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dcpv – dia cuatro – santiago – chile – nada como visitar a concha y toro junto com don melchor

20/08/2011

Dia cuatro – Santiago – Chile – Nada como visitar a Concha y Toro junto com Don Melchor.

O dia amanheceu magnificamente.

Muito sol e com o frio bem comedido.

Tomamos o nosso café da manhã numa sala especial e …

… com cara de Philippe Starck.

Hoje iríamos conhecer a famosa vinícola e quase brazuca, Concha y Toro.

Ela fica a quase uma hora do centro de Santiago e com o tempo bom, a Cordilheira é a sua visível e onipresente companheira na ida pra lá.

Chegamos e optamos pelo tour completo.

Ele dá direito a visita costumeira com degustação de 2 vinhos (um Casillero del Diablo e um Dom Melchor), a taça de cristal, uma aula especial com experimentação de 4 vinhos Marques da Concha (uma linha Premium) com queijos e pães, além do acompanhamento da sommelier.

Iniciamos pontualmente às 11:00 hs com um passeio pela vinícola.

Vimos a magnífica casa dos Concha y Toro

… e as videiras pioneiras e antiquíssimas.

Também passamos pela cave …

…  e conhecemos a verdadeira história do Casillero del Diablo (pra quem não sabe, o lugar onde se guardavam os melhores vinhos e que pra evitar roubos, diziam pros pretensos ladrões que o Diabo morava lá).

Depois disso, fomos pra tal degustação especial num espaço dentro da loja, onde uma mesa estava elegantemente montada com 4 tipos de vinhos diferentes (Merlot, Carmenere, Syrah e Cabernet Sauvignon).

A ideia seria percebermos todas as características organolépticas de cada um deles. Deu tudo certo, com exceção da atuação do sr Antonio, que se comportou como o verdadeiro Don Melchor, alterando a ordem das coisas a bel prazer e divertindo todo mundo.

A Salomé, a sommelier achou muito engraçado, assim como todos os presentes (nós quatro e mais um casal de paulistanos).

Finda a degustação dirigida (ah, ganhamos também a tábua em que os queijos estavam apoiados) …

… passamos pela lojinha pra detonar o dromedário.

Compramos um montão de coisas e voltamos pro hotel, pois precisávamos almoçar, ainda que levemente.

E escolhemos o Olivia, um restaurante ítalo/mediterrâneo.

Como precisávamos de rapidez (todo mundo estava cansado), pedimos saladas. Duas genovesas (pra D Vera e pro Don Melchor), …

… uma caprese (as mussarelas de búfala daqui não mugem como as do sex shop) pra Dé e …

pintxos de camarão e polvo pra mim (a foto não ficou legal). Água pra todos e tacinhas de Pinot Noir e de Sauvignon Blanc pra nós.

A comida foi corretíssima e o lugar é uma belezura.

Voltamos pro hotel pra dar uma descansada (este slow travel está nos cansando! rsrsrs) e fomos nos preparar pra estréia da D Vera e do Sr Antonio na comida molecular. Será que eles gostarão?
Espero que todos nos perdoem por estarmos levando figuras tão queridas pro mau caminho!

Mas, ainda antes do jantar resolvemos dar uma explorada no hotel.

Passamos pelas lojas do térreo (Brooks Brothers, North Face, Bang Olufsen) e subimos até o 21º andar onde fica a piscina.

E dá só uma olhada no visual!

Ainda mais com esta conjunção perfeita do por do sol com a cordilheira.

Caramba! Que maravilha!

Pronto. Depois desta grande homenagem da mãe natureza, só nos restou aplaudir e ir conhecer o restaurante Sukalde do chefe Matias Palomo Reyes.

Tudo se inicia pelo slogan do lugar: el saber del sabor!

Achamos tudo muito simples prum restaurante dito de vanguarda, quase molecular, o que seria um ótimo sinal.

E como a ideia era jogar o barco nas “piedras”, todos optamos pelo menu-degustação de seis tempos.

