número 339
18/12/2012
dcpv – Olha a Lobo, olha a Lobo: é o Cozinha de Estar no dcpv.
Eu tenho o livro Cozinha de Estar da Rita Lobo há um tempão (um par de anos).
Já o usei tanto pra fazer algumas receitas por aqui, como, e principalmente, a Dé o utilizou pra compor os nossos menus rotineiros.
E não é que passeando pela Saraiva do Morumbi (a Dé foi fazer as unhas), topei com a nova versão dele?
É claro que comprei, pois além de estar com uma cara modernosa, o livro me pareceu ser muito mais completo e bacana.
“Quem não gosta de juntar a família ou os amigos e ficar jogando conversa fora? E, como todo mundo sabe, essa reunião com muita frequencia acaba acontecendo em volta duma mesa. É claro que a conversa em si já é uma delícia, mas e se em vez de ficar só nos aperitivos ou na comida pronta você servisse uma salada de abacate e camarão como entrada? E se você fizesse uma anchova assada no papillote como prato principal? Uma gelatina de vinho branco e especiarias de sobremesa? E todos dividissem uma jarra de sangria?”
Caramba, este livro é a nossa cara! Só faltou a Rita escrever que seria interessante montar uma pequena confraria e que esta reunião acontecesse todas as terças a noite (de preferência e no mínimo, por 340 vezes).
Vamos lá, então, obedecer a Rita Lobo.
Bebidinha – Caipiroska de Mexirica com Coentro.
Simples e básica. 3 mexiricas descascadas e socadas com folhas de coentro. Vodka e sacolejo.
Entradas – Sopa de Mandioquinha com Ovas de Salmão e Salada de Abobrinha.
“Esta receita já virou um clássico. Receitas de avó com um toque de glamour não tem mesmo como dar errado”.
Pra fazer é muito simples (se bem que eu fiz tudo na minha Bimby). Descasque e corte 500g de mandioquinhas em pedaços uniformes.
Transfira pruma panela com 1 litro de caldo de galinha e leve ao fogo alto. Quando começar a ferver, abaixe para médio e deixe cozinhar até que a mandioquinha fique bem cozida.
Enquanto isso, pique bem fino 2 colheres de sopa de ciboulette.
Bata 1 xícara de creme de leite com um batedor de arame até ficar com consistência de chantilly. Reserve na geladeira.
Com a mandioquinha cozida, bata tudo até a sopa ficar bem lisa.
Volte a sopa pra panela e leve ao fogo, juntando uma xícara de creme de leite e a cebolinha. Deixe aquecer, mas sem ferver.
Sirva com umas colheradas do creme batido e ovas de salmão por cima.
“Originalmente, esta salada leva o incrível molho de tahine (pag 122). Mas abobrinha é um alimento tão bom para o verão que preferi fazer uma preparação mais levinha, ideal para um almoço num dia quente”
Corte 4 abobrinhas em fatias finas (use um descascador de legumes)…
… e regue com o molho formado por 3 colheres de sopa de suco de limão, 6 de azeite, 1 dente de alho descascado, sal e pimenta.
As duas entradas juntas tornaram este jantar um verdadeiro almoço num dia de verão.
Perfeitas! E absolutamente refrescantes.
E como a própria Rita indicou no livro, tomamos um espumante, ou melhor, uma Cava, a 1312 Mestres pra contrastar com a temperatura da sopa. A achamos “campeão, 11, veranesca, cavalheresca“.
Principal – Picadinho oriental com abacaxi.
“Em vez do picadinho tradicional, gosto de servir esta versão oriental, que leva saquê e shoyo. Além de saborosa, essa receita tem uma qualidade para anfitriões que também são cozinheiros: fica pronta em dois palitos”. E fica mesmo (palavra de anfitrião).
Pra fazer, basta fatiar uma peça de 1 kg de filé mignon em bifes de cerca de 1 cm …
… e estes cortados em tirinhas e posteriormente, cubos.
Corte abacaxi em cubos, o suficiente pra encher duas xícaras de chá.
Leve uma wok ao fogo alto com duas colheres de sopa de óleo. Quando estiver bem quente, coloque a carne e deixe dourar por 2 minutos.
Junte 3 dentes de alho picados, 1 colher de cha de gengibre ralado e mexa bem por mais um minuto.
Adicione 1/3 xícara de chá de saquê e a mesma medida de shoyo e deixe cozinhar por mais dois minutos, acrescentando os cubos de abacaxi.
