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1º isb – de neruda a guimarães rosa: travessia de sabores, saberes e amizades compartilhadas.

14/08/2010

1º isb – De Neruda a Guimarães Rosa: travessia de sabores, saberes e amizades compartilhadas.

Bom, continuarei apresentando esta série de posts.
São 4  jeitos de olhar o mesmo acontecimento.
Serão escritos e publicados na seguinte ordem: Sueli
(que escreveu o primeiro), Drix (que escreveu o de hoje), Eymard (que escreverá o de sábado que vem) e finalizando, euzinho, no do dia 28/08..
Expressam /expressarão a visão de cada um dos escritores do lunchinner que fizemos num sábado também, 23/07/10. E lunchinner porque?
Ora, por que  o encontro dos que se conheceram através da Internet (de que maneira? Vocês saberão logo, logo) começou no almoço, atravessou a tarde, passou pelo jantar e terminou na madrugada de domingo.
Com vocês o 1º ISB, ou seja, o 1º Inter dos Sem Blogs. E o 2º post sobre o 1º, a visão da Adriana, a Drix

De Neruda a Guimarães Rosa: travessia de sabores, saberes e amizades compartilhadas. (by Drix)

Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou — amigo — é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.” 

Foi assim que tudo começou: sem precisar de saber o por quê é que é”. Alguns e-mails, alguns telefonemas, a indicação do blog dcpv, uma viagem ao Chile, uma visita à casa de Neruda em Isla Negra, um cartão postal… Esta história começa com uma amizade diferente, construída palavra por palavra… conversa desarmada, por meio da qual íamos nos revelando. A ausência física criava uma lembrança ideal. E logo começou a saudade do não vivido. Saudade do jantar de quarta-feira em Ferraz de Vasconcelos, saudade de um encontro em São Paulo, saudade de um encontro em Belo Horizonte… Saudade de tudo aquilo que os amigos gostam de fazer juntos… Saudade do primeiro encontro, que insistia em não acontecer… Certeza, apenas duas: amigo é a pessoa com quem a gente gosta de conversar e eu gostava de conversar com o Déo… As conversas continuavam… palavra escrita… sentimentos revelados… as vezes silencio… Mas já não tinha mais jeito… Era o começo de tudo… 

 “Felicidade se acha é em horinhas de descuido.” 

Chegamos de Ferraz de Vasconcelos, Botucatu, Brasília e Belo Horizonte, para nosso “lunchinner”, o primeiro isb do dcpv. A cada um de nós coube o prazer de um relato. Poderia descrever os pratos e seus ingredientes, ou falar das caipirinhas, do espumante, dos vinhos, dos digestivos, mas, certamente, Edu, Sueli e Eymard farão isso com muito mais propriedade. Resta-me, então, escrever sobre os sentimentos que envolveram os novos amigos que, durante doze horinhas de descuido, compartilharam lembranças, disputaram frigideira, cortaram cebolas, comeram muito, beberam muito, degustaram sal, brindaram à amizade, brindaram à felicidade.

“O real da vida se dá, nem no princípio e nem no final. Ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.”  

Jamais tinha experimentado o molho de tomate de D. Anina, mas já sentira o seu sabor por meio das palavras de Edu. É o mesmo sabor da “comidinha gostosa” (para quem não sabe: arroz, feijão, linguiça, moranga e couve) preparada por minha mãe nas manhãs de sábado: sabor de carinho de mãe.

Foi assim que começamos nossa festa de Babette: bruschettas de tomates e macarrão ralado com molho de tomate da D. Anina. O macarrão foi feito de véspera… e refeito no dia. Não sei se precisava.
Dé achou que sim, o que nos permitiu participar da produção. Alguns (dentre os quais me incluo) apenas admiraram… Outros ajudaram a ralar. Primeiro, no liquidificador. Quando ele parou de funcionar, passaram a ralar manualmente. Como nada é por acaso, era o primeiro sinal: naquele encontro tudo teria o seu tempo. O tempo da travessia. Que é também o tempo do fogão de lenha.
Como escrevi para Edu, enquanto se cozinha o feijão, se ferve o leite e se assa o pão-de-queijo, o tempo para em torno do fogão de lenha, para que os amigos conversem com calma. Nossa conversa estava apenas começando… Havia muita lenha para ser queimada…

