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dcpv – da cachaça pro vinho – 42º interblogs – menu à trois no dcpv

número
26/07/11

dcpv – 42º interblogsMenu à Trois no dcpv.

Lá vamos nós pra mais um interblogs (quer saber o que é?). E não é um simples interblogs.
É o 42º com a indicação dum menu predominantemente italiano (quiçá, mediterrâneo) que de antemão, afirmarei ser uma verdadeira delícia.

Assim como o texto que a Sabrina do excelente blog Menu à Trois nos enviou (por sinal, tudo que está grafado em azul):

Edu, quando trocamos o primeiro e-mail sobre o interblogs, eu estava na Itália e lembro-me de ter dito a você que faria algo italiano por total influência local, mas a verdade é que a divina simplicidade dessa culinária, que traz conforto e muita conversa à mesa, regada a vinho, azeite e pão limpando o molho do prato, sempre foi a minha paixão! NR – Azeite, vinho e pão limpando o molho: seguimos à risca a indicação da Sabrina  e do Ebraim.

Bolei um menu tendencioso a essa atmosfera, mas não necessariamente com uma denominação de origem controlada… NR – O menu é D.O.C.G. Garantido!

E italianíssimo. Mais do que o Záccaro!

Fizemos tudo e inclusive, o pessoal (diga-se Déo e Mingão) chegou mais cedo pra ajudar a Dé na produção da massa.

Não bebemos nada antes do jantar, justamente pra não estragar o apetite.

Para começar, uma conserva de shitake deliciosa, que pode ser servida sobre um pão torrado, temperar uma salada ou se transformar em molho rápido para macarrão, com a adição de uma concha da água em que a massa foi cozida e acrescido de belas lascas de um bom parmeggiano, o qual, ao lado do vinho e dos pães, provavelmente não abandonará a sua mesa durante à noite… NR – Já está anotada a sugestão!

O único porém é que precisa ser preparada com, no mínimo, duas semanas de antecedência, pois antes disso seu sabor estará superficial, mas garanto que não irá se arrepender e que, se conseguir guardar um pote para o mês seguinte, me mandará um e-mail para contar sobre o imenso bem que o tempo lhe fez! NR – Fiz precisamente com 2 semanas de antecedência. Este email será enviado já que ainda tenho mais dois vidros do néctar shitakiano!

Outro vício tradicional é o caldo; então proponho tortellini all’arrabbiata in brodo, feito com um purê de pimenta dedo-de-moça acrescido à massa, que lhe confere um tom rosado e uma picância pontual, recheado da forma mais simples, com um pouco de parmeggiano ralado fino …

 e cozido em um delicado e abundante caldo de legumes. NR – façam em casa. Dá trabalho, mas é uma delícia!

Para o purê, usei duas pimentas queimadas sobre a chama do fogão, …

… sem a pele e as sementes,  …

para a proporção de 100g de farinha de trigo para um ovo, com as eventuais correções.

Para servir, apenas um fio de azeite, uma pitada de flor de sal e folhas de orégano fresco. NR – Resultou numa entrada memorável.

O silêncio pairou sobre a sala de jantar. Estávamos todos concentrados em absorver os sabores, os odores, enfim, a poesia da comida.

E acompanhando com um vinho brasileiro da Lidio Carraro, o Merlot Cabernet Sauvignon Da’Divas que achamos “framboesa, herbáceo, frutas vermelhas, 171“.

 Ou seja, foi uma ótima harmonização com a delicadeza do brodo e com sabor punjante do shitake. Perfecto!

O prato principal, que norteou a escolha dos demais, me marcou muito tanto por seu sabor e apresentação quanto por sua história; o cacciucco, assim como tantos outros, é um prato do mar que tem como origem as simples cozinhas dos pescadores repletas de peixes frescos e caldos saborosos e ele realmente traz essa essência de simplicidade e potência consigo. NR – Bota potência nisso.

A casa inteira ficou cheirando a esta maravilha gastronômica.

O cacciucco era o prato principal de um delicioso menu degustação e qual não foi a minha surpresa ao ser surpreendida por uma enorme frigideira rústica, linda e fumegante, coberta por diversos peixes e frutos do mar emoldurados por torradas de alho que tinham a parte de cima crocante e a parte de baixo em contato com o molho, úmida e suculenta.

Apesar de ser descrito como uma tradicional sopa livornesa, o prato que comi e que reproduzo em casa trazia uma quantidade de caldo suficiente para cobrir as torradas do fundo e parte dos peixes e frutos do mar; de sopa delicada, como se vê em muitos sites, não tinha nada! NR – Nós achamos tudo muito delicado. E surpreendentemente potente!

