número 284
22/02/11
Tá todo mundo falando e comendo grego.
Mais uma vez a Drix, uma chef conhecedora dos atalhos da cozinha, nos indicou um menu (ainda que indiretamente).
Ela enviou alguns exemplares da excelente revista do sex shop mineiro, o Verdemar Supermercado & Padaria. Dentre eles, um versava sobre a Grécia e sua culinária.
Pô, a Grécia vive no imaginário daqui de casa, tanto turístico quanto gastronômico.
E lendo sobre as características do país e da mediterraneidade de tudo, adicionando-se o calor helênico que está fazendo nestas plagas, foi fácil decidir sobre esta noite grega.
São muitos bons ingredientes preparados de uma maneira simples e saudável (assados, cozidos) e acompanhados por algum molho bem fresco (iogurte, creme de leite, tomates).
Vamos lá, então, nos teletransportar praquele lindo ambiente com casinhas brancas, um mar bem azul e um monte de gregos cheios de ouzo.
Eheeyete too-aletta?
Bebidinha – Saquerinha de limão.
Simples e grega, como o Panathinaikos.
Entradas – Salada grega, feijão branco com pimentão ao forno e vegetais grelhados com iogurte.
“Uma longa história de guerras, conquistas, construções, uniões, realizações. Um legado deixado por toda a humanidade. Mitologia, política, arte, esportes, arquitetura, filosofia, teatro… Uma cultura de impressionar”.
É mesmo! Eu acho que a maioria das pessoas tem uma certa admiração pela cultura grega. Paralelamente, por tudo o que a sua cozinha representa de saudabilidade.
Estas entradas são extremamente simples e já adianto, deliciosas.
A salada grega é uma salada grega! rs
Pepinos, cebolas, tomates secos, tomates, azeitonas, queijo feta, pimenta em conserva (usei a biquinho), salsinha e azeite.
Já os feijões brancos foram tirados do vidro (by sex shop). E acrescentados com a sua água numa forma com pimentão vermelho cortado em tiras finas e frito levemente com cebola e alho.
Cobri com papel aluminio e deixei no forno por uma hora a 180ºC.
Finalmente, grelhei vegetais. Pimentão verde e vermelho, abobrinha, berinjela, tomate e cebola além da batata cozida.
Todos pincelados com azeite e temperados com sal, pimenta do reino e orégano.
Veja o quão mediterrâneo ficou esta lindeza!
Bela e saborosa. Tanto que a Dé também lambeu o prato.
Tomamos um companheiro pós-viagem (eita free shop), o Jacob`s Creek Chardonnay 2009 que foi “segundesco, jacob`s greek, top white, cretino“, segundo os zorbas, nós mesmos.
Principal – Espaguete de Lagosta
“Apenas o azeite, o limão e o sal não adiantam nada. É preciso temperar com carinho”. Thrassyvoulos Georgios Petrakis (restaurante Acropolis)
Este é um caso em que o carinho tem que fazer parte da receita.
Que mais uma vez é facílima de fazer (estou ficando repetitivo, né não?)
Basta ferver lagostas num caldo formado por água, cenoura, cebola e salsinha. Reserve.
Coe este caldo e use-o pra cozinhar o espaguete. Refogue 1 cebola picada no azeite, adicione vinho branco, tomate sem casca e sem semente e cozinhe por 10 minutos.
Monte com o espaguete, a lagosta, o molho e salsinha picada.
Ficou um verdadeiro espetáculo que não tem nada de tragédia grega.
A ideia de cozinhar a massa com o brodo transformou tudo numa lagostada. E o molho que, por ser ralo, mais parece um caldo, teve que obrigatoriamente ser tomado com uma colher. Mais um que a Dé comeu e bebeu inteirinho.
Como espetacular foi o vinho branco C. Rosa Chardonnay 2009 Etchart. “Bouquet, noel gay, cacarvalhoso, gulosê” foi o mínimo que nós, os atenienses achamos dele.
Sobremesa – Ravani
“Os doces e as sobremesas da culinária grega romperam as fronteiras do mar mediterrâneo e ganharam o mundo por sua delicadeza, fragilidade, beleza e texturas únicas”.
