02 e 03/07/11
Dia doce e médio – Espanha – Madrid – Botin, o restaurante mais velho do mundo. E ao lado, o mercado de San Miguel.
Até que enfim o calor deu uma trégua.
Na intensidade, claro. Tivemos uma queda de 10ºC. O que seria muito, se não estivesse 38ºC.
Aproveitamos o domingão (como era o primeiro do mês, a maioria do comércio abriu) e fomos às compras.
Visitamos a loja oficial do Real Madrid, nos esbaldamos de comprar sapatos na Casa Camper (imaginem, em plena rebajas. Prometi nunca mais comprar um par de sapatos no Brasil), …
… passamos pelo excelente Mercado de San Miguel. …
… que é muito mais um espaço gastronômico de alto nível …
… do que propriamente um mercado.
Prometemos voltar amanhã pra ao menos, almoçar.
Voltamos pro hotel pra levar as muambas e percebemos agentes ianques infiltrados.
Antecipei a reserva que tinha pra noite e fomos almoçar no restaurante mais velho do mundo, o Botin.
Segundo eles e atestado pelo Guiness, o estabelecimento existe desde 1725.
E parece mesmo que não só alguns clientes, como vários garçons estão por lá desde o início da empreitada.
O lugar é muito bonito e tem um ambiente espetacular. Me diz aonde você conseguiria ver esta cenografia?
E este verdadeiro museu de leitões assados no forno à lenha?
Pedimos dois copos de vinho “blanco” …
… e a Dé, o seu enésimo Gaspacho …
… que foi servido no formato old fashion, ou seja com legumes e pão cortados em cubos.
Eu inovei e pedi uma Tortilla de Gambas. Macia e com os camarões fresquíssimos.
Como principais, dividimos uma Minestra de verduras salteadas com jamon ibérico …
… e um linguado a la plancha.
Foi aí que chegou um casal carioca supersimpático e iniciamos a nossa conversa brazuca. Foi um tal de dicas pra lá, indicações pra cá e quando percebemos, já estávamos de volta ao hotel.
Ah! Conhecemos o verdadeiro sex shop madrilenho no caminho.
Tomamos um bom banho, pegamos um táxi e fomos conhecer os Jardins daqui, a região da Calle Serrano com a Juan Maria y Gasset.
O entorno todo não decepciona, apesar do motorista de ter nos desanimado o tempo todo, dizendo que deveríamos ter ido a Fuencarral, que, segundo ele, é muito mais barato.
Grandes marcas, …
…. muitas lojas fechadas (era domingo e ainda bem. 🙂 ) …
… e acabamos indo ao El Corte Inglés, que pra quem se lembra, é um espécie de Mappin upgradeado de lá.
Por sinal, a loja é excelente, pois além de apresentar muitas alternativas de compras, tem um espaço gourmet de deixar qualquer um de queixo caído.
É claro que compramos algumas coisinhas e aproveitamos pra sentar no balcão do bar pra dar uma “picada” (que é o mesmo que fazer um “nhãnhã”).
Pedimos duas copaças dum champaghe Laurent Perrier rosé (espetacularmente gelado) …
… uma tapita de burratta com tomate e aceto ...
… e uma de aliche e creme de queijo.
Tudo per-fec-to! Voltamos ao hotel (era tarde, por volta de 21:00 hs) e por incrível que pareça, conseguimos assistir ao jogo (horrível) de estréia do Brasil na Copa América (é, precisávamos descansar um pouquinho).
Recarregamos as pilhas e saímos (sim, era quase meia-noite) pra conhecer uma vinoteca bem próxima ao hotel, a Barbechera, um lugar que simpatizamos quando passamos na frente há dias atrás.
A ideia era continuar tapeando, pedindo “duas copas” dum vinho branco Chardonnay Absum 2008 e mais …
… uma tostada de alho poró e queijo …
… e croquetas de bacalhau (guia 4quetas: 8. Estava pouco temperada ou nós estávamos no limite? rs).