Quer dizer, sete porque este amuse chegou rapidamente.

O primeiro prato foi Ostiones rosados patagónicos com papas nativas e textura de hinojo. A textura e o sabor desta vieiras cor de rosa eram sensacionais.

Ah! Optamos pelo menu harmonizado de vinhos. Ou seja um vinho pra cada prato (bendito seja o táxi).

O segundo, Langostino austral em quinoa negra e bisque de Merquen. Podemos dizer o mesmo do lagostim quanto a frescura e sabor.

Mais um vinho, desta vez o ótimo Morandé Carmenere.

O terceiro, El Caldillo de Neruda … Caldillo de congrio com velos de letras (homenagem especial a Drix e a Isla Negra onde iremos amanhã). Duas verdadeiras obras-primas reunidas: o poema do Neruda e o do Martim. Este prato foi o resumo da noite. Só o formato poético dele já valeria a visita.

Afinal de contas, foram muitos detalhes que não poderiam passar desapercebidos: as letras esculpidas em batata e cenoura; o poema impresso num chip enorme de batata; o congrio fresco, macio e saboroso; o caldillo perfeito e ultra saboroso!

Se parássemos por aqui, estaríamos mais do que felizes.
O quarto, Plateada de Motes e setas, papas nativas confitadas e salsa de vino. Uma carne muito saborosa. Mas depois do Congrio …

A Dé recebeu um atum no lugar da carne. É claro que eu também comi!

E fomos ao vinho, um perfeito Malbec JBouchon Reserva 2006.

O quinto seria uma sobremesa muito bem bolada. Um caldo espesso duma fruta vermelha patagônica com um tronco de mandioca e mousse de chocolate.

O sexto e último, huevos de desayuno. Tivemos um certo receio antes de provarmos essa, pois já tínhamos tomado 5 vinhos e comido um montão de coisas. Será que aguentaríamos?
Mas a surpresa foi total e a aprovação, geral. Os ovos feitos dum creme levíssimo de coco e uma esfera de manga eram uma delícia. E os brioches de canela acompanhavam muito bem.

Ainda recebemos de “regalo”, uma dose dum vinho groselhal rosé muito bom. Se gostamos?
Adoramos e completamente.

Nos divertimos muito, conversamos bastante, demos muitas risadas e principalmente, comemos bem.

A questão toda é que não importa o formato, mas sim, se a entrega do esperado foi cumprida.

E neste caso, palmas pro Matias que soube transformar tão bem ideias criativas em pratos admiráveis. Sem contar que ele próprio apareceu na mesa pra conversar conosco e dizer como gostava do Brasil e dos seus amigos brasileiros (Atala, incluso).

Enfim, como diria o nosso amigo, o Benito de Paula do acordeão de Valpa, o jantar foi “impecable“.

Hasta.

Siga os dias anteriores desta viagem:
dia primero – santiago – chi-chi-chi-le-le-le. viva chile.
dia dos – chile – santiago – o museu que está na moda. e na neve.
tercero dia – chile – santiago – casas del bosque, a verdadeira viña del mar

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Há 8 comentários

  1. Impecable ficou este post! Realmente o prato de Congrio é de grande criatividade (e se voces dizem que estava saboroso, melhor ainda). Visualmente incrivel. E esse ovo? Pensei: ovo de sobremesa? Mas, claro que nao era. Voces nao estao levando o Sr. Antonio e Dna. Vera para o mal caminho! Nao! Ja levaram!!!!! (rs). E parece que eles gostaram. E muito. Gostei também do prato de Atum da Dé. Afinal, depois do pato vem sempre um atum na minha lista!

