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dcpv – da cachaça pro vinho – memórias gastronômicas

número 248
23/03/10

dcpv – Memórias Gastronômicas

Aproveitando o fato que a Patrícia e a Isabel , chefs do futuro sucesso na Internet, o blog Memorias Gastronômicas Afetivas farão o interblogs de Maio/11 e a coincidente e complementar compra do livro Memórias Gastronômicas, comecei a pensar no assunto e tentar lembrar quais comidas entrariam nesta categoria.

Eu me lembro (e nunca esqueço) do macarrão ralado e a farofa da minha mãe, as massas caseiras da minha avó, o bolinho de arroz da Dé.
Já a Dé, da torta de palmito da D. Vera, do macarrão ralado da minha mãe, do pimentão recheado da vovó Zulmira.
E você? Tem alguma também?

Mas voltando ao tema, o livro Memórias Gastronômicas (Caroline Brewester – PubliFolha) tem um design bastante original. Parece um daquele livros antigos com bolsas pra guardar receitas e por ser um livro de memórias gastronômicas de viagens, inclui postais e aerogramas com todas as dicas dos pratos pra serem enviadas pelo correio. Interessantíssimo!

Quantas vezes ao saborear um prato, você se sentiu transportado a um lugar inesquecível? Ou  um aroma pairando no ar o fez lembrar-se de uma pessoa ou um momento marcante? A comida cria lembranças e as receitas que recolhemos nos ajudam a reviver momentos muito especiais“. Grande introdução pro livro, você não acha?

Com este tesouro na mão, só tive o trabalho de escolher as receitas e fazer o trajeto inverso da autora. Qual a lembrança que ela tem de cada uma destas receitas?

Vamos lá! Vamos imaginar!

Bebidas

Simples tintos de Verano que já fizemos várias vezes. Com vinho tinto, muito gelo, rodelas de limão siciliano e H2O limão. Refrescante.

Entrada – Mexilhões Cassino e Salada de Agrião com blue cheese e nozes caramelizadas.

Segundo  a autora, os mexilhões foram “traçados” na festa de comemoração de 50 anos do Bob, em Rhode Island. Eu certamente gostaria de ter um amigo chamado Roberto e que nos convidasse pruma festa em lugar tão aprazível.

Ainda mais com mexilhões cozidos, colocados numa travessa, cobertos por uma camada de pimentão verde, cebola e salsão picados e refogados  numa gordura que …

… sobrou de bacon frito e colocados num forno por 2 ou 3 minutos. Uma delícia e só faltou o bolo pra comemorar o meio século do Rob.

Acompanhei duma salada simples de baby agriões (não eram tão babys) mais alguns verdes…

… com um molho óleo de amêndoas e vinagre de cereja…

… e queijo gorgonzola amassado …

… além de nozes que foram caramelizadas por uma mistura de água e açúcar fervidos.

A Dé gostou tanto que pensoui em puxar um parabéns pro Bob.

Tomamos um vinho tinto argentino, um Cuarto de Milla Malbec/Cabernet Sauvignon 2004 que foi “equidistante, galopeira, 400 m“, segundo nós mesmos, os saudosos.

Principal – Pato Defumado no Chá e Vagem com cogumelos e cebolas fritas.

Este pato é uma receita, segundo a autora, proveniente de Bali. E olha, nunca estive em Bali, mas juraria que ela é mesmo de lá! rs

É facílima e ao mesmo tempo, exótica. Forre uma wok com papel alumínio.

Espalhe no fundo da panela, 2 colheres de sopa de folhas de chá preto, 1/4 de xícara de arroz, 1/4 de xícara de açúcar mascavo, 4 cravos amassados e 2 paus de canela.

Ponha o peito de pato (ou qualquer outro tipo de carne) numa cesta de metal e cubra ligeiramente com o papel-alumínio.

Tampe a wok, cozinhe em fogo alto por 4 minutos até que comece a soltar fumaça (não se assuste). Abaixe o fogo e deixe defumar por 15 minutos.
Ponha o pato numa assadeira e deixe no forno por 8 minutos, até ficar assado e no ponto que você gosta.

O magret ficou macio e com um odor exótico que inebriou toda a sala.
Dividimos irmanamente eu e o Mingão, já que a Dé abdicou e o Déo deu mais um cano!

Acompanhamos com vagens com cogumelos e cebolas crocantes.