Outro sabor experimentado naquele dia foi o sabor de presença de pai. Um pouco mais tarde, entre o cafezinho de depois do almoço e a salada da entrada do jantar, foi o momento do trupico: fatias de queijo canastra curado, com pimenta malagueta salpicadas, enroladas como omelete, cortadas como nhoque, preparadas com carinho, como fazia meu pai. Edu criou para Renata sua própria versão, com pimenta do reino no lugar da malagueta. Mas o carinho de pai para filha estava na dose certa. Como foi gostoso sentir o sabor de presença de pai novamente, em um dia tão especial, quando os momentos de alegria com os amigos acalmaram as lembranças tristes de um outro 24 de julho.

Não foi a sobremesa do almoço. Tampouco a do jantar. O sabor de Minas adocicou a conversa e foi se intercalando entre uma refeição e outra. Doces cristalizados como os de minha bisavó, mãe de meu avô paterno. O saber de Minas vai se intercalando neste texto, entre um comentário e outro, nas palavras de Guimarães Rosa. Edu já havia liberado: “Eu entendo que deveríamos cada um escrever como gosta. Eymard fazendo um post eymardiano, Sueli, um suelidiano e a Adriana um adrianístico, nerudístico e mineirístico.” 

Foi assim que tudo começou, naquele janeiro de 2008, com a Oda al Caldillo de Congrio, enviada para o Déo, desde Isla Negra, em um cartão postal, que falava de sabores e saberes… Saber vem do latim ‘sapere’ – ter gosto e por isso não significa apenas ‘conhecimento’. Significa também ‘ter sabor’. Poeta é aquele que com sua sabedoria, que vem dos sentimentos, dá sabor as palavras (…)” Em sua obra, Guimarães Rosa deu sabor aos saberes de Minas.

De volta aos doces cristalizados… Sabores e cores diversas, como o café, mas o café é outra história. Figo com nozes, limão com doce-de-leite, abacaxi, mamão e abóbora. Arrumados na bandeja conforme prometido. É verdade… Não fiz os doces, mas os comprei com tanto carinho que senti prazer de cozinheira ao ver como foram apreciados.

Durante nossa travessia, a gente vai juntando vivências, amigos, família, homens e mulheres, amores do passado, amores do presente, lágrimas e sorrisos. De tudo isso somos feitos… Do molho de tomate de D. Anina, da comidinha gostosa de minha mãe aos sábados, do trupico preparado com carinho pelos pais, dos doces cristalizados da Vovozinha. Nossa história é resultado de nossas lembranças e de nossos sentimentos construídos na convivência com a família e com os amigos.

“O mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou.” 

É preciso ter coragem, para viver o desconhecido. E existe um sentimento especial em toda primeira vez… Como escrevi para Dé, um dia desafiei as montanhas e encontrei no infinito azul meu amor platônico. Ainda trago comigo a primeira imagem daquele encontro de céu e mar. É impossível reproduzir a expectativa do segundo antes do primeiro beijo, mesmo que o amor permaneça durante toda uma vida. Sinto por meus sobrinhos amor de mãe e lembro-me da primeira vez que vi o rostinho de cada um deles. É impossível passar por momentos como esses sem que algo mude dentro da gente. Viver alguma coisa pela primeira vez nos faz lembrar de que ainda há muito a ser descoberto… É a certeza de que as pessoas ainda não foram terminadas.

Não é novidade alguma para os amigos do dcpv que não sei quebrar um ovo, diferenciar salsa de cebolinha, couve de taioba, nem mesmo fazer um café. Bem… Não sabia fazer um café… Graças a uma máquina maravilhosa, a uma paleta colorida de sabores, que me lembrou as aulas de desenho artístico na Escola de Arquitetura e a uma paciente e dedicada professora, a Dé, fiz meu primeiro café.