  2. Que dia perfeito, em todos os sentidos, não???? Aquela vista desbunde da cobertura do W é mesmo um negócio de dodjo. Na Concha y Toro, em novembro do ano passado, eu optei pela visita seguida de almoço harmonizado e aprovei muito – apesar do tour ser fraquinho, na minha opinião, o almoço foi muy bueno e didático. E o Sukalde… também virei fãzaça! Belíssima proposta. E gracinha o Matias, meio tímido, mas sempre contando sobre sua amizade com o Atala e seu apreço pelo Brasil 😉

    (ah! “detonar o dromedário” foi uma das coisas mais divertidas que eu li nos últimos tempos 😆 😆 😆 )

  3. Maravilha, Edu!
    Tudo lindo demais, com cara de bom e regado a carinho e alegria.
    Podia ser melhor?
    As fotos estão belíssimas.
    bjs

  4. Oi Edu, mais uma vez, parabenizo vocês, sou fã do blog. Queria saber se existem posts sobre o Peru, pois não estou achando. Como eu e meu esposo iremos no final do ano pra lá (e temos gostos bem parecidos ao de vocês), gostaria de sugestões. Tenho me empolgado com a culinária peruana, por tudo que li e vejo (ainda não provei – Fortaleza deixa muito a dever no quesito restaurantes). Um grande abraço.

  5. Edu, obrigada pela homenagem! :- ) Que prato mais poético. Que bom que foram a Isla Negra. Vou aguardar o próximo post. As fotos devem estar lindas. Para mim, cada uma de suas casas me revela um Neruda diferente.

    Em Valparaiso encontrei o Neruda comum, ordinário (pensando no significado que está mais presente no inglês do que no português). O Neruda que vive no meio de um povo, que mora em casas coloridas empilhadas em “cerros”.

    Em Santiago encontrei o Neruda amante, que protege sua amada com uma casa voltada para dentro, onde aquela história de amor poderia ser vivida tranquilamente. “La Chascona” não é mais bonita que Isla Negra, mas foi a que mais me tocou, talvez por minha torcida por algumas histórias de amor que, ainda que verdadeiras, são “socialmente incorretas”. De alguma maneira torço por esses amantes que desafiam normas em nome de um sentimento que querem viver na plenitude (acho que sou das poucas que torceu por Camila e Charles… rs).

    Mas foi em Isla Negra que encontrei o Neruda poeta. A poesia está no ar que respiramos enquanto estamos ali. Em Isla Negra reconhecemos em cada cantinho, em cada paisagem, em cada olha sobre o Pacífico, cada poema de Neruda. Além disso, foi na lojinha de Isla Negra que comprei o cartão que me trouxe até o DCPV e aos novos e queridos amigos. Isso faz da casa de Isla Negra parte de minha história.

    Conheci Neruda no dia de meu aniversário de 13 anos. Diante da notícia de sua morte, meu pai, jornalista, me explicou quem era ele e me presenteou com alguns de seus poemas. Na viagem ao Chile fui redescobrindo Neruda. Ao caminhar por cada uma de suas casas, por entre seus objetos e coleções, pude entender melhor os sentimentos que moveram aquele homem durante toda sua vida e o levaram a escrever poemas que encantam o mundo.

  6. Drix, esta foto ficou bem legal. O modelo é que não ajuda muito! rs

    Sócio, foi impecable mesmo. E não precisa nem dizer quem é que foi citado quando da escolha da Dé, né?

    Toscana Mari, quanto a tour fraquinho, estou com a Re: acho que a maioria deles são iguaizinhos. Depende muito do complemento que você vai fazer.
    Já o dromedário, pra quem não sabe, é uma mala de vinhos que cabem exatas 16 garrafas e que é claro, tem uma corcova só! 🙂

    Bordalesa Sueli, gratíssimo e aguardamos as novidades francesas.

    Drix, você está absolutamente certa quanto as casas e ao próprio Neruda. Todas são muito especiais e mostram o gênio Neruda. O poema do Congrio e o do Vinho estão na parede da de Isla Negra.

    Erika, eu te enviei um email. Você recebeu? Caso não, coloque no Google “dcpv+lima=Peru” e encontrará todos os posts. Ou então clique nas tags “lima” ou “peru” na parte direita da página principal do dcpv.

    Abs impecables pra todos.

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