1º ISB – Eymard – Muito ajuda quem não atrapalha
Bom, continuarei apresentando esta série de posts. São 4 jeitos de olhar o mesmo acontecimento. Serão/foram escritos e publicados na seguinte ordem: Sueli (que escreveu o primeiro), Drix (que escreveu o segundo) , Eymard (que escreveu o de hoje) e finalizando, euzinho, no do dia 28/08..
Expressam /expressarão a visão de cada um dos escritores do lunchinner que fizemos num sábado também, 23/07/10. E lunchinner porque?
Ora, por que o encontro dos que se conheceram através da Internet (de que maneira? Vocês saberão logo, logo) começou no almoço, atravessou a tarde, passou pelo jantar e terminou na madrugada de domingo.
Com vocês o 1º ISB, ou seja, o 1º Inter dos Sem Blogs. E o 3º post sobre o 1º, a visão do sócio Eymard.
Muito ajuda quem não atrapalha (by Eymard)
O 1º isb nasceu de um sentimento nada nobre: o ciúmes. Os sem blog (eu, Sueli e Adriana) já não mais toleravam o interblogs (IB) no dcpv. Sim, o que parece (um clube de querubins) nem sempre é. Há sempre um monstro que se esconde dentro de nós. A sabedoria está em conhecer e domar a fera!
Caro leitor, conto a minha versão desse lunchinner, já cantado em bela prosa e quase versos por Sueli e Adriana.
sexta-feira, 23/07 – 6:05 – um SMS mudaria meses de planejamento. Falecimento do nosso amigo e colaborador Nelson. Velório em São Carlos (interior de S.Paulo) e enterro sábado, às 9 da manhã.
9:02 – estou na cadeira do dentista sob o efeito de uma droga. Máscara de oxigênio com um produto que dá “barato” para aguentar o tratamento. Sabe a sensação de um chopinho a mais? Delícia!
11:03 – na rua, ainda sob o efeito da “droga”, ligo para o Edu. Cancelo nossa ida ao esperado show do Jorge Drexler e no tantas vezes planejado passeio no sex-shop. Confirmo que estaremos para o jantar. Não sei se ele entende bem. Desligo. Mando e-mail para Sueli e tento falar com Adriana, que já está em São Paulo. Não consigo.
17:58 – estou na estrada, bela estrada, quase chegando em São Carlos. O telefone toca, é o Edu. Agora ele entendeu melhor tudo que se passou. Leu meus e-mails. Empresta solidariedade. Insiste para que cheguemos mais cedo no sábado: “- para descontrair, para relaxar…”, diz ele. Confirmo que estaremos lá.
Sábado, 24/07 – 9:30 – manhã de silêncio. Céu azul sem nuvens. O tempo … o silêncio … a alameda de “ciprestes”. Minha mãe sempre diz que é um lugar de paz e tranquilidade. É isso que sinto agora. Na volta para Campinas, presto atenção nos vales e montanhas da região. Observo o contraste entre o azul do céu e a imensidão de nuances de verdes, ao longo da estrada. Penso na diferença da paisagem do cerrado. No caminho, longos papos com outro Edu, o meu compadre.
11:49 – Subo correndo as escadas; banho; Lourdes prepara a mala (o Edu disse que o jantar será de gala-rsrs); novas e rápidas explicações para filhos e família sobre o que, exatamente, faríamos em São Paulo com a turma da “internet”. Rola um ciúmes pela ausência no final de semana. Tudo bem. Já sei que faz parte e como domar esse monstrinho. Não tenho muito tempo. Estou acelerado. Pego o carro e quero chegar o mais rápido em São Paulo. Ligo para a Sueli. Ela atende: “Che-guei!!!” (Sueli não chega, estréia!). Aviso ao Edu que estamos saindo de Campinas….
