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dcpv + oitf + destemperados = gastronômade

03/06/2012

dcpv + OITF + Destemperados = Gastronômade

Você sabe o que significa a sigla OITF?

Se não, dê uma Googlada. Pode ir lá que eu espero um pouco por aqui …

Pois eu já tinha achado toda esta filosofia do Outstanding In The Field muito bacana desde a primeira vez que ouvi alguma coisa (acredito que, pra variar, no Paladar).

“Inspiração para muitos, o conceito de realizar eventos ao ar livre em locações inusitadas que vão desde fazendas até jardins urbanos, do cume de montanhas a cavernas do mar, em ilhas isoladas ou em jardins suspensos no meio de megalópoles vem sendo apresentado aos norte-americanos desde 1999”. Interessante, não?

 “Os ingredientes para as refeições são quase todos locais, muitas vezes colhidos a poucos metros da mesa e os pratos preparados por um top chef da região do evento. Aos participantes é oferecido um tour pelo local onde o proprietário explica sobre os produtos cultivados e as técnicas de produção utilizadas. Em seguida, a mesa oculta é descoberta e nela, agricultores, artesãos locais e participantes sentam-se lado a lado para saborear o mix de ingredientes locais transformados em verdadeiras obras de arte nas mãos do chef convidado”. Bacana, não?

É claro que ficamos interessados. Ainda mais depois de saber que os queridos Lela, Diego e Diogo dos Destemperados estavam agregados ao projeto através da sua divulgação.

Seria a chance de juntarmos tudo, já que aproveitaríamos pra matar as saudades deles e aumentar o nosso estoque de guias autografados (a última edição é o de Porto Alegre) pelos próprios e que certamente valerão brevemente uma fortuna. 🙂

E foi justamente o que aconteceu.

O evento se realizaria na fazenda Santa Gertrudes.

Ela fica no município de Santa Gertrudes (dãm!), próximo de Rio Claro.

O que significava um passeio de uns 200 km por estradas bonitas e paisagens mais ainda.

Lá fomos nós, eu a Dé, experimentar o sabor de tudo isto junto.

Chegamos ao local no horário. A Renata, a organizadora de tudo nos recebeu e levamos um susto: a fazenda é linda.

O conjunto todo te faz viajar e acreditar que o Brasil tem, apesar de recente, muita história.

Sabe o que é ver uma fazenda de café totalmente preservada (a custo de muito sacrifício dos proprietários) e pronta pra ser explorada turisticamente?

Tudo começou com um coquetel no meio do terreiro em que o café era comumente seco.

Nos serviram focaccia com rosmarino e parmegiano, …

mini-caprese com pesto de castanha do Pará, …

… e dadinho de mandioca, manteiga de garrafa e sálvia crocante, além de “otras cositas”.

Tudo muito bom e acompanhado por um excelente Espumante Cave Amadeu Rosé Brut.

Como o princípio do projeto é a interação e a informação, fizemos um tour com um dos proprietários, o Luís Filipe, que nos explicou como tudo funcionava no auge da produção cafeeira (hoje a fazenda está restrita a produção de cana-de-açúcar e de gado).

Ele nos contou que o lugar era visitado por pessoas ilustres (presidentes, governadores, nós! rs) a fim de conhecer uma tecnologia inédita praquela época (pra se ter uma ideia, até um guincho motorizado eles tinham e geravam a sua própria energia).

Passamos também pela simpática capela (casamentos são realizados por lá) …

… e pelo galpão central, onde além do café ser beneficiado nesta máquinas (estes samambaias são resquícios de um casório realizado na noite anterior), …

…  servia pra armazenar uma fortuna, que era representada pelo montante que o café valia naquela época.

Dali, seguimos pra casa central onde tudo acontecia.

Que lugar!

Um casarão grande, com vistas incríveis, …

… quartos imensos e pés-direitos gigantescos.

Ficamos todos de boca aberta com a arquitetura e as soluções criativas encontradas pelos arquitetos. Por exemplo, este banheiro que fica no porão.

E quando vimos a mesa única ao ar-livre (marca registrada dos eventos OITF) foi um frisson geral.

Tiramos uma foto oficial de todo o grupo e nos alojamos pra ficarmos todos mais uma vez de boca aberta (desta vez, literalmente).

Tudo estava muito bonito e a boa energia pairava no ar.

Era o tempo de iniciarmos a refeição com uma Panzanella que é uma salada toscana a base de tomates, parmesão, manjericão, azeite e pão.

Entornamos uma Cave Geisse Brut, que caiu muitíssimo bem.

Os proprietários da empresa Ervas Finas, o Jürgen e Annette Heuser, conversaram com todos e explicaram a filosofia de produção da empresa. É muito bacana falar com pessoas que estão muito preocupadas com a qualidade de seus produtos.

Continuamos com um Confit de pato com mini-legumes assados (tambem da Ervas Finas e com um destaque especial pras crocantes vagens) e praliné de nozes.

Um verdadeiro espetáculo. Tanto que até a Dé que não é afeita ao qüen-qüen comeu tudinho.

Continuamos conversando muito (sentamos ao lados dos produtores dos patos, a Cecília e o Alexandre, proprietários da Agrivert; da Cris Berger (que dispensa apresentações), do Fábio  e do Diego), dando boas risadas e tomamos um correto vinho tinto El Sueño Cabernet Sauvignon 2008.

Com este alto astral, encaramos uma Porchetta toscana com batatas coradas e redução de vinho.

Este talvez tenha sido o prato que ficou um pouquinho aquém dos demais (seria a falta de fome?). Mesmo assim aproveitamos e bem do tranquilo vinho tinto El Sueño Cabernet Carmenere, além da mulherada ter adorado o tubérculo.

Já estava escurecendo (que crespúsculo!) …

… e a sobremesa chegou.

Gelato de Café Glyda Cream (mais um ótimo produtor) com frutas do bosque e tiramisú velocce. Boa, cheirosa (um pouco demais) e …

… prudentemente harmonizada com um Cave Amadeu Moscatel.

Resumo de tudo: estes eventos da OITF são imperdíveis (parece que brevemente teremos mais um no Rio e com a Roberta Sudbrack), …

… e além da boa comida, o que impera é o clima (parabéns ao Chef Alex Caputo e equipe) , …

… a emoção e melhor, …

… saber que realmente existem pessoas abnegadas (e nem sempre compreendidas) que estão usando o seu precioso tempo produzindo ótimos ingredientes.

Definitivamente nos tornamos fãs (ainda mais se os Destemperados continuarem contribuindo).
Percebam que o projeto foi rebatizado no Brasil como Gastronômade.

Nos despedimos de tudo e de todos com este tremendo visual.

Até a próxima.

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Há 0 comentário

  1. Eduardo! Prazer imenso te-los conosco no evento! Lindo post, ate roubei algumas fotos pra usar no site ( com os devidos creditos, e claro!). Proxima etapa em SP sera no Mercadao, final de setembro, seguidas por RJ e RS. Bjs e muito obrigado!

  2. De fato uma bela fazenda de cafe dos velhos tempos da política do cafe com leite. Que idéia maravilhosa essa! Gostei da próxima etapa….

  3. Diogo, Diego e Renata, o prazer foi todo nosso. Este evento certamente se tornará um clássico por aqui.
    E estaremos em todos.

    Sócio, vamos ao Mercadão e na Sudbrack?

    Abs gastronômades pra todos.

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