número 192
24/09/08
dcpv – Comidinhas de Rua
Não tem ninguém que possa dizer que nunca comeu uma “comidinha de rua “. E dentre dessas, existem aquelas inesquecíveis ou que, até hoje, você se delicia ao comer. “Aquele” cachorro-quente da esquina (que molho!), “aquele” pastel de vento (que queijo !), aquele canoli comido em plena Napolis, “aquele” kebab digerido em plena Manhatan ou “aquela” coxinha que só a D. Maria sabe fazer.
Enfim, quando pensamos em comidinhas de rua, tanto nos vem à mente grandes satisfações como também grandes imprudências. Por que é que eu comi esta porcaria? Aonde eu estava coma cabeça? Desculpa aí que eu preciso ir ao banheiro …
Bom, esta é uma simples introdução pro tema desta quarta-feira. Comprei o livro da PubliFolha, o “Comidinhas de Rua” onde o autor Tom Kime, faz, praticamente (olha o Zé do Caixão!), um diário gastronômico de suas viagens diferentonas. Ele nos conta como descobriu os pratos e mostra as receitas das comidas de vários países.
Aproveitei a minha inclinação por culinárias exóticas e escolhi pratos do Vietnam, Sri Lanka e Malásia.
Prepare-se! Vamos viajar pelas comidas de rua destes países tão maravilhosos (ainda vamos viajar pra lá).
i – Bebidinha – Mango Breezes
Assistimos ( eu e a Dé) a uma aula sensorial sobre as Absolut e ganhei um livrinho de receitas da Mango (ainda vou postar sobre esta aula!).
Desculpem a recaída (viu pessoal do Copo Furado) mas o Mango Breezes é uma belezura (1 parte de Absolut Mango, 2 partes de suco de cramberry, 1 parte de suco de manga montados num copo com gelo). Tropicalíssimo!
ii – Starters – Moily Haidi (Sri Lanka)
“Esta sopa de peixe muito saborosa é originária do Sri Lanka e do litoral sul da Índia. O que a torna substanciosa, é que ele é engrossada com uma pasta de castanhas de caju. As castanhas são torradas ligeiramente e amassadas com talos de coentro. Esta técnica é empregada pra enriquecer sopas, guisados e molhos em ocasiões especiais“.
Estas são as palavras de Tom Kane pra descrever a Sopa de Peixe com Coco e Cúrcuma.
Dá pra imaginar o resultado só pelos ingredientes utilizados: castanhas de caju, alhos picados, gengibre picado, pimenta dedo de moça, coentro fresco, cebolas picadas, erva-doce em grão, coentro em grão, cúrcuma em pó, caldo de peixe, açúcar mascavo, limão, lulas frescas, camarão, peixe de carne branca (usei robalo), sal e pimenta. Ufa! Ficou deliciosa ainda mais com este tempinho (friozinho) ajudando.
Tomamos um belo branco, um Riesling Cousiño Macul Doña Isadora 2006 Chile, que foi “perfeito, perfect, belíssima Isadora, delicioso” segundo os meditadores. Ooooooooooooommmmmmmmmmmm!
Ah! Ainda fiz uns Bhindi Chatpati (Sri Lanka) que são quiabos empanados numa mistura de farinha de grão de bico, iogurte grego e água. Simplezinho e dá fácil pra montar um carrinho e sair vendendo por aí. Quero ver o pessoal dizer que não gosta de quiabo!
iii- Principal – Caro de Bien (Vietnam)
Uma bela moqueca! É isto mesmo, viu Aline ! O nome brasileiro desta receita é moqueca sul-vietnamita. Uma super-mistura de cebolas e alhos picados, folhas de capim-limão picadas, gengibre ralado, pimenta vermelha, curry, canela, anis estrelado, coentro em pó, leite de coco, casca de limão, camarão-rosa, peixe (robalo de novo !), manjericão thai, folhas de coentro, cebolinhas verdes, suco de limão e pra coroar tudo, o nosso querido nam pla!
Dá pra fechar os olhos, se concentrar e imaginar o aroma de todos estes ingredientes cozinhando e perfumando a casa. Olha! É quase um risoto vietnamita pois ainda juntei um Basmati básico. Pipoka, acho que você ia gostar bastante!
O nosso sommelier de plantão, o Déo, escolheu um tinto, o Cabernet Sauvignon Casa Valduga 2000 Brasil que se mostrou irmão gêmeo do branco jordaniano da semana passada, ou seja, uma bomba!
O vinho estava um pouco passado, meio alaranjado e mesmo assim, não conseguiu estragar a moqueca. Os homeless aqui acharam que ele era ” já vi melhores, brasileiro? de 2000 ? tá bonzinho, balzaco, too past “.
Como escreveu o Tom – “O Vietnam tem quase 4000 km de litoral e grandes rios. Os peixes, os frutos do mar e tudo o que se movimenta na água ou perto dela respondem por grande parte da dieta vietnamita. Esta moqueca rústica, consumida pelos pescadores, é uma combinação elaborada de aromas e sabores “.
Dessert – Kueh Pisang (Malásia)
Mais conhecida como Crepes de Banana e Canela, “é uma sobremesa recorrente em barracas de comida da Malásia ou da Tailândia. Eles, os crepes, são o arremate perfeito para uma deliciosa refeição de bolinhos de peixe e refogados com muito sabor e pimenta. Depois de bombardeadas por temperos fortes e apimentados, as papilas gustativas reconhecem apenas o açúcar. É por isto que as sobremesas sul-asiáticas parecem doces demais quando consumidas isoladamente“. Sábias palavras, Tom !
E estes crepes são formados por farinha, fermento, canela em pó, ovos batidos, leite , banana nanica amassada, sal, óleo e açúcar de confeiteiro. Ainda aproveitei o sorvete de canela da semana passada. Olha, com uma barraquinha vendendo estes crepes, daria prá ficar milionário!