Perfeitas e ótimas coadjuvantes da estrela da noite: o Donald.

Mais um tinto, o Panarroz Jumilla 2004  Spain foi tomado e disse, sou “gostoso, pão e arroz, saritamontieleso” segundo os fundadores da nova seita, os Adoradores do Pato Defumado, nós mesmos.

Sobremesa – Pudim de Limão Siciliano

Esta até eu sabia. Portanto, não precisava que a autora dissesse que esta receita representa fielmente a viagem que ela fez pra Amalfi, na costa italiana.

Vale a pena reproduzir : ponha o suco e as raspas de 1 limão siciliano grande, 2 gemas, 1/4 de xícara de manteiga e 1/2 xícara de açúcar numa panela e cozinhe em banho maria, até engrossar o suficiente pra cobrir o dorso duma colher. Deixe esfriar por um hora.
Misture 230 g de mascarpone e 1 colher de sopa de suco de limão na mistura acima até ficar homogêneo. Bata  2 claras em neve e incorpore, finalizando.

Coloque em forminhas e deixe gelar por 3 horas.
É só fechar os olhos e imaginar que se está na costa Amalfitana.

Veja o opinião dos dois italianinhos:

Déo, por favor, falte mais!  Tudo saboroso com destaque memorável do pudim! (Edu)
Faço minhas as palavras do Edu. Déo, estava maravilhoso! (Mingão)

Como a própria Caroline escreveu, “muitas comidas apresentadas aqui foram inspiradas por comidas especiais que saboreei em casa ou fora; outras chegaram as minhas mãos graças à generosidade dos amigos que gostam de comer. Algumas das minhas favoritas estão nos cartões-postais que você pode compartilhar com amigos e a família. Os bolsos em cada seção são próprios para guardar seus tesouros e criar o seu diário pessoal de receitas“.

Bom, o meu livro se transformará num arquivo pessoal.
E se você quiser alguma receita, é só dizer que eu envio o cartão-postal ou o aerograma.

Não sou a Adriana, mas mando. É só se pronunciar!

Até.

.

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Há 22 comentários

  1. eduardo,
    parece brincadeira, mas no recente e-mail que troquei com a Adriana, chamado “muito prazer”, fiz varias referencias gastronomicas afetivas. Contei das cochinhas da mulher do seu ze colencio; do pastelzinho da gessia; da empadinha da mariana….e de tantas outras memorias gastronomicas. Volto aqui depois para prozear mais. Por ora é so para dizer que hoje voce esta definitivamente em interblogs….

  2. Não tenho assim referências, sempre gostei de comer!
    Mas acho que o pão de milho e a bôla de carnes gordas da minha avó, estão sempre na minha memória. Eu também passo o pato, tadinho do bichinho 🙂

  3. Bem, agora pude ler calmamente e saborear cada palavra….me deixar levar por estas fotos…mistura de covardia e generosidade. Covardia porque desperta um apetite..hum…e generosidade por compartilhar esses saberes e sobores de memorias gastronomicas.
    Je estou sentindo falta da Adriana, a especialista em cartoes postais, aparecer por aqui…
    Agora, de tudo, realmente, esse pudim…costaamalfitanense….hummmmm memoria mais do que afetiva!!! (é engraçado porque na foto ele ficou com aspecto de arroz doce….). Gostei do Saritamontieleso….de onde voces foram tirar isso? Essa sim uma memoria afetiva das boas. Sarita Montiel, La Violetera….no cinema do seu Ze Esposito…alternando Sarita Montiel e filmes do Mazzaropi. Que sucesso!!!

  4. ah…a questao do vinho, ao final, disse apenas para confirmar que compreendi, perfeitamente, as propriedades deste vinho…saritamontieleso….voces sentiram o verdadeiro terroir da regiao de Jumilla (risos).

  5. Amanhã apareço, prometo, Eymard! Edu, eu quero cartão! O que temos que fazer para receber um ? 🙂

    Por hoje é só o que consigo escrever… Amanhã acordo as 5h30… Aliás, de segunda à quinta acordo 5h30, já que dou aula as 7h.

    Bem, pelo menos não sou a única a receber bolo do Déo/ Ed.

    Abraços!