O cafezinho selou o fim do almoço – ponto de partida – e o início do jantar – ponto de chegada… Estávamos apenas no meio da travessia. E a nossa teve muitos brindes… Também não é novidade alguma para os amigos do dcpv que não bebo nada além de água, coca-cola normal e limonada suíça. Bem… Não bebia… Durante nossa travessia brindei muitas vezes o que foi suficiente para encher 1/4 de uma taça. Minha primeira taça de vinho…

O que tornou meu primeiro café tão especial foi a alegria com que Dé me chamou para dizer que eu faria o café! Jamais me esquecerei desse carinho. O que tornou minha primeira taça de vinho (tudo bem… o primeiro 1/4 de uma taça de vinho) tão especial foi o desejo dos amigos de que eu participasse do brinde, mesmo não bebendo. O que tornou o nosso primeiro encontro tão especial, foi a empatia confirmada no primeiro olhar. Não estarmos terminados nos possibilita viver a cada dia uma nova primeira vez…

“O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem” 

Fiz o primeiro café, perdi o medo (principalmente o medo de quebrar a máquina) e não parei de fazê-los… De várias cores… sabores… Com açúcar, adoçante, puro… servidos aos que em volta da mesa conversavam sem pressa, compartilhando casos, desafiando a vida que insiste em correr. E naquele dia foram muitos casos… Às vezes a conversa afrouxava, sossegava, como que nos permitindo recuperar o fôlego para o próximo prato…

Falou-se de coisas do cotidiano… Casamento, família, amizade, amor. Muitos também foram os casos de viagens mundo a fora. O show de Jorge Drexler, na noite anterior, também surgiu no meio da conversa. Show que emocionou plateia, o próprio Jorge Drexler e seus músicos. Nesses momentos íamos nos descobrindo, sabendo um pouco mais de quem já se mostrava íntimo. Conversas tranquilas…

Mas vez ou outra a conversa esquentava… ou divergia… mas sempre com bom humor.

Faltou geleia de laranja… Sim, o molho para a salada, com geleia de laranja é delicioso. Já havia experimentado em Brasília. Mas são muitos os sabores a experimentar em nossa vida e a substituição da geleia de laranja por outra não comprometeu o molho para a salada. Ficou diferente. Nem pior, nem melhor. Apenas diferente. E delicioso! Somos diferentes uns dos outros em alguns “ingredientes”, mas também nossas diferenças não nos fazem melhores ou piores. Apenas diferentes. É a possibilidade de múltiplos sabores que tornam molhos e pessoas tão interessantes.

Onde servir a casquinha de siri… Perdi parte da conversa, mas parece que existiam duas possibilidades. Não sei qual seria a segunda opção, mas pensei comigo mesma: a essência não está naquilo que nos envolve… Foi a melhor casquinha de siri que já comi e confesso que nem me lembro onde foi servida. Mas lembro-me que estava perfeita, ao lado da salada. Edu e Sueli montaram os pratos que se enfileiravam na bancada da cozinha “tendendo ao infinito”… Quase como uma imagem de um caleidoscópio.

Após a salada com molho sem geleia de laranja e a casquinha de siri, arroz branco, farofa de biju, moqueca mista de peixe, camarão e lagosta… Não sei se serei injusta, mas parece que aquela noite foi também a “descoberta” de Regina na cozinha. A mim coube o café. A ela, a farofa que, como todo o resto, estava deliciosa, principalmente quando misturada ao molho da moqueca. Tudo isso preparado por Edu e Sueli, com a ajuda de Dé, Lourdes e Mingão, que cortavam pimentão, tomate, cebola, cebola, cebola, cebola, cebola… Novamente a fileira de pratos para que fossem cuidadosamente montados e decorados por Edu e Sueli.

Para a sobremesa, toffee de caramelo. Um doce em duas versões: uma batida na sorveteira e outra, na batedeira. A diferença no preparo não se percebeu no sabor. Não teria como escolher a melhor. Mas como eram duas versões, não havia como não experimentar as duas para comparar.