12:58 – me lembro da programação original. Eu levaria vinhos. Planejei tudo com tanta antecedência; pesquisei, já tinha uma ideia segura … e … agora … reprogramando! A arte de se adaptar ao que não se escolhe. Minha única saída: dar meia volta e ir na Grand Cru de Campinas.
Viagem pela terra dos vinhos. Quero um alemão. Uma discreta e silenciosa homenagem aos amigos Helena/Hans. Escolho o Riesling. “Será uma degustação entre amigos”, digo eu. Explico novamente o cardápio (será que me lembro do cardápio? – “Tem ceviche, Lourdes?” Vai combinar com o Riesling). Dois brancos; quatro tintos leves. O champagne eu havia separado da mais recente viagem. Não sei se será suficiente. A esta altura nem sei se realmente esses vinhos vão combinar. Eu quero é chegar!
14:57 – estou na marginal. Ligo para o Edu. Digo: “sócio, chegamos! Vou deixar as coisas no hotel e já estaremos aí. Conheço bem São Paulo. Não preciso de GPS.”! Erro a entrada …vou até a ponte espraiada … volto … circulo … tenho certeza que o hotel é por aqui…..15:34 – um taxista dormindo no ponto. “Amigo, amigo….onde fica…”. O taxista resolve ir na minha frente, sem cobrar nada. Um anjo camarada. Penso: “ainda existe gente assim!” Em agradecimento peço a ele que me espere na porta do hotel. Vai levar-nos ate a “praia”. A Lourdes erra o número. Pegamos a rua em sentido contrário. Volta! Chegamos! Nos despedimos do taxista gente fina. Sem ele, chegaríamos para a ceia.
16:03 – toco a campanhia (não sem antes errar o andar). Uma sorridente Dé nos recebe. O ambiente não poderia ser mais bonito. Mais alegre. Mais aconchegante. Cheio de luz! Já estão todos como uma família de antigos laços e histórias. A mesa está posta e o almoço servido. Chegamos bem na hora! Perdi toda a primeira parte (a preparação, as caipirinhas, os primeiros papos de reconhecimento…). Já sinto saudade do que não vivi. Mas chegara a tempo para comer, de joelhos, o macarrão ralado da dona Anina. Com muito, muito molho vermelho. O frango bem assado e as batatas coradas (dispenso as batatas e repito, o quanto consigo, aquele macarrão ralado com muito, muito molho vermelho).
Por alguns instantes me sinto relaxado e muito feliz. Olho em volta de mim. Ainda tenho tempo de conhecer Mingão, Regina e a Re. Me sinto em casa!
Mingão e Regina são os novos/velhos amigos. Quero saber como são esses semanais encontros. Desconfio que Edu bota todo mundo pra ralar e ele fica sentado, de pezinhos para cima, escrevendo para o blog! Afinal, na internet, tudo que parece pode não ser. Se somos sócios, preciso saber de tudo!
Olho o relógio. Estranho, não consigo saber que horas são. Os ponteiros não se movem. Não! Espere… eles se movimentam em ritmo frenético.
Querido leitor, a partir desse momento, não consigo mais fazer o registro pelo tempo, com vinha fazendo. Tudo me parece muito acelerado. Imagine um filme do Chaplin; ou aquele filme, que agora não me recordo o nome, que as imagens são rápidas como a música — lembrei — Koyaanisqatsi, com música do Philip Glass (alguém se recorda?). Uma outra rotação. Já não sei se é o efeito do vinho. Ou a adrenalina do encontro. Ou a velocidade de tudo que se passou pela minha cabeça desde a noite da última quinta-feira. Sei que não consigo segurar o tempo … ele vai passando rápido demais!
Continuamos a fazer mil planos: vamos até a Sódoces comer uns macarrons … vamos começar a preparar o jantar… ”E as coquiles?” , grita Sueli. Sueli não as trouxe, confiante que Edu traria as suas. Eu acho brega coquiles. Mas, não ouso falar isso para Sueli. Edu não as tem na praia (ufa!). Nem pensa em colocar o siri nas coquiles. Então, não teremos “casquinha de Siri”, sentencia Sueli. Teremos “creme de siri”.
