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as delicias da cozinha alagoana, a vingança!

número 342
29/01/21013

As delícias da cozinha alagoana, a vingança!

Vou falar a verdade! Depois que fizemos, nas priscas eras, a primeira noite das delícias alagoanas, mantive contato com a Sofia, uma das netas de uma das irmãs Rocha, a vovó Maria, fui cara de pau e pedi pra ela escolher um novo menu completo entre as receitas deste fantástico livro que a Cláudia Oiticica e o Alexandre nos brindaram.

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Eis um dos emails dela:
Olá, Edu. Sou muito suspeita pra falar sobre as comidas da vovó, mas vou dar as minhas sugestões, até porque, segundo a vovó Maria, eu era a única neta que tinha o dote culinário das Rocha.

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Sugestões: Sururu de Capote (Entrada. Esse prato foi muito apreciado pelo Ronaldo Fenômeno quando esteve em Maceió); Caldeirada de frutos de mar das “Alagoas” (esse prato foi parar até na França, em Annecy, dentro da mala delas); Mingalpitinga (acompanhamento mais que perfeito pra caldeirada); Laco-Paco (bebida para aperitivo, muito tradicional nas festas da nossa família); Cocada da Mema (sobremesa imperdível e o toque mais especial é a castanha de caju); Empadinha de queijo (essa é muito tradicional, mas elas não chegaram a colocar no livro).
Ficarei muito feliz se algumas destas sugestões estiverem no seu Menu by Irmãs Rocha. Vou aguardar.

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Bom, Sofia, é claro que fizemos todas as receitas, inclusive a da inédita empadinha.

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Vamos lá, então, ao remake do menu com as receitas do livro, Delícias da Cozinha Alagoana, as melhores receitas das irmãs Rocha.

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Entradas – Sururu de Capote e Empadinhas de Queijo.

“Eis aqui o mais alagoano dos pratos”.

Depois desta descrição sucinta e mais do que especulativa, só me restou agradecer a Sofia pela escolha. Na receita original, são utilizados sururus em casca. Optei pela praticidade de já tê-los sem as tais.

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Iniciei tudo temperando 500 ml de leite de coco com 1 cebola cortadinha, cheiro verde a gosto, 1 colher de sobremesa de extrato de tomate, um fio de azeite e sal.

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Em seguida juntei 500 g de sururu e coloquei a panela no fogo, até ferver e tomar gosto.

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Servi com um bom molho de pimenta.

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Já pra empadinha, faça (por aqui, foi a Dé que fez) uma massa com 250g de farinha de trigo, 125 g de manteiga sem sal e uma pitada de sal. Misture tudo até soltar das mãos (igual a uma massa podre).

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Faça uma camada fininha em forminhas (de + ou – 5 cm).

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Para o recheio, bata num liqüidificador, 1 copo de leite, 4 ovos e 100g de queijo parmesão ralado. Coloque este recheio num recipiente e acrescente 1 colher de chá de fermento em pó Royal.

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Encha as forminhas até a metade com o recheio e leva ao forno até dourar.

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Indicação da Sofia: coloque na boca de uma vez. Ela derrete na boca!

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É a mais absoluta verdade. Uma delícia esta entrada formada por estes dois manjares.

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Pra dar uma esquentada, tomamos o prosecco italiano Sperone que foi “catado, promarinho, sands, soberbo”.

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Principal – Caldeirada de Frutos do Mar das “Alagoas.

“Costumamos levar a caldeirada pro Rio de Janeiro, num tradicional almoço alagoano, muito esperado por parentes e amigos, que consideram este prato “antológico”. Os mariscos são ensopados separadamente, com pouco caldo e depois, congelados para levar. Basta apenas descongelar e misturá-los em frigideiras, acrescentando mais leite de coco, cheiro verde, tomate, cebola em pétalas, pimentão, ervilha e azeitonas”.

Este descrição diz bem o que este prato é.

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E não é que eu tive que fazer quase igual as irmãs Rocha, já que os nossos frutos do mar também estavam todos congelados? Ainda bem que não tivemos que ir pro RJ!! 🙂

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Pra Caldeirada, refogue 500 g de camarão no azeite, com pouco alho e cebola. Tempere com sal e reserve.

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Coloque 150 ml de leite de coco numa panela (de preferência, de barro) e leve ao fogo pra cozinhar com tomate, cebola e pimentão picadinhos e a gosto, além de alho socado.

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Em seguida, passe no liquidificador, peneire e volte ao fogo.

