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dcpv – gastronômade – comida itinerária no mercadão

30/09/2012

Gastronômade – Comida itinerária no Mercadão.

Nômade – Que ou quem vagueia, não tem domicílio fixo e cuja atividade é desconhecida.
Gastro – Palavra de origem grega, que significa estômago, ventre.

Estas definições de dicionários famosos nos levam a crer que Gastronômade só poderia ser um “estômago que não tem domícilio fixo“.

É claro que neste caso este Gastronômade tem muito mais a ver com refeições que são feitas nos mais variados e poéticos lugares (veja a nossa outra experiência) e com chefs das mais diferentes vertentes.

Tudo isso começou com a OITF, Outstanding in The Fields, que tem como missão “reconectar refeições com a terra e as origens da sua comida, e prestigiar os produtore e artesãos gourmets que cultivam tudo isto“.

Ou seja, você não tem como não se interessar muito por um evento que tenha estes princípios.

E ainda mais quando fica sabendo que eles escolhem cenários cinematográficos tanto em fazendas/praias/vinícolas dos USA, como especialmente por estas plagas.

Nós, inclusive, convidamos os nossos sócios pra se aboletar de Brasília e dar um pulinho aqui na praia paulistana.

Afinal de contas, além deles não conhecerem o Gastronômade, também nunca tinham ido ao Mercadão.

Chegamos no horário (por volta das 13:00 hs) e o coquetel já estava comendo solto.

Demos olá pra Renata Runge, a representante da OITF e organizadora dos almoços, além de termos o prazer de rever a turma dos Destemperados (Diogão, Diego e a Lela), os promotores …

… e a fotógrafa oficial, a Cris Berger.

O brinde de boas vindas foi feito com um legítimo brut Cave Geisse e beliscamos alguns amuses, tais como Brochette de robalo e broto de beterraba, Provoleta do Roni, ricota e mel trufado, Verrine de mandioca e carne-seca e Verrine de pescada negra, cebola roxa e caviar de coentro.

Exatamente neste ponto, Alex Caputo, o chef oficial do Mercadão e deste Gastronômade, nos convidou pra fazer um tour guiado por esta legítima atração turística paulistana.

O Mercado Gourmet, salão do evento, fica no mezanino, onde estão os novos restaurantes.

Portanto, descemos e fomos conhecer não só a história, …

… como onde estão os melhores fornecedores.

E aí o Alex mostrou todo o seu conhecimento.

Passeamos pelo corredor central, …

… pelas bancas de frutas, …

… pelo fornecedor oficial do melhor bacalhau, o Borges, …

… pelas bancas de pimentas (olha aí, chilenos), …

… e, finalmente, pelo famoso Roni, o nome do queijo.

Infelizmente e por ser domingo, alguns deles estavam fechados, mas de qualquer forma, fica a sensação que o Mercado Municipal de São Paulo é um lugar que nós, brasileiros, devemos aproveitar muito mais, tamanha a diversidade de ótimos ingredientes que são oferecidos por lá.

Voltamos pro nosso mundinho, o Mercado Gourmet e tivemos uma surpresa.

A mesa estava montada ao lado das características janelas curvas …

… e pra melhorar, tínhamos a visão da montagem dos pratos, exatamente numa grande mesa localizada num fosso e bem abaixo do nível em que estávamos.

Foi uma experiência sensorial inesquecível (uma marca registrada dos eventos Gastronômade).

Estávamos prontos pro primeiro prato, que seria um Mix de legumes, verdes e ervas frescas Calusne Farms com feta e praliné de castanhas. Ou seja, berinjela e abóbora grelhadas, endívias, alface romana, pepino marinado, queijo feta fresco e crocante de castanhas ao molho de mel e balsâmico.

Tudo isto fresquíssimo (conversamos com o Sérgio, um dos proprietários da Calusne Farms) e com um up bacana, umas bolinhas de pólen de flores (são estes grãos amarelos nos cantos dos pratos).

Dá pra imaginar o sabor de tudo, né?

A harmonização ficou por conta de outro espumante Cave Geisse (o fornecedor oficial dos eventos), um Nature 2011.

Continuo insistindo que o Brasil deveria jogar todas as suas fichas na divulgação/venda dos seus espumantes, dada a qualidade destes produtos.

