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quem quer ser um milionário?

número 206
25/02/09

Quem quer ser um milionário?

Quarta-feira de Cinzas pós-Oscar.
Eu estava com um dilema. O que fazer pro jantar? (taí o nome dum bom filme).

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Resolvi homenagear este nosso grande parceiro: o cinema. Quem é que não gosta de um bom filme? Quem é que não tem “aquele” filme como especial, um refúgio pros bons pensamentos e até, um momento mágico pra viver a dois?

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Aí lembrei que tinha o livro “O Cinema vai a Mesa” do Rubens Ewald Filho e da Nilu Lebert (Melhoramentos) e escolhi alguns pratos, além de uma receita avulsa que foi feita pela Catherina Zeta-Jones no filme Sem Reservas (teve gente que não gostou deste filme, mas nós o achamos espetacular).

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Vamos então à sessão pipoca, à quarta cinematográfica do dcpv.

Começamos os trabalhos com um singelo Martini, Dry Martini. Justíssima homenagem a todos os Bond, James Bond!

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Entradas – Vieiras ao Molho de Açafrão e Batatas Duchesse.

As Batatas Duchesse são simplesmente um belo purê de batatas com manteiga e 1 ovo ligeiramente misturados e batidos que são colocados em forma de biscoitos numa assadeira untada (use um saco de confeitar).

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Elas foram feitas no filme “Idade da Inocência” do Martin Scorcese com o Daniel Day-Lewis, Michele Pfeiffer, Wynona Ryder, etc. Quem assistiu deve se lembrar de um amor impossível com cenário riquíssimo em detalhes. É muito bom! E as batatas entram como representantes da época do filme, 1870 e mostram a influência da comida francesa nos USA, local onde se passa a história.
Já as vieiras, são de uma receita que eu recortei de alguma revista (provavelmente alguma Caras do cabelereiro). Foram empanadas numa mistura de farinha de trigo, sal, orégano, lemmon pepper e fritas em azeite quente.

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O molho é formado por chalotas, vinho branco, creme de leite, manteiga, açafrão, suco de limão, sal e pimenta.

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Segundo os críticos, a Catherine Zeta-Jones garantiu que os ensaios e as gravações a transformaram numa grande cozinheira. Também,  o chef e criador das receitas (inclusive a das vieiras) foi simplesmente o Daniel Boulud! Assim, até eu!

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Tomamos um belo branco, um Marques de Riscal Rueda 2007 Espanha que foi fotogênico e disse : sou “fresco, hollywoodiano, nerudesco, gostei“.

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Principal – Frango indiano (Bhuna Chicken)

Esta é uma clara homenagem ao ganhador do Oscar, o bollywoodiano “Quem quer ser um milionário?”.
Confesso, ainda não o assistimos (vamos neste final de semana), mas sendo bom ou não (eu acho que é e também acho que a Dé vai adorar!), o que importa é que a comida ( e a cultura) indiana é muito boa!

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É um frango cozido super temperado (curry, cebola, pimentão, tomate, alho, gengibre, cúrcuma, polpa de tomate, iogurte, leite de coco, pápricas doce e picante, coentro em pó, óleo) e finalizado com garam massala e coentro fresco.

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Foi devidamente coadjuvado por um belo arroz basmati (o galã da cozinha !) com cardamomo.

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Esta receita foi retirada do filme “Um casamento à Indiana” com direção de Mira Niar e estrelado (segundo o Rubens Ewald Filho) por um monte de parentes dela, a diretora e conta a história dos preparativos de um matrimônio arranjado entre uma família indiana, os Verma e um programador de computadores que mora em Houston, o Herman.
Daí pra frente, você se envolve com toda a trama e principalmente com a “hinduzice” que acontece através das comidas, cores e da música além da curiosidade de saber se os noivos irão se apaixonar ou não? Como o próprio livro cita é uma orgia de flores, cores, comida permeada por energia, amor e paixão. Em qualquer lugar do mundo, os problemas são iguais. Muda apenas o bufê!“. Muito boa, essa!

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Pra tentar harmonizar com a comida indiana, apelei prum espumante rosé, o Malvasia Claudia da Emilia Romagna Itália que foi “perfeccto, per tutto, florida, sette“, segundo os críticos de cinema, nós mesmos.

