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dcpv – da cachaça pro vinho – oba, festival mexicano no Obá

19/07/2012

dcpv – Oba, Festival Mexicano no Obá.

Nada como o mundo conspirar a favor, né?
Recebi um email da Anexo Comunicação, informando sobre um festival de “la Gastronomia Mexicana y del Tequila” que aconteceria do jantar de 19 ao almoço de 29 de Julho no restaurante Obá (inclusive, acontecerá um jantar-degustação especial segundo as instruções abaixo. Vá de taxi, certo?)

A apresentação impressiona: chiles, frijoles e milho; esses são alguns dos principais ingredientes da cozinha pré-hispânica do México, que aliadas às técnicas e costumes dos espanhóis, deram origem a gastronomia da região mexicana de Oaxaca (pronuncia-se  “uarráca”).

O chef convidado, o mexicano Alejandro Ruiz  (do restaurante Casa Oaxaca, localizado no hotel boutique de mesmo nome e na cidade homônima) é especialista em moles, combinação de diversos tipos de chiles, especiarias, ervas e nozes, tudo moído e que costumam ser servidos acompanhados de alguns tipos de carne.

Além disso, “as entradas, pratos e sobremesa traçam um panorama de sabores e ingredientes originais da gastronomia de Oaxaca, região riquíssima, que reune oito diferentes micro-climas e uma imensa variedade de receitas”. Daí são citados como ingredientes do menu “hoja santa, planta de perfume enigmático muito utilizada na região; huitlacoche, a “trufa” que cresce do milho; nopalitos, parte da palma (cacto) um dos vegetais mais queridos do México; cajeta, doce de leite mexicano preparado com leite de cabra” e por aí vai.

Adicionado à conspiração, também tinha acabado de ler sobre este festival no querido suplemento Paladar do Estadão.
E pra jogar o sapo na água, os sócios estavam na praia e acompanhados do Gustavo.

Pronto! Foi só ligar, reservar (graças a Deus, são feitas pra qualquer horário) e surpreendentemente (gracias também ao trânsito) chegar um pouco antes do horário.

O ambiente do Obá é uma festa. Multi-colorido, alegre, alto astral; é o mínimo que se pode dizer dele.

Sentamos numa mesa redonda (facilita a comunicação, né não?) e iniciamos pedindo um espumante, o italiano Rústico Nino Franco que servido bem gelado, certamente harmonizaria com qualquer uma das especialidades que pediríamos.

Olhamos bem o menu especial (a casa continua com o seu ótimo cardápio habitual caso você não seja fã da “lerrítima” cozinha mexicana) e resolvemos todos que pediríamos somente uma entradinha, já que os pratos principais eram tentadores.
Escolhemos (com muita lógica) a um poquito de cada (cevichito com peixe marinado com limão e abacate, abacaxi, melancia, cebola, coentro e tomate e banhado com chamoy, uma calda de tamarindo, maracujá e flor de hibisco; guacamolito com abacate, coentro, limão para comer com topopos e salsita de molcajete, molho de tomates assados, alhos, cebola, pimentas e coentro).

É uma comida, que apesar dos diminutivos, é superlativa. Contém muitos sabores e, pasmem, perfume!
Claro que conversamos muito, pois além de sermos mestres no métier, o ambiente do restaurante te induz a isso.
Era chegada a hora dos principais.

Ladies first: a Lourdes e a Dé escolheram o mesmo prato, Pavo em mole negro ou seja, peru servido com mole negro, um dos molhos mais legendários e enigmáticos do México que mistura pimentas, especiarias e chocolate acompanhado de banana da terra e arroz. É um verdadeiro passeio mexicano.

O Gustavo foi de Mole amarillo de filete de res, um filé mignon servido com mole amarelo, preparado com chile amarelo (ops) da região e com aroma de canela, manjerona e cravo acompanhado de batatinhas, vagem e chuchu. Não precisa nem dizer que não sobrou nada.

Já o Eymard escolheu o Lechon em mole verde, leitoa em mole verde, o mole mais leve e fresco feito de folhas e especiarias, servido com feijão branco e rolinho de vegetais. A mãe dele ficou contente, já que ele raspou o prato! 🙂

Eu (pra variar) testei o Pulpo em hoja santa con arroz de huitlacoche, um polvo preparado com folha santa e servido com arroz da “trufa” do milho, dois perfumados ingredientes emblemáticos mexicanos. Estava simplesmente curioso e perfeito; o arroz bem molhado e o polvo, tenro.

Pedimos uma ajuda aos universitários pra harmonização (imagine a junção dum quase arco-íris de moles, polvo, leitoa, peru?) e aí surgiu da cartola um Pinot Noir Amayna 2008 Chile que conseguiu a façanha de quase se naturalizar mexicano.

Ficamos na dúvida quanto as sobremesas. E optamos pelo esquema 5 x 3 de 1, ou seja, 5 colheres experimentando a  mesma em 3 porções da Natilla de cajeta, um creme caramelizado de baunilha e ovos, com cajeta, delicioso doce de leite mexicano preparado com leite de cabra. Também tinha uma caldinha de maracujá por cima.
Absolutamente perfeito.

Mais conversas, mais risadas, 3 cafés e estávamos preparados pra ir embora.
É claro que o Hugo Delgado (chef e proprietário do Obá) e o Alejandro Ruiz vieram até a nossa mesa pra saber como estava a comida e mais claro ainda que ficaram satisfeitos ao verem todos os pratos vazios.

Portanto, recomendo a todos que conheçam esta 7ª Semana da Gastronomia Mexicana no restaurante Obá (Rua Dr Melo Alves, 205 – tel 30864774). Você não se arrependerá e melhor, se surpreenderá com o sabor marcante de tudo o que irá experimentar.
Afinal de contas, um chef que diz que “a melhor maneira de conter uma praga, é comendo-a” merece esta chance.

Adiós.

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Há 0 comentário

  1. Ainda vou contar quantas vezes Edu pediu polvo nos registros do DCPV… Ai quero ver ele falar do meu filet a milanesa! :- ))

  2. Nao conhecia o Obá. Oportunidade perfeita para conhecer também a verdadeira comida mexicana. Todos gostamos. Interessante o contraste entre a carne mais suave (peru) com o molho (mole) mais tipico e a carne mais pesada (o leitao) com um molho suave. Tudo perfeito!

  3. Carmem, também somos fãs do Hugo e de lá. Precisamos marcar uma ConVnVenção no Obá.

    Drix, eu acredito que pelo menos uns 20% dos posts? Se for isso, uns 70 pratos com o molusco? rs

    Sócio, foi mole, né não?:)

    Abs de Oba Oba pra todos.

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