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isbsb – minha visão (by eymard)

final de semana em BSB
missão final

ISBSB – Minha visão (by Eymard)

Desde o primeiro encontro, aquele que foi koyaanisqatsi, eu sabia que tínhamos química. Pessoas tão diferentes, unidas pelo que mesmo? Por um caleidoscópio de identidades e diferenças.

Eu não ia escrever esse post. As três versões do encontro já registravam, ao meu sentir, tudo o que se poderia falar do ISBDF. Relutei.

Continuo achando a mesma coisa. Não tenho nada a acrescentar. Então, por que escrevo?

Pelo que tenho aprendido com esse grupo. Em especial com o anfitrião do blog. Manter uma rotina semanal de encontro, mesmo quando falta inspiração, não é para qualquer um. E ele faz. Assim como faz acontecer o IB e o ISB.

Neste, a oferta generosa das visões dissonantes (ou não) do mesmo encontro. Superando minha dificuldade de “inspiração”, calço as sandálias da humildade para simplesmente escrever. E vamos nós!

Como escolher um menu que agradasse desde o paladar da Adriana (que só come filé bem passado à milanesa com arroz branco ou batatas), passando pela Sueli (cujas receitas devem ser milimetricamente seguidas) e a incerteza da presença do casal botucatuense?

Bem, bastaram elogios de Sueli e Adriana para um IB (NR – O da Bruna do Gourmandisme), misturado ao sabor das gougères e da sobremesa recentemente aprendidas na Borgonha, com a simplicidade, se tudo for por água abaixo, das omeletes em duas versões: a rica e a pobre, segundo nossa mestra Sueli e o menu está fechado!

Problemas de execução. Lourdes rodou todo o Distrito Federal atrás das clementinas. E nada. Por aqui as clementinas são difíceis de encontrar. Ao fim, bendito seja o Pão de Açúcar, conseguimos.

Resolvemos, no final de semana que antecedeu o encontro, reproduzir o menu em casa para saber como ele seria executado com os ingredientes conseguidos em terras candangas.

Compramos todos os ingredientes e, mãos à massa: gougères, entrada, risoto e sobremesa. Só pulamos as omeletes, afinal, os dois chefs não haviam antecipado seus segredos. Os vinhos foram experimentados para ver o que ia melhor. Um branco não muito encorpado (um chardonnay, por exemplo, estaria fora) e um tinto potente (afinal, o bacon pede um tinto mais estruturado).

As gougères ficaram boas. Mas observamos que deveríamos ter colocado um pouco mais de queijo e deixado um pouco mais no forno.

A entrada, perfeita! As clementinas do Pão de Açúcar funcionaram muito bem e o contraste do “melaço” da rapadura com o salgado do queijo parmesão funcionou perfeitamente para o nosso paladar.

O Risoto agradou a todos. Bem molhadinho. Contraste da leveza da abóbora com o “graxo” do bacon.

A sobremesa tivemos que fazer e repetir. Isso porque Lourdes achou que a massa não estava na textura certa e que poderíamos ter problemas de execução no dia do ISB. Por fim, deliciosa.

Toda a preparação rendeu altos papos na cozinha e ideias. Que tal um avental personalizado? E um “pano de prato” com o nome de cada participante? Isso. Ideia na cabeça, mãos à obra.

Lourdes queria um quadro negro. Não foi possível. Daí a ideia dos bloquinhos de anotação. Funcionaram bem e, de última hora, lembramos dos elásticos coloridos, afinal, os sócios são bem fashion!!!

Testado o menu. Inventados uns mimos, restava escolher onde faríamos o primeiro encontro da sexta. Poderia ser em casa, pensamos. Apenas uma boa música, umas coisas para beliscar e bom vinho. Bom vinho? Vamos apresentar a Grand Cru de Brasilia para eles? Afinal é um lugar que vamos sempre e que somos muito bem atendidos pelo Adão e todo o pessoal que trabalha lá.

A escolha parece ter agradado (até a Sueli!). O pessoal da Grand Cru caprichou e deixou reservado para nós o salão com os “grand cru”! Uma bela sala com mesa de madeira pesada e ambiente entre o rústico e o sofisticado. Iluminação agradável, flores vermelhas ao centro, manjericão, manjerona e outras ervas displicentemente colocadas nas laterais.

Se a sexta será intimista, o sábado é “O” dia especial. Portanto, para a noite, apenas um lugar bonito. Beira lago. SOHO. Ali, na beira do lago, dá pra pensar, ao menos por instantes, que estamos à beira mar. E funcionou assim mesmo.