O lugar é muito charmoso …
… e o detalhe bacana são os barris como mesa …
… que tem moedas entre a sua base e o tampo de vidro (copiamos a ideia na nossa adega).
É claro que deixamos os nossos “reales” por lá.
Fomos dormir e acordamos pro último dia com uma ideia um tanto estranha, mas legal.
Descobrimos que não tínhamos ido em alguns lugares e que eles eram bem longe um do outro (prepare-se pra andar muito por aqui. Tudo parece ser muito perto, mas os quarteirões são imensos).
Resolvemos fazer o tour drop on/drop off do Go Madrid.
E paramos no Santiago Bernabéu, o estádio do Real Madrid, que ao que parece só será pior que o do Timão em Itaquera, na grande FV.
O tour é bom demais (se eu fosse dirigente do Corinthians, organizaria um destes pelas obras do Itaquerão, com direito a assentar tijolo e tudo o mais. Dava pra contratar um montão de craques só com esta grana).
Você inicia subindo todas as escadas (rolantes,por sinal) e quando está lá em cima tem esta visão do campo:
Pra mim, esta é a verdadeira bombonera.
Depois você desce tudo o que subiu e entra no mundo madrilesco. Mais uns passinhos e está no meio do estádio.
E mais alguns, em pleno campo. É isto mesmo, no gramado, …
… com direito a dar instruções (como se fôssemos o Mourinho), a sentar no banco de reservas …
… e a, inclusive, dar uma entrevista coletiva (ainda bem que era a Dé que estava fazendo as perguntas).
Sem contar a visita aos vestiários …
… a aula de história do futebol …
… e a enorme sala de troféus.
O Real foi considerado o melhor time do século passado, mas nós não vimos lá nenhuma das taças que o Timão tá cansado de ganhar: a do campeonato paulista! 🙂
Tivemos, inclusive, uma premonição: vejam só, eu e a Dé carregando a Taça dos Campeões ganha pelo Corinthians (e olha que nem adivinhávamos o resultado do último Brasileirão!)
É claro que o tour terminou numa lojona.
Depois disso tudo (separe pelo menos umas duas horas pra este passeio), voltamos ao ônibus turístico e a ideia era irmos ao Museu Reina Sofia pra vermos o Guernica.
Só que ficamos tanto tempo na cobertura descoberta do ônibus e tomamos tanto sol na cabeça que, quando passamos pela Plaza Mayor, não tivemos como não descer e dar uma “picada” prometida no Mercado de San Miguel.
Ô lugar bacana, por Diós! Chegamos tomando sangrias, …
… e comendo pintchos de azeitona com queijo e de pepinos com pimentão. Sabe aqueles espetinhos das festas de antigamente?
Absolutamente deliciosos. Demos mais uma volta e mais uma vez, tapeamos.
Com um rolinho de massa recheado de carne moída, outro de lomo com abacaxi e um de tomate, mussarela de búfala e pesto.
Resolvemos fazer umas comprinhas bacanas (salames, queijos, pães, frutas, etc) pra continuar no clima quando estivermos em Ferratxi di Vascontxelo, amanhã a noite.
Ah! Encerramos a viagem com chave ouro, quando decidimos experimentar duas big-ostras número 1 e as acompanhamos com duas copazzas de espumante.
Pra quem gosta das bivalves, foram as melhores que eu comi na minha vida (a Dé passou a dela).
Bom, foi isso. Achamos a Espanha muito interessante.
Desde a Rioja, onde o mundo de Bacco está mais do que presente, mas ao mesmo tempo com a arquitetura das bodegas transformando simples campos de videiras em verdadeiras obras de arte, …
… passando pelo País Basco com suas características ímpares; sua culinária; seu nacionalismo; seus valores tão enraizados …
… e finalizando com Madrid, a aparentemente moderna Madrid que convive com globalizações, mas ao mesmo tempo é provinciana o suficiente pra que todos tirem a sagrada siesta, almocem tarde e simplesmente, comam muito mais como um meio de socialização do que uma necessidade.
