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dcpv – da cachaça pro vinho – provence – cinquième jour – o menu-degustação das cidades provençais

08/07/2010

dcpv – Provence – Cinquième Jour  – O menu-degustação das cidades Provençais

A viagem até que está slow. Mas o lado fast continua querendo se manisfestar.

E justamente por isto, vamos ao pequeno guia das cidades que visitamos hoje (na verdade a primeira parte, pois pretendo fazer outro só que do lado oposto desta região,o mais perto de Gordes/lavandas):

Les Baux de Provence – o must no quesito cidade-pequena-encravada-na pedra.

O lugar é de tirar o fôlego (literalmente). Vistas fantásticas. Subidas e mais subidas. Lojinhas e mais lojinhas. Restaurantes e mais restaurantes.

E tem uma aura que te encanta à primeira vista. Tomamos café por lá (e fica uma dica. Vá bem cedinho pra conseguir estacionar com tranqüilidade, porque senão … vai sofrer muuito!).
Voltarei a falar nela já que passamos por lá um montão de vezes.

E tem mais: logo ali ao lado é a Cathedrale d`Images.

A ideia de tudo é sensacional: uma caverna de proporções gigantescas onde são feitas projeções de alta definição e acompanhadas por uma trilha sonora  pra lá de vibrante.

A cada ano o tema da tal exposição é trocado. Até estranhamos o deste ano, a Austrália pois os anteriores eram sobre pintores famosos (Cézanne, Picasso, etc).

Mas tudo foi extremamente encantador (palavra perfeita usada pela Dé pra definir tudo). São informações visuais sobre o grande país-continente mostrando a sua origem, os seus habitantes e habitat.
Só pra referência, aqueles pontinhos escuros no fundo da foto são pessoas. Dá pra imaginar como tudo é tão grande arrebatador.
E tem mais: é frio!! Com todo aquele calor lá fora, dentro se parece com uma câmara friogorífica!

Enfim, é um passeio imperdível. Fico devendo a descrição do Chateau des Baux (uma atração próxima que fica na parte antiga, mais alta e não habitada de Les Baux), mas aguardem pois iremos amanhã.

Maussane-les-Alpilles – esta é pequenininha e não estava nos nossos planos. Mas como era vizinha a Les Baux e melhor, tinha uma bela feira; lá fomos nós.

Pra variar, é bem bacana.  Uma vilinha toda organizada e com um “marché” bem caprichado.

A Dé não resistiu e comprou uma bela camisa. Nós não resistimos e compramos morangos, damascos, nectarinas, …

… groselhas (vermelhas e brancas), …

… e até um queijo que além de delicioso, nos acompanhou por uma boa parte da viagem.

Aconselho, como sempre, uma visita às feiras-livres de qualquer lugar. Especialmente as da Provence!

Cavaillon – a terra do melão cantaloup. E em plena safra!!
A cidade é bem normalzona (se é que podemos chamar assim alguma da Provence! rs) e grande pros padrões locais (25000 habitantes).
Mas o que nos chamou a atenção foi um restaurante, o Prevot , no qual o chef, o próprio, se especializou em fazer pratos utilizando o melão como ingrediente principal. Descobri tardiamente (mas fica a dica que ele faz um McPrevot, um sandubão fino com melão!)

É claro que reservei (nunca  se esqueça que reservas são obrigatórias em qualquer lugar!).
Chegamos lá e o salão parecia uma daquelas casa provençais antigonas. E tem cor de melão!

Tomamos um drink com licor de melão!

Os amuses eram muito bons. Um biscoito de parmegiano, um millefeuille de foie gras e claro, melão espetado no palito!

Tudo saboroso ao extremo. A Dé optou pelo formule veggie: salada com verduras da própria horta e melão, …

… peixe com purê (o famoso pirrê!!rs) de batatas …

… e uma sobremesa com um creme de chocolate com baunilha, um macaron recheado e sorvete de caramelo.

