número 421
16/06/2015
dcpv – Calábria calabresa.
A minha mãe, a D Anina, é calabresa legítima. E é claro que fico tentado a reproduzir todas as receitas do livro Coleção Folha Cozinhas da Itália que versa sobre esta região italiana.
Ainda farei isso.
“No extremo sul da península Itálica, a Calábria é banhada pelos mares Tirreno e Jônico. As invasões no passado levaram a população a refugiar-se nas montanhas, dando origem a uma culinária simples, de sabor peculiar, ressaltado pela pimenta vermelha”.
Vamos lá, então, apimentar a sua e as nossas vidas.
Entrada – Zuppa di Fave.
Esta sopa de favas veio a calhar, já que a temperatura caiu bastante.
Inicie, refogando uma cebola grande picada no azeite até começar a dourar e …
… junte 2 tomates maduros picados (substituí por uma lata de tomates pelados), 50 g de carne de sol cortada em cubos …
… e uma lata de favas.
Refogue mais um pouco, cubra com água, ajuste o sal e tempere com pimenta a gosto.
Cozinhe, mexendo de vez em quando, até a carne ficar bem macia e o caldo, espesso.
Enquanto isso, toste fatias de pão italiano no forno.
Distribua as fatias em pratos e despeje a sopa bem quente.
Certamente, quem inventou a comfort food, estava justamente pensando neste prato.
Pra acompanhar, tomamos um vinho tinto, o Malbec Triuno 2012 que foi “refresco, no dos outros, trinta e um, MICTMR“.
Principal – Bracholas de Carne de Porco.
Estas Braciole di Maiale são muito boas.
Na verdade, são quase que um bife a rolé, só que de carne de porco. Comprei alguns bifinhos de lombo no sex shop.
Temperei-os com sal e pimenta a gosto e espalhei, sobre cada um , uma porção de pecorino, salsinha e alho.
Enrolei e fechei com barbante culinário.
Derreti um pouco de manteiga numa frigideira e dourei, em fogo alto, as bracholas de todos os lados.
Reguei com vinho branco e deixei cozinhar em fogo médio, com a panela tampada, por 15 minutos.
Servi as bracholas regadas com o caldo de cozimento e um risoto básico pra acompanhar.
Ficou uma verdadeira delícia.
Harmonizamos esta maravilha com um vinho branco, o Sauvignon Blanc/Chardonnay Mapu 2013 que foi “chi-chi-chi, le-le-le, puma, viva chile“.
Sobremesa – Biscoitos de anis.
Esses ciccitielli são muito curiosos (não preciso nem dizer que foi a Dé quem os fez, né?).
Pra fazer a massa, misture numa vasilha 3 ovos, 2 gemas, 75g de açúcar, 75g de manteiga, 1 cálice de licor de anis (by D Anina, off course) e 1 pitada de de sal.
Vá adicionando 500g de farinha de trigo e 1 colher de sopa de fermento em pó aos poucos, enquanto trabalha a massa, até ficar lisa e compacta. Deixe em repouso por uma hora.
Estenda a massa (este trabalho foi o Deo que fez) até atingir 1 cm de espessura e recorte os biscoitos em formatos variados.
Frite-os (aí foi o Mingão o encarregado) submersos em óleo quente até dourarem e escorra-os.
Já para a calda, ferva 150g de mel com 1/2 copo de água por 10 minutos. Retire do fogo e mergulhe os ciccitielli, misturando delicadamente.
Olha, eles não são Cheetos, mas é impossível comer um só!
Eis a opinião dos linguicinhas:
A mamãe sabe tudo! (Edu)
Piangere, piangere, cche maravilha! (Mingão)
Cosa cche qui?? (Deo)
“Limitada pela geografia e sem a fartura de outras regiões, a Calábria tirou proveito de seus ingredientes e criou sabores peculiares”.
Minha mãe, a legítima calabresa D Anina, sempre nos mostrou estas características.
Já que ela cozinha muito. Viva a Calábria!
Arrivederci.
.