E este bolo de semolina tem exatamente esta característica.
Bata 250g de margarina numa batedeira. Em velocidade baixa, adicione lentamente 1/2 xícara de açúcar e em seguida, 3 ovos um a um. Coloque 1 xícara de farinha e 2 de semolina até obter uma massa bem consistente. Leve a massa, em uma travessa retangular untada, ao forno a 180ºC por 40 minutos.
Para a calda, ferva 3 xícaras de açúcar, 4 xícaras de água, casca de 1 laranja e 1 canela em pau. Sirva esta calda sobre o bolo deixando tudo bem molhado.
Ainda dei uma incrementada ao usar um açúcar de tangerina.
Eis a opinião dos troianos:
Jantar hedonista. Aristóteles aprovaria. (Edu)
A Grécia é aqui (perfeito). (Mingão)
Cretinos sinônimos de esperteza! (Deo)
“O que falta então pra que nós, aqui tão longe do lindo Mediterrâneo, possamos desfrutar dos mesmos benefícios que os povos daquela região? Certamente a força de vontade para nos adequarmos aos costumes de alimentação sadia daqueles povos. É mais fácil alguém mudar de religião do que de costumes alimentares”. (Lina Panos)
Concordo plenamente. Acho que passou da hora de fazermos uma revolução alimentar e aproveitarmos estes pseudos ares mediterrâneos que temos por aqui.
Quem se habilita?
Kalinihxta.
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Há 6 comentários
Aposto que foi este menu que os gregos deixaram dentro do Cavalo de Tróia he he Adoro cozinha mediterrânica e a Grega é das que mais aprecio!
Edu,
Post irresistível, fotos fantásticas.Esquina de encontros históricos do ocidente com o oriente, a Grécia sintetiza apelos gastronômicos dos dois mundos. O ouzo, por exemplo, pode ser facilmente confundido com o arak árabe e o pastis francês. E para acompanhar pratos de carneiro, preparados segundo receitas de ambos os lados do Mediterrâneo(brochette, kebab) os gregos produzem o Boutari Naussa, um tinto que não passaria vergonha nem no Medoc.
Contudo, os visitantes devem fugir de dois equívocos: encher o copo com “retsina”, um vinho com gosto de cola de barril, e pedir “arroz à grega”, coisa que ninguém conhece por lá.
Efkaristo!
Dodô do Peloponeso
O que dizer depois de Ameixinha e Dodo? Nada! O melhor é calar-se e aproveitar esse delicioso post. Adrix, influenciando a escolha de menus (quem diria) e eu que fiz até um básico de TZATZIKI E Camarao Saganaki durante as folias de momo!! Dodo, e o que me diria do “churrasquinho grego” para acompanhar esse arroz a grega?
Edu, ando sem tempo de flanar pelo DCPV, mas vi a “chamada” lá no facebook para o menu grego e “corri” até aqui. Tudo parece muito saboroso e não posso deixar de comentar o cuidado da Dé na escolha das cores para arrumar a mesa. O azul e branco foram perfeitos!
Eymard, diria modestamente que sou muito boa na concepção: Neruda, Perú, Grécia… Até indico as referências… Mas quanto à execução…
Kalimera, que delicia de Grecia! Saudacoes da liguria, aproveitei para passar a ponte da amicizia com a Franca e abastecer de rose,rsrs. Abracos.
Ameixa, se foi, nós caímos na pegadinha do Malandro. rs
Dodopoulis, que prazer! Eu ainda não experimentei, mas já me disseram que este retsina é ruim de doer!! 🙂
Quanto aos vinhos gregos (mesmo), sou fã dos brancos. Ainda tomaremos alguns “in loco”.
Sócio, Este Tzatziki está prometendo. Vamos ver em BH!
Drixpoulis, você está em primeiro lugar no ranking dos “conceptivos”. rsrs
Maria, quer dizer que a adeguinha já está cheia de roseé. Ê, beleza!
Abs cavalares e troianos pra todos.