E a geleia de laranja? “Você comprou Edu? Estava na receita.” Xiii, esqueceu! Pega a summa gastrônomica com os detalhes do cardápio. Lê em voz alta. Chegamos à conclusão (com minha preciosa interferência na interpretação daquelas regras): não há obrigatoriedade de geleia de laranja para a salada. Edu tem outras geleias e, afinal, o que importa a geleia?
O tempo passa ainda mais rápido … a Sodoces vai ficar para a próxima. E o bolinho de banana para combinar com o sorvete de toffee? (ou não seria bolinho de banana? Seria bolinho de canela!?). Não dá mais tempo para fazer. E também não dá mais tempo para ir ao hotel trocar de roupa. Temos pressa … me lembro do coelho da Alice, do filme do Tim Burton e da interpretação tão pessoal que a ele emprestamos eu, Sueli e Lourdes.
Sueli assume a cozinha. Distribui tarefas. Comanda as ordens. Vejo a Adriana arrumando delicadamente os docinhos em fileiras. Não resisto! Como um…como dois….humm….limão com doce de leite, o meu preferido!
Já não sigo a ordem dos acontecimentos, mas da minha memória. Aos trupicos! Todos em volta do fogão e, dessa vez, o milagre! Tudo sai perfeito. O queijo esta no ponto certo. A pimenta, ardida! Comemos lambendo os dedos, como crianças.
Lembro que fomos nos conhecendo também aos “trupicos”. Primeiro eu e Sueli, debruçados na janela do Conexão Paris, pitacando! Jorge e Lourdes toparam o encontro na Boulangerie do Guilhaume. No telhado do Palais de Tokyo aparecem Eduardo Luz e Dé. Quem é esse cara? Vou ao dcpvV e não paro de ler. Leio tudo. Gosto de tudo. Um post me chama mais atenção do que outros: a viagem ao Peru. E um comentário me chama mais atenção do que outros: o de Adriana. Alguém que ainda manda cartões postais? Gosta de Neruda e escreve como quem prepara um banquete? Esse pessoal é bom e quero compartilhar essa informação. E-mail rápido para Sueli. Paixão à segunda vista. Troféu número de linhas nos comentários e início de uma grande amizade. Nossa sociedade estava só começando. E eu nem sabia!
Volto para o lunchinner!
Lourdes é convocada para picar os tomates. Mingão se apresenta para o alho. Regina disfarça em conversas com Adriana. É imediatamente convocada: “vai mexer a farofa”. Assume a panela. Mas não pode mexer de qualquer jeito. Sueli passa as instruções: “virando da direita para a esquerda sem parar…..não deixe queimar! Muita manteiga e vai mexendo…..Não esqueça do rebolado!!! Olha a ginga.”
Cebola MILIMETRICAMENTE cortada! Nunca vi ninguém picar cebolas como a Sueli. E o Mingão ataca: — “Isso é TOC: Transtorno Obsessivo Cebolístico.” A casa vem abaixo … somos todos risadas. Rimos novamente como crianças fazendo travessuras. E o clima está cada vez mais gostoso. Cada vez mais rápido. Puxo um banco e sento ao lado do Jorge. No balcão, de frente para: Mingão, Lourdes, Sueli e Regina. Dé tenta organizar as compras. Edu tenta retomar o comando. A cozinha parece pequena para dois egochefs! Mas, aos poucos, as coisas vão se acomodando. O perfume começa a invadir a “nossa praia”. O interfone toca. É ele: o sujeito oculto que permitiu Adriana conhecer Edu, que conheceu Eymard, que conheceu Sueli….O primeiro, que será o ultimo a ser conhecido: Déo.
Déo é apresentado. Nem precisa, já o conhecemos de todas as terças feiras.
