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dcpv – da cachaça pro vinho – projeto y – marizé + lpontes + dcpv = wok

experiência 1
02/07/08

dcpv – Projeto Y

Como todo bom projeto, este começou de uma fagulha, de uma ideia a partir dos interblogs (Quer ver como funciona ?).
Todo mundo elogia muito esta iniciativa em tentar transformar este meio (a Internet) numa coisa mais palpável e pela tentativa de integração entre a comunidade bloguística (além do nosso pessoal gostar muito dos menus, hummmmmm!!!)
Deste raciocínio, surgiu o eixo central do projeto Y (calma, não é nenhuma  ficção científica, apesar da participação de pretensos cientistas malucos!): como seria se mais de um blogueiro conseguisse fazer as mesmas receitas no mesmo dia e depois, postassem também num mesmo dia, as suas impressões sobre o menu ?

Acabaram topando este desafio a Marizé, o  LPontes e nós, é claro, após uma troca de e-mails muito divertida. Leia trechos de alguns deles:
Pergunta-chave: vocês tem wok? ” – Edu (euzinho)
Diga-me lá o que é isso de “nam pla”; nunca ouvi falar, mas se é coisa oriental, também se deve encontrar que já vai havendo um certo equilíbrio demográfico entre ….!!! rsrsrsr – LPontes
Eduardo, aqui já são 17:15 e eu acabei de ficar cheia de fome!” – Marizé
Eu proponho que levemos este projeto como aqueles cantores de rock que tem a sua banda de blues”. rsrsrs – Eu
Eu tenho um grande wok em ferro fundido daqueles antigos e pesados” – LPontes
Aceito a sugestão da caipirinha com gengibre, caipiroska não porque eu e a vodka só nos encontramos em noites de ….” – Marizé

Finalmente, chegamos a conclusão que, por nunca ter indicado e só ter reproduzido, eu seria o “projetista” que teria o privilégio de dizer quais receitas seriam feitas.
Viciado que sou em comida asiática, pensei em utilizá-la e daí veio a ideia de fazer tudo, absolutamente tudo na Wok.

Mandei um e-mail perguntando sobre a facilidade de encontrar ingredientes (nam pla, cúrcuma, castanha de caju, manga) e tanto o Luís como a Marizé deram o OK! Estava montado o WOK (Delícia)!
Vamos lá!
Divirtam-se comparando as visões da Marizé , do LPontes e do dcpv. Afinal de contas, nem todo triângulo precisa ser equilátero!

COMEÇOCastanhas de Caju Agridoces.
Couve Flor Picante.
Espaguetini de Soja com Frango e Pimentão

Já vou avisando! Não vou dar as receitas com precisão (se você quiser, eu mando por e-mail ou dê uma olhada no Tachos de Ensaio pois provavelmente a Marizé as descreveu passo a passo!). Mas, a mistura de castanhas de caju, pimentão verde, cebola, coco ralado, sementes de mostarda, cúrcuma, azeite e sal se transformou num aperitivo muito bom e deu uma dimensão diferente à castanha pois com o coco, ela ficou adocicada mas ao paladar, parecia um purê agridoce! Delycyosa!

Ainda mais escoltada por uma belísssima caipirinha de limão upgradeada com gengibre e um toque generoso de anis estrelado. Boa invenção e Yrresystývel. 

Na couve flor vão amêndoas, cebola, pimenta, cúrcuma, suco de limão, migalhas de pão seco, salsinha, sal e pimenta.  Esta receita é muito boa e já entrou na lista das coisas rotineiras daqui de casa . A couve flor fica bastante crocante e o pão adicionado ao molho formam uma massa que dá um bom equilíbrio ao prato. Bestyal.

Quanto ao espaguetini, o único cuidado é cozinhá-lo somente na hora de servir. Os ingredientes foram frango cortado em tiras e empanados em amido de milho (Maizena pros íntimos), legumes cortados em palitos (cenoura, pimentões vermelho e amarelo), verduras (acelga e cebolinha), gengibre ralado, sal e pimenta.

Uma combinação perfeita e que mostrou como a wok pode ser bem utilizada. O frango fica muito crocante e o prato todo mais ainda com a adição dos legumes, além do espaguetini dar uma liga muito boa a eles. Muito saboroso e ynstygante!

Acompanhamos com o belo rosé Club dos Sommeliers Miolo 2007 Brasil que foi “cítrico, inwokado, par perfeito“. Sublyme!

