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dcpv – da cachaça pro vinho – a drix é do peru.

número 265
28/09/10

dcpv – A Drix é do Peru.

A Adriana, a Drix é uma fervorosa fã do Verdemar, uma rede de sex shops de BH. E eles editam uma excelente revista.
Vira e mexe, ela nos envia exemplares delas contendo muitas matérias interessantes e acompanhadas de ótimas receitas e fotos.

A Dé sempre dá uma bela observada nelas, as revistas, pois este tipo de material é um dos sonhos de consumo da nossa diretora de marketing, ela mesmo!

Este exemplar, o de nº 20, já tinha aportado aqui em casa há um tempão e versava sobre o Peru. Intitulava-se “Surpreenda-se, Peru Especial – ceviche+pisco+Machu Picchu+abacate” e, como coincidentemente a Drix tem uma “certa” veia peruana, ele ficou guardado pra ser usado em algum momento de recaída inca (a nossa viagem pra lá ainda é lembrada através das várias experiências pra lá de gastronômicas).

Juntando tudo isso, formou-se o menu desta noite.
Eu aproveitei pra desestereotipar a comida peruana dos famosos ceviches, lomos saltados, causas, suspiros limeños e até do Pisco Sour.

Portanto, prepare-se pra conhecer bem mais da gastronomia que está invadindo o mundo.

Adelante!

Bebidinha – Sky Blue (nome tipicamente peruano!! Não poderia se chamar Cielito Azul?)

Um belo coquetel com o sabor forte do Pisco.

Bata 1 dose de Pisco, 1 de suco de laranja, 1 toque de suco de limão e gelo. Despeje numa taça de martini, adicione 1/2 dose de curaçao blue e 1 lance de groselha. O “lance” é fazer com que a groselha se deposite no fundo da taça.

Entradas Salada de abacate, tomate e aipo; Taça criolla e Conchas a la parmesana

As duas primeiras são variações do mesmo tema: o abacate.

A salada é simples demais. Basta misturar um talo de salsão picado, 1/2 abacate maduro em cubos, tomatinhos-cereja a gosto, 2 colheres de pistache numa saladeira e temperar com azeite, sal, limão e um toque de orégano.

É extremamente refrescante e saborosa.

Já a Taça Criolla é um pouco mais trabalhosa, mas vale o esforço.
Comece fazendo o creme de pimentão: tire a pele e a semente de 2 pimentões amarelos (coloque-os no forno e envoltos em papel-alumínio) e bata no liquidificador com 1/2 pimenta dedo-de-moça, 200 ml de caldo de carne e sal.

Corte 1 abacate em cubos médios.
Faça um vinagrete com 1/2 cebola roxa picada, 1 pimentão amarelo em cubos, azeite, caldo de limão, hortelã e coentro picados. Tempere com sal.

Aí é só montar: distribua o creme no fundo dos copos.

Coloque os cubos de abacate e cubra com o vinagrete.

Pra melhorar ainda mais, salpique amendoim torrado e coloque uma pimenta biquinho pra dar uma colorida. Fantástico! Todos precisamos aprender a usar melhor o abacate.

Finalizando o início, as conchas.  Que nada mais são do que vieiras (eu e a Dé adoramos vieiras).
Elas são marinadas com sal, molho inglês e vinho branco. Depois, colocadas cada uma numa colher de porcelana , cobertas com parmesão ralado e levadas ao forno pra gratinar.

A sensação de comê-las numa colherada só é indescritível. Experimente! (Drix, esta o Carlos vai adorar).

O conjunto todo se mostrou harmonioso e não tinha como não limpar o prato com o pão italiano que a Dé nos ofereceu.

Up-grade? Sim, com o vinho branco Chardonnay Sibaris Undurraga 2008 Chile que  foi “festivo, suspiro limeño, cilibrino, frutal” segundo os usuários de poncho e conga, nós mesmos.

Principal – Cerdo com Algorrobina (mais conhecido como lombo de porco com maple syrup).

Outra receita facílima e surpreendente.
Corte um belo lombo em fatias e tempere com sal e pimenta. Cuide pra que ele não tenha muita gordura. Doure-os numa frigideira quente com azeite de oliva.

Acrescente pisco e flambe. É claro que chamei quem estava presente pra ver o espetáculo pirotécnico!
Retire a carne e agregue maple syrup, caldo de legumes e deixe reduzir.

Adicione creme de leite e misture. Tempere com um pouco de canela em pó!

Pra acompanhar, um arrozinho Basmati básico com um pouco de pimentão amarelo picado. Vamos chamá-lo de Lisoto Luz!

Prataço! E o lombo fica com aparência de quem fez bronzeamento artificial.

Sabores inconfundíveis e hermosos.

Já a harmonização não funcionou muito (amargo, avesso do avesso, caozesco, swerdine). O tinto Cabernet Sauvignon Sibaris 2008 Undurraga era muito áspero pra suavidade desta carne.

Sobremesa – Creme de abacate com cassis.

Sim, é uma variação do manjado creme de papaia, famoso nas “parrillas brasileñas”.
E no nosso caso, a variação foi maior ainda pois eu não tinha Licor de Cassis em casa.

A solução foi improvisar. Portanto, fiz o creme batendo 1 abacate maduro, 4 bolas de sorvete de creme e leite condensado a vontade.