    Eymard, li Bouvard et Pecuchet… Faz tempo… Sua lembrança acabou trazendo a vontade de reler…

  6. Edu,

    quando li esse post, a primeira coisa que me veio a cabeça foi o livro A Morte do Gourmet, onde um famoso crítico gastronômico à beira da morte, tenta se lembrar do sabor que mais marcou a sua vida e passa todo o livro revivendo suas memórias gustativas.Já leu?
    Como tive uma avó excelente cozinheira tenho várias lembranças, mas tinha uma rosca que ela fazia que só sentir o cheiro dela assando já me tirava do sério.
    Abraços.

  7. EDU

    Que maravilha! Embora muito dessas memórias mostradas acima não me agrade muito. Mas sou alucinada com tudo o que leva limão. Acho que a aparência meio granulada do creme seja porque ele talhou. Há coisas que não podem ferver de forma alguma enquanto estão cozinhando, uma delas é baba de moça.
    Mas eu tenho boas e ótimas memórias gustativas, desde criança, e não sei se é porque meu pai tinha “mania” de cozinheiro de final de semana e fazia umas comidas mineiras que muito me agravam, elas são as primeiras referências que me ocorrem. Há realmente coisas que comemos e não esquecemos. Não vou me arriscar, como o Eymard, a falar das coxinhas de ninguém. Vai que as coxinhas boas eram as do seu Zé? Como fico com o “alemão” aqui de casa?
    Nas minhas lembranças de criança estavam o cozido português – e como eu adoro cozido português!- o meu “com sorte” também, ele diz que é seu prato predileto e eu o fazia, até pouco tempo, uma vez por ano, em ocasião MUITO especial, pois dá um trabalho de louco; canjiquinha com costelinha; feijoada; caranguejada (que na verdade não eram caranguejos, mas guaiamuns, que têm a carapaça azul rei, e que papai criava no quintal de casa, era um horror passar por aqueles bichos peludos; galetos assados, que papai também criava na garagem de outra casa e adorava reunir os amigos para tomar muita cerveja e passar o dia assando os “passarinhos”. Pronto, disse que não ia me comprometer e já assei o passarinho do papai e dos amigos!
    A tortilha que mamãe fazia, que só muitos anos mais tarde,na aula de espanhol, eu e uma grande amiga, que também se deliciava com o prato, viemos a saber que eram tortilhas aquelas delícias de omeletes de batata(como mamãe os denominava), com os quais nos deliciávamos; o feijãozinho preto, feito todos os dias, grosso e saboroso de minha mãe, que comíamos no prato fundo,eu uma amiga querida, que chegava às vezes na hora certinha, primeiro os grãos, de garfo e depois tomávamos o caldo com a colher; o pão francês fresquinho com maionese e tomate picado que comia quando ia para a casa dessa mesma amiga, que não tinha mãe, e precisava se virar no meio de pai e quatro irmãos; a geléia de limão que comia na casa de uma amiga que descobri a receita há pouco tempo e fica maravilhosa como recheio de torta de limão, que é uma das minhas preferidas, junto com cheese cake; a carme assada com molho ferrugem e batatas gordas, da minha mãe (as batatas eram cozidas inteiras no molho da carne e ficavam marronzinhas e deliciosas. Aqui cabe um aparte: minha mãe fazia mágica na cozinha, éramos muito simples e nossa comida era regrada, mas muito, muito variada e feita com extremo carinho,cuidado e variedade, minha mãe tirava leite de pedra e sempre nos alimentou muito bem e com muita criatividade, seus bolinhos de vagem, bolinhos de chuva, bolinhos de arroz, eram demais! Por falar em bolinho, o bolinho de bacalhau da minha sogra era imbatível, ele abria com chave de ouro as mesas de Natal, que terminavam sempre com sua torta de nozes – hoje sou eu quem faço – e as rabanadas de mamãe; o pudim de tapioca e o quindão, também da minha sogra; o pão de mel,que as crianças adoravam; o panetone, que eu gostava tanto de fazer que distribuia entre os amigos, e o pão integral, que inventei a receita e adorava tanto amassar; o pudim de pão, molinho e fininho, com muita calda e passas no fundo; uma torta de cebola que ninguém diz que é de cebola e que meu sobrinho sempre adorou e pedia que eu fizesse; uma sopa creme de cebola pela qual meu sogro era apaixonado; o strudel de parmesão com cenoura, que estava sempre presente nos almoços quando os filhos e os sobrinhos ainda eram adolescentes, massa divina, recheio cremoso; um arroz de bacalhau que faço e é um espetáculo – criação pura e os amigos adoram; o arroz de calabresa, lula e frango, que meus filhos tanto amavam; o frango ao Curry, que eles sabiam da rua que eu tinha feito, quando chegavam do colégio; a lasanha de berinjela, em diversas versões; o arroz de lentilha, com muita linguiça, uma herezia, diria qualquer árabe; um arroz de berinjela com frango, que adorei tanto quando comi na casa de uma amiga árabe, que no dia do meu aniversário, na hora do almoço, ela chegou aqui com uma panela cheinha e fumegando com a tortura(já deu pra perceber que adoro arroz, não é mesmo?); o Toffe, a sobremesa preferida dos meus netos, que mal põem o pé na porta e já perguntam: Vó, fez Toffe? e quando vou pra casa deles: Vó, faz Toffe!… Ah, como são boas essas lembranças, essas e tantas outras, pois comer é bom demais! E eu ADORO essas lembranças de família e amigos, adoro comer.
    Beijos a todos.