“O Eymard não fez nada ate agora! Precisa ajudar de alguma forma. Vai limpar a lagosta.” Pergunto: “onde está bucha e sabão?” Gentilmente me dispensam da tarefa.
Já nem sabemos que horas são. A sessão será corrida. Sem intervalos. Faremos inveja ao Zé Celso Martinez na montagem dos “Sertões”.
Déo precisa ir embora e Adriana é liberada para uma “rápida” passagem pelo hotel. Meia hora. Não mais que isso. O comando, dessa vez, é meu!
Enquanto isso tudo vai se ajeitando na cozinha. Na sala vejo Lourdes e Dé se desmanchando nos anéis de guardanapo. Como gostam desse “acessório” de mesa…
Ligo para Adriana. “5 minutos é o tempo que te resta”. Já está no prédio. A professora é extremamente disciplinada e pontual. Do outro lado do balcão, na cozinha, tudo parece se encaminhar para os finalmentes. Fico impressionado como aquela confusão do início, vai se transformando aos meus olhos.
Sueli resolve fazer uma bolinha de creme de siri. Passa na farofa e….virou um bombom! Bom … bom demais!!! Quero outro.
Linha de montagem. A mais linda linha de montagem que eu já vi. Os pratos, os chefs e os ajudantes. Os olhantes: eu e Jorge. Sueli diz: “aquele é o prato do Eymard” . Era o mais “guloso” dos pratos. Me fez lembrar Adélia Prado.
Edu, como o grand chef, finaliza os pratos. Vamos todos à mesa, como sempre, preparada com capricho pela Dé. Abrimos o Riesling. Depois de tantos outros e com aquele “creme de siri”, a harmonização é perfeita (ué, mas não era ceviche?). Helenístico! (já não me lembro o nome que dei. Edu anotou todos, certamente os colocará no seu post). Fiquei feliz com a escolha e os olhares dos amigos na mesa. E me lembrei , de novo, de Adélia Prado.
A moqueca. Serviço à francesa. No primeiro bocado, perfeita! A crocancia da farofa no contraste com o molho, o peixe, o camarão, a lagosta e o arroz…. Edu colocou uma flor comestível para enfeitar cada prato. De novo, lembrei-me de Adélia. Noite de sínteses e contrastes.
A sobremesa. O sorvete de toffee sem o bolinho de banana (ou seria de canela?). Não deu tempo. Não fez falta. O sorvete estava “fresco”. Frescura deliciosamente arrumada por Edu, com um toque de pétalas de lavanda, trazidas pela Dé. Adélia? De novo!
Que noite! Acabou?
Não. Ela continua nas quatro versões de uma mesma história. Continuará na nossa memória afetiva, olfativa, gustativa.
Sueli tem razão. Minha colaboração nesse encontro foi a consagração de outro adágio: “muito ajuda quem não atrapalha”. Ajudei muito, atrapalhando pouco. Mas continuo pensando no meu papel. Mineiro de nascimento; paulista na formação; brasiliense por profissão e opção. Agulha e linha costurando essa amizade que passa pelas gerais, continua em Ferraz e chega ao Planalto.
Uma noite que seria feita de adágios (o conceito definido para o 1º isb, anarquizado pelos cavalheiros Eymard e Eduardo). Um dia inteiro feito de carinho. E não é que somente agora lembrei-me porque Adélia Prado não saiu da minha cabeça?
“Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
Ela falou comigo:
“coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.”
(ensinamento, poesia reunida, 1991, editora Siciliano).
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Há 35 comentários
EYMARD, querido,
Pena que a gente demore tanto a aprender que a coisa mais fina e importante da vida é sentimento! Só ele nos faz trafegar sem medo pelos mares nem sempre tranquilos da amizade e da singularidade.
Seu texto está uma delícia e mais uma vez tornou viva a lembrança daquele dia tão intenso que tivemos.
