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dcpv – troisième jour – frança – beaune – cozinhando na borgonha

28/04/12

Troisième Jour – França – Beaune – Cozinhando na Borgonha.

Taí um sonho que sempre tivemos: aprender a cozinhar na Borgonha, uma região francesa tida como um paraíso dos grandes ingredientes.

O primeiro passo foi encontrar uma escola que parecesse bacana.

 The Cook’s Atelier, da Marjorie Taylor tinha esta qualidade, além de ser muito bem cotada no TripAdvisor.

O próximo passo seria vender esta ideia pra Lourdes e pro Eymard. Esta foi fácil, porque eles são muito legais e topam tudo.

O restante foi entrar em contato, acertar tudo e aguardar.
Começamos este dia tomando café da manhã no hotel e saindo pra encontrar com ela na melhor loja gourmand de Beaune, a Fromagerie Hess.

Aproveitamos, pra antes dar uma passada na parte de não-alimentos do marchè de sábado, pois sabíamos que a Marjorie nos levaria ao mesmo lugar, só que na parte destinada aos alimentos.
Que por sinal é muito interessante, já que eles vendem de tudo um pouco.

Olhamos muito rapidamente (o Eymard chegou a comprar um CD de músicas dum artista famoso francês da região, que eu não nunca tinha ouvido falar!) e fomos pro nosso ponto de encontro.
Chegamos no horário, nos apresentamos (ela nos contou brevemente a sua história. Tinha um restaurante nos USA e em 2006 foi pra Borgonha visitar a filha. Está lá até hoje! rs), demos uma olhada rápida na loja e partimos pra comprar os ingredientes pra nossa aula.

Conhecemos os melhores fornecedores de tudo o que é tipo de produto: salames, …

… patos (o Eymard quase ficou maluco), …

…frangos (os de Bresse são especiais), …

…pães, …

… queijos, …

…tomates, …

… e de todos os tipos, …

… foie-gras (é claro que compramos) …

… e muitas outras coisas.

Passeamos bastante e nos maravilhamos com tudo. Vale um belo fotoblog:

Depois desta verdadeira viagem, partimos pro apartamento dela, onde a aula seria ministrada.

E a surpresa foi que ela morava exatamente ao lado do nosso hotel!

Iniciamos tudo colocando os aventais …

… e percebendo a beleza borgonhesa do lugar.

Janelas amplas, que permitiam uma luz incrível sobre os ingredientes/pratos, …

… uma decoração simples e muito francesa, …

…além da franca (ops) simpatia de toda a família da Marjorie, já que a filha dela, a Kendall, também estava lá e a gracinha do filho desta, também.

Começamos tudo pelo final, fazendo a sobremesa, uma torta de maçã.

Antes de mais nada, vou explicando que nenhum dos pratos teve receita. Fizemos tudo quase que no olho, o que tornou a aula mais interessante ainda.

Como a massa já estava pronta, fizemos todos os 4, o recheio. Pelamos as maçãs, cortamos em cubos e colocamos numa panela pra cozinhar com açúcar e fava de baunilha.

Enquanto isso, cortamos o que pareciam ser mini-nabos e batatas,…

… sendo que estas foram ao forno com bastante azeite, flor de sal e um pouco de tomilho fresco.

Já os nabos foram cozinhados em água e sal.

A Marjorie comprou aspargos frescos no marché (brancos e verdes) …

…que também foram limpos por todos…

… e cozinhados em água quente.

Fizemos como entradinhas, uma especialidade borgonhesa, as famosas Gougéres.

Elas parecem uma carolina, só que são salgadas, …

… extremamente leves (também parecem com um “pão de queijô light”) …

… e neste caso, o trabalho principal foi da Lourdes e do Eymard.

O negócio ficou tão bom que a própria “professeur” denominou o Eymard como “monsieur Gourgéres”.

Ainda faltava cortar a ave, a Pintade.

Este trabalho foi feito por mim, que gosto muito da atividade, …

… além de a ter temperado (com sal e pimenta) …

…  e ter selado os seus pedaços numa frigideira.

Na sequência, a Marjorie os colocou no forno.

E a Dé? (esta foto foi da Marjorie)

Onde entra nesta história?

Entra nestas magníficas fotos, já que em alguns momentos ela tinha que usar 3 máquinas fotográficas ao mesmo tempo!

Daí pra frente foi só curtir o astral e comer bem.

