Início » Arquivos » dcpv – cinquième jour – borgonha – frança – com minha besta, abati a abadia de fontenay.

dcpv – cinquième jour – borgonha – frança – com minha besta, abati a abadia de fontenay.

30/04/2012

Cinquième jour – Borgonha – França – Com minha besta, abati a Abadia de Fontenay

O dia amanheceu malucamente. Estava sol, frio e parecia que choveria.

Tomamos café da manhã e zarpamos em direção a Abadia de Fontenay que fica perto da cidade de Montbard.

Nós tínhamos conversado na noite anterior sobre a quantidade de cidades pequenas e bacanas que havia pelo caminho.

Portanto, o roteiro estava doido pra ser quebrado.

E foi só passarmos por Semur-en-Auxois pra isto acontecer.

Como não se apaixonar por este lugar tão bacana e encantador.

O centro medieval é muito interessante …

… e te leva a experimentar a sensação de como seria morar há uns 200 anos.

Além do mais, aqui dá pra entender o porque dos castelos serem construídos no topo das montanhas.

Até promenades, os aristocratas tinham pra espairar a mente.

Continuamos mais um pouco, até chegarmos a Abbaye de Fontenay.

Ela é um monumento tombado pela UNESCO e um dos mosteiros cirstercienses mais antigos da Europa.

Data de 1118 e te permite ver como viviam os monges naquela época.

A Igreja, …

…os modestos quartos,…

…a forja, …

… a padaria, …

… a enfermaria, …

…enfim, todo o conjunto é absorvido com a maior emoção.

Os jardins também são épicos, …

… e você entra no personagem.

É um passeio imperdível.

De lá, fomos direto pra Flavigny-sur-Ozerain. Esta cidade, certamente, você já viu, …

… se assistiu ao filme Chocolate com a Juliette Binoche e o Johnny Dep.

Como estávamos com fome e eram 14:00 hs, optamos por almoçar no lugar mais destacado do Tripadvisor (só depois ficamos sabendo que ele era o primeiro duma lista de um! rs).
O Restaurant de l’Abbaye é pequenino e simpático.

O que não nos impediu de fazermos a, certamente, pior refeição do nosso tour (e uma das mais engraçadas). Vejam, se não?

O menu é enrolado e o serviço mais ainda. Não sabiam explicar nada.

Tanto que após várias tentativas de explicação (inclusive, chamaram um “figura” que disse falava inglês e que pra explicar de qual parte do boi era a carne; fazia mímica e apontava pra costela!), a Lourdes acabou escolhendo um prato com um ingrediente que ela destesta: rim!
E este parecia um picadão, mas tinha um cheiro muito ruim (sem trocadilhos).

A Dé pediu o prato do jour, um Dourade ao molho de Epoisses com legumes e batata rosti. Este foi o único bom.

Eymard e eu, resolvemos escolher o gado Charollais que é o xodó dos borgonheses. E chegaram dois bonitos pedaços deles, que se mostraram praticamente crus quando experimentados.

O jeito foi pedir ao chefe que passasse um pouco mais a carne, mas a resposta dele foi lacônica e o prato retornou praticamente igual. Restou-nos comer um pouco do ótimo pão! 🙂

Pra piorar, tomamos uma garrafa dum vinho tinto Chambolle-Musigny (Lourdes, Eymard e eu) e a Dé, uma meia garrafa dum branco Sancerre, que eram somente corretos (o tinto acredito que até estava um pouco passado).

A Borgonha estava começando a nos dever, gastronomicamente falando.

Pagamos a conta e fomos passear na cidade que é a capital do bombom de anis e não do chocalate.

O mais bacana é que a cidade é a mesmíssima do filme.

Estão lá a Igreja,…

… a vista da igreja (que no filme mais se assemelhava ao El Khazneh em Petra), …

… e a loja de chocolates, que hoje é uma imobiliária (você acredita que nem vendem ao menos um chocolatinho por lá?).

Só faltaram mesmo a Juliete e o Johnny.

Com a proximidade, fomos conhecer Alise-Sainte-Reine , outra cidade bacana, com uma excelente área arqueológica galo-romana e com explicações muito boas sobre a vitória do marechal francês Vercingétorix sobre o romano Júlio Cesar.

Como o ingresso também incluia o novíssimo MuséoParc, passamos lá.

E é um passeio bem sem-graça, com uma demonstração de luta duns representantes tanto dos galos como dos romanos.

A parte arquitetônica impressiona, mas o espetáculo é muito fraco e nem as crianças se interessaram muito.

E pior, um canastrão fica fingindo que é um general e grita comandos de ordem tais como “iacultetá” (que deve significar, saia da frente e vá pra trás em algum dialeto! rs).

Não fosse pelo entorno, seria um passeio dispensável.

Ainda deu tempo de passarmos em Pouilly-en-Auxois e Chateauneuf-en-Auxois, cidades bacanas que tem como características fazer parte do famoso canal onde barcaças percorrem os caminhos molhados da Borgonha.

E molhados ficamos nós, porque caiu um verdadeiro dilúvio.

