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dcpv – da cachaça pro vinho – provence – septième jour – tomates verdes (e multicoloridos) fritos (e feitos de outras formas)

10/07/2010

dcpv – Provence – Septiéme Jour – Tomates verdes (e multicoloridos) fritos (e feitos de outras formas).

O dia prometia. Acordamos cedo, demos uma bela olhada na horta do chef que fica praticamente ao lado do nosso quarto no La Cabro d’Or e descobrimos que além de tudo crescer facilmente por lá (tomate, manjericão, tomilhos, etc) …

… ainda vimos um montão de coisas diferentes e gostosas. Quer um exemplo? Sauge ananas que mais parecia um manjericão abacaxizado.

E as flores então? Lindas e curiosas também. Por exemplo, a da alcachofra que a Dé adora!

Corremos um pouquinho, fizemos o checkout e partimos pra Avignon, a terra dos papas

Esta história é boa: em 1309, o papa Clemente VI colocou na cabeça que queria porque queria mudar o papado de Roma e escolheu Avignon.  É claro que além de querer, ele também tinha uma série de problemas com os romanos.

E ao se transferir pra Avignon, modificou toda a rotina da cidade além de construir um tremendo palácio.

Avignon se transformou na sede papal e ficou deste jeito por 70 anos, até que os cardeais italianos se rebelaram e aconteceu o que foi chamado de Cisma. A partir daí, os papas de cidade Provençal eram considerados anti-Papas.

Antes de conhecermos o Le Palais des Papes, paramos na estação do TGV, pois a Re estava vindo de Nice e passaríamos o final de semana juntos.

Vimos a bela francesa, a Re, matamos a saudade e aproveitamos pra ir conhecer a Pont du Gard (fica a uns 20 km de Avignon).

Ela é parte de um tremendo aqueduto que os romanos construíram durante 15 anos e em 50AC.
No meu caso, era uma fixação, pois desde a primeira vez que a vi, planejei que iríamos até lá.

E é linda! Que bela obra de engenharia!

Além do mais, a Pont du Gard fica num tremendo parque com várias sombras (mais do que necessárias com aquela “lua”), …

… muita gente passeando e nadando, …

… e ela, a ponte, impávida, bem no centro das atenções.

Voltamos pra Avignon pois tínhamos um almoço reservado no Restaurant Chistian Etienne.

A cidade estava em festa por causa dum festival de teatro. Cartazes por todos os lugares, apresentações no meio da rua, enfim, tudo muito curioso e divertido!

Chegamos ao restaurante no horário e caímos (eu e a Dé) matando no menu degustação de tomates (este a Dé aprovou!!).

Foram 7 pratos formando uma verdadeira sinfonia sobre este fantástico legume/fruta.

Veja, leia e babe (se você for um tomatólogo como nós) na sequência de 10 passos:
1 – Uns amuses  básicos: gaspacho, pão de forma com molho e palitos de tomate. O outro eu não lembro.

2 – Vinho branco provençal, óbvio.

3 – Um pãozinho que só poderia ser de tomate.

4 – Um royale de tomate St -Pierre, jus de céleri branche a la mente. Refrescante.

5 – Um traditionnel tartare de tomates en trois varietés: au basilic, salade d’eté à l’huile d’olive. Crus e saborosos.

6 – Um flan de seiche à l’encre, tomates “Olivettes” confites, écume de vinaigre de citron au basilic.

7 – Um belíssimo consommé de tomates “Marmande” au cumin, brunoise e legumes Provençaux. Que caldo!

8 –Bille d’agneau en croute de basilic, concassée de tomates “Coeur de boeuf”, émulsion au parmesian. Um croquetaço atomatado.

9 – Um caillé de chèvre aux Picholines, mousseux de tomate “Noire de crimée”, “tomato gressini”. Lindíssimo.

10 – E a sobremesa foi um biscuit tomate-thé matchá accompagné d’une salade de tomates cerises et fraises, sorbet tomate, praliné au sésame.
Incrível  como todos os tomates eram saborosos, doces e harmoniosos.

A Re pediu a la carte (ela não suporta tomates!! Pode?) mesmo assim se divertiu:  um lindo canon d’agneau roti a la sarriette, papeton d”aubergines, sauce poivron.

E uma dessert, a l’abricot et la canelle en différentes textures.

Cafezinhos, docinhos (é claro que o macaron era de tomate!) e a certeza de que independente do que acontecer daqui pra frente, esta foi uma das melhores refeições da viagem.

Depois do almoço e pra fazer a digestão, o famoso “quilo”, aproveitamos pra fugir do calor e fizemos um tour pelo Le Palais des Papes.

Taí um passeio instrutivo e divertido.

Através dum caminho obrigatório, você conhece todo o interior dele e as transformações pelas quais passou quando cada um dos papas morava lá.

Rumamos pra Joucas (perto de Gordes) no centro do Luberon, onde faríamos o checkin no Le Mas des Herbes Blanches.
Hotel bacana, quarto também e com uma varandinha que tinha uma tremenda vista particular pro vale.

Pra não perder tempo (olha o slow!!), demos um pulo em Roussillon.