Por isso preparo-o da forma mais instintiva e natural possível; cebola e alho refogados em azeite,…

… um bom molho caseiro de tomates, …

…um belo gole de vinho branco seco e as carnes, que entram na seqüência necessária, tendo em vista o tempo de cozimento de cada uma.

Finalizo com salsinha fresca, azeite italiano e torrada de alho. Há receitas com e sem pimenta seca; umas levam vinho branco seco, outras tinto, mas uma coisa é certa, por ser grafado com cinco letras “c”, este deve ser o número de peixes e frutos do mar dentro da panela; melhor não contrariar essa tradição! NR – Missão cumprida e não vamos contradizer nenhuma tradição. Ainda mais italiana!

Usei: 1 – Linguado; 2 – Lula; 3 – Vôngole; 4 – Vieira; 5 – Marisco. Alguns inusuais, mas ficaram absolutamente perfeitos. 

Além do fato de cozinhar apenas para dois e de, assim como vocês, gostar de montar os pratos que vão à mesa, preparo o cacciucco na panela e alguns minutos antes de ficar pronto para servir, disponho-o em cumbucas individuais forradas com uma torrada e levo-os ao forno bem quente para que as patinhas de lula e os pedaços de peixe que ficarem para fora possam adquirir aquela apetitosa coloração dourada. NR – A sopa estava tão bonita que eu não tive como escondê-la sobre torradas. O jeito foi serví-la com alguma decoração e com uma torrada sobre a superfície. Sabrina, que acerto!

O que eu comi era feito em um forno a lenha, então podemos usar o truque do grill do forno. Antes de servir, finalizo o prato com as torradas, salsinha e azeite; após algumas experiências, conclui que é melhor colocar as torradas no prato apenas na hora em que serão servidas, do contrário não será possível aproveitar cada momento da sua transformação em contato com o molho quente. NR – Este contraste da torrada é impagável. Faça em casa e não se arrependerá! (Nota – Dê um pulo lá no Menu à Trois e peçam as receitas mais detalhadas com a Sabrina)

Faço essa torrada da forma mais terrível possível com uma quantidade pecaminosa de manteiga salgada derretida, uma pitada de orégano seco e um toque de alho espremido; adoro alho, mas não o coloco em excesso, nesse caso, para não chamar mais atenção do que deve. Um dente médio para seis torradas está para lá de bom e bastam alguns minutos no forno já aquecido para que fiquem douradas. NR -É, foi terrível demais!

E o prato ficou denso, cheiroso, bonito. Todos comemos (Dé inclusa) bem devagar (slow food?) pra aproveitar o momento. Formidabile!

Desta vez acompanhamos com um branco Sauvigon Blanc Fleur du Cap 2008 que nos disse, sou “sallus, sappore a cuatro, floral du capal, apimentado“.

O Bolo de nozes me parece ser a decisão mais acertada, pois uma pequena fatia, de tão potente, cumpre a função de sobremesa. 

 Pode ser acompanhado de creme de leite fresco ligeiramente batido com um pouco de açúcar e degustado com uma tacinha de vin santo…

NR – Não tomamos o Vin Santo, mesmo porque não tinha nenhum na adega… 🙂

Eu não consigo terminar uma refeição sem café; se também for o caso de vocês, corrijam o querido expresso com uma dose de grappa.


NR – E saibam que esta foi a primeira vez (e já são quase 300 reuniões) que tomamos um café pra terminar a noite.

Puxa, só nos resta agradecer a esta preciosa participação da Sabrina com este menu tão equilibrado, tão gratificante, tão saboroso, tão … italiano!!

Seguem as nossas já tradicionais flores virtuais pra coroar esta grandíssima noite. 

Grazie per l’invito e buon appetito!

Grazie pela partecipazione e buon appetito, Sabrina.

Ah! Eis a opinião dos pseudo-habitantes da Bota quanto a este regabofe memorável:
Spetaccolo! Foi uma verdadeira luxúria gastronômica! (Edu)
Nel blu, di pinto di blu (spetacullare). (Mingão)
Esplendorosa!!! Espetacular!!! (Deo)

Ciao.

PS – E os interblogs continuam em agosto com a participação da Clau Alaminos. O menu? Ainda não sei! 🙂

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Há 22 comentários

  1. Edu, muito obrigada pela oportunidade; apesar de já ler o blog há muito tempo, adorei conversar diretamente com você, uma pessoa tão educada e comprometida com um – delicioso – projeto de longa data, denso e trabalhoso, como o IB.

    É muito interessante ver a forma como você serviu os pratos; está obviamente diferente de como faço, já que não lhe mandei nenhuma foto, mas tem algo meu em cada um deles, e isso é realmente incrível, pois finalização é algo muito pessoal, e você conseguiu captar, perfeitamente, a vibe do menu.