Eu optei pelo menu regional. Ou seja uma formule em que o chef compra o que achar melhor no “marchê” e o repassa aos clientes e no almoço, por um preço muito mais em conta.
No meu caso foram 22 Euros. (Ah! Os lustres tem também um toquezinho de melão!! rs)

Comi caneloni de bacalhau com espuma de parmesão, …

… um frango caipira com purê e legumes da estação  …

… e um biscoito de suspiro com creme de damasco, um creme de baunilha e sorvete de chocolate, que foi devidamente trocado com o da Dé.
Só não experimentei o menu especializado em melão (te cuida, Lima Duarte) porque era degustação de 7 pratos e isso certamente nos mataria!! rs

Isle sur la Sorgue – é praticamente a Veneza  provençal.

Na verdade é um pouco menos, mas eles propagam. E é lindíssima.

Se bem que com o calor que estava fazendo (35ºC de novo), ter a visão dum belo rio passando pela cidade é muito reconfortante. Até a cachorrada se esconde numa sombrinha e no ar condicionado!

E tem muitas árvores.  Portanto, todo o centrinho é baseado neste trio: lojinhas/árvores/rio.

É um lugar pra ficar um bom tempo tomando um café ou um pastis e observando como tudo demora realmente pra passar (e ainda bem!).

Voltamos ao hotel, passamos pelo nosso empreendimento provençal, …

… tivemos o nosso primeiro contato direto com campos de girassóis, …

… demos uma bela descansada (também aconselho esta parte, especialmente se você tiver um jantar reservado) e fomos comer.

Quer dizer, comer não é uma palavra apropriada pra descrever a situação.
Na verdade, nós fomos celebrar a ótima gastronomia no Oustau de Baumanière.

O restaurante fica no pé de Les Baux (com vista pra cidadela) e ficamos ao ar-livre.

Tudo é muito bonito. As louças, os garfos, o entorno e o próprio clima.

E a comida é um sonho. Desta vez eu fui esperto (aconselhado pela Dé, claro!) e não exageramos no pedido.

O chef nos mandou uns amuses pra irmos matando a fome e eram muito bons. Incrível como em quase todos os restaurantes que fomos estas entradinhas gratis são ofertadas.

Dividimos um foie gras com geleia de frutas vermelhas como entrada (surpreendentemente pra nós tupiniquins, o prato mais barato da noite). Estava sublime.
E é bem fotogênico, né não?

A Dé foi de Rouge Barbet, um peixe macio e muito saboroso.

Eu, de Turbot de Bretagne com mais uma montagem lindíssima do prato e que ao final, te permitia saborear todo o quadro (e com pão!).

Tomamos um vin Blanc Domaine Hauvett 2006 (e escapei duma boa pois com toda a minha “bagagem” tinha pedido um Muscat!! Quase que se repetiu o caso Sauternnes da nossa primeira viagem a Paris!! rsrs).

Passamos à sobremesa, pois queríamos degustar a estrela da noite. É, por incrível que pareça, conseguimos achar uma estrela.

É isto mesmo: a manteiga. Esta era uma DOCM. Perfeita! Saborosa! Escorregadia!

Simplesmente não conseguimos parar de comer! Foi a dupla perfeita junto com o pãozinho francês, óbvio!
Dois expressos, alguns mignardises e o último pedaço de pão com manteiga.
Pronto!  Mais um dia perfeito, num lugar não menos e com um personagem principal mais do que perfeito: a manteiga, the butter, o burro, a beurre.

Au revoir!
Amanhã veremos se a vida dos romanos foi fácil em Arles.

.

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Há 16 comentários

  1. Eduardo, quando eu penso que o último post foi o melhor que você poderia escrever, surge um novo ainda mais supreendente.

    A narrativa, as fotos e os lugares são um convite para viajar.

  2. Pão francês com manteiga é demais para o meu pobre coração! Pensei que eu era a única fanática por essa combinação, mas agora eu me sinto um pouco mais humana 😀 😀

    O post está incrível! E a série sobre a Provence se tornou uma tortura sem limites.

    Beijos pra família. Saudades de bater papo com a Dé 🙂

  3. Edu
    Estou me deliciando com cada “capítulo” dessa aua belíssima viagem pela´linda e ensolarada Provence.
    Abs.
    Beth

  4. Da cachaça pra manteiga! Cada dia essa viagem fica mais gostosa. E o “bloc” de foie com a cerejinha? Uhmm, como disse a Adriana, to querendo ir!