Não foi tudo tão perfeito quanto você imaginou, houve o imprevisto, mas o propósito final da ida a São Paulo se cumpriu e essa nossa “velha” e boa camaradagem serviu de bálsamo para a tristeza que chegou sem aviso e tão cedo para o seu amigo.
Você tem muita razão quando diz que “muito ajuda quem não atrapalha”, principalmente quando quem não atrapalha é um grande admirador e apreciador do que está sendo feito com carinho pelo outro.
Você ajuda com a sua presença, com o seu reconhecimento, com a sua ansiedade e vontade de estar sempre junto.
Ainda bem que eu não revelei no meu comentário que o prato mais bem servido de creme de siri era o seu, pois você o citou no seu texto. Você nem queria aquela tigelinha maior de creme de siri, né amigo? Foi pura imposição minha, que você educada e avidamente acatou. Ah, o creme de siri foi servido com uma salada de cenoura e laranja e um Relishe de pepino e o pretenso bolinho era mesmo de banana, que ficará para a próxima.
O que seria de nós, os cozinheiros vaidosos, sem a aprovação e sensibilidade dos bons garfos?
Eu acho que nós deveríamos antecipar o nosso próximo encontro para o feriado de setembro. Já estou ficando com MUITA saudade de todos vocês e quando penso que o último texto será semana que vem meu coração aperta.
Parabéns, Eymard!
Sueli, vc caiu cedo da cama hoje. Pleno sabado. So para dar mais prova do seu carinho. Pois é, tambem estou achando perfeito o proximo feriado. Tem tudo a ver com a capital, nao acha? De nossa parte (sua e minha) ja fica lançado o desafio para o edu, dé; adriana e os amigos que se agregaram. Grande abraço e obrigado.
Eymard,
Brilhante narrativa de um encontro memorável. O ritmo e o encadeamento do texto parecem coisa do James Joyce com fome!
Parabéns ao autor e aos participantes, que dividiram com engenho a arte do convívio.
Abraços,
Dodô
Eymard, meu presidente!
Ritmo frenético, mas controlado. Perfeito.
Sou daquelas que gostam do tempo curto. Medo de passar da conta.
Assisto de longe o relato deste tempo longo.
Um brinde a todos.
Eymard
Seu texto está uma beleza!
Vc conseguiu me conduzir, hora por hora através desta incrível aventura gastronômica.
Abs.
Beth
Eymard,
Lindo texto. Bem narrado. Ritmo primoroso.
Leitura que prende do início ao fim.
Roteiro perfeito para um filme.
Atenção, um diretor, por favor!
Parabéns, Eymard!
Um grande abraço,
Sonia
Edu,
Você, além de coinhar muito bem, como todos sabem, cerca-se de excelentes escritores.
Parabéns, Edu e Dé.
Um brinde à vida e a vocês!
Um abraço,
Eymard, que delícia ler seu texto, a versão Koyaanisqatsi do nosso ISB. Você foi perfeito ao definir o que nos levou até esse encontro: o ciúme! Não temos como negar nosso ciúme. Chegamos a declará-lo abertamente, sem pudor. Mas Edu, sabiamente, percebeu que aquele ciúme era, na verdade, uma forma de carinho, uma maneira de externar nosso desejo de um dia nos juntarmos àquela mesa dividida com os amigos, sempre tão bem decorada, plena de histórias e com pratos que nos fazem salivar. Quando veio, finalmente, o convite de Edu para o encontro – e a observação de que poderíamos “furar a fila” dos IB – quanta alegria!
