13/01/2011
Dia Dos – Punta del Este – La Table de Dulce de Leche.
Acordamos com o sol a pino. E isto as 7:30 de la matina.
Tínhamos planejado dar uma bela caminhada que foi devidamente adiada por motivo de força maior, ops, calor maior.
Tomamos um reforçado e ótimo café da manhã no hotel e rumamos pro Tambo el Sosiego.
Pra quem não sabe, é lá que o famoso doce de leite Lapataia (aquele da vaquinha) é feito.
O lugar é bem bacana com um restaurante legal, uma área de produção minúscula pra visitação, …
… vários animais, …
… hortas orgânicas (do tamanho da produção de dulce de leche), …
… e lojinha …
…, além dum montão de passageiros de cruzeiros.
Que pareciam uma nuvem de gafanhotos destruindo tudo o que é doce de leite que viam pela frente.
Conseguimos escapar da invasão e fomos pra Casapueblo, o museu-hotel-stúdio que o grande artista uruguaio Carlos Páez Vilaró projetou e construiu.
Lembra daquela música “era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada” do grande Vinícius? Pois dizem que ela foi feita na Casapueblo, justamente no período em que ele estava no exílio e morando junto com o amigo Villaró.
Realmente é um lugar marcante e que você tem que ir pelo menos uma vez na vida.
Ela tem muita semelhança com uma vila grega pois é toda branca e fica encravada nos penhascos.
Internamente, tem infinitas salas batizadas e ruas com vários nomes de amigos de Vilaró (alguns bem conhecidos por nós), …
… e muito níveis, escadas e sacadas, belísssimas sacadas.
Além das tremendas vistas do oceano (que na verdade é o Rio da Prata!)
Muitas obras de arte do proprietário estão expostas (e à venda) nas inúmeras lojinhas.
E quase todos os cantinhos são aprazíveis.
É um lugar mágico e o Vilaró é um exemplo de tenacidade pois ele teve um filho envolvido num acidente de avião (aquele do time de rugby) e ele insistiu tanto que eles poderiam estar vivos (o acidente foi na Cordilheira dos Andes) que mesmo após 3 meses do acontecido, ele conseguiu convencer pessoas a continuar com o resgate e finalmente, rever o filho.
Demos mais uma volta pela ruta panorâmica (aquela em que parece que o carro vai mergulhar no oceano) …
… e resolvemos almoçar na Península, bem no centrão onde os restaurantes caça-turistas proliferam.
Escolhemos um até que conhecido, o Virazon.
Sentamos na parte aberta e de frente pro mar.
Tomamos um clericot (praticamente uma sangria adocicada com vinho branco) e comemos muito bem.
A D Vera e o Sr Antonio pediram camarões; um arroz com eles e …
… eles ao alho e óleo.
A Dé foi de brótola com batatas, um peixe branco e exclusivo daqui que caiu nas graças da família.
Eu, pra variar, testei os mexilhões uruguaios e à provençal. Absolutamente deliciosos.
Sobremesa? Sorvetes do Freddo e no Freddo.
Dulce de Leche em profusão.
Voltamos ao hotel, demos uma descansada e nos preparamos pra faturar um montão de grana.
Fomos ao Conrad (ooô, oô, ooô!).
E a D Vera e o Sr Antonio conseguiram o milagre de ver o seu investimento multiplicado por 60% em apenas 5 minutos! (sim, este painel é do Vilaró)
Tudo bem que eles jogaram U$5, mas imaginem se fossem U$500.000 ? 🙂
Saímos correndo, pois tínhamos reservado uma “table” no Table de Jean Paul. Esta também foi uma bela dica do Diogo Destemperados.
Este restaurante é pertinho do hotel e é o novo endereço do afamado chef Jean Paul Bondoux (dono também do La Bourgogne e único Relais&Chateaux de Punta).
Reservei pras 20:30 hs. Cedo, muuuuito cedo pros padrões puntísticos.
Tão cedo que tivemos a impressão que todo este belo restaurante trabalhou somente pra nós.
O lugar é a expressão de Punta: sofisticado e despojado; rústico e chique; metido e simples.
Escolhemos comer na parte externa, pois estava bem quente e a brisa ajudava bastante, além do dia estar claro, claríssimo (maravilha, o sol se põe as 21:00 hs).
Couvert corretíssimo com pães quentinhos e um belo trio de tomates temperados, maionese caseira e caviar de berinjelas.
Também serviram um azeite especial, o Punta Lobos, feito por aqui mesmo em Maldonado. Apimentado e fresco, acompanhou muito bem todo o nosso nham-nham.
Como entradas, um mix de quesos e …
… um de salumi. Ambos misturando produtos das tables francesas e uruguaias.
