stupendo
30/10/08
dcpv – Massimo Bottura, Osteria Francescana, Modena, Itália
Já faz um tempinho ( 05/01/08 ) que eu e a Dé fomos a um jantar especial no espaço DOM. O Alex Atala convidou o Massimo Bottura pra mostrar o porque dele ser um dos expoentes da nova cozinha italiana. Muito simpático, ele veio à nossa mesa e eu aproveitei pra dizer pra ele que iríamos conhecer a casa dele, a Osteria Francescana em Modena, no final de 2008 (isto tudo no meu parco italiano, prego!).
Pois bem, o tempo passou e chegou a hora de irmos pra Emilia Romagna. Mandei um e-mail pra fazer a reserva e o próprio Massimo me respondeu, dizendo que estaria nos esperando.
Como sempre (eita, Primeiro Mundo!) deu tudo muito certo. No dia 31/10, precisamente as 13:30 hs, eu e a Dé desembarcamos do nosso carro alugado pra almoçar com o Massimo (sem trocadilho!).
O restaurante é discreto, elegante e bastante pequeno. Estávamos pensando no que pedir quando o Massimo apareceu, se apresentou, conversou sobre o Alex e nos perguntou se não queríamos experimentar o tasting menu? E ainda frisou se gostaríamos à avant-garde ou seja, com todas as inovações!
Resposta instantânea e simultânea : sim! E lá fomos nós, nos aventurarmos (inclusive nos vinhos) na cozinha estrelada da Osteria Francescana.
Folheando o menu, a Dé descobriu um prato que se chamava 5 versões do Parmegiano Reggiano. O chef não só achou interessante a escolha como nos disse que ele seria o último da nossa degustação!
Começamos com um tempurá de peixe (anchovinhas) com sorvete de roti. Um escândalo de bom!
Logo após, um peixe levemente defumado, mas o mais interessante foi que, quando os garçons retiraram a tampa do prato, uma fumaça altamente defumada invadiu as nossas narinas e deixou uma sensação muito estranha e interessante. Até o vinho pareceu ser defumado!
Pra limpar o palato defumado, uns belos e fininhos grissinis.
A seguir, um creme de bacalhau com pele de peixe frita (parece um torresmo), espinafre com óleo essencial (?) e pomodorini temperado. Bem bonito, né?
Este prato é interessantíssimo. Um brodo suave de peixe com cubos concentrados de moluscos, crustáceos e peixe. Quando você os morde, eles explodem na boca liberando uma intensa concentração de sabores. O de moluscos é especial. Ainda acompanhava um salgadinho que a Dé chamou de Ibis de camarão. Pra quem não lembra (ou nunca viu!), Ibis era a marca daqueles salgadinhos baratinhos que mais pareciam isopor!
E a harmonização com o vinho foi espetacular, pois quando tomado junto com o prato, o vinho absorveu o sabor dos cubos. Se ao contrário, um pedaço de pão fosse comido, o vinho voltava ao seu buquê natural. Tudo sensacional e surpreendente!
Um risottino foi servido pois não somos de ferro. Este foi feito com água de ostras, nero de sépia e caviar. Risottaço!
Logo depois (ufa!), um robalo envolvido em pancetta com espuma de salsinha e purê de tupinambor (não tenho a mínima ideia do que é?).
Pra limpar o palato, um colherzinha dum creme de alho poró com trufas.
E, finalmente, a piece de la resistance. Parmegiano Reggiano apresentado em 5 formatos: um creme feito com um de 20 meses, uma pasta com um de 24 meses, um chantilly feito com um de 36 meses, uma espuma com um de 48 meses e a crosta, utilizando um parmegiano de 50 meses de maturação!
Olha! É maravilhoso e você come como se estivesse degustando aquela comida que a mamma fez especialmente pra você! Ave, Massimo!
Ressalte-se que todos os pratos eram acompanhados por vinhos que harmonizavam perfeitamente.
E surpresa, a minha teoria sobre comida boa teve uma evolução: normalmente, eu digo que comida boa não engorda. Agora, aproveitei pra complementar dizendo que comida boa neutraliza o vinho pois bebemos bastante e saímos completamente sãos de lá, a ponto de dirigir de Modena a Bologna!