A festa começou antes mesmo daquele 24 de julho, na troca de mensagens, buscando-se definir um “tema” e um cardápio para o encontro. Seria, como bem lembrou, um cardápio baseado em adágios. Não me lembro em que momento as coisas começaram a mudar. Isso não importa. Aliás, pensando nos vários imprevistos daquele fim de semana (sua ida apenas no sábado, o macarrão refeito, a falta da geléia de laranja, as coquiles…) lembrei-me de meu pai sempre dizendo que só devemos fazer planos se estivermos preparados para o caso deles não se concretizarem. Do contrário, passaremos o presente sofrendo diante dessa possibilidade no futuro. E ninguém pode viver sofrendo. A sabedoria não está apenas em Neruda, Guimarães Rosa e Adélia Prado. Também nos ensina Zeca Pagodinho: “Se a coisa não sai do jeito que eu quero, também não me desespero, o negócio é deixar rolar. E aos trancos e barrancos lá vou eu… e sou feliz e agradeço por tudo que Deus me deu… Deixa a vida me levar… Vida leva eu!”
Aguardemos o post de Edu. Certamente fechará com chave de ouro nossas memórias. Mas uma coisa já podemos concluir a partir desses três primeiros: a cebola milimetricamente cortada, a geléia de laranja, as coquiles para a casquinha de siri e o trupico, registrados nos três relatos, são destaques desse encontro. O trupico por meio da carinhosa acolhida dos amigos à minha memória de infância.
Ah! Que bom que registrou que fui liberada para uma passada de apenas meia hora no hotel. Já tinham me perguntado por que só eu troquei de roupa… rs Nada como um álibi advogado… Prepara a defesa antes mesmo de assumir a causa!
Eymard,
a visão masculina do mesmo encontro, que cada vez que é narrado, parece mais perfeito ainda.
Tirando o triste e lamentável acontecimento, me diverti bastante lendo o seu excelente texto.
Sentiu a diferença sua e da Sueli??? rrss.Ela tem até o TOC cebolístico. Adorei!!! Eu acho o máximo quem consegue fazer isso.
Realmente, com dois egochefs, não tem espaço para mais ninguém ( eu nem me atreveria) muito menos para quem vai “limpar” a lagosta com bucha e sabão.O seu ditado caiu como uma luva.Atrapalhar, seria bem pior.
Abraços.
Edu,
Vi uma resposta tua no Freire e queria te fazer uma pergunt. Na tentativa ganhei em descobrir seu muito interessante e detalhado blog- de dar agua na boca.Muito bom!
Voce lembra do remis que voce elogiou quando esteve em Mendoza?
Agradeceria se informasse o contato.
Abs.
Jose
Eymard querido,
Seu texto está primoroso. Delícia de narrativa. Li e senti vontade de reler para apreender os detalhes da sua descrição.
Foi tudo perfeito. Agora falo da jornada gastronômica. As fotos, lindas, já mostram o cuidado e o carinho com que vocês prepararam esse encontro.
Parabéns a todos os participantes,aos com e aos sem blog.
Hans e eu nos sentimos honrados, e lembrados, com a escolha excelente do Riesling alemão.
Só você mesmo para nos fazer esse afago !
Danke !
Eymard parabéns !!!
Quando eu achei que tudo estava dito, que a tarefa seria quase impossível, você vem com o título engraçado (porém infundado) e detalha os encontros maravilhosos, com as afinidades que parecem ir aumentando ao longo da temporada na praia.
Concordo com todos que o ritmo da narrativa está perfeito. Adorei a descrição e as fotos da moqueca, e de lagosta, um luxo só.
Edu, aguardo seu relato com receitas stp.
abs a todos!
Toodos: com amigos como voces, faço economia com analista! Obrigado (risos).
Dodo: Longe de Joyce. Voce quis dizer um Joyce famélico, nao um Joyce com fome! (rs)
Lina:tambem prefiro as sinteses. Mas as vezes temos que soltar o verbo.
Beth: voce nao imagina como tudo estava bom! As letras nao superam o gosto!
Sonias: voce foi longe. Mas confesso que usei palavras para tentar criar imagens. O sabado foi cheio de “imagens” para mim. Fico feliz de ter conseguido transmitir isso. Voce captou.