MEIO Carne de Porco com Melão e Manga

Nesta receita entra o nam pla. Pra quem não sabe é um dos temperos thai mais usuais e que normalmente substitui o sal. E além dele, manga e melão cortados em tiras, carne de porco (usei lombo) em cubos, cebolinhas, alho e vinagre de cidra .

  

É só temperar a manga e o melão com sal, pimenta, açúcar e suco de limão. Aquecer bem o wok, colocar óleo de gergelim e fritar a carne de porco até dourar. Retirar e reservar.
Em seguida, coloque um pouco mais de óleo e frite a cebolinha e o alho cortados. Junte o nam pla (não se assuste com cheiro inicial!), vinagre, sal e as pimentas moídas.
Retorne o porco e coloque as frutas (inclusive a marinada). Misture bem, aqueça e sirva bem quente salpicando amendoins e coentro.

Olha! Não é porque fui eu que indicou, mas ficou muito bom. O molho tem um quê de doce mas ao mesmo tempo, o nam pla marca bastante o território. Equylybrado!

E com um belo vinho tinto Pinot Noir Aresti 2007 Chile (viu, Luís) que foi “condimentado, melanga, Hollywood star” segundo os “yntendydos“, nós mesmos!

FIM Docinhos Fritos de laranja com Calda de Especiarias.

Esta receita dá uma “mandrakada” na utilização da Wok. Na verdade, a panela serve somente pra fritar a massa que é feita de farinha de trigo, suco de laranja e azeite em fio. Deixe descansar um pouco, abra a massa e corte no formato que você quiser (eu fiz no formato do Mickey!).
Pra fazer a calda, é só ferver numa panela, mel, açúcar, cravos, canela (detalhe : um pau de 6 cm, super preciso!!) e água .

Frite o Mickey no óleo fervente até dourar e regue com calda de especiarias. Uma bolinha de sorvete, um pouco de maple syhrup e o indefectível rainbow sugar. É um puxa-puxa muito bom! Chycletoso!

Ainda tomamos, conforme a indicação, um belo chá Twinings Jasmin que segundo os ypsilones, nós mesmos, foi “floral, absolutelly fabulous, channel digestivo“.

   

Eis as opiniões os wokistas:
Edu – Muito bom. Ympressyonante. Wokýssymo!
Mingão – Bela noite! Uma grande estréia do projeto Y.
Déo – Infelizmente não estava aqui. Mas, mesmo assim, achei bom demais (sim senhores, o Déo teve que faltar a este banquete).

Triângulos (isósceles ou escaleno); começo, meio e fim; cabeça, corpo e membros; ouro, prata e bronze; trilogia. Seja o que for, o Y (na verdade, um elegante cálice) serviu pra designar este projeto pois representa 3 entidades (nada de baixar o santo, heim?), 3 amigos inter-continentais que tiveram o prazer de dividir esta experiência, que espero e anseio ser a primeira de muitas.

O resultado? Bom, pelo que foi escrito acima e adicionando a opinião da Dé (“adorei tudo, especialmente as entradas (N.R – é claro, já que não tinha carne bovina) e a sobremesa me lembrou do sabor da minha infância !! “) foi completamente satisfatório, na visão dcpviana.

O negócio é esperar pelo próximo (com indicação ou da Marizé ou do Luís) e melhor do que isso, imaginar como seria a evolução do projeto  ou seja, cozinhar e comer com todo mundo presente (quem quiser participar é só avisar!). Ainda chegamos lá!

Até !

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Há 15 comentários

  1. Olá Eduardo,
    Só agora acabei este nosso jantar, desculpe a demora mas este eu mastiguei bem devagar e valeu a pena!

    A companhia que nos fizemos em modo algo imaginado é agora palpável e eu consigo sentir de novo os meus sabores e as novidades que vocês, Eduardo e Marizé, introduziram.

    Ainda bem que me parece não sermos dados a metafísicas e outras transensorialidades esquisitas, senão daqui a pouco já estávamos “teletransportados” entre as nossas mesas.

    Mas um dia fá-lo-emos a seis mãos, cá ou lá, onde calhar, mas de certeza!

    Luís Pontes

  2. Eduardo e restantes confrades “Ypslones”, he, he, he… (que palavra tão gira), foi de facto uma experiência diferente, estar na cozinha a confeccionar o mesmo que outras pessoas (quase) à mesma hora, é muito engraçado.
    Já vi que não correspondi ás espectativas de descrever o passo-a-passo das receitas, mas isso também faz parte do elemento surpresa, como confeccionamos, apresentamos e degustamos as mesmas coisas de maneiras tão individuais é parte do encanto do projecto.
    Gostei da caipirinha com gengibre e anis, gostei do “ratinho” de laranja com a bola de gelado à cabeça, e gostei principalmente do convivio.