Quando terminávamos a sobremesa, surgiu um novo tema para uma nova conversa. Jamais pensei que pudéssemos iniciar uma longa conversa a partir de um tema a princípio tão simples: a flor de sal. Mas naquele dia tudo era possível, afinal éramos um grupo de “chefs” e leigos. Seria mesmo diferente? Uma degustação de sal mostrou que pode ser. Talvez um sabor um pouco mais apurado. Pouca coisa mais branco. E a dúvida, para os leigos: flor de sal vale mesmo muito mais do que o sal comum? Seria uma diferença tão grande, que justificasse a diferença no preço? Da discussão uma certeza: precisamos aprender a valorizar o que realmente importa – no sal ou nas pessoas – para que a maneira como lidamos com as diferenças não seja injusta e etnocêntrica.

“Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.” 

Não sei fazer molho para salada e casquinha de siri. Arroz branco, farofa de biju, moqueca mista de peixe, camarão e lagosta… nem pensar. Toffe de caramelo… também não.

Não posso comentar nada sobre as bebidas… Sei que Mingão preparou as caipirinhas. Jorge levou a cachaça. Eymard e Edu foram os responsáveis pelos vinhos, espumantes e digestivos. Todos beberam! Até eu, que mesmo não bebendo sei que não se brinda sem beber e não se bebe sem brindar.

“Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa”… Desconfio que o melhor momento é o presente; o melhor lugar, aquele onde somos recebidos com carinho; a melhor companhia, a de quem nos faz sorrir. Desconfio que não há melhor tempero para uma vida feliz do que o amor e a amizade. Brindemos, pois, ao amor e à amizade!

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Há 23 comentários

  1. Adrianissimo, mineirizissimo, guimaraezissimo, neurudissimo, amicissimo!!!! E muitos mais icissimos para vce Adriana.
    Ontem senti uma saudade grande. De uma grande amiga – Marilda – que já se foi. Adriana tem muito de Marilda. Um olhar humano e perturbador. Profundo e raso d’agua. Simples e sofisticado. Delicado e duro. Sensivel sem ser “meloso”. E escreve naturalmente. Nao se esforça para escrever. A escrita vem como o rio..caudaloso(Drexler caiu muito bem como trilha sonora pre-encontro. Senti saudade do show que nao vivi). Quero sempre estar na margem desse rio. Brindemos hoje novamente. Teremos 4 oportunidades para lembrarmos de tudo o que é bom na vida: a amizade em volta de uma mesa. Compartilhando saberes e sabores na medida certa. Ao final, cada um pega o seu rumo e a vida segue… E, bendita internet, nos faz vivas presenças/ausencias. Ate com aqueles que nao vivendo mais aqui, continuam a morar conosco. Um grande BEIJO (falei!) para todos.