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Sobremesa – Savarin

Só poderíamos encerrar com o ícone dos filmes culinários, a Festa de Babette!
Este não vale nem a pena resumir, pois se alguém que não o assistiu estiver lendo este post, deve parar de ler, ir à locadora (ou baixar pela Net), assistí-lo e voltar a ler o post! Pronto! Vamos continuar!

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E este doce é como o filme: arrebatador!
Deixa como resultado final a mesma coisa que Babette fez com os seus comensais: depois de comê-lo você nunca mais será o mesmo ( que o digam o Mingão e o Déo que “paparam” 5 e 4 pedaços, respectivamente!).
É um bolo feito da seguinte maneira (esta receita vale ser passada com exatidão):

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Misture 100g de farinha de trigo com 115 ml de leite morno e 15 g de fermento biológico. Deixe descansar até dobrar de volume.
Bata a mistura na batedeira com 130 g de manteiga, 30 g de açúcar, 200 g de farinha de trigo, 1 colher de chá de sal, 4 ovos até obter uma massa homogênea (~15 min). Coloque numa forma untada e deixe crescer novamente. Leve para assar a 180 ºC até dourar.

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Já a calda é feita da seguinte maneira: leve ao fogo 2 xícaras de água com 1 e 1/2 xícaras de açúcar, um pau de canela, cascas raladas de uma laranja e de um limão. Adicione 3 colheres de sopa de rum, 2 colheres de sopa de licor de laranja e deixe atingir o ponto de fio.

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Derrame a calda morna sobre o Savarin (como na foto) e sirva em seguida.
O melhor modo pra degustá-lo é esfregar um dos lados da fatia do bolo na calda. Es-pe-ta-cu-lar!

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Pra finalizar a noite especial do Oscar, um licorzinho de Anisete da D. Anina  que deveria ganhar o premio de melhor ator coadjuvante!
Veja o que os cinéfilos acharam:

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Avant-premiére! Tudo perfeitamente enquadrado e com uma direção notável! Um blockbuster. (Edu)
Te!! Tere!! Te! Te! Savarin. (Mingão)
And the Oscars goes to .. us (que comemu!) (Déo)

Chegamos ao fim! Bom enredo com muita emoção no final (ah! o Savarin!)

The End !

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Há 10 comentários

  1. Este vosso foto-filme também merece um Óscar 🙂
    Eu vi o “Quem quer ser milionário?” e gostei bastante!
    Esse Savarin está demaissssssssss 😉

  2. Menu sensacional. O “Sem Reservas” original, em alemão, se chama “Simplesmente Marta” e é bem legal também. Vale a pena ver e decidir qual a melhor receita de um bom filme. amanhã vou passar no correio, blz? abraço.

  3. Também adorei o Sem Reservas, aliás, há um século tenho vontade de fazer Tiramisú por causa desse filme e a trilha sonora é muito bacana para cozinhar…

    Duas perguntas:

    – Onde você compra chalotas? Já comprei na Santa Luzia mas nem sempre tem e
    – Qual marca de arroz basmati você compra? Alguma especial?

    Pelas fotos, ficou tudo muito apetitoso!!!

    Abs!

  4. Edu,
    parabéns atrasado pro Déo! Agora, fala sério: com a d. Anina aí vcs nào descobriram a idade dele??? Sei nào, acho que estão todos de conluio, hein?!?!?
    kkkkkkkkkk

    Olha, adorei o menu cinematográfico, e sobre o filme Sem Reservas, eu tb gostei bastante, mas confesso que o original, que é alemão, agradou-me ainda mais, pois a atriz faz uma Martha mais seca, amarga, que achei mais convincente do que a belíssima e doce Cathy (íííntima!!!). Vale conferir!

    E delícia tb o cardápio da Mariana, um verdadeiro Caos delicioso!!!

    Abraços!

  5. Edu ,já vi que vc.tem uma biblioteca e uma disposição fantástica para pesquisa e execução.Outro dia ,eu preparei do livro do RUBENS, a receita da pág.88,o Timballo,do filme “A Grande Noite”,ficou ótima.O mesmo prato eu já tinha visto no filme ,”O Leopardo” de Visconti.Hoje receberei em casa alguns amigos ,abri o livro de SÍLVIO LANCELLOTTI denominado Cozinha Clássica,vou preparar duas entradas ,o clássico Coquetel de Camarões para quem pode e Suflê de queijo ,para os alérgicos como eu e outros.O prato principal é um velho clássico ,um “Diana Steak”.O importante nessas receitas é que o autor fez uma excelente pesquisa de recuperação dos ingredientes originais ,afastando as deturpações que essas receitas sofreram ao longo do tempo.A sobremesa são Crepes Suzette , receita criada pelo cozinheiro dos Rockefeller,Henri Charpentier,em 1896 em homenagem ao príncipe de Gales ,Eduardo VII, que deu o nome em homenagem a sua namoradinha de então.Um abraço.