Drix:voce se lembra do Koyannisqtsi? Nao consegui de parar de pensar nele aquele sabado. O seu comentario é luxo só!
Claudia: sutis diferenças. Que bom que voce se divertiu com o texto. Tambem eu, releio e me divirto lembrando de certas passagens. A do TOC é uma das minhas preferidas.
Helena:embora a gente prepare tudo com antecedencia e queira que tudo saia perfeito, a vida é mais rapida. Adriana, nos comentarios, disse tudo o que ficou nas entrelinhas do meu texto: deixa a vida me levar, vida leva eu….
Madá:fica o dito, pelo nao dito! E tenho dito! E olha que o Edu ainda tem muito a revelar desse sabado. Vamos aguardar.
Edu e Dé: nem sei como agradece-los. So o que estou economizando de diva, da para comprar umas trufinhas juntos!!! (rs)
Eymard,
unidos pelo pecado capital de numero cinco, este encontro de afinidades gulosas, determinado para ser no tempo de adagio, sob sua batuta transforma-se num vivace agitato allegrissimo.
Ao compasso de ciumes declarados voce faz do minimo gesto uma melodia de lembrancas carinhosas.
Relato detalhado que provoca o imaginario de quem le.
Tchin tchin.
Eymard,
Belissimo texto.
Veloz, com um estilo muito bonito
Arrasou!
Eu sou com blog mas já com estou com ciúmes deste 1º ISB rsrsrs! Lindos relatos. Dá gosto ler. Beijos a todos!
Eymard, escrita detalhada, saborosa, caprichada!
Edu, você bem que poderia ter ficado só com a colocação das flores comestíveis no prato, a delicadeza do gesto já seria um grande feito!
Ocorre que vocês estão me acostumando muito mal, perdão, muito bem, e a expectativa é grande para o DCPV do próximo sábado.Tô de olho, e até lá!
Engoli carinho e amizade em todas as palavras que li 🙂 Muito bonito esse encontro, cada vez mais bonito à medida que os seus intervenientes vão descrevendo os seus pontos de vista!
Que delícia de texto. Que delicia de fotos. Acho que são fotos da Dé. De longe olho e “invejo” um grupo do qual não posso parte.
LuciaC, perfeito é o seu andante! Tchim tchim.
Marcello: Veloce! Foi assim que me senti naquele sabado. Molto veloce!!!
Luciana: eymard que conheceu edu, que conheceu luciana…..o seu blog tambem é muito bom. Ja me identifiquei com varios dos teus posts. Gostei de saber (novidade para mim) que em S. Carlos tem uma vinicula. Quando for a Rib.Preto vou querer dicas.
Mara: é verdade. Bastaria ao edu o carinho do convite!
Ameixinha: espero tenha sido facil engolir as palavras. Digamos que uma sopa de letrinhas…dessas bem quentinhas e saborosas! (rs)
Liliane: voce tambem faz parte do grupo DCPV. De longe ou de perto, todos fazemos parte. O Edu catalisa bons amigos.
EYMARD,
Você deveria pensar com seriedade em ter um blog! Seria mais um ponto de vista, um tempero especial em nosso dia-a-dia. O que melhor que a elegância e a objetividade da Lina, a juventude e a intimidade trazidas pelo Edu e a sua coerência e bom humor?!
Parabéns!
Obs: Aproveitando o momento…o KGB e o Ze Kitchen Galery são equivalentes em qualidade? Pois do segundo encontrei um e-mail para reservas…
Eymard
Você fez um relato fantástico do dia “D” de vocês !
Sabia que v.iria se superar neste texto. Agora quem está com INVEJA assim mesmo com maiúscula sou eu… Uma delícia ler o que escreveu. Fico imaginando como foi bom este encontro.
