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dcpv – da cachaça pro vinho – provence – sixième jour – o rato roeu a roupa do rei de arles

09/07/2010

dcpv – Provence – Sixième Jour  – O rato roeu a roupa do rei da Arles

Este dia foi dedicado a aprender sobre como foi a passagem dos romanos pela Provence.
E por isto mesmo, resolvemos conhecer um pouco mais de Arles, não esquecendo que ela faz parte da região de Camargue (nada a ver com camargo&camarguinho!).

Acordamos relativamente cedo (esta foi boa!) e aproveitamos pra tomar café em Les Baux de Provence (do ladinho do hotel).

Já que estávamos lá, entramos no Château des Baux, a parte mais alta, turística e inabitada de Les Baux onde além de conhecermos os hábitos originais dos moradores do antigo castelo,…

… ainda tivemos uma demonstração muito interessante de como eles utilizavam as catapultas (do jeito que a coisa anda por aqui, é bom saber como elas funcionam! rs)

Interessante ao extremo e a vista de 360° de todo Les Alpilles já valeria o esforço de subir aquele montão de degraus com aquele calor (quase 35ºC).
De lá partimos pra Arles.
Parentesis: quase ninguém recomenda conhecer a cidade. Dizem que ela é sem graça, grande (pros padrões da região) e suja. Grande (mas não muito) e um pouquinho suja, concordamos. Sem graça, nem pensar!

Afinal de contas, um lugar que tem uma arena romana destas …

… e um teatro antigo destes não pode ser considerada sem graça. Infelizmente não pudemos entrar pois eles estavam sendo preparados pra eventos festivos, mas deu pra perceber a grandiosidade e sentir o cheiro de História no ar.

Ainda por cima, conhecemos um restaurante como o L´atelier do Jean-Luc Rabanel que é uma beleza e que eu já tinha reservado pela internet através duma dica do Raphael Despirite, chef presente do excelente Marcel – jardins.

Chegamos lá no horário (às 13:00 hs) e pra fazer um menu-degustação. A Dé já sabia. 🙂

Ele, o Rabanel, tem o histórico de trabalhar com o melhor dos ingredientes frescos franceses. E duas merecidas estrelas do Michelin.

Olha, foi um verdadeira epopéia romana! (isto existe?).

Um tour de force que começou com um amuse espetacular, um cremão de queijo acompanhado dum biscuit defumado.

Daí pra frente, foi um desfilar do império romano.

Dez pratos e que após o término de tudo, euzinho já estava entregando os pontos (imagine a Dé!!).

Apesar que tudo estava  muito bom e extremamente fresco e saboroso. Foi um tal de alcachofras, tomates, aspargos, limões, peixes, ervas, molhos, caldos quentes e frios, enfim tudo o que caracteriza uma bela comida de autor.

As apresentações foram incríveis e através das fotos abaixo, dá pra imaginar o odor que este prato exalou, né não?

E quando esperávamos uma  sobremesa, vieram 3.

Detalhe: uma melhor do que a outra!

César faria o famoso sinal de positivo pra salvar o chef!
Foram 3 horas da mais pura degustação. Ainda bem que estamos na fase slow!

Fica uma reflexão: o grande problema deste tipo de refeição não é a qualidade e sim a quantidade de comida que é servida em qualquer menu-degustação. Podemos estar enganados, mas fica sempre a sensação de que se comeu um pouco (ou bem) mais do que se deveria. É por estas e outras que dificilmente os experimentamos a noite.
Não sei se vocês pensam igual, mas eu simplesmente não consigo devolver um prato (ainda mais bem feito e bonito) sem ter comido praticamente tudo!! rs

Por sorte, tivemos que estacionar o carro bem longe e ainda demos uma passeada pelo centro. No caminho de volta, conhecemos alguns locais que marcaram a vida de uma das figuras históricas da cidade: o mestre Van Gogh.

Aproveitamos que estávamos perto e seguimos pra Tarascon (~30 km), uma  cidade medieval (a Dé adora cidades desta época!!) e com bastante água ao redor.

Com direito a castelo do século XV, o Chateau de Tarascon e tudo o mais.

E como bônus, uma das mais belas visões da viagem até agora: girassóis floridos e a perder de vista.

Lindo e emocionante.

Voltamos a tempo de dar mais uma passadinha em Saint-Remy de Provence.
Compramos mais alguns chocolates no Joël Durand (pra nós e pra Rachel), conhecemos a incrível Le Petit Duc, onde são feitos biscoitos e confeitos com receitas originais da época da Renascença, da Roma Antiga, etc e …

…  demos mais uma bela curtida no centro a cidade que mais parece um cenário de conto de fadas.

E, pra variar, conhecemos mais algumas coisinhas sobre Nostradamus. Certamente, ao menos uma previsão ele acertou: o lugar que ele morou é espetacular. rs

Dizem que ele cresceu comendo chocolates e doces da mais alta qualidade!!

Voltamos pro hotel, demos um tapa no visual e fomos tentar jantar em Les Baux.

Tentar? É, já eram 21:00 hs e pros padrões franceses, apesar de ser sexta-feira, tarde demais.
Resultado: não achamos nenhum lugar aberto (lembra o que falei sobre reservar antecipadamente?) e a solução foi aplicar o plano B: fazer um picnic em pleno quarto.

