01/09/2012
Festival união de todos sentidos no Aya Cuisine.
Todo mundo sabe que eu adoro “fuçar” os eventos bacanas que pululam pela nossa capital paulistana, a famosa praia e desde que eu li por aí sobre a existência deste acontecimento que a Lia Coldibelli e a Flávia Spielkamp fazem na casa delas, fiquei curioso pra conhecer.
O conceito todo é experimentar um menu mais do que completo (no nosso caso, 5 pratos com vinhos inclusos) que elas criam (a Flávia é a chef e a Lia, a sommeliere) e sempre com um norte a ser seguido.
Como o conceito normalmente indica pratos sem carne (a Dé mais do que aprovou), acertei tudo por email e no dia 01/09, um sábado, precisamente as 20:30, estávamos lá.
O lugar é um pouco difícil de encontrar (nada que um bom GPS não resolva), de estacionar (também demos um jeito) e você chega lá com um pouco de tensão.
Esqueci de dizer que um elemento muito interessante no processo todo é que se você não for acompanhado de conhecidos, terá que forçosamente se sentar numa mesa única com pessoas que nunca viu na vida!
Éramos em 8 convidados (não anotei o nome de todos, mas os simpáticos pais da Lia, a Regina e o Célio compareceram).
Logo de cara deu pra perceber que a química ia rolar, pois na nossa chegada, sentimos a aura do espaço e das pessoas presentes (xiiii, estava bastante sensitivo). Sentamos na sala e tomamos um drink muito interessante (uma mistura de Prosecco e chá de maracujá), acompanhado de torradas com chutney de manga.
Ficamos todos conversando, bebericando e aguardando a próxima fase.
Que seria no quintal da casa (atravessamos a cozinha).
Lá estava a mesa comunitária, iluminada por luz de velas (daí as fotos um tanto quanto escuras) e com o acompanhamento duma trilha sonora perfeita pra ocasião (o DJ Igor Starika prometeu nos enviar a seleção de todas as excelentes músicas da noite). A audição foi perfeita!
Nos acomodamos, já a espera do primeiro prato da noite.
Pra aguçar os nossos sentidos, foi servida uma sopa de abóbora com alho negro (o ingrediente da moda). E muito bem harmonizada com um excelente Sauvignon Blanc Chileno da Cousiño Macul, Don Luis 2011.
A sopa era diferentona (a Flávia é especializada nelas e as vende sob encomenda) e acabei não perguntando, mas imaginamos um toque de açafrão espanhol no cheiro (olfato?) marcante dela. Quanto ao alho negro, ainda o achamos muito mais bonito e interessante do que saboroso (continuamos acreditando que ele tem um gosto de quase que de alcaçuz).
Conversa vai, conversa vem e o prato de massa surgiu. E era uma desconstrução muito interessante. Pense (ê, Cheyenne!) numa massa de lasanha (obviamente feita em casa), só que bastante comprida, o suficiente pra que você coloque recheio (neste caso de cogumelos) entre todos os seus vaivens?
Deu pra entender? Segundo a própria Flávia (e é verdade, pode acreditar), a intenção é desconstruir um caneloni, porque quando se experimenta, a sensação é que está se comendo um deles. Muito bom mesmo. Ainda mais acompanhado dum ótimo Pinot Noir argentino Alfredo Roca.
Todos cravaram: perfeito!
A ideia é tão bacana que acabei fazendo um prato parecido no domingo aqui em casa. Um pseudocaneloni recheado com ragu de linguiça moída e milho doce. Siga o passa-a-passo:
Continuando a experiência e seguindo o princípio dos sentidos, a visão estava por vir.
Uma salada formada de beterraba cozida e recheada com cuscuz marroquino e queijo de cabra. Foi o must pra Dé, uma beterrabóloga de carteirinha!
Continuamos com o Pinot Noir e com a antevisão da sobremesa na doçura da leguminosa. Já que falamos nela, o canto dos cisnes da noite seria uma panacotta (de leite e iogurte) com calda de frutas vermelhas. O paladar se aguçou ainda mais porque a Flávia teve a ideia de servir uma flor de coentro junto! Foi uma verdadeira explosão de sabores.
É, a noite estava terminando.
A Lia ainda nos serviu um Limoncello “importado” diretamente do interior paulista e nos despedimos com a certeza de que este projeto, o Aya Cuisine no espaço Zentas veio pra ficar.
Inscreva-se através deste email e aguarde o comunicado delas. Quem sabe não nos vemos por lá, aproveitamos pra nos cumprimentarmos e usarmos o último sentido que faltou neste relato, o tato!
Até.
PS – Pra complementar um pouco mais e com as devidas imagens, segue o fotoblog com as belas fotos que a Jennifer Glass tirou:
.
Há 0 comentário
Muito legal mesmo. E esse caneloni desconstruído pareceu muito bom. O que voce inventou em casa achei com cara daqueles pastelões…e com a maquina “no tocata” que eu ganhei acho ate que da para fazer no final de semana com varios recheios para agradar a todos os gostos….
Sócio, pastelão!!! Poxa, isto dá processo. Conhece algum bom advogado pra me indicar?? rs
Ayabraços envolventes pra vocês