Agora aguardo as impressões do Chef.
bjs
Helio Jr: obrigado pelas palavras de incentivo. Os amigos (Lina, Edu e Dodô) são generosos! Quanto ao KGB e Zé Kitchen, são do mesmo chef. O Ze kitchen é o primeiro e mais “formal”. Tem um cardápio mais elaborado. Se vc conseguir reserva no Ze Kitchen, pode ir tranquilo. abs. eymard.
Terezina: vocês são todos suspeitos!! Amigos perdem o senso crítico. Mas veja que a INVEJA BOA também nos movimenta! Gosto muito das tuas intervenções, sempre!
Helio Jr.
Quem “descobriu” o KGB foi o Eymard, ANTES do chef ganhar o prêmio de melhor do ano!
Abs.
BETH,
Também há influências suas e do Dodô em meu roteiro, como o La Societè e a vontade em visitar Paris no inverno…
Sócio Eymard, vou responder no atacado e só quando fui citado já que você é o roteirista e diretor deste legímo thriller:
Sueli, não me incluo no rol dos cozinheiros vaidosos!! 🙂
Dodô, grande figura. Agradeço os parabéns!
Sonia S, a folha salarial do DCPV está cada vez maior!! rsrs
Drix, acho que a tal anarquia e “rebelião” valeu a pena. Se bem que tem um pessoal com saudades da “ditadura” !! rsrs
Claudia, vou repetir. Não sou um egochef. Eu só quero a cozinha inteira pra mim!! 🙂
E ninguém citou que a criatura que limpou as lagostas fui eu!!
José, infelizmente não tenho mais o telefone do remis. Grato pelos elogios.
Helena, grato pelos parabéns aos “com blog”.
Madá, pode aguardar. Mas como prometi não mudar nada do que escrevi, as receitas irão no formato usual. Ou seja, um tanto quanto zoneadas.
LuciaC, bravo!
Marcello, o roteirista e sócio Eymard mostrou o porque dos anos de estudo em Hollywood!
Luciana, calma. Faremos o nosso IB já, já! rsrs
Mara, grato pelo reconhecimento. E olha que não sou um egochef!! rsrs
Liliane, como o Eymard disse, estamos a disposição.
Helio JR, estou com você. Vamos abrir uma sucursal do DCPV em Brasília!! 🙂
Terezina, aguarde as minhas impressões. E não são de um egochef!! rsrs
Beth, esta frase é bem legal : O Eymard descobriu a KGB! rsrs
Abs a todos.
Como sua adimiradora, principalmente pela sua delicadeza de sempre, vou te dizer que fiquei mais ainda sua fã:
um dos textos mais envolventes que já li. Eu adorei a forma acelerada que você deu a este seu depoimento!
A Lourdes é linda e este encontro deve ter sido mesmo muito bom!
Adriana, a admiraçao é recíproca! Voce é sempre generosa nas observaçoes. A Lourdes está aqui, lendo comigo, e agradece o seu elogio! Abs.
Adriana, concordo. O sócio Eymard também escreveu o roteiro do filme “A Origem”. Tudo na mesma velocidade.
Abs.
this is awesome man
É, sócio. O fã-clube está aumentando.
MEU DEUS,
CONCORDO COM O SENHOR SOBRE SENTIMENTO; ACRESCENTO SEMPRE PARA MINHA FILHA, QUE É UMA PENA, QUE NÃO EXISTA INJEÇÕES NA VEIA, DESSA PRECIOSIDADE TÃO RARA HOJE NESTE MUNDO.
PARABENS PELOS POSTS. EU TAMBEM SOU ASSIM.
LAMENTO QUE EM NOSSO PAÍS, NEM SEMPRE PODEMOS EXERCER O LUXO DO SENTIMENTO.
MARAVILHOSAS FOTOS. ESPETACULARES.
VOU VOLTAR PARA PARIS.
SORTE!
LEONE LACERDA
Leone, eu ainda não consegui entender sobre qual post você está falando.
Mas de qualquer maneira, volte sempre (e pra Paris também).
Abs trufados.