Tínhamos um bom plano pro jantar que seria fazer um piquenique borgonhês no quarto com vinhos, queijos e pães.

Como era uma segunda, véspera de feriado, tudo fechou muito cedo. E é claro que quando chegamos em Saulieu, não tinha mais nenhuma loja aberta.
Restaurante, então, nem pensar!

Só sobrou o do hotel, mas de manhã tínhamos cancelado a nossa reserva automática (hóspedes tem essa primazia!).
Tentamos reverter esta situação, já que o restaurante estava lotado.

Quando tudo caminhava pro desastre total, o gerente do Relais nos perguntou se seria possível nos servir umas saladas e uns queijos numa sala especial?

Olhamos uns pros outros e demos muitas risadas, porque ele praticamente estava nos propondo o nosso piquenique particular!

E depois de nos trocarmos, nos encontramos na sala onde Gerard Depardieu comeu e começamos a nossa refeição com uma ótima salada de cenoura, alface, presunto de Parma e um tremendo molho vinagrete, …

… acompanhado dum vinho branco Domaine Fèvre Grand Cru Chablis 2009.

O assortimento de queijos chegou depois …

… e resolvemos jogar a barcaça no canal, abrindo um tinto 1er Cru espetacular, o Domaine Jean-Marc Bouley Pommard 2009.
Foi uma refeição tipicamente borgonhesa e deliciosa.

Melhor, continuamos sonhando quando fomos dormir.

Au revoir.

Leia sobre os outros dias desta viagem:
Premier journée – Borgonha – França – Visitamos o hospício de Beaune.
Borgonha – França – Deuxième jour – Pisando no solo do Romanée-Conti.
Troisième jour – Beaune – França – Cozinhando na Borgonha
Quatrième jour – Borgonha – França – Duvido que você conheça (ou tenha ouvido falar) de Quarré-les-Tombes?

.

Assinar blog por e-mail

Digite seu endereço de e-mail para assinar este blog e receber notificações de novas publicações por e-mail.

Há 0 comentário

  1. E no meio da refeiçao deliciosa recebemos a visita de Madame Loiseau. Batemos um longo papo com ela e tivemos a certeza de que o sucesso nao vem do nada. ´E fruto de esforço, trabalho e muita dedicaçao. Madame, que ja foi condecorada com a mais alta comenda da França, estava a postos todos os dias, cumprimentando os clientes. Conversando com os hóspedes e mostrando-se simpática. Foi ela, em pessoa, quem nos contou a história do Depardieu. Noite memorável para fechar o ciclo borgonhes.

  2. Bonjour! Esqueci de dizer outro aprendizado deste ciclo borgonhes. Com fome, nao entre no primeiro estabelecimento que vir na sua frente. Ande um quarteirao a mais e segure as pontas da fome. Bonjour!

  3. Tô besta com essa paisagem medieval e bucólica, super romântico 🙂 Pena algumas figuras francesas estarem a mais nessa paisagem ha ha

  4. Salivei com a “salada de cenoura, alface, presunto de Parma e um tremendo molho vinagrete”. Edu, na França, para a carne não voltar como foi, só apelando para o “a la Joana d’Arc”, ou “a la Jeanne d’Arc”, para não deixar dúvida. Ajuda completar com um “pas rouge; noir”.

  5. Iacultetá!!!Mas rim não dá!!! E o aroma então? Infestou toda a mesa e todos foram obrigados a compartilhar, sem querer. Mas cabe ressaltar que fui salva pela generosidade da Dé, que dividiu o seu peixe comigo! Em compensação o piquenique da noite foi tão perfeito que apagou qualquer lembrança “mal cheirosa”!!!

  6. Sócio, concordo com você. É muito legal ver chefes/e ou empreendedores tomando conta dos seus negócios. Nós que não estamos acostumados com isso, estranhamos! 🙂
    Quanto a comer bem em qualquer lugar, há controvérsias!

    Ameixinha, sabe que a paisagem combinou bastante com o tempo nublado. E você continua adorandos os nossos amis, né não?

    Drix, eu acho que devíamos usar o método Jorge de pedir o ponto da carne! 🙂

    Lourdes, gostei desta. Iacultetá pro rim! Sai da frente e vai pra trás. Ou melhor, pro lixo!

    Abs “iacultetados” pra todos

  7. De uma proxima vez sugiro uma parada na cidade de Vonnas no relais do chef george blanc. Para quem gosta de gastronomia é imperdivel!!

  8. Marcia, de fato essa parte ao sul de Beaune, no sentido de Lyon nao fizemos. Fica para uma proxima viagem. Assim como queriamos ter feito Reims e também deixamos para outra viagem. Vida feita de escolhas. Para ser diferente o tempo teria que ser ainda maior. Inviável para as organizaçoes LoNgueLuz!

  9. Márcia, sabe que o Blanc estava nos nossos planos? Mas são tantos bons lugares e, infelizmente, não conseguimos visitá-lo, como já disse o Eymard.

    Abs “blancos” pra você.

Dê a sua opinião, please!