Como sobremesa (e acompanhando o café), pequenos docinhos :gelatina de maracujá, pistache e wasabi; cheesecake; carolina explosiva; brownie de chocolate e ganache de chocolate.
Neste solene momento, gostaríamos que todos que estivessem nos lendo, levantassem e batessem palmas. Por que este almoço foi digno deste gesto!
Vou até fazer o trocadilho de que o Massimo foi ele mesmo!
Pra finalizar e nos despedirmos, tiramos a tradicional foto pra eternizarmos este delicioso momento.
O Massimo gentilmente nos ofertou um dos seus livros (Aceto Balsamico ) com a devida dedicatória.
Foi ou não foi o máximo?
Ciao !
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Há 11 comentários
Foi mesmo o Massimo!!!
Que inveja boa de vocês 🙂
No meu time joga a família Luz e mais dez!
Eita família de bom gosto essa, tá louco 🙂
Eduzão, tu é meu benchmark!
Queridíssimos Dé e Edu,
estou em falta com vcs, mas passei rapidinho para dizer que estou acompanhando os post da viagem, e morreeeendo de inveja!!!
Só nào tô mais pq afofar e beijar Guigão o dia todo tb é um manjar dos deuses!!!
😉
Beijos para vcs!
PS: queria o endereço de vcs, please.
Que almoço! As fotos ficaram lindas.
Ameixa, o Massimo é muito acessível e tem um talento imenso. tem gente brigando por aí se misturar espumas em comida dá certo ou não e eu respondo que o que vale num restaurente é que tudo, incluse a comida a comida seja memorável !
Diogão, a recíproca é verdadeira. No time dos comilões do DCPV é você, nós 3, o Mohamed ( da Fabrícia) e acho que mais ninguém porque senão, vai faltar comida !! E dá-lhe Colorado !!
Márcia, nós também estamos com saudades ( a Dé mandou
um beijão pro Guigão) mas sabemos que é por uma excelente causa ! E da próxima vez, vamos até aí dar umas afofadas e uns beijinhos nele !! rsrs
Constance, é isto mesmo! Que almoço ! Foi parecido com aquele jantar dos irmão Rubino ! Inesquecível !
Abs a todos !!
Edu, valeu pela visita e pelos elogios. Vocês também estão linkados lá. abraço e estamos pensando no cardápio do interblogs.
Leo e Bia
Edu, estes almoço foi es-pe-ta-cular, o Massimo mesmo ! Que ritual lindo e delicioso, eu diria que foi “o” almoço do século, nham
Leo, o teu post ficou muito bom, suave e plástico. Parabéns ! E aguardo notícias com o teu cardápio pro Inter Blog.
Majô, a grande síndica, não tem como não cair no lugar comum do trocadilho no caso do Massimo. Eu só não diria que foi o almoço do século (ainda) pois como temos um montão de anos pela frente, espero comer melhor do que na Osteria !! rsrs
Abs a todos !
Eduardo, eu desde que li seu post sobre a Osteria F. que fiquei morrendo de vontade de ir.Eu viajo pelo menos uma vez ao ano para Europa em ferias gastronômicas, indo para Itália,londres ou Paris e lugares novos. Eu sou um cozinheiro amador, não com sua técnica mas tenho forno combinado em casa e procuro sempre ler e pesquisar muito, mas como não poderia deixar de ser meu gosto para vinho e comida norteiam para Itália.Quando fui no final do ano o restaurante estava fechado, mas retornei em outubro com um casal de amigos e é uma experiencia única, acho que ela difere pela simpatia e amor que o Massimo Bottura demonstra pelo que faz, ir a um restaurante desse padrão que o chefe pega os pedidos, vem ver o que achamos dos pratos, bate papo, conta histórias …
A carta de vinhos é um capitulo a parte, alem de ser uma das mais extensas do mundo é relativamente barata.
O chato que deixou todo resto do nosso tour (Istambul, Parma, Firenze, Pollenzo(alba), londres) um pouco em desvantagem.
Realmente uma experiencia única, acho que Modena vai me ver por lá com muita frequência.
Usei bastante das dicas de vocês para o Piemonte também.
obrigado
Candido
Candido, que legal que você foi lá e melhor ainda, que gostou!
O Massimo é um trocadilho pronto : é o máximo!!
Apareça sempre e nos informe sobre as viagens.
Abs.