  2. Adriana, querida

    Seu texto é mais do que prova do que a faz tão essencial e querida nesse grupo de gourmets/gourmands: “A gente não quer só comida”…
    A gente precisa desse seu olhar poético, sensível, amigo e generoso. Como disse a Lúcia C em seu comentário no meu texto, nós, os “cozinheiros”, não seríamos nada sem os apreciadores. A alma de quem faz se fortalece com a alma de quem recebe.
    Você, Adri, alimenta a nossa alma tão sedenta por ternura e reconhecimento. Alma também precisa ser alimentada, muito mais do que barrigas. E daquele 24 de julho, da casa do Edu e da Dé, saímos todos fortalecidos, alimentados, encantados e certos de que o ser humano é lindo na sua diversidade.
    Eu não tinha qualquer dúvida de que seu texto estaria permeado de poesia e sentimento, de doçura e carinho, de amizade e de saudade. Sim, saudade, muita saudade… Não podemos deixar o tempo nos corroer de saudade. Saudade é a única coisa que se mata com prazer. Precisamos matá-la urgentemente.
    Você foi perfeita em sua explanação, lembrou até da comparação entre a fleur de sel e o tão corriqueiro sal grosso. É mesmo preciso ser criterioso e atento nessas horas, valorizar e reconhecer o trabalho e a dedicação a que se propõem alguns grupos. Fleur de sel” não é um salzinho qualquer e vale quanto custa, para todos aqueles que dão valor às “frescuras” da vida.
    Durante muito tempo de minha vida, como bem citou minha filha, exerci a “profissão” de cozinheira oficial de minha casa meio como obrigação. Embora tenha sido uma escolha tomada com firmeza e convicção, eu me sentia muitas vezes frustrada por não ter tempo para outras coisas. “Três boquinhas nervosas” estavam sempre a cobrar delícias, novas descobertas, novas elaborações. E o que era obrigação se tornou paixão. Fiz com o limão uma bela limonada e transformei tudo em “estudo” e prazer. E como bem diz a Débora, hoje eu agrego novos amigos exatamente por causa disso.
    Fazer com amor. Tudo. Tudo com amor se torna mais fácil e fica melhor. Foi por amor a meus três filhos, meu marido, minha família linda, meus inúmeros amigos, que abri mão de muitos sonhos e entrei de cabeça numa “profissão” que até bem pouco tempo não tinha nada de glamour. Eu não fazia “culinária” como hobbe, mas aprendi o lado lúdico da coisa e hoje consigo fazer que meu neto largue a televisão ou a brincadeira para ir até a cozinha, atraído pelo cheirinho, perguntar o que estou fazendo, como estou fazendo. Seus olhinhos curiosos e atentos são o incentivo para que eu continue a amar o que faço e me sentir importante e realizada.
    Mas você, querida, não precisa se preocupar em saber quebrar ovos, fazer café, reconhecer hortaliças e temperos, pois cumpre com amor e eficiência aquilo a que se propôs fazer na vida, e é isso o que importa. Nós, aqui da Confraria dos Sem Blog, nunca trocaremos o carinho da sua presença e a sua poesia por qualquer prato que possa vir a nos preparar.
    Nós precisamos do que você nos trás, e que fique bem claro que não é somente o maravilhoso queijo da Serra da Canastra, que aprendeu direitinho a escolher no ponto exato da cura e que nos proporciona a delícia do trupico, muito menos os docinhos cristalizados de minas, viu?
    Acho que indiretamente, mais uma vez, os pais estarão aqui presente, pois hoje é dia do aniversário do meu pai e comemoraremos com muita alegria, familiares e amigos os seus oitenta anos.
    Parabéns, Adri! Você é demais!
    Benditos Neruda, Deo, Edu, e porque não dizer diversidade, que nos uniu!
    Jorge está te mandando um forte abraço.
    Beiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiijos

  3. Adri,
    Jorge está apaixonado pelo seu relato. Pediu mil perdões por não ter o dom de se expressar e mandou perguntar o quê você está esperando para escrever um livro.
    Palavras dele: “Vocês todos escrevem muito bem, conseguem elaborar, resumir e exprir de maneira precisa o que sentem e vêem, mas a Adrian é hors-concours”.
    Demais!
    Carinho.

  4. Adriana,
    Não estive em Ferraz de Vasconcellos. Não comi casquinha de siri, nem farofa de biju, nem moqueca, camarão, toffe de caramelo,tampouco tomei café, ah o café, mas degustei o texto.
    Ainda estou com água na boca.Que lindo!

  5. Adorei tudo. Tenho acompanhado o encontro de vocês, e pelos textos que li, tudo perfeito. Comida,vinhos, companhia…
    Conheço esses doces cristalizados, adoro o de figo com nozes. São da Mazé, não são?
    Beijos a todos.

  6. Drix,
    confesso que estou aqui emocionada com o doce relato desse encontro tão importante e especial! Ainda não conheci o Edu, a Dé e os outros confrades pessoalmente, mas nossa ligação virtual também me deixa muito feliz e realizada. Que bom poder se emocionar assim com a amizade pura e simples. E que linda comida!
    Adorei!
    Parabéns a todos, beijos e lindo final de semana.

  7. Adriana,

    Eu sabia que sua crônica me arrebataria; pois você já a prefaciara lindamente.