Domingo? Eu tinha pensado em algo que só tem aqui em Brasília. Que tal a Quituart, no Lago Norte? Um lugar muito simples onde famílias locais se juntaram em cooperativa para, aos finais de semana, apresentar cada uma um tipo de comida. Quando viemos para Brasilia, com filho pequeno, era um lugar que freqüentávamos e nos sentíamos em casa. Ambiente puramente familiar, ideal para quem, como nós, tínhamos família 900 quilômetros daqui. Tem muitos anos que não vamos lá. Sueli, no entanto, disse que o local se não tinha fechado, estava muito decadente, segundo informações de amigos. Não teríamos tempo de ir até lá antes para conferir, portanto…melhor ir no certeiro Oliver. Agrada gregos (Adriana) e troianos (Sueli) – (ou seria o inverso? Não importa!). Agradou mesmo.

Bem, no meio da comilança, claro que o grupo também se alimenta de cultura. Não programamos muito. Deixamos acontecer. Sabia que tínhamos que ir na Catedral, afinal, das duas outras vezes que Edu/Dé estiveram por aqui ela estava em obras. Então, o tour começaria por ali.

Dali tínhamos algumas opções a seguir e decidimos arriscar o Itamaraty. A escolha não poderia ter sido melhor. O tour é guiado por alunos do Instituto Rio Branco. Aproximação perfeita com o sonho de um Brasil moderno na inspiração de Niemeyer e dos artistas que caprichosamente doaram suas obras para o acervo do Palácio. Passeio que deveria ser obrigatório. Um orgulho ter artistas da qualidade dos nossos que não só concebem e realizam a arte, mas inspiram vocação modernista para um futuro melhor (da janela vê-se a paisagem da praça dos Três Poderes e, em linha reta, o Palácio da Justiça. Tudo muito simbólico. Cada coisa com sua referência. Nada está lá por ou pelo acaso. Ali me deu uma sensação de que reclamamos demais e agimos de menos.)

Agora que acabei de escrever percebo que esse ISB, para além do encontro sempre prazeroso e de poder receber os amigos em casa, com simplicidade e dedicação, me trouxe grande lição.

A maior delas, somente agora eu me dei conta: nada está ali por acaso. Reclamamos demais, agimos de menos. A paisagem da janela revela que mudar e agir depende só de nós. Não precisamos de grande inspiração. Apenas o gosto de fazer bem feito. De estar com amigos. De preparar a casa e o encontro e de saborear, a cada novo relato, “O que foi feito deverá”!

Falo assim sem saudade,
Falo assim por saber
Se muito vale o já feito,
Mais vale o que será
Mais vale o que será
E o que foi feito é preciso
Conhecer para melhor prosseguir (Milton Nascimento)

Acompanhe o meu relato sobre os 3 dias da viagem a Brasília:
Primeiro dia – ISBSB – Lá vamos nós pra Brasília.
Segundo dia – Um almoço ecumênico e miscelânico.
Terceiro dia –
A torre Eiffel de Brasília.
Veja também a visão da Drix: Experiências de aprendizagem pessoal e coletiva… ou, como ser um bom professor! …
… e da Sueli OVB: ISBSB – “Onde quer que haja mulheres e homens, há sempre o que fazer, há sempre o que ensinar, há sempre o que aprender.” Paulo Freire

Até o próximo ISBSB.

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Há 0 comentário

  1. Eymard, menino, ainda bem que “você encontrou aquele verso”…!
    Eu, particularmente, não gosto da melodia dessa música do Milton, embora ela tenha versos lindos e você tenha coseguido pinçar o que há de melhor.
    Não precisamos ser eloquentes para nos expressar, basta deixar fluir o sentimento, com simplicidade e autenticidade. Foi isso o que você fez lindamente, depois de relutar.

    “Falo por acreditar, que é cobrando o que fomos, que nós iremos crescer.
    Outros outubros virão,
    Outras manhãs, plenas de sol e luz”

    Sim, outras tantas manhãs de luz e sol, parceria e alegria virão para nós. Outras tantas noites de harmonia e camaradagem, ensinamento e aprendizagem. Outras tantas viagens e encontros virão, com a certeza de que a beleza estará sempre ali: no inusitado ou no corriqueiro; no extraordinário ou no ordinário; no que vemos e no que sequer percebemos, no que fizemos e no que ainda nos resta fazer.
    Amém!
    Beijos a todos

  2. Mâitre Eymard,
    Pegando a deixa poética, aplaudo a performance, do aperitivo à sobremesa. com palavras de Vinicius: “A vida é a arte do encontro”.
    Abs a todos,
    Dodô (ou Evandro)

  3. Sueli, ordinário? Onde? rs

    Lu, o menu foi bom. O problema foi a Drix!! 🙂

    Dodô (ou Evandro), nós com a comida e a vida, vivemos um grande amor!

    Drix, o sócio está de mal. E aí?

    Abs mineirins pra todos

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