Enfim, como diria o governo espanhol e a família Luz (a Re mesmo não indo, aprovou esta indicação) vá a Espanha.
Hasta lá próxima (que deverá ser em Barcelona).
Acompanhe os outros dias da nossa viagem:
Dia Uno – Espanha – La Rioja – Marques de Riscal, o hotel.
Dia Dos – Espanha – La Rioja – Museu do Vinho e cidadezinhas bacanas
Dia Tres – Espanha – La Rioja – Bodegas maravilhosas e arquitetura não menos
Dia Cuatro – Espanha e França – La Rioja e Bordeaux – Final de semana em Martillac
Jour Cinc – France – Bordeaux – Passeando e entrando no mundo dos Premieres Grands Crus
Dia Sei – França e Espanha – País Basco – Você sabe o que é euskera? Pintxo você sabe, né?
Dia Siete – Espanha – País Basco – Guggem..heim?
Adendo do dia siete – Espanha – País Basco – Restaurante Mugaritz
Dia Ocho – Espanha – País Basco – San Sebastian do Rio de Janeiro?
Almoço do dia ocho – Espanha – País Basco – Mais um top 50. Martín Berasategui
Dia nueve – Espanha – Nós fomos as touradas de Madrid
Dia diez – Espanha – Madrid – Tour de tapas. Comestíveis, claro!
Almoço do dia diez – Espanha – Madrid – DiverXo. EXcelente e não é da XuXa.
Dia once – Espanha – Madrid – Segway e a parada gay. Simples rima?
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Há 8 comentários
E ela chegou ao fim! Reconheci alguns lugares e fiquei com vontade repetir. Nós ficamos hospedados ali na regiao dos “jardins”. Mas nao recomendo ficar por ali nao. Meio afastado. No Bernabeu voce chegou a ver os restaurantes que tem por la? E com vista para dentro do estádio? Um espetáculo. Mas….nao entendi….a proxima…..Barcelona? Vai pular uma? (rs)
Me deu saudade também.
Sobrino de Botin, Plaza Mayor.
Madrid!
Para almoço, janta-se muito tarde por lá.
Solomillos, coccinillos… mejillones, almejas a la marinera…
Durante a noite só tapas!
Boas lembranças e belas fotos!
Adorei!
ôôôôôlé !!!!!
Morri com esse post 😀
E a disputa entre Alemanha e Espanha como destino da próxima viagem segue firme e forte aqui em casa.
Só tenho uma coisa a dizer: vocês sabem aproveitar a vida, ops, digo, a viagem! Adorei o post.
Sócio, vi os restaurantes, sim e são bem bacanas. Só não comemos porque era de manhã! rs
Não vou pular nada. Aqui, no dcpv, a próxima é Roma (inclusive, já comecei a postar). Na realidade, a próxima é Barcelona.
LuciaC, é mesmo. Como o jantar começa muito tarde na Espanha. É quase um café da manhã! rs
Natalie, vou resolver pra vocês: uma viagem pra Espanha e outra pra Alemanha (que não conhecemos, mas está na nossa imensa lista).
Jana, você acertou em cheio. A intenção é essa!:)
Abs ibéricos pra todos.
Vixe, três coisas que amo: Madri, o Botín e o Mercado San Miguel. Post altamente inspirador. Quero voltar a Espanha logo! Beijão!
Realmente, o Botín é uma experiência maravilhosa!!
Antes de mais nada, Feliz Natal pra todos:
Silvia, também gostamos muito das 3. E nem preciso pedir a volta pro Papai Noel, já que breve estaremos em terras catalãs.
Rafael, dei uma mancada e não comi o leitãozinho. Mas nós ainda voltaremos! rs
Abs pra todos e um Ano Novo iLUZminado.