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dcpv – da cachaça pro vinho – vai um croquete aí?

número 224
28/07/09

dcpv – Vai um croquete aí?

Vou confessar uma coisa!

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Abandonei a Gula. Ela só me prejudicava! Eu não conseguia desenvolver o meu trabalho, me enrolava todo e toda vez que eu tentava fazer alguma coisa, lá estava ela, a Gula, pra me atrapalhar.

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Até que resolvi trocar. Assinei (auxiliado pela indicação do Diogão dos Destemperados que é “frila” por lá e também encarta alguns guias) a Prazeres da Mesa. E a minha vida melhorou substancialmente!

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Prazeres é muito melhor do que a Gula. Matérias excelentes, com ótimas dicas de restaurantes, vinhos e pasmem, receitas que são executáveis e numa quantidade bem razoável em cada edição (fiz até um especial sobre a pimenta biquinho tirado de lá).

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A Dé usou copos de cerveja. Fazia um tempinho que eles não vinham à mesa!

Dentre elas, guardei há um tempinho, um “tratado” sobre os croquetes escrito pela Renata Braune do ótimo restaurante  Chef Rouge. Ela mostrou 4 receitas deste tão apetitoso salgado.

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O croquete é de origem holandesa. Na Alemanha é conhecido como krokretten (isto não é uma piada! rs).
Na Espanha é uma das principais tapas e no Brasil é um dos melhores e mais pedidos petiscos botecais.

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A própria Renata Braune é uma adoradora de croquetes e sempre sonhou em elaborar um Guia do Croquete Perfeito. Ela indica como melhores os do São Pedro, São Paulo; Pirajá (do Edgard, amigo da LBV), Astor (outro do Edgard), da Adega Santiago (do Ipe da LBV também) e da Mercearia São Roque.
E tem mais, ela diz que pra acompanhar, nada melhor do que um molho de pimenta, um concentrado de limão e eu aproveitando a ideia básica, também servi com shoyo e um molho de tomate com vinagre.

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Vendo por este ângulo, resolvi fazer uma Noite do Croquete no dcpv.
E é claro que somente croquetes, por mais variados que sejam, não saciariam a nossa fome.

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Então, pra completar e aproveitando o frio, fiz uma Papa al Pomodoro que, eu sei, não é comida de boteco, mas não deixa de ser uma bela sopa duma trattoria que, pensando bem, é um boteco italiano. Cqd!

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Vamos, pois, aos croquetes!
Que as nossas opiniões sirvam pra Renata ampliar os seus conhecimentos sobre este petisco que ela tanto adora.

Bebidinhas

Já que o negócio é boteco, Caipirinha de Pinga e de Limão.

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I – Croquete de Carne Moida Tradicional (harmonização: cerveja Bohemia Pilsen)

A receita é simples. Coloque 500 g de carne moída numa panela com 2 dentes de alho, 1 folha de louro, 1 cebola ralada e sal. Deixe a carne cozinhar por igual sem secar e vá colocando 150g de farinha de rosca caseira aos poucos e mexendo bem. Esta é a hora de verificar o sal.
Deixe esfriar, retire da panela e compacte a massa por igual. Faça bolinhas do mesmo tamanho e dê a forma de um croquete.

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Empane com ovo batido com pouco sal. Passe na farinha de rosca, repasse no ovo e de novo na farinha de rosca. Frite em óleo bem quente!
Ficou extremamente crocante. Acho que foi a farinha de rosca! rs

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Comentário  dos botequeiros – Um croquete tradicional e saborosíssimo. Dava pra ficar a noite toda comendo e bebendo este de carne. Opa, só comendo, óbvio!

II – Croquete de pato (harmonização  – Cerveja SubZero )

O princípio da receita é sempre o mesmo.

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Neste caso, tempere 6 coxas de pato com sal e pimenta da jamaica. Coloque numa panela quente com a gordura da coxa virada pra baixo e deixe que derreta. Adicone 1 cenoura, 1 dente de alho, 2 cebolas raladas, 1 folha de louro e deixe dourar.

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Junte 1 copo de vinho e cubra as coxas (do pato!) com água; cozinhe em fogo médio até que a carne esteja macia e soltando o osso.

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Deixe esfriar, coa o molho reservando a parte líquida. Desfie a carne finamente eliminando os ossos, leve ao fogo baixo com o molho reservado pra que reduza. Acrescente aos poucos, 4 colheres de sopa de farinha de trigo pra dar liga à carne e até que forme uma massa lisa; deixe esfriar.
Empane 2 vezes em ovo e farinha de rosca. Frite em óleo quente.

Comentário  dos bebuns – Tenho certeza que errei a receita pois ele ficou concentrado, pesadão e denso.  A própria Renata me afirmou que ele é uma pedida especial de um monte de clientes. A próxima vez que for ao Chef Rouge, pedirei!

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III – Croquete de mandioquinha com camarão (harmonização – Petra)

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Tempere  500 g de camarão médio cortados e reserve. Refogue durante 15 minutos e no azeite, 5 tomates maduros sem pele e sem sementes, 1 cebola ralada e 2 dentes de alho picados.
Adicione os camarões, 500 g de mandioquinha cozida ralada fina e cozinhe até que se incorporem à massa. Coloque 2 colheres de sopa de coentro picado, 1 colher de chá de molho de pimenta, verifique o sal e coloque 2 colheres de sopa de farinha de trigo aos poucos. Deixe esfriar, modele e frite.