    Adorei cada etapa da participação, desde o convite até a preparação do menu e nossa troca de e-mails sobre os detalhes. Ah, antes que eu me esqueça, “néctar shiitakiano”; você é impagável! Beijo para você, para a Dé e para os demais comensais!

  2. Sabrina Romano: fiquei empurrando carro, entrando e saindo de reuniao….e…perdi a largada! No entanto, pude “degustar” o seu menu, preparado brilhantemente pelo Edu e Confraria. Tudo um espetáculo e a forma como voce o apresentou, muito “particolare”! Parabens.
    Edu: eu achando que voce estava ate as tampas…e me descuidei da troca de post. Tudo muito reconfortante neste menu (duas sopas) mas com muita sustancia! Dolce far niente!!!! Pena FV ser assim, digamos, tao distante daqui….
    Ameixinha: adorei a terapia “pantagruélica”..rs

  3. Edu, parabens pelo blog! Estou encantada com as fotos e cheia de água na boca.
    Me diz.. como faz esta conserva de shiitake? Vou viajar 2 semanas, assim quero fazer antes de ir para resistir a tentação, rs.
    Obrigada!

    Roberta

  4. Edu, que delícia de menu e quanto esmero na preparação. Fiquei sonhando e quase consegui me imaginar no jantar! Só confesso que fiquei preocupada, os menus do IB estão cada vez mais especiais, só quero ver quando chegar a minha vez… rs abs!

  5. Eymard, obrigada! Sabe que, apesar dessa ser a sua descrição, eu não consigo pensar no cacciucco como uma sopa; provavelmente por tê-la comido com mais pão, peixes e molho do que com caldo, e pelo fato dele ter sido servido em uma frigideira gigante, recém saída do forno, da qual retirávamos as carnes e o pão, e regávamos o prato com o molho que repousava no fundo. O cozinheiro deve ter revisitado o prato e agora eu o tenho como paradigma; espero não fazer ninguém se revirar no túmulo, mas o meu gran cacciucco não é sopa! Rs… Também adorei a terapia “pantagruélica” da Ameixinha!

    Ah, Edu, depois que colocar umas lascas de grana sobre a massa, vc me diz… Quanto a um IB com a Marina, acho que gostará de saber que ela faz macarons divinos, e adivinha quem foi o professor… Flavio Federico, é claro! Algo me diz que o foco será na sobremesa…

    Bjs

  6. Sabrina, eu adoro sopas e nao levo o menor jeito para preparar pratos (inversamente proporcional ao meu gosto por experimentá-los, degustá-los, apreciá-los….). Dai que minha referencia `a sopa, longe de ser um “desmérito”, foi um alto elogio, ainda que tecnicamente completamente equivocado. Para mim, tudo que tem um “pouquinho” de caldo, é sopa! Me lembrei da Nina Horta e um impagável texto em que ela comentava como hoje em dia ninguém quer servir sopas em festas. Uma sopinha, reconfortante, é sempre lembrança gostosa da infancia e das coisas simples da vida. Preciso experimentar esse menu para reparar o erro! Viva o seu “gran cacciucco” e me desculpe pela impropriedade.

  7. Eymar, estou vendo que esse papo vai longe… Como não preparo o cacciucco como uma sopa, apesar dela realmente o ser, refuto em dar-lhe a correta denominação, mas apenas para deixar claro que o preparo à revelia da tradição, pois foi assim que o conheci. Seu comentário não foi impróprio; assim como você, adoro sopas, e concordo com o texto da Nina Horta, pessoas tem preconceito com sopa, o que não é o meu caso; juro!!! Rs… Antes que o Edu bloqueie nossos comentários, saiba que me senti embevecida com o “espetáculo”, mas sou uma palhaça invicta que adora escrever; desculpe-me se aparentei algum desconforto. Abraço, Sabrina

  8. Sabrina, ufa! Assim voce me tranquiliza. Achei que eu é que poderia ter causado algum “desconforto” (pelo uso inapropriado do termo “sopa”). Pelo visto estamos os dois bem confortáveis. Melhor assim! Gostei demais do seu menu e, mais ainda, da forma como voce o descreveu para que Edu e cia o preparasse e degustassem. De qualquer forma o erro (meu) derivou da ignorancia. Nao sabia que o cacciuco era, na verdade, uma sopa! Comunicaçao é assim mesmo. Exige que emissor e emitente compartilhem os mesmos codigos. Descobri o cacciucco aqui! Com voces. E agora estou louco para “devorar” um. Um nao, dois. O cacciucco, sopa e o gran cacciuco preparado por voce. Acho que agora eu restabeleci o codigo e sem mais confusoes, hein!! Abs, Eymard

  9. Uau, Sabrina!!!!!!!!!!!
    Simplesmente espetacular!
    Adorei cada uma das delícias, embora o alho na torrada não me faça bem.
    A discussão entre você e o Eymard sobre o cacciucco me dispertou grande curiosidade e acabei de assistir uns ótimos vídeos pelo Youtube.
    Pela sua descrição do prato, Sabrina, acho que a preparação desse cacciucco deve ser bem parecida com a sua: http://www.youtube.com/watch?v=dPd6iIrkjv4&feature=related
    Não me pareceu mesmo uma sopa, mas um ensopado e deve ser muito bom.
    Parabéns, Sabrina!
    Parabéns, Edu!
    Parabéns, Dé!
    Tudo apetitoso, atraente e, com certeza, suculento.
    Bravo!