O menu do Table é bastante conciso e com sotaque eminentemente francês. Apenas 2 pratos de peixes, que o a D Vera e o Sr Antonio escolheram, o peixe do dia com legumes e manteiga de manjericão (o dela, um linguado e o dele, uma brótola); …
… um peito de frango com arroz de limão pra Dé (numa apresentação bacanésima) e …
… um bifão de cordeiro com batatas e tomate confitado pra mim.
Todos os pratos estavam excelentes, porém bem grandes (me pareceram com influências mallmannianas).
O sommelier (muito bom assim como todo o staff) resolveu a equação quase insolúvel nos propondo um Pinot Noir neozelandês Vicar’s Choice que fluiu bem com tudo, tendo inclusive, contado com a participação ativa da D Vera na brincadeira.
Ficamos mais um tempão admirando a lua e todo o entorno do restaurante.
Frise-se que a decoração das mesas era muito original com a farta utilização de luz negra pra evidenciar a beleza de tudo.
Só nos restou ir embora com a certeza que o Table é verdadeiramente uma mesa pra chamar de sua. Valeu, Diogão!
Até amanhã, quando exploraremos o lado mais selvagem de Punta, Jose Ignacio e retornaremos ao Conrad com a intenção clara de quebrar a banca novamente.
Nos aguarde, Amaury! (ooô, oô, ooô)
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Há 8 comentários
Adorei os pratos que vieram do mar, e os animaizinhos vivos como é óbvio 🙂
Edu, só tenho a confirmar o óbvio, “um espetáculo”!
As fotos ficaram lindas e os pratos me provocaram muita fome.Tem nada não, vou tomar um sorvete de dulche de leche granizado, bem ali, ó, pertinho de casa, do Freddo, sim senhor!
Grande abraço
Hahaha, demorei a passar por aqui hoje. Achei que novo post so depois….me enganei redondamente. Que bom! Mais um belo dia, com direito a mexilhoes!! Mexilhoes???!!!! Xiii. Bem, Lourdes adorou todas as fotos, em especial a da Dé! Na Grecia? Nao, em Punta.
Eduuuuuuuuu
que sensacional essa viagem!!!!!
eu fiquei morrendo de vontade de ir para Punta agora, vc e a De terão que mandar todas as dicas!!!!
E como foi no EUA?!?!
Coloca as fotos de lá tbm!!!
Que delicia de férias… aproveitem mmmto!!
Bjos
Carol
Nesses ultimos tempos venho escutando tanto do Uruguai, que minha vontade de ir para lá só anda crescendo! Aqui do lado, super bonito e com gastronomia de primeira ainda?! Só uma pergunta: muito caro???
bjus
Perto da Lapataia, em Punta Ballena, tem o melhor produtor de queijos uruguaios,a Nonno Antonio queseria.
bjo
Por mim, D. Vera e Sr. Antônio definem o menu do próximo ISB! Adorei tudo o que eles escolheram. Adoro camarão. Sem falar que eles parecem ter a mesma sorte nas mesas uruguaias que eu tive. Pena que apostamos tão pouco.
Guta, comentei em outro post do Edu, como ainda não aprendemos a fazer turismo na América Latina. Em Montevideo vi duas exposições que incluo, sem pensar duas vezes, nas melhores que já percorri: uma de Joaquim Torres Garcia (adoro seus quadros) e a outra de Juan Antonio Cavo (esculturas belíssimas). Aliás, sou uma apaixonada por esculturas. Duas coisas que gostaria de ser: escritora e escultura.
Edu, as dicas de Punta estão anotadas. A cidade está na minha lista de viagens “por aqui”, junto com Cartagena e, claro, o Peru. Uma vergonha, mas ainda não conheço Lima, Cusco e Machu Picchu.
Abraços!
Ameixinha, também adoramos. Questão: seriam os peixes animais? 🙂
Mara, viva o Freddo! Especialmente quando se está em Punta!
Sócio, a Lourdes tem um bom gosto danado! rs
Carol, ainda tenho mais 3 posts sobre Punta. E 10 belos dias na Flórida. Com direito a passeio gastronômico por Little Havana, jogo de hockey no gelo, Monster Jam e muitas ótimas refeições.
Guta, depende do referencial. Se comparar com São Paulo é barato. Mas acredito que seja um preço justo (achei o hotel bem caro e o aluguel do carro muuuuito caro!)
Nina, uma pena que não conhecemos. Mas fizemos uma visita a uma bela vinícola, a Altos de la Ballena.
Drix, estou achando que este próximo ISBH terá o maior menu de todos os tempos! 🙂
Vamos marcar o próximo encontro num lugar com cassino. Que tal Las Vegas? rs
Abs cucarachos pra todos.