    Sua crônica tem um sopro lírico de arrepiar.

    Ao contar o desenrolar do encontro entre amigos; você, não só descreve tudo o que aconteceu, com minúcias envolventes, como abre seu coração. Fala, com tanta ternura da família, cita Neruda, que eu passei a não ouvir mais nada, nenhum alarido, a não ser suas palavras, tudo envolvido por clara, envolvente e cálida sensibilidade.

    Você escreve com a mão leve e calma, mas há firmeza e coerência; deixando transparecer, às vezes, uma saudável melancolia, e um gosto apurado pela vida.

    Parabéns, Adriana, um abraço,

    Sonia S

  8. Sueli,

    Sua resposta à crônica da Adriana é belíssima.
    Diga ao Jorge que que não é só a Adriana que deveria escrever um livro; você também deveria.

    Um beijo, querida,
    Sonia

  9. Adriana, seu texto está maravilhoso, faz a gente sonhar. Achei muito legal vc chamar a atenção da felicidade nos momentos presentes, com textos lindos como os seus.

    Concordo com a Sonia S, tanto a Adriana quanto a Sueli deveriam escrever livros. Sueli, além de um livro sobre a alma humana, gostaria que escrevesse um livro mais prático sobre a culinária. Um não, uma série, por temas. Depois gostaria de uma aula prática, quem sabe num vídeo ?

  10. SONIA S,
    Depois de ler o seu comentário para a Adriana fico até envaidecida com o que diz a meu respeito. Você é incrível!

    MADÁ,
    Você e a Sonia estão massageando o meu ego, eu não estou com essa bola toda! Acho que a poesia da doce e nada frágil Adriana as deixou inspiradas.
    Quanto às aulas, Madá, estou às ordens, sempre que você quiser, mais para nos divertirmos do que para ensinar e aprender. E ao vivo.
    Obrigada, queridas, pelo enorme carinho.
    Beijos

  11. Gostaria de começar desculpando-me por só agora responder comentários tão generosos. Estive de cama no fim-de-semana, mas nada grave ou novo. Mas confesso que com dor não tenho muita inspiração para fazer qualquer coisa… Nem mesmo escrever… Mas vejo que deveria ter me esforçado um pouquinho e passado por aqui. Encontrei nos comentários de amigos queridos e amigos de meus amigos carinho que cuida qualquer dor.

    Seguindo o método Edu – reproduzido por Sueli quando foi ela a responsável pelo post, escrevo para cada um…

    Começo com EDU. Adorei a edição! A escolha das fotos está perfeita! Obrigada pelo convite para o ISB, pela oportunidade de ir ao show do Jorge Drexler, por nos receber em sua casa de praia com tanto carinho (agradecimento que vai também para Dé e Renata), pelo espaço no DCPV para postar meu olhar sobre nosso encontro e para dialogar com os amigos do DCPV.

    EYMARD, não consigo esconder a paixão que sinto por Minas e as coisas de Minas. Montanha, couve, pão-de-queijo, doce cristalizado, doce de figo em calda com fatia de queijo, passeio de maria-fumaça, igreja barroca, Pampulha, Atlético, seresta, tapete florido na Semana Santa, os espetáculos do Grupo Galpão e do Corpo, Carlos Drummond de Andrade, Adélia Prado, Guimarães Rosa, Clube da Esquina… Um amigo um dia me disse que todo mineiro tem um trem de ferro apitando nas veias, uma montanha brilhando nos olhos e uma banda tocando nos ouvidos. Sou assim e um pouco como Adélia Prado que escreveu: “Eu sou de barro e oca. Eu sou barroca”. Não saberia escrever sobre nosso encontro de outro lugar que não esse: a Adriana, mineira.

    Também adoro poesia. Devoro todas que me chegam às mãos. Sempre que viajo trago comigo um livro de poesia de algum autor do lugar. Uma mania. Alguns, “egoisticamente”, guardo comigo depois de ler, para reler sempre que desejar. Outros repasso para amigos. É preciso compartilhar poesia quando se deseja um mundo melhor. Não saberia escrever sobre nosso encontro de outro lugar que não esse: a Adriana que adora poesia. E dentre meus poetas preferidos está Neruda.