    Um beijo

  3. Eduardo, Marizé e Luís Pontes, pode-se sentir, nas palavras de cada um, a expectativa quase infantil da espera pelo presente de Natal, ou a expectativa adolescente – mas que nos acompanha pela vida adulta – dos minutos que antecedem o primeiro beijo. Contaram-se as horas, prepararam-se os ingredientes, acertou-se o vocabulário. Se nesse nosso país continental algumas palavras são diferentes de uma região para outra, o que dizer das diferenças quando um oceano nos separa. Certa vez, em Portugal para um casamento, observava, sem muito entender, tantos preparativos na casa do noivo, para se oferecer aos seus convidados, antes da cerimônia, um “copo d’água”.

    E eis que chega o dia. E como o embrulho com laço de fita embaixo da árvore de Natal e o toque dos lábios na noite de estrelas no céu, castanhas de caju, couve flor, espaguetini de soja, frango, manga e melão fazem brilhar os olhos e bater forte o coração.

    Algumas adaptações. Nenhum problema e de certa forma adaptações esperadas, quando falamos de diferentes culturas. Na percepção de quem está de fora – querendo estar dentro – a coisas da vida são assim mesmo, como aqueles quebra cabeças de mil peças. As peças são tão parecidas que às vezes o azul do céu se confunde com o azul do mar, e o que era nuvem, se transforma em espuma de onda. Mas isso não compromete a paisagem. Não importa a cor do pimentão. Aliás, os de Marizé, verdes e vermelhos, ficaram bem portugueses. Talvez na segunda edição, os pimentões possam ser verdes e amarelos.

    Para mim, os encontros devem sempre ter como propósito a alegria de compartilhar, de poder oferecer ao outro o que temos de melhor dentro da gente. Com nossos sentimentos, devemos agir como os altruístas. Tentar ser assim, um pouco “nam plauma”: “explosão de aroma e sabor que transforma todos os outros e se apaga a si mesmo” (Luís Pontes). Tenho certeza de que essa é a forma de semear amizades. Enganam-se os que pensam que o Projeto Y é um projeto gastronômico. Ele é muito mais do que isso. É um projeto que fala de amizade e que mostra aos mais incrédulos, que, se houve um tempo em que as caravelas eram necessárias para se cruzar um oceano em busca dos sonhos, hoje, no mundo contemporâneo, basta um desejo comum, para que sonhos se realizem e as amizades se estabeleçam.

    Eduardo, não sei se tenho salvação. Talvez esteja predestinada ao purgatório gastronômico e ao meu filet à milanesa com maionese de batata e arroz branco. Não consigo ver os ingredientes como ingredientes. Só consigo ver poesia no que fazem. Nem imagino que sabores possam ter as misturas que descrevem. Mas que bela metáfora para a vida – uma constante mistura de momentos de felicidade e de tristeza – sua descrição para o aperitivo: “a mistura de castanhas de caju, pimentão verde, cebola, coco ralado, sementes de mostarda, cúrcuma, azeite e sal deu uma dimensão diferente à castanha, pois com o coco, ela ficou adocicada, mas ao paladar, parecia um purê agridoce !” E apenas para esclarecer: não sou pessimista quanto à vida. Ao contrário. A vida, mesmo nos momentos mais difíceis, não é de todo amarga, porque nesses momentos, temos por perto os amigos. A vida, para mim, é mesmo agridoce.

  4. Como sempre só releio o que escrevo depois. E antes que seja rebaixada do purgatório ao inferno…
    Desculpem-me o erro de edição do recortar/colar que trouxe do blog do Luís: “nam pla: uma explosão de aroma e sabor que transforma todos os outros e se apaga a si mesmo”

    Abraços!

  5. Muito bacana esse projeto, como sempre vocês arrasando! Tão legal ver as mesmas receitas de maneiras tão diferentes! Eu que já sou empolgada pra comprar uma wok fiquei mais ainda. Adorei, vou ficar acompanhando… 😉

  6. Faaaaaaaala Eduzão!!! Cara, a Dë tá se superando nas fotos hein!? Que espetáculo 🙂

    E outra: que saudades dessa casa! To louco pra voltar aí outra vez 😎

  7. Eduardo, as suas escolhas para o menu são soberbas. Muito interessante o projecto! E com participantes de tamanho calibre, aposto que ficou tudo delicioso.

    Muitos parabéns!