Iniciamos o tour degustando as nossas Gougéres (ficaram maravilhosas)…

… com um bom Cremant, o espumante preferido da Borgonha (e do casal brasiliense).

Enquanto isso, a Marjorie e a Kendall montavam a entrada.

Aspargos com presunto cru, ovos com a gema bem mole, pequenos rabanetes e um pão “daqueles”.

Tomamos um Chardonnay Cuvée Sainte-Jehanne de Chantal 2009 muito competente.

Seguimos com o prato principal, o Pintade com batatas assadas, mini-nabo cozido e um tipo de couve como berço. Sensacional!

Acompanhamos com o tinto do mesmo produtor que a Marjorie soube escolher muito bem.

Enquanto isso, dávamos um montão de risadas, nos maravilhávamos e ficamos cada vez mais íntimos de tudo.

Era a hora os queijos. Como os franceses gostam de queijos!
Experimentamos 3 deles, sendo um o Époisses, o mais característico da região.

Ah! Me esqueci dizer como acabamos a torta de maçã.

Cortamos finamente mais delas descascadas e finalizamos com as fatias, depois de colocarmos o recheio.

E a torta foi servida como parte daquela que seria certamente a melhor refeição da viagem e feita por pessoas da maior categoria.

Enfim, esta aula vale todo o sonho que se tem.

Nos despedimos da Marjorie e família, pois já tínhamos estourado o limite do late-checkout.

Zarpamos direto pra Saulieu.

É uma cidadezinha famosa gastronomicamente, especialmente pelo restaurante do Bernard Loiseau.

Ele é aquele chefe que se suicidou há 9 anos, segundo dizem, porque antevia a perda de estrelas do Michelin, coisa que nunca aconteceu.
Após esta tragédia, a esposa dele, a Dominique, tomou conta dos negócios e tudo prosperou.

Inclusive, ela montou o hotel pra onde estávamos indo, o Relais Bernard Loiseau.

O caminho todo é muito bucólico e interessante.

Se vê muita vegetação rasteira, …

… muitas cidadezinhas pequenas …

…e muitos castelos.

Depois de uma hora, chegamos ao hotel. Ele é muito curioso, pois tem uma fachada simples, mas ao mesmo tempo é extremamente luxuoso por dentro.

Conseguimos um upgrade e o nosso quarto era quase uma suite presidencial. Muito espaçoso, com uma vista incrível …

.. uma sala moderna, …

… banheiros confortáveis (eram 3) …

… e luxo dos luxos, o quarto num mezanino.

Aproveitamos o final da tarde pra conhecer Saulieu.

É uma cidade pequena e charmosa, …

…com vários comércios pequeninos, charmosos e interessantes, …

… uma maravilhosa igreja românica do sec 12 …

…e um entorno agradável e passível de se caminhar muito.

Voltamos ao hotel e fomos dar uma descansada, pois tínhamos uma reserva confirmada pro jantar, justamente no restaurante dele.

Descemos no horário e aproveitamos pra experimentar a Enomatic do bar, aquela máquina que serve doses exatas de vinho.
Dá pra imaginar o estrago que uma delas não faz no seu bolso aqui na Borgonha?

Logo após, fomos alojados na nossa mesa e como tínhamos feito o pedido quando da experimentação dos vinhos, eles não demoraram pra chegar.

É claro que antes nos serviram um creme de tupinambur bem reconfortante.

A Lourdes pediu um peixe, o Filé de sole, cogumelos morilles e batatas fondant que estava muito bom.

A Dé foi duma mistura curiosa do St Peter, coração de alcachofra com um caldo de Garam Masala. Exótico e excelente.

Eu fui de . Ela é uma das especialidades do restaurante e veio acompanhada de purê de alhos e molho de salsinha.

O Eymard se decepcionou pois o carré d’Agneau com polenta, cenouras e mil-folhas de alcachofra dele ficou devendo. Estava muito borrachudo e mais parecia um chiclete.

Inclusive, ele acompanhou o prato dele com uma taça dum Pinot Noir, enquanto nós pedimos uma garrafa dum Puligny Montrachet Louis Carrillon & Fills 2008 sensacional.

Resolvemos dividir duas sobremesas. Sábia decisão já que tanto os morangos com “algodão doce” dos Loguercio …

… como os vários formatos de laranja cosanguínea dos Luz foram as estrelas da noite.

Só nos restou pedir a “dolorossa” (literalmente) e subir um andar pra dormirmos o sono dos justos num tremendo apartamento.