  8. CLÁUDIA

    O livro nos mostra bem que as coisas que mais nos marcam são simple e vêm lá da infância.

    EDU

    Perdão, abusei do seu espaço, só percebi quando vi a página editada. Que vergonha!

  9. Sueli,

    voce é muito abusada! (risos). As coCHInhas eram com CH exatamente para nao confundir com qualquer outra…e eram diferentes de tudo. Talvez o que mais se aproxime delas sejam as “croquetas” de jamon que se come na espanha. As minhas (dela) coCHInhas tinham aquela consistencia. O frango ficava bem misturado na massa e uma finissima casquinha crocante. Mordia e todo o recheio se derramava na boca….Ja nao se faz mais….agora so aquelas massudas com frango desfiado e ainda por cima com “catupiry”…um desastre! Ainda fico com as minhas coCHInhas. E o bolinho de natal da minha avó!!! Me esqueci deles…preciso lembrar urgentemente….

  10. Adoro pimenta! De todos os tipos… Mas o que dava sabor ao queijo derretido com pimenta, cortado em cubos, nas noites de domingo, era a alegria de estar na cozinha ao lado de meus irmãos vendo meu pai preparar o que batizou de “trupico”.

    Adoro orégano em molho de tomate! Mas o que deixava o nhoque de domingo mais gostoso era ficar ao lado de minha mãe enrolando a massa para cortar os cubinhos, na mesa de mármore coberta com farinha.

    Já mencionei aqui – e em e-mail para Eymard e Sueli – o que na minha família chamamos de “comidinha gostosa”: arroz branco, caldinho de feijão, couve, lingüiça e abóbora. Comidinha gostosa, para mim e meus irmãos, tem sabor de infância feliz. (por coincidência, hoje, fui almoçar na casa de minha mãe e tinha comidinha gostosa, o que trouxe para a conversa do almoço os casos de infância)

    Foi aqui no DCPV que descobri que, mesmo não gostando da comida mineira, ela faz parte de minha vida (para não ficar repetitiva e pedindo licença ao Edu… http://eduluz.wordpress.com/2009/04/13/les-amis-de-portas-fechadaso-menu-do-ano-da-franca-no-brasil/#comments )

    Enfim… o segredo do macarrão ralado e da farofa da mãe de Edu, do pimentão recheado da vovó Zulmira, do pastelzinho da Gessia, da tortilha da mãe da Sueli, do trupico preparado por meu pai, ou do nhoque e da comidinha gostosa preparados por minha mãe é o mesmo: seu sabor chega ao coração.

    Nossas memórias gastronômicas se preservam pelos sentimentos e pessoas que compartilharam conosco o momento gastronômico. Não estou menosprezando os temperos de que tanto gosto, heim Edu… Comecei dizendo: adoro pimenta e orégano! E muitos outros sabores…

    Abraços,

    Adriana

  11. ADRIANA, querida

    É isso mesmo,sabor de comida que chega ao coração, e chega ao coração com cheirinho de infância, cheirinho de carinho, cheirinho de família e sabor de amor.
    Muitíssimo bem lembrado o nhoque, que eu também adorava ver mamãe preparar, e nunca comi igual, um verdadeiro ritual. E o pastel de carne. Ah, o pastel de carne da minha mãe! Enormes, e deliciosos. E era tudo tão diferente de agora: limpar, picar, moer e preparar a carne, suculenta e com ovo cozido, azeitona picada e muito temperinho; depois o ritual da massa: amassar, sovar, descansar, abrir, rechear e fritar. Juro, estou com água na boca!
    Beijos

