27/04/12
Borgonha – França – Deuxième jour – Pisando no solo do Romanée-Conti.
Surpreendentemente o dia amanheceu ensolarado.
Após o estado chuvoso e intermitente de ontem, isto seria praticamente impossível. Mas foi o que aconteceu.
Tomamos o café da manhã no hotel e atravessamos Beaune a pé pra fazer uma visita à vinícola Bouchard Père & Fils.
Ela é muito antiga, como a maioria delas por aqui, e fica num chateau nas muralhas da cidade.
Ou seja, é espetacular.
O Eymard conseguiu este tour através duma vendedora de vinhos em NY, a Ana Paula.
Chegamos lá no horário e o tour começou imediatamente (éramos nós quatro e mais dois ingleses).
A nossa guia, a Sandra, nos levou as caves e lá podemos perceber a proporção de tudo.
Pra se ter ideia, 2500000 de garrafas estão armazenadas no local.
Ela também nos contou toda a história do estabelecimento, a sua filosofia e o tamanho da empresa.
Andamos bastante embaixo da terra.
Vimos garrafas raras (algumas chegam a custar 10000€), partimos pra degustação …
… e 6 vinhos depois, estávamos prontos pra escolher o que levar pro Brasil.
Fechamos a compra e rumamos em direção a Dijon.
Pra quem não sabe, este pedaço se chama Cote de Nuits e contém os lugares mais famosos do mundo do vinho.
Passamos primeiro por Aloxe-Corton, uma comuna que tem uma particularidade: produz tanto vinhos tintos como brancos que são Grand Cru, a melhor classificação que um deles pode ter (as outras são, por ordem decrescente de qualidade, 1er grand cru, village e demais) …
… Nuits Saint Georges, …
… e o lugar histórico que é o Domaine Romanée-Conti.
Este merece um destaque especial.
Afinal de contas, não é todo dia que se tem a oportunidade de ver onde é produzido o vinho mais caro do mundo.
E a surpresa é grande ao perceber que o tal terroir tem o tamanho dum quarteirão!
É verdadeiramente mágico. Que me desculpem os puristas, mas eu trouxe um pequeno pedregulho de lá! 🙂
Continuamos no sentido de Dijon.
Conhecemos Vougeot e o famoso e lendário Château du Clos-de-Vougeot.
Tentamos almoçar pela região, mas nem pensar.
Já tinha passado das 14:00hs e a essa hora vale a lei do Soup Nazi do Seinfeld: no soup for you!
A saída foi passar rapidamente em Gevrey-Chambertin e …
…. tentar comer alguma coisa em Dijon.
Conseguimos achar uma “bueca de puerco” aberta, chamada Le Rabelais, …
… onde, devido a necessidade, todos pedimos croques monsieurs …
… e uma garrafa dum bom vinho branco Saint-Véran (sem corporativismo).
Descobrimos quase sem querer, por pura sorte, que estávamos ao lado do Palais des Ducs, …
… um ponto turístico famoso da cidade, além da catedral de Notre-Dame, …
… ambos integrantes do circuito das corujas, …
… um roteiro bem demarcado pelas mesmas através de placas no chão e que leva a lugares curiosos da cidade.
Tinha cancelado uma reserva pras 13:00 hs, no restaurante Le Pré aux Clercs (devido a impossibilidade de chegarmos no horário) e qual não foi a nossa surpresa ao percebermos que alguém tinha pedido pra Dé tirar fotografias do próprio restaurante e, justamente com o chef, o Jean-Pierre Billoux, sendo um dos fotografados!
Andamos mais um pouco e retornamos pra Beaune.
Tentamos, no caminho, fazer um passeio pelo Château du Clos-de-Vougeot, mas ele estava fechando, já que haveria um casamento por lá.
Chegamos ao hotel, nos arrumamos e partimos com destino a Puligny-Montrachet, o berço dos vinhos brancos, onde teríamos um jantar-degustação (dica da Márcia e do Vianney).
O lugar, o La table d’Olivier Leflaive é muito charmoso.
Fica numa cidade tranquilíssima e melhor, numa praça bonita e calma.
Fomos sentando e o sistema funciona da seguinte maneira: o menu é fixo.
É claro que iniciamos tudo com as indefectíveis gougères.
Todos comemos persillé de atum ao chardonnay com salmão defumado, …
… frango com tapenade com vegetais e arroz pilaf, …
… queijos variados …
… e mousse de chocolate.