E descemos os 3 (a Dé já tinha se recolhido) pra escolher qual licor combinaria mais com o creme.

Eu escolhi o Monin Granny Smith. Ficou bonito e bem saboroso.

O Déo escolheu um legítimo Licor de Jenipapo Crioulo. Ficou bonito e não muito saboroso.

O Mingão escolheu o Baileys. Ficou não muito bonito e não muito gostoso. rs
Prometo que da próxima vez compro o Licor de Cassis.

Leia a opinião dos incas não-venusianos:

É du Pirú? É do Peru! Hermoso! (Edu)
Que Gaston que nada! Grande Edu! (Mingão)
Astecamente delicioso. (Deo)

Todos sabemos que o Peru é o país da moda, especialmente no binômio gastronomia/turismo.
Ingredientes diferentes, misturas inusitadas e acima de tudo, uma comida saborosa e marcante que integram o caldeirão desta cultura.

Basta a nós aprendermos com eles e sabermos utilizar com sabedoria aquilo que a mãe natureza nos propicia.
Quem sabe logo, logo não estejamos escrevendo sobre os segredos (ainda pra nós) que a Amazônia, o Cerrado, os Pampas e até o nosso quintal escondem!

Adiós.

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Há 14 comentários

  1. Edu, como os incas eram politeístas, não seria sacrilégio algum dizer que esse foi um jantar dos deuses.

    Os incas despertaram meu olhar, muito antes de descobrir minha “veia peruana”. Nas aulas de história da arquitetura encantava-me com seus templos, canais de água, diques, palácios e casas, construídos de pedra, em região tão montanhosa. A América do Sul passou a fazer parte de minha vida, por meio de um amigo/ hermano argentino, o que deu força a um antigo desejo de falar espanhol. Busquei um curso para fugir do portunhol, quando cursos de espanhol quase não existiam. Repetindo San Martin, depois veio o Peru e hoje, admito, tenho um olhar especial, carinhoso, para o país.

    Tudo parece estar delicioso, principalmente para mim que adoro abacate. Também adorei o colorido dos pratos. O vinho chileno ora harmonizando, ora não, nos revela que por aqui, nessa imensa latinoamerica, somos assim mesmo: temos nossos desentendimentos, de vez em quando. Faz parte de nossa relação fraterna.

    Edu, o post chega em momento oportuno, como uma homenagem a Mario Vargas Llosa. E como ja perceberam que sou boa observadora, obrigada Dé, por me fazer presente no porta-guardanapo em forma de flor.

    Vou colher as impressões de quem entende do tema e retorno depois :- )

  2. hum, sabe quando você começa a mudar os seus pre(conceitos)? Pois é. Fomos experimentar comida peruana num badalado restaurante recém inaugurado e…não gostei. O que acabou confirmando uma máxima: não gosto de comida peruana!! (risos)

    Mas vendo esse menu me deu agua na boca. Já posso começar a rever os meus conceitos.

    Quanto ao licor de cassis, desconfio que não ficaria bom com o abacate. Quem sabe o licor de Chartreuse? Já experimentei uma versão de manga com esse licor que ficou um espetáculo. Abacate é difícil combinar, mas eu arriscaria…

  3. Edu
    fantástico jantar esse da turma do poncho-e-conga ( você me fez lembrar do maravilhoso e ácido Telmo Martino que escrevia sua crônica no Jornal da Tarde nos anos 80 e que não sei se foi quem forjou a denominação )!
    E é claro que sua menção a incas venusianos me deu saudade do National Kid…
    Um abraço!

  4. Anahi, colorido e melhor, gostoso!

    Drix, incas também mandam por aqui. Que bela civilização!
    E os venusianos, mais ainda! Awica! 🙂

    Ameixa, já falei: experimente abacates em pratos salgados. São muito bons.

    Sócio, pode mudar. Aquele peruano de Brasília era gato, ôpa, puma! rs
    Quanto ao licor de Cassis, vou discordar. Acho que combina, sim!

    Carmem, comida colorida e … gostosa.

    Kika, que legal lembrar do Telmo Martino e dos aúreos tempos do JT. Ele citava muito a turma dos poncho-e-conga.
    Quanto aos venusianos, precisamos conversar com o Dr Massao Hata.

    Abs abissais pra todos.

  5. Ora, Edu
    convide-o para a praia da grande Ferraz de Vasconcelos e seduza-o com os insuperáveis comes e bebes! Capaz até do honorável Nátchiônálo Ki-í-tô ( lembra da musiquinha?) aparecer para fazer uma boquinha…
    Abraço venusiano.

  6. Isso não se faz, Edu. Esperou eu viajar para publicar essa maravilha? Adorei tudo.
    Acho que abacate combina, sim, com licor de Cassis. Esse licor fez falta à essa sobremesa, assim como a geléia de laranja, para o meu molho. rs
    Parabéns, Edu. Tudo lindo e tenho certeza que delicioso.

  7. Kika, já está convidado. E você também.
    Vamos fazer um encontro dos incas com todo mundo a carater. Awica!! rs

    Sócio, eu também! 🙂

    Sueli, geléi de laranja? Ainda! rsrs

    Abs “abissais” a todos!!

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