Esqueci de dizer de uma particularidade da mesa: todos os ocupantes estavam sentados com a visão para o interior do magnífico e histórico salão.

Isto nos proporcionou uma melhor condição pra praticarmos o ato de conversar.

Com a possibilidade de curtirmos a linha de montagem, …

… conseguimos antever o que nos aguardava.

Manicaretis de escarola e pato confit Agrivert no jardim de cogumelos seria o próximo prato.

Praticamente umas trouxinhas de escarola recheadas com pato (os sócios agradeceram) e ricota romana sobre uma cama de cogumelos.

Como o resultado desta junção de ótimos ingredientes é bastante forte, a Cava Geisse propôs um Pinot Noir muito fraquinho.

Tão fraquinho (veja a cor) que acabou não agradando o suficiente.

Era chegada a hora do Cordeiro “em sous-vide” com mix de tubérculos e azeite de ervas.

Ou seja, um cordeiro preparado em baixa temperatura, servido com cará, batata, cenoura assados em azeite de ervas frescas.

Neste caso, tomar um bom vinho chileno da Cave Geisse, um Cabernet Sauvignon El Sueño 2008, foi providencial.

Paradoxalmente, o tempo passava rápida e lentamente.
E era chegada a hora das sobremesas.

Um verdadeiro Trio Paulistano, …

… formado de Panacota de cambuci do sítio do Bello, …

Cheesecake de jabuticaba

… e Compota de Figo (a Dé agradeceu), …

… incluindo um espumante Cave Amadeu Moscatel. Perfeito!

Pronto! Passava das 16:00 hs e como bônus, ainda tínhamos uma visão inusitada: …

… o Mercadão totalmente vazio e …

… passando um lirismo inexplicável.

Saímos de lá encantados (juramos todos comparecer nos próximos Gastronômade) e tentando entender o que realmente acontece neste evento.

A comida foi boa? Muito boa.

O chef esteve a contento? Superou as expectativas, com destaque para o tour.

O ambiente foi agradável? Muito mais do que isso.

O cenário foi adequado? Absurdamente adequado.

A soma de tudo (adicione aí a companhia) resultou numa P.G.E, uma verdadeira progressão geométrica de emoções.

E o lema do Gastronômade foi mais do que cumprido: “Reconectando as pessoas com  a terra e com as origens de seus alimentos através do contato direto com os agricultores e produtores locais. Venha viver esta aventura culinária“.

Nossos “estômagos sem domicílio fixo” agradecem.
Até o próximo Gastronômade (esperamos que aconteça o mais breve possível).

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Há 0 comentário

  1. Lindo Edu! Muito obrigado pelo apoio, sempre! A temporada de marco 2013 tera muitas, MUITAS novidades…dificil sera escolher em qual ir!!!! Bjs e tudo de bom pra vcs!

  2. Parabéns, Edu! Pela maravilhosa experiência, narrativa e fotos!
    Tive a alegria e privilégio de participar do Gastronômade/RJ, com a também incrível Chef, Roberta Sudbrack, mas ler sobre o evento no Mercadão foi sensacional! Estendo meus cumprimentos à Renata Runge, por nos proporcionar esses momentos mágicos e inesquecíveis.
    Grande abraço e que venha 2013! Quem sabe possamos vivenciar e brindar todos juntos, por esses fantásticos sonhos enogastronômicos? Você, a Dé, a Renata Runge, os queridos Destemperados e a Cris Berger, e tantos outros amigos da boa mesa e dos prazeres da vida? Abraços

  3. Foi mesmo uma experiencia e tanto! Retribuindo o bate-volta do casal Luz na festa de babete, fizemos o nosso bate-volta neste gastronomade! Ficamos fans e certamente iremos em outros. Tudo pretexto para papear e colocar a sociedade em dia. Saimos no finalzinho da tarde, flutuando…..ate o proximo!

  4. Renata, se a dúvida é escolher em qual ir, então escolhemos … todos!

    Ligia, então você foi no da RS? Sortuda!! rs
    Tá marcado. Vamos ao da RS em Angra.

    Sócio, tá marcado. Angra em março (ôpa, parece alguma coisa do Tom)!

    Márcia, quem sabe não fazemos uma reunião dos “estimados” por lá?

    Maria Cristina, tudo bem que os Gastronômade são excelentes. Mas, elogio de família, não vale!! 🙂

    Abs andarilhos pra todos

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