O que variou é que a Lourdes e a Dé escolheram fazer uma degustação (Formule Iniciation) composta de 5 vinhos (Borgogne Les Setiles 2010, Saint-Romain Sous Le chateau 2009, Puligny Montrachet 2006, Puligny Montrachet 1er Cru Garennes 2007 e Pommard 2005) …
… enquanto nós, Eymard e eu optamos por 10, com a repetição de quatro dos delas e o acréscimo de mais seis (Chassagne Montrachet 2008, Mersault 2008, Chassagne Montrachet 1 er Cru Dents de Chien 2007, Chassagne Montrachet 1er Cru Clos Saint- Marc 2007, Volnay 1er Cru Mitans 2008 e a estrela da noite, o Corton Charlemagne Grand Cru 2007).
Todos estes vinhos foram comentados por um sommelier que nos passou as características e as particularidades de cada um deles.
E tem mais, o próprio M. Leflaive veio conversar conosco e afirmou o quanto gostava do Brasil, em especial, da Bahia (xiiii, de novo! rs).
Demos muitas risadas, nos divertimos muito e certamente indicamos este passeio-refeição na casa do M. Leflaive.
Pra finalizar com chave de ouro, pedimos mais duas taças dum Bâtard-Montrachet Grand Cru 2007, mais um grande exemplar de vinho branco borgonhês. A “petit grand-mère” teve que nos “aguentar”! 🙂
Pronto.
Voltamos pro hotel pra, finalmente, dormimos o tranquilo sono dos justos.
E degustar todos estes vinhos certamente colaborou pra isso.
Au revoir.
Veja o primeiro dia desta viagem:
Premier journée – Borgonha – França – Visitamos o hospício de Beaune.
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Bonjour! Bonjour! Desole….desole! Ferme. Em qualquer lugar se come bem na França. E vinho? Tome qualquer um. São todos bons. Nao sei. O que sei é que, no nosso caso, até o que parece uma enorme furada vira bordão e garante muitas risadas. O grupo permanece unido e cada vez mais unido na alegria e eu nao diria, nesse caso, na tristeza, mas nas “furadas”. Por isso todo viajante tem que ter espírito para improvisar e bom humor para encarar o que aparentemente pode não dar certo. A foto com o chef foi cinematográfica.ntudo foi acontecendo de tal forma que parecia mesmo que estávamos em um filme. O melhor croque monsier de toda a França e, depois, a colher de chá do chef rejeitado!!!!!
Parece que a alegria é o ponto alto do passeio à Bourgogne. Aconteceu conosco também.
E depois de uma degustação com 10 vinhos, fica impossível não rir. Imaginem colocando mais duas taças !!!
Com este post, voltei lá viajando com vocês.
A Bourgogne é um roteiro que certamente gostaria de fazer de novo.
E como diria o Dodô : ” viva a bússola e o relógio ” !
Olha, vcs me perdoem a falta de originalidade, mas já decidi que vou fazer tudo IGUALZINHO a esse post quando eu for, tá?
Sócio, sabe que falamos bonjour em qualquer lugar que entramos até hoje! Inclusive, aqui na grande FV! 🙂
E por aqui também se come muito bem em qualquer lugar, especialmente em casa!
Furada? Você viu alguma?rs
Quer saber duma coisa? Jamais conseguirei colocar por aqui tudo o que acontece nos nossos tours! Mi dissculpi!! rs
Marcia, grato pela dica do Olivier. Foi um jantar memorável.
E viva o Dodô!!
Mari, faça tudo, sim. Mas se puder evitar o croque … rs
Abs de bom dia para todos.
Viva a vida bem vivida!
Em tempo: depois da degustação de vinhos, quem dirigiu la voiture?¹¹¹
Abração,
Dodô
A viagem foi muito especial. Ainda bem que não precisa anotar, basta guardar o link! Minha experiência com um Corton Charlemagne lá na região foi inesquecível ! Edu, me diverti muito com a associação Soupe Nazi, já recebi tratamento semelhante como se fosse óbvio saber ser impossível comer naquele horário.
Dodô, eu dirigi. Mas demoramos tanto pra comer que eu precisei tomar um vinhozinho quando chegamos ao hotel! 🙂
Madá, deu pra perceber que adoramos o Seinfeld, né? Neeeeeext!
Abs constanzianos pra todos
adoro os posts de viagens de vocês!
Iremos para a Borgonha e Bordeaux comum casal de amigos em maio.
nossa dúvida: la voiture?????? vocês acham que dá para arriscar os 4 bebuns pelos vinhedos da França????
Claudia, nós também fomos em dois casais e alugamos carro. A resposta é: depende da quantidade de álcool que os bebuns vão experimentar. 🙂
O negócio é fazer revezamento de motoristas e o da vez, não beber demais!
Abs alcoólicos pra vocês.