Au revoir. Que dia!

Leia sobre os outros dias desta viagem:
Premier journée – Borgonha – França – Visitamos o hospício de Beaune.
Borgonha – França – Deuxième jour – Pisando no solo do Romanée-Conti.

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Há 0 comentário

  1. Delicia de experiência!
    Tudo muito lindo e carinhoso.
    Uma belíssima farra gastronomica.
    Adorei!

  2. Bom mesmo; mas muito bom….é poder viajar com Edu e Dé!!!! Isso não se traduz em palavras…..além da alegria dos dias e momentos compartilhados, tem-se a marrravilha dos posts com texto e fotos especiais de modo a eternizar cada instante! A aula foi, de fato, o ponto alto do período borgonhês. Nossa professora está mais do que recomendada. Pessoa simpática e a sofisticação da simplicidade. Que dia, meu Deus!!!!!

  3. Edu, acho que a realidade da aula superou seu sonho ! Essa aula vai ficar para a história e as ações LongueLuz disparando! Dé arrasando como modelo e nas famosas fotos-reportagem.

  4. Edu, Dé, Eymard e Lourdes,
    Que dia!
    Feliz demais com essa harmonia e alegria de vocês.
    Aproveitei para acompanhar os outros dias da viagem, ando em falta com as minhas leituras, e estou encantada com tudo.
    Como diz a Madá, essas ações vão explodir a bolsa.
    Às gougères, Eymard! Já esatou salivando.
    Beijos

  5. Eymard, quem diria! O novo chef do ISB! Eu adoro comer pão de queijo com patê de atum, com bastante pimenta… Será que dá para rechear essas gougères? :- )

    Aliás, pessoal, está valendo a idéia de sermos – Eymard, Jorge e eu – os donos do menu? Se for isso não está na hora de começarmos a pensar em uma proposta? Edu, não dá para indicar umas referências bibliográficas? rs rs

  6. Isso aqui não é um post, é uma tortura! E o meu jantar senhores, picadinho!
    Um verdadeiro show! Duro ver os preços da alcachofra e do alho poró, vendido assim tão barato. E aqui…
    Abraços
    Escolhemos bem: Vcs a Bourgogne e eu lá pela Toscana.

  7. Adriana, deu mesmo!! 🙂

    LuciaC, foi uma tremenda farra!

    Lu, é isso. Um programa deste com uma companhia destas, não tem como dar errado!!

    Sócio, é recíproco!!

    Andrea, nós também.

    Ameixinha, estávamos com saudades. Tudo bem por aí? Sabe que também continuamos pensando que você estava sempre por aqui!

    Flora, aguarde os demais. Foi um melhor do que o outro.

    Madá, superou e muito. Ainda bem que hoje em dia tem alguma ação que está subindo!! rs
    A Dé arrasa sempre!

    Sueli, estou com você. Mr Gougères vai fazer as próprias!!

    Drix, Gougère recheada é … pão-de-queijo, sô!!!

    Jorge, escolhemos muito bem. E o problema não é só o preço; é a qualidade!!

    Abs gougèrrianos pra todos.

  8. Depois do Époisses e de um Puligny-Montrachet… não lí mais nada !
    Fui sonhar !

  9. Que fotos, que dia, que tudo!!! Cada vez que rola um post desses aqui do dcpv eu fico com uma ideia fixa. Ainda mais que vocês quatro aproveitam genuinamente cada segundo da aventura, como dá pra ver pelas fotos e pelo texto, sempre! E essa coisa de cozinhar na Borgonha anda já na minha cabeça há um tempão, imagina… De todas as lindas cores desse post, a frase que não vai me sair da cabeça: “esta aula vale todo o sonho que se tem”. A-M-E-I.

  10. Oi, cheguei atraso para o banquete, mas espero que o café ainda esteja quente.
    Gente, depois desta, agora é colocar o diploma de PhD na parede!
    abração,
    Dodô

  11. Marcia, e nós que sonhamos acordados? 🙂

    Mari, então, que tal aproveitar a frase e transformar o sonho em realidade?

    Dodô, você nunca chega atrasado! E pra vocês o café é sempre feito na hora!

    Abs “classudos” pra todos

  12. Debora, fui buscar na internet cursos de culinaria na Borgonha e o de o link de vocês foi o primeiro. Deve ter sido uma experiência incrivel. Vou te mandar um email para mais detalhes! beijos Tais

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