12/03/11
dcpv – As obras de arte do Rothko.
Pra quem não sabe (e eu não sabia) Rothko foi um pintor nascido na Russia em 1903 e que se mudou com a família pros Estados Unidos em 1913. Ele é tido por alguns como um expressionista, mas na verdade ele criou um tal “colorfield painting”, expresso nas pinturas abaixo:
E olha que algumas podem a chegar a valer 10 milhões de Euros.
Tudo bem que o Rothko que nós conhecemos (a Lourdes, o sócio, a Dé e eu) não era exatamente este.
Era o o restaurante Rothko que teve este nome escolhido pelo chef (e também artista) Diego Belda numa homenagem, imagino eu.
De qualquer forma, o lugar todo tem uma tremenda cara de galeria. Ele fica na Rua Wisard, 88 na Vila Madalena.
Ou seja, no lugar certo já que a Vila Madá é bichogrilesca e chic o suficiente pra suportar uma ideia tão bacana.
Chegamos atrasadíssimos (que novidade) com, inclusive, a Lourdes e o Eymard já tomando um espumante brasileiro e comendo uma coxinha e uma salada de presunto ibérico.
Fomos acomodados na nossa mesa e nos deslumbramos com as possibilidades do cardápio que é muito eclético e cheio de coisas a serem experimentadas, especialmente as múltiplas escolhas de entradas e com preços bem abaixo dos encontrados por aí.
Conversamos muito, planejamos um montão de coisas e pedimos algumas.
A Dé e a Lourdes foram de saborosas coxinhas, uma tremenda massa de mandioca com confit de pato desfiado, lichia e pimenta biquinho ao molho de mexirica.
O Eymard pediu o Porco Bebinho, costelinhas marinadas e glaceadas em caipirinha, finalizadas com mel de laranjeira e banana da terra salteada. Eu não sei se estava bom pois nem experimentei! rsrs
Eu fui de Uramaki Mineiro. O nome já explica quase tudo. São roulades de pancetta fresca envoltas em couve-manteiga regadas em azeite de ervas. Comida japonesa legítima, uai!
Continuamos nos divertindo muito e aproveitando pra sentir o ambiente.
Chegou a hora dos principais. Com a Dé não teve nem discussão; tinha polenta no cardápio e ainda por cima veggie! Uma polentona de fubá coberta por legumes tostados, pesto de ervas orgânicas e queijo Serra da Canastra ralado.
A Lourdes pediu um Magret de pato servido no molho de amora com farofa de banana e dendê.
O Eymard foi de Paçoca de confit de pato, purê de mandioca, molho de mexirica e espuma de pimenta de cheiro. Sequinha, saborosa e nos pareceu que os Loguércio são parentes dos Donald.
Eu pedi o belíssimo Stinco de cabrita, uma canela (aquela dos zagueiros) cozida em baixa temperatura, glaceada com vinho branco, galette de pamonha, mini-cenouras caramelizadas e cogumelos portobello salteados. Untuoso e gostoso.
Mais conversas (foi praticamente um slow food pintando as cores do campo) e partimos pras sobremesas.
Escolhemos duas delas pra fazermos uma mini-degustação: a conhecida pamonha brulée com compota de frutas vermelhas, sorvete de iogurte com limão e castanhas de caju glaceadas que mais pareciam aqueles coquinhos açucarados que vendem por aí …
… e o bolo de chocolate com cocada (? Não me lembro, mas juro que mandei um e-mail pro restaurante e estou esperando a resposta até agora! Atualização – a Lourdes disse que é um petit gateau de mexirica.).
Ambas muito fotogênicas e boas.
Bom, é isso! O Rothko impressionou?
Sim. É um lugar pra voltar várias vezes e apesar do serviço bastante atrapalhado, verificar as quantas andam as obras de arte do Diego.
Hasta.
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Há 9 comentários
Mais um memorável encontro!!!! Lugar bacana (dificil de achar…nao tem placa…a numeraçao nao é facil pois é quase na esquina; nao tem manobrista…). Chegar antes rendeu 1/2 espumante a mais e duas entradas…(rs), que o Edu ajudou a pagar no final das contas (rs). O serviço é improvisado (estávamos mal acostumados do excelente serviço do Grande Hotel Campos do Jordao. Qualquer comparaçao com os serviços do grande hotel é covardia, mas também nao precisava ser tao fraquinho). Me deu a sensaçao de que tinha faltado um garçom e o outro veio para “quebrar um galho”. Uma única atendente bem informada. Se virava nos 30 para atender a todos enquanto o ajudante fazia figuraçao. Poucas mesas ocupadas (a nossa e mais 3). O chef é cheio de personalidade (pelo local já se confirma isso). Os pratos sao de bom tamanho, com misturas gostosas. Mas tem que tomar cuidado para nao passar do limite entre a “personalidade” e o “personalismo”. Todo restaurante precisa de simpatia, além da boa comida.
