16/11/2012
dcpv – Sabores da Sicília nos Jardins.
“Como é possível verificar pela pequena amostra que representa minha família, os sicilianos sempre foram grandes gourmet. O segredo dessa particularidade parece residir no fato de que a família siciliana tem prazer de cozinhar para amigos e parentes”
Foi através dos nossos amigos Clau e Gil (nós fizemos a aula de panificação no Friccó com eles) que soubemos qua a D Maria Montanarini, autora do livro que contém este trecho acima, o Sabores da Sicília promove algumas aulas de culinária em seu apartamento nos Jardins, aqui na praia.
Basta você combinar um menu e pronto. Foi o que nós fizemos.
Marcamos tudo prum sábado, 16/12 e no horário, lá estávamos os quatro.
Cada um levou um vinho (eles um excelente espumante Pinot Chardonnay Batasiolo e nós, um vero branco siciliano Regaleali Tasca d’Almerita 2011).
Só de conhecer pessoalmente a D Maria, já valeria a pena, mas eis que ela é uma figuraça e daquelas carimbadas.
E o que seria uma aula de culinária siciliana, se transformou num verdadeiro happening.
Até o jeito dela ministrar a tal aula é um tanto quanto não ortodoxo.
Imaginem que uma boa parte de tudo já estava pronto (santa praticidade, Batman) e que tivemos o trabalho de conversar muito e dar mais risadas ainda.
Voltemos ao menu (e vejam se eu não tenho razão?): o petisco inicial, as Azeitonas à Siciliana, as Alivi Scacciati, tinha que estar pronto já que é um prato que necessita de tempo na geladeira pra apurar.
Ele é uma mistura de azeitonas, alcaparras, salsão, erva doce, azeite, pimenta vermelha, vinagre, sal e pimenta do reino.
Isto com um pãozinho, vai que é uma beleza!!!
Aproveitamos pra tomar o espumante Batasiolo neste momento.
Logo após, foi servido o primo piatto, o Talharim à Conca D’Oro, o Tagghiarini a Conca d’Oru, uma belíssima pasta composta …
… dum molho tipicamente siciliano (cebola, alho, alcaparra, tomate, salsão, azeitonas, pecorino).
Olha, o macarrão al dente com aquele molho tornou o prato inesquecível.
Na verdade, “inesquecibile. Cche meraviglia“, né, Gil?
Enquanto conversávamos mais um pouco (grato Clau e Gil pelas dicas venezianas), a D Maria aprontava mais uma obra-prima, Lulas Recheadas, Calamari Chini.
E esta nós acompanhamos o passo- a-passo, com inclusive, direito de aprender como limpar o molusco corretamente (a Clau colocou a mão na massa).
Depois de limpas, você as recheia com uma farofinha composta de tentáculos de lulas fritos, cebola, alho, alcaparra, vinho branco, pão amanhecido, aliche…
… e fecha tudo com um palito de dente.
Aí é só fritar as lulas em azeite com cebolas e alho cortados, um pouco de vinho branco e de molho de tomate concentrado.
A D Maria serviu esta “bellezza” junto com um cremoso purê de batatas.
E dá-lhe “vino bianco” Regaliali.
Chegou a hora da sobremesa (do dolci).
E nada mais siciliano do que um canoli … siciliano, mais conhecidos por lá, como Cannoli ccà Ricotta.
As casquinhas recheadas de ricota (farinha, chocolate, café, clara, açúcar, margarina, vinho Marsala e canela) já estavam prontas.
O recheio (ricota, açúcar, frutas cristalizadas, licor de laranja, uvas passas, cerejas, casca de laranja cristalizada) também.
Faltou o Marsala para bebermos, mas de verdade, ele não fez falta alguma.
Os canoli estavam sensacionais e saborosíssimos.
Foi o happy end (grand finale?) duma tarde espetacular (spettacolare) que esperamos repetir brevemente.
Afinal de contas, aprender como viver alegre, saborosa e divertidamente com a D Maria foi um tremendo prazer (piacere).
Sem contar que a Dé teve a oportunidade de experimentar uma rara iguaria: doce de alcachofra (esqueci de dizer que a D Maria é uma especialista neste legume).
“É claro que as receitas já estão ganhando transformações. A cozinha está mais leve. Substitui-se a frigideira pelo forno. Já pode-se falar de cozinha siciliana moderna, com cruzamentos culturais, sensualidade, influências. É o fermento ativo dessa nova cozinha, que está pronta pra reinventar e substituir. Mas aqui o leitor poderá conhecer as receitas tradicionais. E, a medida que lê as receitas, vai também conhecendo um pouquinho a origem de algumas delas, em fatos que se misturam com a própria história da ilha”.
Isto tudo é a mais pura verdade.
Tchau (Ciao ou arrivederci).
PS – De quebra, obtivemos um autógrafo no meu mais do que usado livro.
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Há 0 comentário
Nossa, doce de alcachofra??? Depois do atum…vem a alcachofra….meu Deus e eu não conheço essa iguaria….
Dé e Edu, tudo foi inesquecivel naquela tarde Sicíliana!Obrigado pela agradável companhia na aula com a Dna. Maria Montanarini, valeu mesmo.Abraços Clau e Gil
Sócio, e se conhecer vai pirar. Vamos marcar uma aula com a D Maria? Ela sabe das coisas.
Clau e Gil, o prazer foi nosso também.
Vamos marcar mais uma, né?
Abs montanarinados pra vocês