  12. Adriana, Edu, Sueli…todos:

    memorias gastronomicas sao sempre afetivas. O fogao; a mesa; os cheiros; as prosas; as vezes ate o silencio..mas, sempre, a presença de alguem; ainda que este alguem nao esteja ali presente.
    Lembrei Nina Horta e fui la buscar:
    “Comida da alma é aquela que consola, que escorre garganta abaixo quase sem precisar ser mastigada, na hora de dor, de desespero, de tristeza pequena. Nao é, com certeza, leitao pururuca, nem um menu nouvelle seguido a risca. Da segurança, enche o estomago, conforta a alma, lembra a infancia e o custome.[..]”.
    Nao é a toa que nos sentamos na mesa sempre com amigos. A mesa é o lugar sagrado da amizade. Da afeiçao. Do bate-papo animado e descontraido. A hora de contar os causos…que pena que a mesa esta sendo substituida pelo sofa da televisao…..

    abs,

    eymard

    DCPV resgata esse lugar, ainda que virtual. Porisso nao sou “saudosista”. Penso no presente e no futuro com muita alegria. A gente vai apenas “reiventando” as coisas que ja existem!

  13. Eymard, é isso… De alguma forma Edu criou um espaço que nos permite sentir “em volta da mesa” (ia escrever sentar… em um ato falho escrito saiu sentir)… Mas é por sentir que a mesa está posta e os amigos em volta dela que o papo flui, os assuntos são diversos e a intimidade vai sendo construída…

    No senso comum definimos virtual como o que não é real… Mas o virtual não se opõe ao real… se opõe ao atual. Assim como a árvore está virtualmente presente na semente, um texto está virtualmente presente no pensamento e a leitura está virtualmente presente no texto… Responder ao virtual é fazer surgir da semente a árvore, do pensamento o texto, do texto a leitura, do DCPV a mesa.

    Bom apetite!

    Adriana

  14. Edu,

    Mais um título para a posteridade, já disse que sou fã dos seus títulos e esse faz ligação direta com nossas melhores lembranças, tão bem descritas nos comentários.

    Uma das minhas tias editou um livro, que já está na segunda edição chamado “Nossas Receitas” e quase todas as receitas tem o título com o nome da criadora ou de quem a perpetuou na família, bem do jeito que vc fala: Carne Assada da Maria Almeida.

    Eu também tenho várias lembranças e há 2 anos fizemos um “workshop” na casa da minha irmã para resgatar a forma de preparar um doce. Tecnologia que estava restrita a uma única tia de quase 70 anos. Essa tia foi a palestrante convidada que fez uma mão na massa literal com a gente. Trata-se da receita dos pastéis de Santa Clara, que na minha família se chama pastel de nata há mais de 100 anos! Essa receita e principalmente o preparo é tão complicado que ninguém mais estava fazendo e ia se perder. Foi tudo registrado e muito divertido.

    Eymard e Adriana,
    Adorei a imagem, de fato também me “sinto” real em volta dessa mesa DCPV.

  15. Edu,
    Esqueci de dizer que já encomendei o meu exemplar das Memórias Gastronômicas. Pretendo trocar postais com vc e a Dé!

  16. Edu, esqueci de comentar que reparei no avental, certamente comprado na lojinha de uma das casas de Neruda… Não sou de fazer compras em minhas viagens… Gosto de viajar leve… Aliás não gosto muito de fazer compras… Mas não resisto às lojas dos museus…

    Abraços!

  17. Eymard, captei a mensagem!!
    E o prazer é todo nosso!!

    Ameixa, também gostamos e muito.
    Quanto ao patinho, pode deixar que nós o “traçamos”! 🙂

    Eymard, o “saritamontieleso” foi do Mingão, o nosso expert em coisas do arco da velha.
    Se bem que o vinho era “saritamontieleso” mesmo.
    Gostei também do saberes&sabores!

    Adriana, quer cartão/aerograma? Mande um e-mail pra eduardoarrobaveran.com.br.

    Claúdia, ainda não li, mas quase comprei (parece nome de filme!).
    É incrível como a nossa memória, ainda mais se tratando de avós, é extremamente ligada a cheiros!!