  8. Adorei o projecto. Parabéns!
    É giríssimo ver como com a mesma receita cada um obteve um resultado final tão diferente.

  9. Adorei o projecto e esta estreia com aromas e sabores orientais não poderia ser mais a meu gosto! Já saboreei cada uma “aventuras” e o toque pessoal que cada um deu às receitas. Belos cozinheiros vcs sairam!

    bjs

  10. O costume dos links de comentários no final do post no Blogger sempre me confunde aqui no seu blog. Portanto, se algum dia eu falar de “alhos” num post sobre “bugalhos”, vc já sabe.

    Que foto linda essa última!!! E esse Mickey frito devia estar muito gostoso.

  11. Quanto ao Projeto, nem preciso falar: uma idéia ótima, e executada por blogs super queridos na “blogosfera comedorística”!!!
    Agora, dá para me mandar umas porções das entradinahs via Sedex???
    Ooops, eles tão em greve… só pode ser um complô!!!!!
    🙂
    Sério, achei o máximo essa invenção!!!
    Abraços a todos, e parabéns!

  12. LPontes, foi um imenso prazer ( e uma grande responsa) indicar e executar este menu com caros amigos. A sensação de estar o mais próximo da tal degustação ao vivo foi muito boa. Talvez, além das próximas reuniões do Y, seja interessante termos como meta o tal encontro ao vivo e colocarmos as mãos na massa o máximo de pessoas possíveis . Todos estão convidados!

    Marizé, uma das pontas do Y, foi realmente muito bom fazer parte deste encontro. E a decepção não existiu pois veja como é o destino: você não colocou mas o Luís postou passo a passo. E ademais, adoramos todos aqui o tratamento que você deu a sobremesa : ficou muito bom ! Ah! E sem esquecer da saiquirinha. Esplêndida !

    Adriana, a nossa filósofa, desta vez você se superou. O texto está excelente e as sacadas do nam pla e do agridoce foram excepcionais. 100 % que você escreverá a introdução do livro dos Inter-Blogs ( tá melhorando, antes era a orelha !!). E o LPontes também é um grande fã dos teus comentários. Quanto aos sabores, eu duvido que você não mude o jeito de pensar quando experimentar uma bela comida thai com tudo o que ela tem (nam pla, pimentas, cheiros, agridoces) !

    Luna, invista pois uma Wok (como a própria Marizé disse no post dela) serve pra tudo ! Ainda mais pra você que tem bom gosto na escolha das receitas.

    Diiiooooogão, a Dé tá fera mesmo ( eu tô me sentindo o Waldemar de Brito, o tal que descobriu o Pelé). E a casa está de portas abertas. É só avisar quando você vem a SP que o Carlão vai levar um tempão pra te buscar (segundo as unidades de tempo dele !).

    Suzana, grato pelos elogios e na verdade, escolher até que é fácil. O difícil é saber se os outros vão gostar ! rsrsrs

    Manuela, ficou muito bom o resultado mesmo. E acho giríssimo falar giríssimo !!

    Pipoka, é mesmo. Você que é uma adepta da comifa asiática ( vai fazer o nosso Inter-Blogs thai) se sairia muto bem nesta “brincadeira”. O negócio é marcarmos o “ao vivo” em Portugal e resolveríamos uma boa parte do problema já que vocês, os portugueses, são maioria ( e o bom, é que teríamos que viajar pra Portugal! Ôba !).

    Agdá, as organizações Disney estão querendo nos processar (Onde já se viu fritar o Mickey ???!!!)mas tudo bem. E aproveitando pra fazer um merchã, o 8º Inter-Blogs Indiano com a Agdá foi realizado na última quarta (por sinal, um espetáculo) e será postado na segunda (14/07). Quer aprender sobre Onam? Veja o post do DCPV x Agdá.

    Marcia, preciso mudar o título do post do nosso Inter-Blogs para “Marcia, Guigão et DCPV”. Pelo menos fica um pouco mais de acordo com a realidade já que o Fouet tá um pouco pra escanteio. Quanto as entradas tavam boas mesmo
    ao ponto de uma mulher gravidíssima ter desejos. Fala pro Marco ir pra cozinha e preparar pra você ja que futebol pra ele, só no ano que vem quando o Sport estiver na segundona !!!rsrsrs.

    Abs a todos !!

  13. Que projecto interessante! adorei conhecer a ideia e as receitas!
    Até fiquei com água na boca e uma pontinha de inveja (bolas! ninguém é perfeito!!!)!!
    parabéns e continuem!

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