  6. Edu, dei uma passadinha no correio agora pela manhã. (sábado). em breve você vai receber uma “surpresa” em casa.

  7. Os compromissos do “mundo real” obrigaram-me a uma ausência temporária do “mundo virtual”. Mas senti um cheirinho de comida mineira no ar e resolvi dar uma passada pelo DCPV.

    Não tenho como recuperar noites postadas há semanas – se quando comento apenas uma noite os textos já ficam enormes, imagine se resolvo colocar as quartas em dia -, mas os últimos posts têm, de alguma forma, uma relação comigo.

    Foi no Gran Hyatt que também me hospedei em Santiago e foi a partir dessa viagem ao Chile que passei a frequentar o DCPV, depois daquele cartão com o poema de Neruda, enviado para o Ed e que acabou tema de mais uma quarta-feira. Do hotel sinto saudade especialmente de duas coisas: os pêssegos nas fruteiras da recepção e a piscina gelada, ajudando a combater o calor de Santiago em janeiro, quando lá estive. Já o ceviche aguçou o paladar de Carlos.

    Também adoro cinema e alguns filmes nos deixam mesmo com água na boca. Eu mesma fiz referência ao “Festa de Babette” na minha primeira participação por aqui. Não tenho em casa um livro de culinária, mas não vou resistir ao “O Cinema vai a Mesa”, do Rubens Ewald Filho, citado por você. Sempre gostei do cinema argentino, mas não conhecia o chileno. Foi nas salas de cinema do Parque Arauco, citado por você, que descobri o cinema produzido por lá. E gostei!

    Na quarta, aniversário do Ed, a confirmação de que ainda em março a comida mineira passará pela mesa do DCPV. Meu olfato anda apurado 🙂 Logo, Ed receberá, via Sedex, algo que poderá, a critério dos confrades, ajudar no clima da noite.

    Fico um tempo sem passar por aqui, mas os encontros semanais continuam viajando pelo sabor de lugares os mais diferentes, alimentando essa amizade tão especial e que une vocês.

    Abraços,

    Adriana

  8. Ameixa,falei que íamos ver o filme, mas ficou pro próximo final de semana. E ele for uns 10% do savarin já será um filmaço !!

    Mestre Joaquim, aqui é todo dia assim ! rsrs Pena é que não dá pra postar tudo isto !!
    E a minha biblioteca gastronômica é bem grandinha, mas não tenho estes livros que você citou. Se quiser mandar estas receitas, terei uma bela noite de quarta montada ! Ainda mais acompanhadas de história !

    Leo, preciso assistir a esta versão alemã ( a Márcia também falou sobre ela !. ” Quando o carteiro chegou !! …”

    Edu, já corrigi o link . E eu compro chalotas a arroz Basamti no sex shop, o Santa Luzia. Acho sempre e o arroz é aquele do pote plástico. Tava tudo bom, mas o Savarin ….

    Márcia, e o Guigão ?
    Nós sabemos a idade dele ( é meu irmão!), mas ele gosta de esconder!! Também pudera, o homem tem 38 anos !! rsrsrs
    Preciso assistir ao Simplesmente Martha! E , avante Leão !!

    Leo, “e o meu nome gritou com um pacote na mão ” !

    Adriana, a desaparecida !
    E vamos as homenagens : foi realmente graças ao teu cartão que fizemos aquela maravilhosa noite em homenagem ao Pablito (Ode ao Caldillo del Congrio). Inclusive, na visita a La chascona, comprei um descansa-panelas com este tema .
    Já no Hyatt, os pêssegos se transformaram em nectarinas, mas com o mesmo resultado. E o calor chileno continua infernal !
    Teremos ( ô faro!) uma noite mineira no 14º Inter Blogs, muito provavelmente no final deste mês! Aguardamos a surpresa !!
    Bom retorno e espero que não demore tanto tempo pra dar uma passadinha pela sala do DCPV.

    Abs a todos !

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