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Comentário dos boêmios: este  croquete é espetacular. Super saboroso e com aquele ar marinho que tanto satisfaz. Ele só não foi  unanimidade porque a Re sequer experimentou (frutos do mar, arghhh!).

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IV – Croquete de frango e Bacon com Fubá e Couve (harmonização – Heineken)

Pique 300 g de filé de frango e 100 g de bacon. Refogue numa panela quente com 3 dentes de alho e 1 cebola picada, sal e deixe dourar.
Adicione 500 ml de água e deixe ferver por 5 minutos. Pique um maço de couve finamente e adicione 3 colheres de sopa de azeite.
Coloque 100 g de fubá aos poucos até dar liga. Molde os croquetes e empane com ovo e fubá.

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Comentário  dos manguaçasEste croquete é excelente e tem, realmente, uma tremenda cara de comida mineira, sô!

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Ainda comemos uma legítima Papa al Pomodoro (receita legitimamente toscana que nos foi ensinada pela Lela em plena Siena).

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Uma sopaça de pomodoro pelatti, pane reffermo, olio extra vergine di oliva, brodo, basílico, aglio, sale e pepe.
E uma canjica brulée, uma invenção que acabou dando certo pois a crocância da casca combinou com o gosto da canela e com a maciez da bela sobremesa junina da Flora. Muito bom!

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Tomamos um vinho tinto, um Cabernet “Xauvignon” Benjamin Nieto Senetiner 2008 que acompanhou muito bem, tanto a Papa quanto a Canjiquée.

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E várias cervejas. Afinal de contas, eram croquetes!

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Leia a opinião dos croquetólogos sobre a noite dos próprios:
Boteco + Toscana + Festa Junina = zona organizada. (Edu)
Boteco italiano!! Perfetto! (Mingão)
De conversa em conversa; bebe-se, come-se. (Déo)

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Como a própria Renata, a Braune, demonstrou, croquete não precisa ser somente de carne.
Dá pra se usar qualquer coisa. Peixes e frutos do mar, cordeiro, pato, coelho, vitela, linguiça, frango, perdiz, batata, mandioquinha, inhame, cará, legumes variados. É só arriscar e comer!
E tem mais, sem muitas coisas pra fazer a não ser fritar (e aí o Mingão e o Déo ajudaram), a conversa rolou muito mais fluente. Na próxima e aproveitando o nosso papo, faço alguns de abobrinha!

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Hasta!

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Há 10 comentários

  1. Realmente por aqui la croqueta é uma instituição. A melhor que já comi foi no Estado Puro em Madrid, era de jamón serrano, maravilhosa!!! E a segunda de chourizo de Teror, aqui mesmo em Gran Canaria, no Trasiego!
    Uma feliz semana

  2. Nossa, de dar água na boca este post!! Só provei o da Adega Santiago, de fato excelente, como tudo que tem lá. Quando vocês vierem a Ribeirão Preto, precisam provar o de mandioquinha com carne seca do Pinguim. Abraços Edu!

  3. Acho que seria difícil escolher o melhor… eu queria experimentar todos 🙂
    Acho até que provaria o de pato! Tadinho dos patinhos 🙂
    Gosto de heineken, as outras nunca provei.

  4. Boas Edu;

    Tirando os que minha avó fazia e os que minha mãe ainda faz, tem um croquete na cidade que me tira do sério…… no excelente sentido”

    Aquí perto, no Brooklin velho, tem uma choperia chamada Zur alten Muehle ( http://www.zuraltenmuehle.com.br ). já foi eleita algumas vezes como tendo o melhor chopp da cidade. Bem clássica, tem uns croquetes de carne, que eles chamam de bolinhos, que são imperdíveis.

    Eles tem pratos incríveis também. Pato, Joelho, kassler… e por aí vai.

    Quando vier para esses lados é só avisar.

    Abs

  5. Esqueci de comentar. O Astor (vila madalena) tem um croquete de mortadela, que pra mim é imbatível. Com um chopp bem gelado…hum….fome de novo…hahaahah.

  6. Patrícia, e com estes ingredientes de origem, as croquetas se tornam imbatíveis, né?

    Débora, nós também amammos o Almanara. Mas acho que você comentou no post errado !! Se bem que este “treco” do WordPress é meio enrolado mesmo !!

    Diogaço, o boteco está igual ao Inter. Bom pra caramba!!

    Prof Michel, calminha que ainda tem muito tempo pra se preocupar com estes detalhes ( colesterol, pressão, etc) rsrs

    Luciana, pode deixar que além de experimentarmos o tal croquete, também faremos o mesmo com o famoso chopp do Pinguim !!

    Ameixa, quer dizer que por aí não tem Antarctica? Que sorte que vocês tem !! rsrs
    Quanto ao de pato, acho que errei feio pois a própria Renata Braune disse que o croquete dele é o mais gostoso. Preciso ir ao Chef Rouge urgentemente !!

    Leo, tu és um fominha mesmo !!

    Grande Flávio da grande Sódoces. Colocar mãe e avó como referência, não vale !!rs
    Já tinha ouvido falar no Zur ( e anotei o endereço). Quando formos pro teu festival de macarons ( na segunda quinzena de setembro, heim pessoal. Vamos ajudar a APAE !), aproveitamos e comemos uns croquetes por lá antes da farra macarônica ( terá até de foie gras !).

    Leo, ainda não comi o do Astor. Mas não não falei que tu és um fominha ??! rsrs

    Abs a todos !

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