número 312
10/01/2012
dcpv – Barcelona – Espanha – A Fúria Ferrazense
Como é de praxe, toda reunião logo após o nosso retorno de alguma viagem é calcada no que poderíamos chamar de “excesso de bagagem”.
E desta vez não seria diferente.
Afinal de contas, ninguém passa inúmeras vezes por estabelecimentos consagrados (vide Fargas e La Pineda) ou mesmo por La Boqueria sem agregar um peso valioso às coisas adquiridas.
Então, só me restou transformar tudo numa verdadeira taverna, com os respectivos tapas.
Vamos lá!
Bebidinhas – Tinto de Verano
Começamos os trabalhos tomando belíssimos Tintos de Verano, que por ser inverno na Península Ibérica, não vimos nem a cor e muito menos o cheiro.
Tapas – Variados
Iniciei tudo por uma receita clássica: batatas bravas.
Cozinhei um pouco as batatas, tirei a pele e cortei em pedaços irregulares.
Depois fritei em azeite quente.
O molho, o grande segredo, foi feito com tomates pelados, muita páprica picante e um pouquinho de vinagre.
Juntei os dois e tínhamos um legítimo representante da culinária catalã. Vimos inúmeras apresentações e interpretações deste prato lá em Barcelona.
Assim como as tortillas também de batatas. Pra fazer, basta cortá-las em finas fatias e fritá-las lentamente em azeite junto com cebolas cortadas também em fatias.
Quando começarem a ficar crocantes, adicione ovos batidos o suficiente pra fazer como uma torta.
Tempere com sal e pimenta do reino e faça o malabarismo de virá-la pra que fique tostada uniformemente.
Parece uma pizza de batatas e ovos.
Abri também um pacote de anchovas frescas temperadas, …
… uma lata de pimientos de piquillo, …
…e machas que estavam deliciosas.
Não poderia faltar o pa amb tomaquet, mais conhecido como pão com tomate.
Utilizei pão italiano torrado (quase uma heresia!! rs), …
… tomates doces e ligeiramente batidos, …
… azeite e flor de sal, além de acompanhar com presunto de Parma e queijo Manchego.
Uma delícia.
Pra completar, uma receita que a Dé adorou: ovos esfarelados. Ovos cozidos, …
… amassados com um garfo …
… e adicionados a uma pasta de aliche e alho.
Simples e muito bom, como as tapas devem ser.
Não poderíamos deixar de tomar uma boa cava, a Segura Viudas Lavit que foi “esburacada, segura peão, messiânica, loco abreu”, segundo os espanholitos, nós mesmos.
Sobremesa – Crema Catalana (de canela).
Esta “canelada” na crema foi por minha conta. Deixa eu explicar o porquê.
Peguei uma receita em que se pedia canela em pau pra utilizar no concepção do crema.
Como eu não tinha, usei em pó, só que com uma quantidade, digamos, exagerada.
Resultado? Inventei o Crema Canelana.
E ficou muito bom, com direito a maçarico e tudo o mais.
Eis a opinião dos adoradores do Messi:
Comida buena. E viva a España! (Edu)
Como diria Gaudi: petáculo! (Mingão)
Me “quedei” a los sabores simples e majestosos. (Deo)
Bom, parece que um novo tipo de efeméride está surgindo por aqui.
Aquela que mostra que a cada vez que voltamos duma viagem, a influência gastronômica também nos acompanha (além do peso das malas), o que nos obriga a fazer uma degustação temática.
Hasta, si us plau!
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Edu, adoro seus posts de viagens, mas esses de culinária me encantam ainda mais, pelos detalhes da sua dedicação ao preparo, ilustrados pela lente poética da Dé. Aquelas gotas d’água sobre os ovos ficaram o máximo! O toque ferrazense da canela ficará para a história! Agora, já que vc falou em heresia, quase fui trucidada, em BCN, quando chamei um jabugo de presunto de parma (rsrsrs).
A-do-rei esse Post! Como brasileira residente em Tarragona :), posso dizer q a cultura culinária catalana foi super bem representada! Parabéns! Desejo a vcs milhares de experiências gastronômicas mais, para q possamos continuar disfrutando desse desbunde de cor, sabor, conhecimento e prazer! O Blog é simplesmente lindo! Abracao! Vanessa.
Amei!!!!!!!!!! Ficou maravilhosa sua tortilla! E até o creme canelana eu comeria de bom grado 🙂
Pasodoble! Farei a creme catalana. Mas pra mim poderia parar naquela foto antes do maçarico mesmo. E sem canela. Vou bota fava de baunilha, ja que o negocio é inventar….rs. Por falar nisso belo guardanapo…..
Madá, bom saber disso. E dá pra imaginar o que se passou com o efeito jamon! 🙂
Vanessa, grato pela passagem e elogios. Se bem que sempre são esperados ótimos resultados após a reprodução da culinária catalana.
A tua cidade também é muito bonita.
Lu, já repeti tudo um montão de vezes. Destes tapinhas, nós gostamos! rs
Sócio, pra ficar como a Madá, diga que o catalana é imitação do brulée!!
Abs pequenos e aos bocados pra todos.
Olá Edu,
Adoro seu blog estou sempre por aqui!! Fui para Barcelona com suas dicas e lá no Bar Lobo em um dia de fila e espera sentei no balcão e aprendi a fazer uma sangria de Cava!! Estava com muita vontade de fazer uma noite Catalã e agora é certo que farei!!
Me tira só uma dúvida, o molho das batatas bravas vai ao fogo ou é cru? Batido e direto nas batatas??
Abraço,
Thatiana, gratíssimo. E volte sempre.
Desculpe pela demora em responder, mas o molho é normalmente quente ( e em todos os sentidos).
Faça e nos conte como ficou.
Esta receita de sangria do Bar Lobo tem algum segredo?
Abratxos pra você.