06/03/2012
número 316
dcpv – Taí a lândia.
“Eu morava em Nova York, nos anos 80, quando me encantei pela culinária tailandesa. Além do sabor, o que me chamou a atenção foi a estética dos pratos, a decoração dos restaurantes e a explosão de cores e texturas. Sem dúvida, é uma cozinha sem tédio, atraente, saborosa e surpreendente”
É isto mesmo. Aqui em casa a culinária tailandesa também é uma das preferidas.
Assim como a Ina de Abreu, dona do excelente restaurante Mestiço e que prefaciou o livro Tailândia – Cozinhas do Mundo (Abril Coleções), nós também somos adoradores desta comida cheirosa, bonita, temperada, saborosa e apimentada.
Quando eu tenho alguma crise de criatividade, a comida thai é sempre um bom coringa pra ser aproveitado.
E assim como a Ina escreveu, “o mais importante foi constatar que, todos os dias, homens e mulheres, ou seja, os tailandeses, devotam seu tempo para aperfeiçoar a refeição e torná-la cada vez mais estimulante ao paladar, agradável aos olhos e à alma”.
Vamos, então, agradar as nossas!
Entrada – Gaeng Jued
A tradução é simplesmente “sopa simples”. É o que esta sopa de macarrão com arroz é.
E olhe que eu, por defeito no controle de estoque da minha despensa, acabei improvisando e usei cabelo de anjo no lugar do macarrão de arroz. Mas mesmo, assim resultou numa delícia.
Pra preparar, basta misturar numa vasilha 300g de lombo de porco moído, ¼ colher de shoyu e ¼ de colher de pimenta do reino branca moída, mexendo bem até obter uma massa homogênea.
Modele almôndegas com esta massa e reserve-as.
Leve uma caçarola ao forno médio com 1 litro de caldo de frango caseiro e 5 dentes de alho socados.
Quando levantar fervura, coloque as almôndegas no caldo, acrescentando 100 g de macarrão cabelo-de-anjo (ou o de arroz!), 1 colher de nam pla, 6 cogumelos picados e ¼ de colher de açúcar.
Cozinhe em fogo médio até as almôndegas ficarem firmes.
Retire do fogo e junte cebolinhas e coentro picados a gosto.
Olha, é pra tomar de joelhos!
Como todo mundo sabe que harmonizar comida apimentada com vinho é muito difícil, apelei prum ótimo espumante da Lídio Carraro, o DA’DIVAS que foi “dos deuses, lidiodadivoso, brut brutal”.
Principais – Salada de Papaia Verde, Arroz frito com alho e Frango na Brasa.
Este prato é uma representação de tudo o que a comida thai tem como características: é picante, intenso, salgado, ácido e um pouco queimado.
Iniciamos com o arroz que foi feito pela Dé. Acabei me complicando um pouco por causa da utilização da churrasqueira.
Este arroz é pra ser feito a qualquer hora. Basta esquentar uma wok com 2 colheres de sopa de óleo de girassol, deixar esquentar e acrescentar 6 dentes de alho picados.
Quando começar a dourar, junte 400 g de arroz cozido e salteie em fogo alto. Abra uma cavidade no meio do arroz e coloque 1 colher de sopa de manteiga e 2 ovos batidos.
Mexa bem e salteie novamente.
Regue com 3 colheres de sopa de molho de soja e acerte o sal e a pimenta.
Antes de servir, acrescente cebolinhas picadas a gosto.
Já pra emblemática salada (esta é uma lídima representante da gastronomia tailandesa), basta colocar numa vasilha 300g de papaia verde descascada e cortada à julienne, pimentas-malaguetas picadas a gosto e 5 dentes de alho picados.
Dê uma leve amassada e acrescente 50g de vagens cruas cortadas finas, 2 colheres de amendoins tostados (também coloquei um pouco dos pinoli que os sócios nos presentearam) e tomates-cereja cortados.
Misture bem e junte suco de limão e nam pla (na proporção de 3×1) e 1 colher de sopa de açúcar.
Sirva com um pouco de acelga e folhas de manjericão.
E finalizando, as coxas de frango.
Inicialmente, soque 10 dentes de alho e 4 colheres de sopa de grãos de pimenta do reino num pilão. Acrescente 4 colheres de sopa de molho de soja, 4 colheres de conhaque e acerte o sal.
Mergulhe 800g de coxas de frango nesta mistura e deixe marinar por umas 4 horas, na geladeira.
Passado este tempo, asse as coxas numa grelha até que estejam macias.
Confesso que a conselho da Dé, embalei o frango em papel alumínio, porque os bichinhos começaram a queimar muito rapidamente.
Enquanto isso, faça o molho. Leve uma panela ao fogo baixo com 6 dentes de alho socados, 120g de açúcar, 450 ml de vinagre branco, 3 pimentas-malaguetas vermelhas picadas e sal.
Cozinhe até encorpar e sirva o frango com esta belezura.
Aí foi só montar o prato todo e comer como um Rei do Sião.
Peguei o vinho branco mais fraquinho que eu tinha em casa, o grego Cuvée Prestige Skouras 2010, mas acho que mesmo assim a coisa não combinou muito bem. De qualquer forma, o achamos “leve, laujes, penélope”.
Sobremesa – Torta de Coco.
Coco nos faz lembrar a Tailândia. E nada melhor do que uma torta dele pra sobremesa.
Leve uma panela ao fogo baixo com 300 ml de leite de coco e 200g de açúcar, mexendo sem parar até que o açúcar se dissolva. Retira a panela do fogo e deixe esfriar.
Acrescente 320g de coco ralado e 50g de farinha de arroz. Mexa até obter uma mistura homogênea. Unte uma forma redonda com óleo vegetal e despeje a massa. Leve-a pra assar em forno pré-aquecido a 180ºC por 30 minutos.
Desenforme e corte em fatias. Foi o que eu fiz e duas vezes pro Mingão. É praticamente uma queijadinha seca.
Eis a opinião dos dois Mosqueteiros (o terceiro está no Pará):
Taí. Sou louco por thai. (Edu)
Na thai tudo é barato. (Mingão)
“A Tailândia é um lugar encantador: exibe templos repletos de detalhes em ouro, ruínas cheias de história, lindas cidades rurais e litorâneas e uma culinária marcada pelo equilíbrio dos sabores”.
É isto mesmo. É tudo a mais absoluta verdade, apesar de ainda não conhecermos o país, mas sermos fãs de carteirinha de tudo o que é thai.
E se você está desconfiado, afirmo que não ficamos cheirando a alho, apesar de toda esta quantidade que foi ingerida.
Inclusive, vampiros passaram longe daqui de casa! 🙂
La gon.
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Nossa, cobicei! Esta torta de coco do fim então… E lembrei muito daquele filme, “O Cheiro da Papaya Verde” 🙂
Fiquei morrendo de medo de ler o texto : sou alérgica a pimenta .
Sem ela, até que eu topava almoçar também !!!
Lu, esta torta de coco virou um hit na família.
Márcia e Vianney, tá certo que fica um porco sem graça, mas dá pra fazer tudo sem pimentas.
Abs (pouco) apimentados pra vocês.