  10. O cacciucco do Edu está PERFEITO; a única diferença do que eu comi na itália, como disse ao Edu, é que este foi finalizado no forno, então algumas partes do peixe, que não estavam em contato com o molho, ficam mais douradas, e o pão, meio crocante, meio úmido… Vamos fazer assim, só por amor à gastronomia, comprarei os ingredientes para prepará-lo e postarei a foto do dito que gerou toda essa celeuma…

    Para quem quiser experimentar, o restaurante chama-se “Osteria de’Golosi”, em Firenze, e o prato, “Gran cacciucco del Porto Vecchio”, servido na “degustazione di cucina popolare di pesce”, que se iniciou com lulas recheadas…

  11. Marina, grato. E se quiser participar também, é só falar!

    Sabrina, gostei do “educado”. A minha mãe vai adorar!
    Você acertou: o processo é longo, denso, trabalhoso e especialmente, delicioso.
    Quanto ao néctar, foi devidamente deglutido com um tagliarini e do jeito que você indicou, ontem a noite. Um verdadeiro es-pe-tá-cu-lo.
    Gratíssimo pela preciosa participação.

    Ameixinha, isto sim é uma terapia! Vou falar com o meu médico pra prolongar o tratamento! 🙂

    Rô, te mandei um e-mail com a receita. Espero que tenha dado tempo.
    Boa viagem.

    Sócio, quem ficou empurrando o carro fui eu! rsrs
    É mesmo! Sabe que estamos pensando em expandir e fazer reuniões itinerantes do dcpv pelo Brasil. Quem se habilita?

    Bruna, aposto que quando chegar a tua vez, também gostaremos muito!
    Calma, que o tempo passa bem rápido! rsrs

    Sabrina e sócio, quanto ao dilema shakesperiano – Cacciucco, ser ou não ser uma sopa? – eu acho que é uma sopa. E que não é também? Entendeu? 🙂
    Pelo Sto Google, é uma sopa. Mas eu acredito que deveríamos chamar este de Cacciucco Romano! Capisce?

    Sueli, este alho é só pra dar um gostinho!
    Quanto ao cacciucco, sei não… Grato e bem que eu tentei usar geléia de laranja nele, mas não consegui! rs

    Sabrina, eu acho que será difícil provar pela foto. Proponho marcarmos com todos os interessados uma degustação de cacciucos das mais variadas origem, mesmo porque combinação de frutos do mar cinco a cinco, já viu, né?

    Abs soposos (ou cacciuccosos) pra todos.

  12. Adorei o dilema shakesperiano … Eu tenho meus critérios próprios para definir o que é cada coisa que leva caldo… Se usamos a colher é sopa; se usamos o garfo é strogonoff (aliás, eu não uso, porque não gosto de strogonoff), e se usamos os dois é spaghetti ao sugo! Quanto ao cacciucco, estou como Eymard… o descobri aqui! :- )

  13. Edu, ho capito, caro, come no…

    O sócio e eu – peço venia pela liberdade, Eymard – agradecemos pelo “dilema shakesperiano”; nem nós sabíamos que estávamos indo tão fundo! rs…

    Retribuindo os abraços cacciuccosos – seus neologismos estão melhorando a cada dia; Guimarães Rosa ficaria orgulhoso! -, de quem, só pela foto, já está ansiosa pelo próximo post…

    P.S.: Un bacio speciale alla mamma perché tu sei, davvero, molto educato!

  14. Bruna, estou participando. Quem sabe eu ganho, né não?

    Drix, e o que você usaria no cacciucco? 🙂

    Sabrina, a mamma agradece e diz que eu sempre fui um garoto muito comportado! rs

    Abs catchuquentos per tutti.

  15. Olá Edu,

    Parabéns a você e à Sabrina, pois a harmonização e a execução dos pratos me pareceu perfeita!

    Menu inteiro anotado para eu testar em um futuro próximo. Tomara que bem próximo!

    Assim como a Rô Julião, também quero a receita da conserva de shitake, pode ser? 🙂

    Abraço

  16. Igor, teste que será um sucesso. Além de que a conserva está cada mais “conservada”!
    Já te enviei a receita por email.

    Abs chitacosos pra você

Dê a sua opinião, please!