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tchitchília! sicília, pros íntimos!

número 167
09/01/08

dcpv – Tchitchília! Sicília pros íntimos !

Veja só, faz um tempo que estou paquerando um livro meu! É isto mesmo, estou de olho há um tempão no livro “Os Sabores da Sicília” (Maria Montanarini – 2004) que está na minha estante no mínimo uns dois anos.

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Maior ilha do Mediterrâneo e território carregado de histórias várias vezes milenar, onde atuavam fenícios, gregos, romanos, árabes, normandos e espanhóis, a Sicília é famosa também pela excelência de seus pratos e inconfundíveis sabores “. Agora me diz uma coisa, um livro de receitas (e história) com esta apresentação merece ou não merece uma atenção especial!
Isto tudo e mais receitas mediterrâneas com  muitas entradas, azeites, limão, temperos e tínhamos motivo e menu pra mais uma bela quarta-feira. Uma Noite Siciliana!

UNO – Entrata – Cucuzzeddi ccu Scapici, Filetti ‘i Pipiruni, Frittata  ‘cchi Faviani, ‘Nzalata D’ Aranci.

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Pra quem conhece um pouco o italiano (como nós), o que está escrito acima é quase ininteligível. O dialeto siciliano é fantástico e as entradas são, respectivamente, abobrinhas à escabeche, pimentão em tiras, fritada de favas frescas e salada de laranja. Todos juntos formaram um prato extremamente saudável (mais na moda impossível) e gostoso demais.
As abobrinhas são fritas e ficaram de molho junto com uvas passas, vinagre, hortelã e alho cortado em lascas; os pimentões são cortados em juliane e colocados no forno com uma farofa de farinha de rosca, queijo ralado, alcaparras, salsinha e cebolinha;a fritada é um omelete de grão de bico com base de alho e manjericão (eu não tinha favas mas, ficou bom !) e a salada de laranja é pra dar a receita:
Corte as laranjas em rodelas finas. Junte alho e hortelã frescos cortados em pedaços, sal e pimenta. Aqueça meio copo de vinho tinto e coloque por cima das laranjas.
Experimente, é um espetáculo e extremamente refrescante !

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Acompanhamos com um Flor de Castro D’Ouro DOC 2004 que segundo os presentes, era “ameixa, portuguino, anisetado, suave“. Bom, muito bom !

DUE – Principale – Risu Cchi Pinoli e Minnuti, Purpetti all’ Auruducci

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E vamos continuar a aula de siciliano (o idioma, não o limão). Arroz com pinolis e amêndoas, um risoto diferente pois a base é feita de amêndoas, pinolis, alho e manjericão triturados e misturados a uma lata de tomates pelados (italianos, off course). Reserve esta mistura, faça o risoto normalmente e quando o arroz estiver ao dente junte a mistura com o queijo Parmigiano e manteiga.
O outro prato são Almôndegas Agridoces (Pupetti all’ Auruducci) que também são almôndegas normais com um molho anormal composto de um pouco do óleo da fritura delas mais vinagre e açúcar. De novo (que redundância) muito bom !

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E acompanhado de um PorttoBello Nero D’Ávila 2005 Sicília, um legítimo siciliano que se mostrou “caneliz, anelado, apimentado, aúreo” segundo nós, os mafiosos!

TRE – Sobremesa – Budino di Risu ccú Cicculatti

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Última aula de siciliano. Um belíssimo pudim de arroz ao chocolate que como o próprio nome diz, é feito de arroz cozido ao leite adicionando-se ovos, manteiga , açúcar e chocolate de cobertura ralado. Ainda dei uma enfeitada com Leite Condensado Moça  olha o merchã!) e ficou bom. Ainda mais acompanhado de uma dose da nossa última descoberta, o “bello” Fondillon Gran Reserva.

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É isto aí. Uma “bellíssima” noite siciliana com tudo o que tivemos de direito.
Só faltou o limoncello (falha já coberta pois acabei de adquirir um), mas não faltarão oportunidades pra tomá-lo.

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Fica a bela foto do ponto de vista da Dé de como um copo de vinho deve ser visto.

” n bucca i Luppu”, Dona Maria.

Arrivederce !!!