Queijo comprado na feira; pizza e baguete compradas na boulangerie na entrada de Les Baux e vinho rosé comprado na própria vinícola.
Ou seja, tudo preparado prum grande momento com ótimos produtos.

Vida boa, viagem boa e amanhã, além de matarmos as saudades da Re (ela vem nos encontrar) ainda mudaremos de hotel.

Iremos pra Joucas, no Luberon. Entraremos literalmente nos livros do Peter Mayle!

Aguardem!

PS – Fica a constatação de que, pelo menos até agora, todos os chefs dos grandes restaurante que visitamos (PrévôtOustau de Baumanière L´atelier do Jean-Luc Rabanel) se encontravam no local e melhor, cozinhando.
Que isto sirva de exemplo pra alguns chefs brazucas que conhecem mais o estúdio da Ana Maria Braga do que a própria cozinha.

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Há 15 comentários

  1. Edu, mais um dia. Mas esse eu vou deixar para ler com calma a noite. Por ora só tenho tempo para ver e admirar as belas fotos da Dé. Além de você não conseguir devolver o prato, pelo que vejo, também devora alguns pratos que a Dé gostaria de devolver quase inteiro (uma judiação, concordo!!!)

  2. Edu, e como você tem feito para conciliar vinho e direção? Não está tomando nada, somente uma taça, ou vocè e a Dé estão fazendo rodízio na direção?

  3. Papai do céu, você que tudo pode, me manda chama pra conversar e depois me devolve como membro da família Luz? hehehehehe

    sensacional tio. depois eu quero saber o que era cada prato desse.

    abs

    Leo

    ps: dá tempo da gente organizar um RS no 7 de setembro? hehehe

  4. Edu,
    tudo excelente;o post,as comidas caprichadíssimas, as fotos.
    Por que será que não recomendam Arles? É linda, assim como Nîmes, que tem outra arena maravilhosa.
    O difícil é escolher para onde ir com tantas opções.
    Menu degustação eu adoro, mas demora e no almoço é que não consigo,já no jantar vou sem culpa e também não devolvo prato não.
    Quanto a Joucas, linda e minúscula, estive lá visitando a amiga da minha filha que estava estagiando no Le Phebus, e agora está no Ritz de Paris.

  5. Edu
    Estou acompanhando cada passo dessa sua deliciosa viagem. Acho a Camargue-Bouches du Rhone muito interessante e bonita…
    Aposto que o próximo capítulo será em Nimes!
    Abs.

  6. Edu,
    já mudei meu roteiro para seguir a rota Nimes e Arles. Vou tentar reservar esse restaurante do Rabanel também, e ficar sem comer na véspera. Farei minha base em Montpellier. Devo experimentar lá o Jardin des Sens. Também sou fã do Peter Mayle. Ele falando de trufas e queijos é delicioso. Eu adoro o livro das aventuras com uma faca e saca-rolha.
    Como sempre as fotos são mais que perfeitas.

    Claudia, parabéns pelo sucesso da filha! Deve ser o maximo estagiar na França ainda mais no Ritz!

  7. Oi Edu, tudo muito lindo……..Edu ,comeu o meu bolo e as tortinhas hoje??
    Um abraço beijos para a Dé e para a Florinha….a santa que me salvou rs..

  8. Edu e Dé

    Que viagem boa !

    Também fizemos uma parte do roteiro do Peter Mayle. Precisamos voltar para fazer o que faltou.

    É mesmo uma região fantástica, não ? Ainda comendo bem assim fica muiiito melhor.

    abraços

    Terezina

  9. Ah, isso é perdição e tentação pura!!!!!!!!!!!
    Não resisto a esses pratos escandalosamente lindos! E o que devem ter estado bons…
    Meu roteiro pela Provence já está prontinho, só vou imprimir.
    Beijos a vocês, queridos.

  10. Madá,
    a minha filha é publicitária,rrss,quem está no Ritz é a amiga dela, que fez mestrado em hotelaria no Instituto Paul Bocuse, em Lyon.

  11. Sócio, sou obrigado! rsrs

    Hugo, tomamos vinho, sim. Mas depois andamos tanto que quando pegávamos o carro, já estávamso prontos pra outra garrafa. Conciliei tudo deixando pra conhecer a cidade em que almoçávamos logos após comermos.

    Leo, como é que você que é meu sobrinho fala uma coisa dessas? rs
    Quanto aos pratos, não vai dar. Eu me lembro vagamente! rs

    Clarissa, e eles, os girassóis, são mais fotogênicos ao vivo.

    Claudia, grato e concordamos com você quanto a Arles.
    Acabamos não indo ao Le Phebus pois limitei um pouco os lugares estrelados. E pensar que era ao lado do nosso hotel!! rsrs

    Beth, não fomos pra Nimes, não. Fomos pro Luberon.
    E obrigado!

    Madá, boa esta do jejum! rs Vão ao Rabanel pois é muito bom!

    Julia, comi, sim e estavam deliciosos.
    E a Flora é uma santa que nos salva todo dia! 🙂

    Ameixa, olha o corporativismo! rs

    Terezina, teve um momento em que não sabíamos mais se estávamos no roteiro do Peter Mayle ou não! rsrs É muita coisa bacana pra se ver ao mesmo tempo!

    Sueli, é mesmo. E engorda pacas!! rsrs

    Valerie, merci! (este meu francês está uma bomba! rsrs)

    Abs lavandiscos pra todos.t

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