    Sueli, parabéns! Você acabou de entrar pro Guiness do DCPV como o maior comentário já feito até hoje (ganhou da Adriana, rs).
    E melhor ainda, você me fez lembrar dum prato que está mais do que ligado a memória da família: uma bela caranguejada. As famosas galinhas-do-mangue, cozidas num molho de tomates com muita cerveja. Tanto no molho como na hora de comê-las(los).
    Gratíssimo e abuse à vontade. O espaço é todo seu.
    Em tempo, o doce estava com grumos mesmo. Nada como entender de panelas!! 🙂
    Estas tuas memórias gastronômicas dariam um bom livro!

    Eymard, croquetas de jamon é covardia…

    Adriana, o que é exatamente este “trupico”? Somente queijo com pimenta? E porque este nome?
    E você acertou o orgão correto do corpo humano: o coração!!
    Tem mais. Pra quem chegou por aqui não diferenciando nenhum tempero, citar pimenta e orégano já é uma granfde evolução. 🙂

    Sueli, pastel! Pastel de carne e dos grandes!!
    Porque será que os os produtos de hoje são tão pequenos? Ou serão as nossas bocas que aumentaram?? rs

    Eymard, a Nina Horta cai neste post como uma luva!
    E quer dizer que o DCPV é uma mesa cibernética?

    Adriana, o termo é compatível.
    Numa mesa cibernética é muito mais fácil e produtivo, sentir do que sentar!!

    Madá, também fizemos o mesmo com a farofa minha mãe.
    Mas porque será que a farofa que ela faz ainda é muito melhor do que a que ela ensinou? Será que é o coração??
    Vamos trocar postais, sim!
    Na verdade, acho que todos devíamos imitar a Adriana e o livro, e enviar cartões postais uns pros outros.
    Seríamos, então, muito mais reais e do jeito que a coisa anda por aqui, bastantes poéticos!!

    Adriana, não é um avental. É um descansa-panelas imitando um avental.
    E foi realmente comprado na loja da La Chascona do espetacular Neruda!!

    Abs poéticos e reais pra todos.

  18. EDU

    Você ARRAZA nas suas respostas!
    Percebeu que a senhora aqui já nasceu pré destinada pras panelas, né?
    Isso mesmo! Os guaiamuns eram mergulhados num farto molho de tomates, só não sei se havia cerveja dentro desse lance, mas fora, com certerza!
    Você acha que eu tenho que pedrir desculpas à Adriana? Não foi minha intenção tirar-lhe o Guiness e eu até me desculpei com você. É que eu fui fondo, fui fondo… quando vi, já tinha ido longe demais. Pior é que eu ainda tinha esquecido o nhoque e os pastéis e estava me lembrando, antes mesmo de ler a sua resposta para nós, que havia esquecido de citar a deliciosa farofa de miúdos que meu pai faz até hoje, sempre no Natal, úmida, rica, diferente de tudo o que a gente costuma ver. Imagina?!
    Obrigada pelo seu carinho, Edu, aqui a gente se sente na mesa da casa da gente. Bom demais!
    Beijos

  19. EDU

    Pode me dizer quem foi que comeu todos aqueles divinos, apetitosos e brilhantes macaroons, que ilustravam a página?
    Eu entrava aqui toda hora, só pra comer com os olhos e você me volta com essa cúpula da Sacre Coeur?
    Já é a introdução pra Amélie?
    Beijos

  20. Sueli, grato.
    Os recordes estão por aí pra serem batidos!! 🙂
    E sentar pra conversar com a companhia de algumas galinhas-do-mangue é certeza de ir madrugada adentro.
    Sueli, infelizmente não comemos todos aqueles macarons (somente alguns!!).
    Eles são da vitrine do Lenôtre (ai,ai,ai!)
    E você acertou na pista da Amelie.
    Nossa, estou muito atrasado com as respostas! 🙂

  21. EDU,

    Estou conhecendo o seu blog e gostando bastante!

    É telegráfico sem deixar de ser caloroso. As fotos das refeições e, antes disso, de todo o seu preparo e inspiração, nos levam um pouco praqueles ambientes.

    Fiquei com vontade de repetir tudo aqui em casa!
    Igualzinho!

    Parabéns,

    HELIO JR.

  22. Helio Jr, você captou a essência do DCPV: telegráfico,caloroso e envolvente.Ah! Modesto também.
    Tudo a ver com a mídia em que ele é publicado.
    Repita e me diga como foi.

    Abs.

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