número 423
30/06/2015
dcpv – Ligúria et Marche.
Deixa eu explicar melhor o título acima.
Na verdade, a Ligúria e o Marche são regiões distintas da Itália.
Ambas ficam na parte de cima do cano da Bota, são litorâneas, mas em lados opostos.
De qualquer forma e como estava afim de comer frutos do mar, juntei receitas destas duas aprazíveis regiões (é claro que foram retiradas dos livros da Coleção Folha Cozinhas da Itália) pra formar o menu desta noite.
Vamos lá, então, às delícias praianas et italianas.
Entrada – Crostini ao vôngole.
Estes Crostini alle vongole são lídimos representantes da cozinha do Marche (cuja capital é Ancona).
Para fazê-los, basta aquecer 2 colheres de sopa de azeite e dourar dois dentes de alho picados. Adicione 1 colher de sopa de gengibre ralado, 3 tomates maduros sem pele e sem semente picados, 200g de vôngoles (também coloquei um pouco de mariscos e regue com 1 cálice de vinho branco e com 1/2 xícara de caldo de peixe.
Cozinhe até o líquido reduzir à metade e tempere com sal, pimenta, salsinha e manjericão a gosto. Reserve.
Toste fatias de pão pinceladas com azeite e sirva-as com o refogado de vôngole.
Ficou uma delícia.
Acompanhamos esta maravilha com um branco, o Sauvignon Blanc Santa Carolina 2014, que foi “bebê, bran-bran-bran-co-co-co, santo Jorge, cheirinho“.
Principal – Bacalhau à Genovesa
Esta é da Ligúria (cuja capital é Gênova). Este Stoccafisso (que belo nome, né?) accomodato é de uma simplicidade ímpar.
Inicie colocando 1/2 xícara de uvas-passas de molho em água morna durante 15 minutos. Aqueça 4 colheres de sopa de azeite e doure um dente de alho socado.
Adicione 700g de bacalhau dessalgado e cortado em postas, tempere com pimenta a gosto e junte 3 tomates maduros sem pele e sem sementes picados.
Tampe a panela e deixe cozinhar, regando com água de vez em quando, em quantidade suficiente pra não grudar e para formar um molho. Depois de 20 minutos, acrescente 2 batatas descascadas e picadas, as uvas passas e 1/2 xícara de pinoli.
Mantenha no fogo até que as batatas fiquem macias e o molho, encorpado. Resultou num prato confortável e muito, mas muito litorâneo.
Harmonizamos com um tinto, o alemão Dornfelder 2009, que foi “consoantes, branquinho, chucrutes, 7×1“.
Sobremesa – Bolachinhas de fubá.
Estes Beccute são do Marche. A Dé caprichou e estas bolachinhas ficaram muito interessantes.
Para prepará-las, triture 50g de nozes, 50g amêndoas e 50g de figos secos. Junte à mistura, 250g de fubá, 1 colher de sopa de azeite, 50g de uvas passas brancas hidratadas, 50g de pinoli, 1 e 1/2 colher de sopa de açúcar, uma pitada de sal e uma de pimenta do reino e trabalhe a massa, enquanto adiciona água morna aos poucos, até ficar fácil de manipular.
Modele bolinhas com pequenas porções de massa, achate-as e coloque-as numa assadeira untada com azeite .
Asse-as em forno preaquecido a 150°C por 25 minutos ou até dourarem.
Sirva fria. Ficaram gostosas as bolachinhas (é claro que foi a Dé que fez, estou insistindo) e pra situar vocês, é quase que um puxapuxa de milho.
Eis o que acharam os ítalo-surfistinhas:
Este Giro d’Itália está um verdadeiro spetacollo! (Edu)
Que viva a Itália. (Mingão)
Adesso devo dire che: 10 ou mangiatto bene!!! (Deo)
“Cidade em que viveu Cristovão Colombo, Gênova tem um quê de tempos idos, da época das grandes navegações”.
“Marche concentra belas montanhas, uma costa de tirar o fôlego voltada ao mar Adriático e uma cozinha autêntica.”
Olha, juntar a culinária destas duas regiões foi um verdadeiro achado.
Arrivederci.
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