11 a 13/02/2012
Serras Gaúchas – Vale dos Vinhedos – É tempo de colheita e de brítolas.
Acordamos cedo (estávamos nos personagens) e …
… o kit-colheita já estava no quarto.
O que tinha nele? Um chapeu de palha (necessário devido ao sol forte); uma cesta de vime (para enchermos de uvas); um avental (pra evitar manchar a roupa); um lencinho (pra dar um charme e absorver o suor da “lida”) e uma brítola.
Tomamos um bom café da manhã e nos dirigimos ao auditório, onde os próprios donos do hotel ministraram uma pequena palestra informando mais alguns fatos sobre o significado da colheita pros habitantes do Vale.
Ah! Também ressaltaram o cuidado que tínhamos que ter com as brítolas.
Pronto! Aí foi passar repelente (é, parece que os pernilongos também gostam de vinho) e caminhar uns 3 km até chegarmos ao local da colheita.
Durante o caminho são explicados e melhor, com a devida praticidade, os diferentes formatos de plantio das uvas.
Um deles é a latada, o mais antigo e quando as videiras formam quase que um corpo só e …
… o outro, a espalmadeira, quando elas são plantadas mantendo uma distância constante e com uma exposição mais regular e direta ao sol.
Também foi explicado como é que se determina qual o tempo exato pra se colher as uvas e qual o teor alcoólico necessário (algo em torno de 12%).
A festa começou exatamente quando chegamos ao local determinado.
Cada um escolheu o seu canto e aí a brítola começou a “cantar”.
É melhor eu explicar que brítola é quase que um canivete e é utilizada pra cortar o cacho da videira. Segundo a tradição, também um instrumento perigoso na mão de turistas. São muitas as histórias de pessoas que perderam pedaços do corpo por sua má utilização (exagerados!!).
Todos juntos enchemos umas 10 caixas de uvas (e chupamos outras tantas). Elas seriam suficientes pra próxima etapa, a da dança do vinho.
É claro que antes disso, tínhamos que percorrer todo o caminho de volta, que por ser diferente do da ida, foi bastante interessante também, já que passamos por uma série de casas de colonos com muitas árvores frutíferas.
Chegamos ao local do almoço, devolvemos os objetos do kit (com exceção das brítolas que seriam presentes) e partimos pra dança do acasalamento, ops, da fertilidade.
Ao som do Coral Vicentino, todos os presentes lavaram os seus pés e amassaram, literalmente, as uvas.
Agora, imaginem o que se formou após umas 40 pessoas pisarem em tudo e com uma temperatura de quase 40 graus?
Formou-se um liquido vermelho, quentíssimo e … bebível!
Estranho, mas bebível, algo como um KiSuco quentinho.
Incrível, mas o vinho formado pelas uvas que colhemos estava em processo de formação (nooooossa, que imaginação! rs).
E quem pensa que o Coral Vicentino estava tocando música clássica como trilha sonora, enganou-se redondamente.
Os velhinhos transviados e italianos da gema só poderiam tocar músicas clássicas e regionais italianas. Foi um tal de funiculiculiculá pra cá e de polenta pra lá.
Assim como foram servidos pratos tipicamente ítalo-gauchescos.
A própria polenta, capeletti in brodo, um costelão e derrrrrrrrrretendo, como eles dizem por aqui, além de várias outras coisitas sólidas e líquidas.
No mais foi curtir a festa e constatar que um acontecimento destes tem que ser acompanhado pelo menos uma vez na vida por quem gosta de vinhos.
Afinal de contas, se inteirar de como é este mundo dos produtores, perceber a vontade deles em ter uma boa safra e a aflição por uma boa colheita (neste período, qualquer chuva pode por tudo a perder) é interessante demais, além de te dar a nítida impressão de não ser um mero espectador neste processo todo.
É isto, aproveitamos a tarde pra verificar in loco como são os tratamentos do Spa do Vinho.
Fizemos um pacote completo com banho de imersão, gomagem e massagem com produtos viníferos.
Terminamos o dia jantando na Restaurante Luiz Valduga, na casa homônima, além de ver um tremendo por do sol.
Foi uma refeição meio brega (vocês tinham que ouvir a música!) com direito a rodízio de massas, …
… o famoso costelão derrrrrrrrrrrretendo (como eles gostam deste prato!) e …
… um surpreendente, colorido e aquático vinho Amante rosé.
No domingo de manhã (dia de ir embora), …
… passamos na Lídio Carraro pra pegar os nosso cachos da melhor Pinot Noir que eles produziram até hoje, segundo a D. Isabel Carraro.
É claro que os trouxemos pra casa e os degustamos, com muito prazer, na nossa adega (as uvas estão muito doces e com gosto de especiarias).
Estamos torcendo muito pra que essa safra seja mesmo inesquecível.
Até.
Leia sobre o outro dia deste tour:
Serras Gaúchas – O cartão de visitas da colheita das uvas.
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Há 0 comentário
Eu tinha deixado um comentario mas ele, puf, sumiu! Dizia eu: o costelao derrrrrrrrrrrrrretendo parece bom! Mas esse vinho pisado, sei nao!!!
Oi, Edu. Tudo bem?
Seu post foi selecionado para a #Viajosfera, do Viaje na Viagem 😉
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Beijos,
Bóia
Incrível.
Dá vontade de ir agora mesmo!!!
Sócio, o teu comentário não desapareceu. Eu é que sumi com o post que estava no lugar errado.
Acho que foi o onipresente costelão que fez tudo isso! rs
Eu sei sobre o vinho pisado: é ruim (como esperado).
Bóia, obrigado mais uma vez.
Adriana, dá mesmo. E insisto que é um espetáculo pra se ver pelo menos uma vez na vida.
Abs derrrrrrrrrrretidos pra todos.
Vocês são ótimos. Qual (is) a(s) máquina(s) que vocês utilizam nas fotos ?
obrigado e continuem nos inspirando.
Rosangela, nós começamos a pesquisa por uma agência, mas resolvemos fazer tudo por conta própria (aluguel de carro, passagem com milhas pela TAM e hospedagem)
Gilmar, nós usamos dois modelos da Sony. Agora não posso precisar quais, mas prometo que os descrevo brevemente.
Abs tchezistas pra vocês