Tomamos um belo Anisete feito pela mamãe Anina, que nunca pensou em comer alguma coisa feita na rua já que ela é doidinha por massa feita em casa!
Veja a impressão dos malabaristas de semáforo, nós mesmos, sobre estas comidaças de rua:
Street food! Se esta rua fosse minha, eu mandava cozinhar. (Edu)
Beautiful street! Rua ramalhete!! Abbey road (Mingão)
Deu vontade de ser “sem teto”! (Déo)
Olha, este livro é muito bom mesmo. Além das excelentes receitas , o Tom (que não é o Jobim!) escreve muito bem e os seus relatos sobre Londres, Malta, Cingapura, Hue, Cidade do México, Salvador (é, tem até receitinha de espeto de queijo de coalho!), Catânia, Istambul e Marrakesh são interessantíssimos. E como bonus, indica combinações de receitas pra você fazer um bom piquenique ou um churrasco ou um almoço informal ou um jantar informal ou uma festa ou uma bela reunião do dcpv.
Você acha que tava bom ?
Thanks, Tom !
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Há 8 comentários
Comidinha de erua feita em casa é demais!
E de que ruas. . . .
Poderias por favor me enviar a receita facil de um prato/doce ou outra culinaria da Malasia para que minha filha de 9 anos leve para a Escola para seus colegas degustarem a culinaria malaia. Estwe ìtem faz parte de um trabalçho escolar
Obrigada
Nádia
Lamber os beiços é pouco. hehehe
A foto ficou ótima.
Jesus!!! Adorei a sopa de peixe e os crepes de banana e canela 🙂
Todo mineiro sabe que em Belo Horizonte, o que não falta é bar. Mas agora, essa fama ganhou o mundo, por meio da reportagem “A town where all the world is a bar”, veiculada no último domingo, 28/9, no New York Times.
“Beagá, the city’s nickname (from the pronunciation of its initials in Portuguese), does have a claim to fame: as the bar capital of Brazil. Not bars as in slick hotel lounges or boozy meat markets, but bars as in botecos, informal sit-down spots where multiple generations socialize, drink beer and often have an informal meal. If you believe the local bluster, there are 12,000 bars in the city, more per capita than anywhere else in the country. Why, no one is completely sure, but one theory has turned into a popular saying: “Não tem mares, tem bares.” Loosely: “There are no seas, thus there are bars.”
Aproveitando a fama, há alguns anos, surgiu, aqui em BH, um festival chamado “Comida di Buteco”. Resumidamente, é o seguinte: durante um mês, vários bares concorrem à melhor comida de boteco. Os bares são indicados pelos freqüentadores. Após a seleção, durante o festival, público em geral e especialistas votam nas opções oferecidas. O festival termina com a “Festa da Saideira”, com a presença de todos os bares e shows. A variedade é enorme, renovada a cada ano. Já passaram pelo “Comida di Buteco”, boi enrolado, caldo de abóbora com carne seca, canjiquinha com costelinha de porco, costelinha defumada com jiló e polenta frita, bolinho de mandioca com calabresa e catupiry, lombo picante, mexidão de minas, jiló a milanesa com parmesão, trupico mineiro e muito mais.
Enfim… Bar aqui é boteco, aquele lugar onde marcamos o happy-hour, comemoramos aniversários, encontramos os amigos, fazemos novos amigos, “jogamos conversa fora” e comemos comidinhas de rua. E levamos tudo isso muito a sério! :- )
Obrigada pela lembrança do aniversário. Um beijo para Renata. Que sejam muitos os ipês a florir sua vida… nossa vida. Vou enviar para o e-mail do Ed uma foto do “meu ipê” (não sei postar foto aqui.. acho que nem dá, né?).
Abraços!
Estou aguardando o jornal, Débora!
Edu, na verdade enviei – de forma muito desorganizada – as memórias de Carlos sobre comida peruana… Ele traz consigo os sabores, mas entende de cozinha tanto quanto eu… Certamente você vai saber transformar em receitas minhas anotações…
Se tava bom? Me pareceu divino!!!
Perto de onde trabalho a principal comida de rua é a tapioca! 🙂
Abbraços.
Pensando em todas as amigas que assim como nós fatalmente ganharam alguns kilinhos extras depois de casar e/ou depois de ter um blog culinário criamos o Rita Palita (http://ritapalita.blogspot.com), um blog de desafios dedicado a receitas saborosas porém SEMPRE leves.
Convidamos você a participar do nosso primeiro desafio!
Te esperamos por lá.
Bjkas
Glau, Renata e Rita Palita
É Márcia, nestas ruas especificamente as comidas devem ficar melhores ainda …
Nádia, vou te mandar por e-mail as que eu tiver.
Prof Michel, foi moleza lamber os pratos. Chegou um momento em que um olhou pra cara do outro; todos olharam pro molho no prato e foi só dar o primeiro passo. Resultado : pratos limpinhos !
Ameixa, os crepes são bons mas a sopa é insuperável !
Adriana, estes festivais de ‘cumida di buteco’ estão por todo o lado. Aqui em São Paulo também tivemos um no mesmo formato que o de BH. Cheguei até a fazer uma quarta só com os petiscos vencedores!
E o Déo me mandou a foto do teu ipê. Vou postar !
Débora, é mesmo. Esqueci de citar a tapioca !
Glau, eu não seria necessariamente uma ‘amiga’ e também, graças aos meus exercícios diários, não ganhei nenhum quilinho extra apesar de ter um blog culinário/casado. Vou até passar no Rita Palita, mas se fosse uma entrevista de emprego eu estaria completamente fora do perfil! rsrsrs
Abs a todos.