E no caminho pra lá, o primeiro grande contato com as lavandas em flor. Era só um aperitivo!

Voltando a Rossillon, pra variar um pouco é uma cidadezinha totalmente diferente das que vimos até agora já que ela é toda alaranjada.

São vários tons de laranja e que, por causa da luz do final da tarde (eram 19:30 hs), as nuances eram mais acentuadas ainda.

Eis outro lugar imperdível por aqui.

Ainda deu tempo de tomarmos um belo banho (mais do que necessário) e jantarmos no restaurante estrelado do próprio hotel.

Desta vez, nada de menu degustação. Somente a bela vista do vale do Luberon, …

… uns amusesinhos excelentes, …

… um ótimo foie gras de entrada (tive que comer sozinho pois a Dé achou muito gordo!), …

… um belo vinho rosé da casa, uma carne com gnocchi pra Re (repare que vieram 2 nhoques!), …

… um peixe com tempurá pra Dé (o chef é oriental), …

… um Boeuf com bok shoy (???, legume chinês por aqui?) pra mim, …

… um carpaccio de ananás com sorvete de alecrim …

… e uma salada de frutas vermelhas e tomates (ei-los novamente) com sorvete de baunilha pra dividirmos no esquema 2 pra 3.
Se bem que a Re só experimentou o sorvete.

Pronto, dia terminado. Andamos uns 20 passos e estávamos na cama.
Amanhã iremos realmente às lavandas. Uau!

Au revoir.

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Há 13 comentários

  1. Mais duas tomatólogas se apresentando: Julie e eu.
    Enquanto moramos na Europa, fazíamos degustação de todos os tomates possíveis, em todas as feiras que íamos. Coisa boa! 😉

  2. Socio, mais um dia espetacular. Mas esse nao foi nada slow (risos). Nao sou um tomatólogo, mas esse menu encarava sem problemas. Gostei da “sutileza”: nada de menu degustaçao….e rolei de rir. Voce contou a quantidade de pratos? Era quase um menu degustacao (ta certo que com 2 nhoques) a la luz!

  3. Edu, em plena terça-feira, esse relato, essas imagens…Como você acha que vou terminar minha semana?
    EU NÃO QUERO MAIS TRABALHAR, SÓ PENSAR NOS TOMATES, NAS LAVANDAS E NOS ANTI-PAPAS!
    Abr

  4. Edu
    Mais um belo capítulo da viagem.
    Já percebi que vcs viajaram com o Guide Relais & Chateaux embaixo do braço…
    Que venham as lavandas!
    Abraços

  5. Marcie, então já sei onde iremos na próxima vez. O Ciro também gosta?

    Sócio, sabe que eu pensei a mesma coisa. Somando-se tudo (amuses, meus pratos, as sobras dos da Dé e da Re) eu cheguei a conclusão que comi 2 menus-degustação no mesmo dia! rsrs

    Letícia, grato. E gostoso de fazer também já que eu tenho que comer quase tudo!! rsrs

    Luciana, você ainda não viu nada!! 🙂

    Mara, é a mesma sensação que tivemos ao comparar a Provence com a grande Ferraz de Vasconcelos. Se bem que dispensamos os anti-Papas!! rs

    Beth, é isto mesmo. Este livrinho é um espetáculo!! rsrs

    Ameixa, além de extraordinários, os campos tem o poder de elevar a viagem a outras dimensões. Eles parecem uma Disney das flores.

    Abs lavandiscos a todos.

  6. Começando pelo titulo ja gostei do post. Quem nao se emocionou com esse filme? E esse menu todo trabalhado no tomate?? Achei o maximo!!
    Vai ficar nas minhas anotaçoes ao lado de outro que utiliza trufas em tudo, o do Bruno, em Lorgues.Vi na TV5 que ele tem um Paris, Terre des Truffes, alguem conhece?
    Post maravilhoso, numa regiao maravilhosa .Ja Avignon, apesar de toda a movimentaçao cultural na epoca do festival do teatro, fica bem mais feia e desrrumada com a quantidade de cartazes espalhados por todo lado. Fora que arranjar uma vaga para estacionar o carro leva ao desespero.
    Tomara que tenha varios outros sobre a Provence.

    Abraços.

  7. EDU,
    Demorei, mas cheguei!
    Quanta delícia! Eu engordo só de ver as fotos. E o template está tão cheiroso que sinto daqui.

    Claudinha,esse filme é mesmo formidável.
    Sabe que o hotel onde ficaremos agora em outubro é na mesma rua do Terres des Truffes? Pergunta se ele está no roteiro? Se bobear será a bola da vez, colado no hotel, comodismo só. Pelo site é tudo de bom. Depois te conto.
    Beijos, queridos.

  8. Claudia, também gostamos do filme. E sabe que passamo sna frente deste restaurante, mas estávamos literalmente de ressaca! rs
    Estacionar por lá é um problema generalizado.
    Ainda tenho alguns posts pra publicar. O próximo é sobre ” A procura da lavanda perfeita”.

    Sueli, vamos esperar, então. Trufas são os nossos objetos do desejo! 🙂

    Abs e bjs a todas.

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