Acrescente 1 colher de sopa de maisena dissolvida em 1 1/2 xícara de chá de água e mexa bem em fogo alto, até o molho engrossar.
Sirva imediatamente.
Decore com ramos de tomilho ou de cibolette.
Atenção – Se não for servir imediatamente, desligue o fogo depois de juntar o abacaxi e deixe pra acrescentar a maisena quando for esquentar pra servir.
Ainda fiz uma farofa simples de cebola e farinha de mandioca …
… além de crocantes batatas ao forno …
… com alecrim.
Este prato é realmente dois palitos. Ou melhor dizendo, dois hashis!
Mais um ponto pra Rita que transformou ingredientes básicos numa grande comida.
Tomamos um tinto que sofreu muito pra acompanhar este picadinho thai. Ele, o Ortas Les Viguiers 2009 Cotes du Rhône, foi “mundial, 2012, du cotê, garboso“.
Sobremesa – Bolo encharcado de laranja, amêndoa e canela.
“Bolo não costuma ser sobremesa. Mas este foge à regra. Tem sabor elegante, textura delicada, macia, é um bolo cheio de personalidade”. E como fazer?
Unte uma forma redonda média com manteiga (de preferência com aro removível e sem furo no meio). Preaqueça o forno a 180°C. Separe as gemas das claras de 8 ovos.
Junte, numa tigela grande, 1 xícara de chá de açúcar, 2 colheres de chá de canela em pó e raspas de 2 laranjas-baía, 8 gemas e misture muito bem.
Por último, acrescente 200g de farinha de amêndoa.
Na batedeira, bata as 8 claras em neve até que fiquem firmes.
Retire e junte 1/3 delas à mistura das gemas e bata vigorosamente. E depois o restante com bastante delicadeza.
Transfira a massa para a forma e leve ao forno pra assar.
Espere esfriar, retire o aro e coloque a calda de laranja.
Este bolo ficou tão bom, mas tão bom (a Dé caprichou), que todo mundo repetiu…
…(alguns birrepetiram! 🙂 )
Taí verdadeiramente um jantar confortável.
Eis o que os homens-sofás acharam de tudo:
É a Lobo! É a Lobo! Que comida, que tudo, que bolo! (Edu)
Se o mundo acabar e o Corinthians for campeão mundial, eu comi o melhor bolo do mundo! (Mingão)
De cabo a rabo, simplesmente espetacular! Notação marcante para o bolim (ou bolo ou pudim) molhadíssimo! Ui, delícia! (Deo)
“Ninguém deve ser escravo da cozinha, mas num mundo de fast-food, delivery e comida congelada, cada vez mais pessoas estão redescobrindo o prazer de cozinhar e de receber as pessoas em casa, sem compromisso. É isso o que Rita Lobo recupera nesta nova edição de Cozinha de estar: receitas práticas pra receber”.
Falou, disse, escreveu e provou, Rita.
Ou melhor, nós provamos. E aprovamos.
Bye.
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Ainda bem que nesta festa chapeuzinho vermelho não deu as caras….As fotos ficaram especiais a revelar um grande jantar inspirado em coisas simples. Realmente o livro da Lobo é Rita!!!!! (voce sabe o significado do nome Rita?)
Edu, alguma duvida de que esse picadinho com abacaxi, acompanhado de farofa e batata eh, na minha avaliacao, o melhor menu que ja passou por aqui? :- )
Beleza de menu, Edu!
Adorei o bolo, que deve, realmente, ficar divino.
Adri, picadinho com abacaxi? Você está evoluindo! Senti firmeza na decisão.
Beijos a todos.
É isso mesmo Eymard, em coisas simples.
E eu fiquei com vontade de dar uma garfada virtual em cada prato e birepetir a sobremesa.
Delícia , simples assim !
Também adoro as receitas dela, Edu, e acho uma fofura o programinha dela no GNT. Aliás, de bolo já tô vendo que ela entende mesmo, pq um dos melhores que já fiz de chocolate tb foi receitinha dela…
Bjs a todos!
Este bolo deve ser um treco de bom!
Sócio, antes tarde do que nunca: não sei!
Drix, então precisamos reproduzí-lo quando do próximo ISB praiano.
Sueli, este bolo é pra fazer e aproveitar.
Márcia, é aquilo de sempre: coisas simples são, invariavelmente, as melhores.
Lu, é um trequíssimo! 🙂
Abs “auuuuuuuuuuu” pra vocês