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Acrescente mais 150 ml de leite de coco, 1 colher de extrato de tomate, caldo de meio limão, um pouco de azeite e meio maço de cheiro verde amarrado.

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Deixe ferver e coloque 200g de vôngoles e 100g de mariscos, cozinhando pouco. Junte então 100 g de siri, 1 posta de peixe frito e cortada em pedaços, 200g de lagosta e o camarão refogado.

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Por cima de tudo, arrume 2 cebolas em pétalas (cortadas em quatro) e 1,5 tomates sem pele e também cortados em quatro, além de ½ lata de ervilhas e 5 azeitonas.

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Deixe levantar mais uma ligeira fervura e não mexa mais na panela, pra que este últimos ingredientes fiquem por cima da caldeirada. Na hora de servir, polvilhe coentro.

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O negócio ficou tão espetaculoso, que optei por utilizar um simples arroz branco com coentro como acompanhamento.

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Pra toda esta maravilha de frutos do mar, só um vinho branco dos bons, o Sauvignon Blanc Carmen 2011, que achamos “mamadinho, maceioso, bizetiano, azeitônico”.

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Sobremesa – Cocada da Mema e Laco-Paco

Mema sempre foi a especialista em cocada. Era vaidosa do sucesso que fazia. Hoje a grande substituta é Yeda”

Perceba que é uma receita que passou pelo tempo e pela família.
Para fazer, leve ao fogo 250 g de açúcar, sem água. Não mexa. Deixe derreter até formar um caramelo claro.

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Vá virando a panela com cuidado, pra não deixar a calda escurecer. Quando estiver bem derretido, coloque 250g de açúcar e 1 xícara de café de água. Deixe apurar até o ponto de bala e junte 1 coco grande ralado bem fino. Passe a colher com cuidado, só pra misturar.

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Apure um pouco mais o ponto, junte 200 g de castanhas de caju inteiras, caldo de meio limão e 1 colher de sopa de manteiga. Mantenha no fogo. Quando começar a soltar da panela e a espumar, estará pronta. Retire do fogo e despeje numa forma de vidro refratário e untada.

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Para acompanhar, tomamos o Laco-Paco que é propriamente um licor de maracujá. Faça uma calda com 130 g de açúcar e 1 copo de água.
Junte na panela a polpa de 10 maracujás. Retire do fogo e acrescente 1/3 duma garrafa duma boa aguardente.

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Deixe a infusão numa vasilha tampada até esfriar. Coe por diversas vezes. Engarrafe e guarde na geladeira.
Esta dupla Cocada/Laco-Paco deu o que falar.

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Eis a opinião dos sobrinhos postiços das Rocha:
Viva a família Rocha! (sem corporativismo). (Edu)
Maravilha de Alagoas. (Mingão)
Sensacional e surpreendente! Delicioso de cabo a rabo! (Deo).

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Olá, sou Sofia e uma das netas das irmãos Rocha. Só de olhar para o seu post, tive a certeza que as comidinhas de vovó não se acabarão jamais.

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Olha, no que depender de nós, não mesmo!

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Até a próxima.

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Há 0 comentário

  1. Nossa, esse ficou mesmo especial. As irmãs Rocha! A Claudia Oiticica precisa ver isso. Ate o sururu de capote voce conseguiu. Fico só imaginando o perfume da cozinha com esse menu. Faltou o mar de Maceió!

  2. Clau e Gil, este menu é realmente delicioso e brasileiro.

    Sócio, faltou o mar de Maceió, mas sobrou a maresia da grande FV. Tentei informar a Claudia, mas não consegui.

    rjs, ganhar dinheiro sem sair da cadeira? Eu quero! 🙂

    Abraços arretados pra vocês.

  3. Que maravilha, Edu!! Amei as escolhas dos pratos. E acertou na minha receita preferida delas, a caldeirada com mingau pitinga. Com certeza ficou tudo delicioso.
    E o sururu? Não seria o maçunim? O sururu é bem amarelinho, e achei esse mais parecido com o maçunim mesmo. Eu amo os dois, aliás, amo tudo do mar.
    Bom saber que o livro continua sendo aproveitado.
    Um grande abraço para você e a Dé.

    1. Claudia, graças a vocês, conseguimos reproduzir estas maravilhas por aqui.
      Quanto a dúvida (sururu ou maçunim?), escolhi o que tinha que era vôngole! 🙂

      Abs nordestinos pra vocês.

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