    Não sei se mereço a descrição que fez de mim, mas se é assim que me vê prometo que me esforçarei para não decepcioná-lo nunca. Entendo seu sentimento por Marilda. Também tive em Paulinho um grande amigo. Como escreveu Affonso Romano de Sant’Anna (aliás, outro mineiro…rs), “Enganam-se os que pensam que me deixam quando se põem a morrer. Só os deixarei quando quiser; quando extrair a relegada vida que em mim deixaram sem saber.” Meu carinho para você e Lourdes.

    SUELI, o que escrever para você e Jorge? Só posso agradecer, pois desde o primeiro momento os dois foram de uma delicadeza enorme. No hotel, naquele sábado pela manhã, quando descia para passar no seu quarto antes de irmos para a casa de Edu e Dé pensava: que bom revê-los tão rapidamente. Foi com alegria que abracei os dois e para meu espanto (homens não costumam reparar nessas coisas) Jorge me disse que gostou do corte de meu cabelo. São pequenos detalhes, que podem passar sem que percebamos ou nos lembremos deles depois de um tempo, mas os detalhes ganham uma dimensão inimaginável, quando ditos e ouvidos com carinho. Você cozinha divinamente, mas não basta saber cozinhar, para que em volta da mesa se reúnam os que se amam. Você cozinha com prazer, e esse prazer nos contagiou, contagiou suas “três boquinhas aflitas”, contagiou seu neto… Sua mesa nunca estará vazia… Espero poder estar nessa mesa muitas vezes mais… E sempre levarei o queijo canastra curado no ponto que aprendi a escolher. Mas levarei dois, pois um será para o pai de Jorge.

    Diga a Jorge que um dia, certamente, acabarei escrevendo um livro. O prazer que sinto ao escrever me levará a isso. Mas não tenho a pretensão de tornar-me escritora. Escreverei para mim, um livro de tiragem de um único exemplar. Mas depois de seu comentário, prometo uma tiragem de dois exemplares: o meu e o dele :- )

    Pena que só hoje vejo seu comentário, Sueli. Desejo tudo de bom para seu pai e tenho certeza que a alegria da família reunida foi o melhor presente que ele recebeu.

    LUCIANA, uma vez, em uma conversa entre amigos – amizade começada na adolescência e que permanece até hoje -, discutíamos se era possível fazer grandes amigos depois de adultos. Naquele grupo, todos tinham vários amigos, mas nenhum deles conhecido depois dos 25 anos. Tive a sorte de encontrar novos amigos no DCPV, que se juntam aos amigos da infância, da escola e da universidade. Você tem razão: momentos assim não têm preço. Que bom que gostou do relato. Obrigada!

    MARA, que bom que consegui dar sabor as palavras e deixá-la com água na boca. Agora imagine o sabor de tudo o que vivenciamos ali: as comidas, as bebidas (segundo os que beberam estavam deliciosas), o café.. sim, o café, a amizade… Divino!

    XARÁ, não sei se os doces são os da Mazé. Sei que eles me lembram os da casa de minha bisavó. Vovozinha, como a chamávamos. Durante muito tempo pensei que morrer era ir diminuindo até desaparecer. Tinha apenas oito anos quando ela se foi, mas ainda me lembro daquela velhinha, pequenininha, vestidos pretos, luto por meu bisavó – naquele tempo o luto durava uma vida inteira -, cabelo preso em um coque, que nos recebia com bombonieres de doces cristalizados. Adora ver aqueles cristais coloridos pelos diferentes sabores. Segundo minha tia avó, irmã de meu avô, pai de meu pai, esses que encomendei são os mais próximos daqueles que minha bisavó fazia. Também adoro o de figo e, como Sueli, tenho no de abacaxi o meu preferido.