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Há 12 comentários

  1. Fer, o livro é demais mesmo. Tradição e história andam juntas e a comida é siciliana e muito boa. Quanto aos vinhos, aí é covardia !
    E a Débora agradece os elogios já que a produção cenográfica (pratos e copos … lindos) são todas da responsabilidade dela !

  2. Viva Eduardo!

    Tanto tempo que não passo aqui! Quer dizer, passei quando cheguei a Angola mas vi que estava de férias! :o) Pensei que ia ter reportagem fotográfica! :o)

    Quanto a este post, que delícia, Eduardo! Como sempre, primou pelo bom gosto! O livro, parece-me ser um encanto! :o)

    Beijos

  3. migas, é como eu disse pra Fer: este livro é muito bom porque ele mostra as recitas tradicionais da Sícilia. E a D. Maria ( a autora) é uma siciliana de primeiro escalão !

    E postarei as fotos da viagem brevemente !

  4. QUE DElÍCIA de matéria. Chegou a dar água na boca, acredita?

    Aproveito para convidar a ir ao FATOS & FOTOS de Viagens, que está cheio de novidades e utilidades, além de ter enrado hoje no ar a matéria sobre “TAORMINA, o Cartão Postal da Sicília”!

    Grande abraço, te vejo por lá.

  5. Arnaldo, foi bom ver que tivemos uma coincidência ( sem combinação prévia) sobre o assunto. E quem quiser dar uma aprofundada Taormina, dê uma passada lá no Fatos&Fotos.

    Michel, sabe que tem uma porção de receitas sobre sardinhas mesmo ! E como sempre receitas simples mas com uma cara de gostosas !

  6. Opa! Esse post não pode ser lido quando se está com fome!
    Ótimas sugestões, Eduardo!
    Quanto à sua dúvida sobre Pucón, acaba de ser respondida lá no BP.
    Grande abraço!

  7. Olá Eduardo,

    Parabéns pelo cardápio espantoso! E a idéia do encontro virtual com as comidas … genial!

    Mas faço este comentário por um pormenor que espero não leve a mal.
    Eu sou um perfeccionista no que refere a coentros e a sua sopa pode melhorar e ficar, perfeita-perfeita, se puser os coentros ao apagar do lume e não os deixar ferver.
    Os únicos coentros que devem cozer são os espigados que se usam em leguminosas verdes, como as favas, mas aí o sabor pretendido é outro, não é?

    LPontes – http://www.comidascaseiras.blogspot.com

  8. Luciana, grato, olhei lá no Bistrô Pimenta e certamente, Pucon entrou na minha lista de desejos.

    LPontes, gostei bastante do teu Comidas Caseiras ( vou linká-lo aqui) e não vou levar a mal o teu comentário, não. Na verdade, todo mundo sabe que a utililização usual de ervas gastronômicas in natura é colocá-las ao final da receita. Mas neste caso, e acredito que até pra acentuar o gosto dominante do coentro, a utilização dele no início da receita foi pertinente, sim mesmo porque o resultado foi admirável!! Agora, nada impede que eu faça a sopa do jeito que você está indicando e assim que fizer, direi como ficou. Abs!

  9. Eduardo, não foi minha intenção fazer polémica. Aliás, que fique bem claro que eu sou um fã incondicional da magnífica cozinha da Marizé, uma mestra! (Já viu aquele perú com romã?)
    Acontece que o coentro fresco, se quiser obter o perfume dos seus oleos essenciais mais preciosos (cineol e coriandrol, não pode mesmo ferver, sob pena de volatilizá-los e … desaparecerem. Claro que ficam os méritos dos outros óleos aromáticos menos voláteis, mas o aroma precioso vai-se. Ou seja, aquilo que com outras aromáticas é uma indicação geral, com o coentro fresco é mandatório!
    Perguntou-me como faço a minha sopa de coentros, no meu blog: é muito parecida com a da Marizé, excepto em dois pormenores. O coentro é introduzido ao apagar do lume e não há refogados, sendo o azeite extra-virgem introduzido depois de sair do lume, ficando portanto crú.

    Apareça sempre. Abraço.

    LPontes – http://www.comidascaseiras.blogspot.com

  10. LPontes, não foi polêmica nao, foi apenas uma sugestão, estou certo ?
    Farei a sopa do teu jeito, o que não será nenhum sacrifício pois a Débora adora coentros e direi qual foi o resultado. Abs.

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