheada com rabada em seu próprio molho, os Ravioli aperti di coda. .

Sabe o que que é bem legal no Vito? O André tempera as comidas e coloca o “dele” na reta, coisa que normalmente não se vê por aí. Me diga quantas vezes você foi a um restaurante e teve que ficar colocando sal no prato?

Conversamos mais um montão, bebemos mais um pouquinho, marcamos o próximo jantar e pedimos duas sobremesas no famoso esquema 4 (colheres) x  2 (doces). Um, o recomendado Torta dolce di zucchine, um bolo de abobrinhas com mascarpone, azeite e um toque especial de limão siciliano …

… e o outro, pé-de-pinoli, já que é um pé-de-moleque só que que com pinoli no lugar de amendoins. É mais conhecido como Crocante di Pinoli.

Tudo muito bom mesmo.
Nos despedimos (não se esqueça que a Dé e o Mike eram quase que a maioria! rs) tendo a certeza de que o Vito é realmente um lugar pra ser visitado constantemente e pra fazer o que eu fiz: comer o mesmo prato e perceber o quanto a comida do André evoluiu e tende a apresentar resultados cada vez melhores.

Até a próxima, Lu e Mike.

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Há 11 comentários

  1. Outro delicioso encontro e, do próximo, nao posso faltar (nao é mesmo Lu e Mike?). Eu sempre fico meio incomodado com a tal “barriga”. Só de olhar aquela capa de gordura os índices e taxas pulam. Quanto ao sal, se bem entendi, o chef faz uma comida com pouco sal e o cliente acerta ao seu gosto. Se for isso, ponto para o chef. Nao gosto de comida onde o sal predomina. Prefiro comida com menos sal, para sentir o sabor dos temperos e ingredientes (que o sal, se for excessivo, tende a ocultar). Abraços para voces.

  2. Edu, adorei o post, ficou sensacional 🙂 Tô rindo até agora com a ‘minha participação no ótimo suplemento Paladar” hahaha! Eymard, vocês estão super convidados para ir na próxima vez. Não achei a comida salgada, acho que o que o Edu quis dizer é que a comida tem personalidade 🙂 E que lua é esta que eu não vi??

  3. Impressionante como a Dé sempre escolhe o prato que eu escolheria… Mas ela ainda é bem mais aventureira do que eu… Tenho muito o que aprender com essa turma! :- )

  4. Belíssima companhia, deve ter sido maravilhoso. Massas são sempre pratos reconfortantes, tal como as amizades devem ser! Adorei o bolo de abobrinha, muito bom aspecto. A barriga de porco é que não sei se conseguiria dar uma dentada 😉 Bjs

  5. Eeeeita post-delícia! Um baita jantar desses, com dois casais maxi fofos como vcs (me falta ainda conhecer o Mike, mas ele só pode ser tão querido quanto a Lu!) só podia mesmo resultar num banquete assim 😉

  6. Lu, cheguei a conclusao de que nao entendi nada! (a historia do sal) Essa linguagem por parábolas as vezes eu me atrapalho. Mas acho que é isso mesmo. O Edu estava querendo fazer uma analogia e eu fui literal pois ouço falar em sal e já me esforço pelo movimento de reduçao sódica (rs)

  7. Sócio, vocês tem que marcar. Não se incomode com esta barriga. É uma delícia.
    Quanto ao sal, eu escrevi o contrário (está confuso?). O André tempera a comida dele com personalidade. E aí você sente o pulso do chef.
    Não que fique salgado, pelo contrário. Resulta bem temperado!!

    Lu, não ria do autojabá! 🙂 Quanto ao sócio, já falei diversas vezes. O problema é a agenda apertada que ele tem!
    Quanto a comida do André, você está certa.
    Quanto a lua, foi cenográfica. rs

    Drix, a Dé pode até escolher os mesmos pratos, mas tirante a carne vermelha, ela é bem mais eclética.

    Ameixa, foi sim. Assim como será quando estivermos na Vila Nova.
    Quanto a barriga, ela é muito macia. E o torresminho …

    Mari, eu não sei se o Mike é “fofo”, mas posso dizer que ele é muito legal.
    E a Toscana? Já comeu alguma “barriga” por aí? rs

    Sócio, párábolas? Eu? Onde estão meus seguidores? rsrs

    Abs tanquísticos pra todos.

  8. Saudade do Spaguetti alla arrabiatta. Você só esqueceu de falar que na “minha versão” o André coloca os embutidos preparados por ele mesmo. São pedacinhos do céu naquele inferno ardente de pimenta calabresa.
    Vale muito a pena. Acho que vou ter que dar uma passada por lá esta semana.

  9. Edu, foi exatamente o que disse: meus pedidos estão contidos nos pedidos da Dé, mas os dela extrapolam – e muito – os meus. Tinha me esquecido dessa diferença fundamental: adoro carne vermelha. A la Joana D’Arc…

  10. Edu, apesar de não ser o tipo de passeio que costumo fazer em minhas viagens, também já conferi a lenda do Casillero del Diablo, na Concha y Toro, próxima a Santiago. Só não tenho uma foto tão legal.

  11. Flávio, na próxima vamos juntos, pois assim nós experimentamos a tua versão, a autorizada.

    Drix, é isso aí. E tenho dito! 🙂

    Bjs apimentados.

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