    VERENA, tenho certeza de que quando os conhecer será como aconteceu comigo: estará revendo seus mais novos velhos amigos. O carinho com que Edu nos recebeu no DCPV é o mesmo com que ele, Dé e Renata nos receberam em sua casa. Sei que estou abusando desses comentários/respostas, mas sinto-me tão à vontade para escrever, como me senti em São Paulo. Sou professora de uma disciplina chamada “Redes Sociais” e confesso que o DCPV me fez acreditar ainda mais nas possibilidades de socialização criadas pelo mundo virtual.

    SÔNIA S, já não sei mais como agradecer tanto carinho e as referências ao meu texto… Só posso dizer que nenhum texto tem o poder de emocionar por si só. O texto apenas reflete aquilo que foi nosso encontro, ele sim, de arrepiar. Como escrevi para Eymard no começo desse comentário, não saberia escrever sobre nosso encontro de outro lugar que não esse: a Adriana, que ama sua família. Confesso que à medida que ia lendo os comentários a emoção ia crescendo e chegou ao seu ápice com suas palavras. Obrigada e meu carinho. Concordo com você, Sônia, o texto de Sueli é belíssimo. Quem sabe não escrevemos nosso livro de tiragem de dois exemplares juntas?

    MADÁ, a cada dia busco simplificar a vida (não sei se isso é coisa de quem chega aos 50 anos…rs) e viver o momento presente é, hoje, para mim, uma das formas de conseguir isso. Do passado as boas lembranças, os ensinamentos. Quanto ao futuro… Esse não pode ser motivo de sofrimento no presente. Quem sabe Sueli não faz um curso de culinária, com encontros mensais? Daqueles que aprendemos a fazer os pratos e depois “comemos o trabalho final”? Eu me candidato a uma vaga! Só vou precisar de um curso de nivelamento antes, mas me viro por aqui :- )

    SUELI, está com essa bola toda sim. Vamos ao livro e às aulas de culinária! :- )

  12. Edu, desculpe-me! Levei susto depois que postei… rs Você “paga” o blog pelo espaço ocupado? Mande a conta! :- )

  13. Sócio Eymard e mandando beijos. Beleza! E vou dizer uma coisa pra Drix: adorei o título do post pois parece um briefing de tema pra samba-enredo!! 🙂

    Sueli, concordo com tudo. A Drix sabe como nos emocionar e não é de hoje. Desde os tempos do Neruda!

    Lu, foi lindíssimo mesmo. E aguarde o do Eymard, no próximo sábado.

    Sueli, o Jorge sabe tudo!

    Mara, também continuamos. Com água na boca e saudades!

    Adriana, eu não sei se são da Mazé. Mas sei que sobrou um pouquinho e ainda os comemos aqui em casa e bem devagarinho.

    Verena, você certamente se sairia bem num encontro desses. E ajudaria bastante na pilotagem da Ferrari! 🙂

    Sonia S, você acertou: este não é um post. É um conto muito bem articulado com um enredo que te prende e tudo o mais.
    Se acrescentar um pouco mais de volume é um verdadeiro best-seller.
    Acho que vou aproveitar e lançar a Editora DCPV. Que tal, sócio Eymard?

    Madá, concordo plenamente.

    Drix, 72 linhas. Ufa! Quase que o recorde foi batido. Quanto a pagar, taí mais um bom negócio, né sócio?

    Ricardo, já te respondi.

    Abs nerudísticos pra todos.

  14. Boa Tarde !
    Recebi o endereço de seu site esta manhã, não consigo sair dele !
    Realmente é feito com muito amor, e carinho. Adorei as fotos dos pratos, e principalmente as receitas, vou me atrever a realizar algumas. Sou apaixonada por cozinha e támbem gosto de reunir amigos para encontros gastrônomicos.
    Desejo muito sucesso e que vcs continuem fazendo este maravilhoso e delicioso trabalho!
    Um forte abraço !!!!!!
    Lucia Carluccio
    Brasília/DF

  15. Olá poderia indicar a marca/Modelo da máquina de macarrão? Tem como passar a receita? A gente tenta repetir em casa essas fotos lindas!

Dê a sua opinião, please!