No entanto a comida compensa tudo. Uma delícia. Para variar nao vimos a hora passar; conversa solta, muita risada e planejamentos. De lá esticamos na SODOCES (fomos procurar o Flavio Federico, nao encontramos, mas nao saímos de maos abanando….). O desdobramento desse almoco? Bem, o tempo dirá…
Edu, oia lá, segure a tarja do wordpress!
Gosto muito quando os sócios e respectivas se enveredam por “caminhos nunca dantes navegados”, pois dá uma vontade enorme de viajar, de conhecer novos lugares, de fazer planos, tem coisa melhor que isso?
Vale anotar a dica e programar ida a SAMPA.
Li a respeito de novo empreendimento da Carla Pernambuco, Las Chicas,na Oscar Freire, acima da Rebouças. Quem sabe você também
não passa por lá, escreve aqui, e a gente anota tudinho
Grande abraço
Ah, aprecio também os desdobramentos desses momentos comidas/bebidas, costumam gerar grandes posts e fotos deslumbrantes, será que você já pode adiantar, pra gente ficar na doce espera?
Abr
Edu, a Lourdes, que tem memória de “elefante” esta aqui dizendo que na sobremesa de chocolate nao tinha cocada. O que se ve em primeiro plano sao mexiricas!!!! Potanto um petit gatau com mexirica!
Nossa, que fofo!
Adorei a decoração desse restaurante e os pratos, super bem apresentados e com cara suculenta. Pena o serviço ser incompetente.
Mais um delicioso encontro entre os “sócios”, que não implementam logo essa tão secreta e decantada sociedade.
Edu e Eymard, a gente já não aguenta mais esperar pelo lançamento da pedra fundamental dessa “empresa”! Tô começando a desconfiar que isso é só um argumento para vocês estarem sempre descobrindo novos lugares e prazeres. O que não é nada mal!
Esse novo restaurante da Carla é bem onde eu adoro ficar em São Paulo.
Beijos
Covardia! Que pratos!
Vou sonhar com esse bolo de chocolate, com certeza!
Abs,
Menino, fazia tempo que eu não entrava por aqui. Que máximo!! Adorei a “mudernidade”. As fotos são de encher a boca d’água. Parabéns!!
Polentona de fubá, legumes tostados, ervas orgânicas e queijo Serra da Canastra; pato, molho de amora, farofa de banana e dendê; paçoca de confit de pato, purê de mandioca, molho de mexirica e espuma de pimenta de cheiro; stinco de cabrita, glaceada com vinho branco, galette de pamonha, mini-cenouras caramelizadas e cogumelos portobello salteados.
Quando vejo a descrição dos pratos saboreados pelos confrades e seus/ nossos amigos lembro-me das provas de meus alunos, nas quais todos os teóricos se misturam, em um “samba do crioulo doido”.
Onde chefes e alunos buscam tanta inspiração? A única diferença é que, me parece, nos pratos funciona, ainda que para comer eu não seja nada ousada: farofa de ovos, purê de batata, legumes cozidos… :- )
Sueli, acho que essa sociedade será anunciada aqui em BH!
Sócio, este teu comentário está mais completo que o post! rsrs
Quanto a personalidade do chef, poderíamos chamar de “descaso blasée”? 🙂
Mara, o Las Chicas já está na lista. Quem sabe nesta semana?
Quanto aos desdobramentos, fizemos uma reunião muito perto daí.
Sócio, quer dizer que a Lourdes lembrou? Vou corrigir.
Sueli, calma-te. O serviço era lento e desinformado; não incompetente! rsrs
E calma-te novamente quanto ao lançamento do(s) empreendimento(s). Se bem que, pelo menos um já está em pleno andamento.
Lu, vais dormir menos ainda ao saber que era um petit gateau de mexirica (ponkã,? cravo? morcoti? carioca? rs)
Marilia, “mudernidade” é com “nóis” mesmo, uai!
Drix, mais uma bela observação. Eu também fico pensando daonde os chefs tiram os pratos que formarão os menus dos seus restaurantes?
Quando eles resolvem colocar um prato novo e/ou retirar um velho do menu?
Quanto a sociedade, acredito que o(s) contrato(s) estarão prontos até maio.
Abs expressionistas pra todos.