  5. EDU,

    Isso que você faz com a gente é tortura! Não sei se gosto mais dos lugares ou dos comeres.
    Bom mesmo é saber que nessa delícia de lugar há inúmeras delícias de comer.
    ADORO, esses pratos multicoloridos e cheios de frescurinhas! Apresentação impecável, verdadeiras obras de arte.
    Parabéns!
    Beijos

  6. Edu,
    estou aqui me segurando para não correr a arrumar as malas e voar para todas essas maravilhosas cidades…menino, o que foi essa viagem??? Uma ode a boa mesa e aos olhos! Imagino os perfumes e sabores, o sol e vistas maravilhosas.
    Que delícia!
    Vou te nomear meu consultor de viagens oficial!
    Adorei a descrição toda, as fotos, as dicas! Perfeito, como sempre!
    Beijos e bom restinho de semana!
    Beijos para a Dé!

  7. Olá Edu e Dé,
    Adoreeeei rever L´Isle nas suas fotos. Que saudade de lá! A Lina já publicou no Blog as fotos da feira livre que falei num post anterior. Tô ansiosa pra ler o post sobre Arles, pois foi uma das cidades que mais gostei de visitar. Eu e meu marido, qdo visitamos o coliseu, percebemos que uma parte dele estava fechada por conta de uma obra, porém não tinha ninguém por ali e resolvemos nos arriscar a tomar uma bela bronca e fomos dar uma espiada. Nos deparamos com a passagem que levava os leões até a arena, com as ferragens que prendiam as correntes e tudo mais. Indescritível a sensação de imaginar como era aquele lugar há séculos atrás! Fora as ruelas super charmosas da cidade…
    Ah, virei fã desse blog!
    Bjs e parabéns!

  8. Muito bom edu!!!!
    Mas me tire uma duvida, todas essas cidades foram visitadas a partir do la cabro dor ou vcs ja tinham mudado de hotel???
    Fico aqui pensando na logistica e nesse roteiro maravilhoso!!!!
    Abcs fraternos

  9. Claudia, nós estamos adorando relatar tudo. Parece uma nova viagem!

    Hugo, espero que vocês continuem falando isso até o 14eme jour.

    Natalie, pão francês com manteiga francesa na França. Parece musica do Jorge Drexler, mas é a combinação ideal.
    A Dé também está com saudade.

    Beth, grato pela passada e aguarde pois a saga provençal continua. As lavandas nem apareceram por aqui.

    Adriana, vamos aproveitar pra ir todo mundo pra lá! rsrs

    Eymard, boa: DCPM. Vamos lá!

    Sueli, eu sei do que nós gostamos: de tudo!

    Verena, se já está bacana, espere mais um pouquinho porque vai melhorar.
    Quanto a consultoria, estamos a diposição.
    A Dé também mandou muitos beijos.

    Andrea, estamos com vocês, Isle é um lugar pra pelo menos, uma semana. Ou como fala a Rachel Verano, uma vida!!
    Imagine passear pelas ruas, ver o rio, tomar pastis e ver a vida passar por lá?
    Postarei sobre Arles na próxima terça. O teatro e a arena estavam fechados, mas mesmo assim deu pra curtir bastante.

    Piemonte, bem sugestivo o seu nome. Logo, logo, faremos uma reunião de negócios lá na terra das trufas, né sócio?
    Grato pelos elogios.

    Marcello, é isto mesmo. Até a metade do sétimo dia, ficamos em les Baux no Cabro d’Or. Depois fomos pra Joucas, próximo a Gordes por mais 3 noites.

    Ameixa, ô, se existe! 🙂

    Abs lavandiscos pra todos.

  10. Edu,
    sua reportagem sobre a Provence esta’ literalmente deliciosa.
    Voces viajam com um enorme encanto.
    Espero pela continuacao.

  11. A dica da Cathedrale d`Images foi tudo de bom! Estive lá e realmente é como você descreveu. Confesso que chorei de tão emocionada… Assisti o espetáculo da Austrália, simplesmente maravilhoso. Obrigada pelas dicas, Abs, Soraya.

  12. Soraya, legal saber que você gostou da Cathedrale. É realmente um lugar de emocionar e todas as pessoas deveriam ver aquilo tudo pelo menos uma vez na vida.

    Abs lavandosos.

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