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48º interblogs – marina mott no dcpv

04/09/2012
número 328

dcpv – 48º interblogs – Marina Mott no dcpv.

Edu, boa noite!

Desculpe o adiantado da hora, mas ando correndo que nem louca. Trabalhando muiiiito! (nasci pra ser princesa, mas ainda não rolou…hahahaha). Estou mandando o menu. Vê se você aprova. Mando o texto durante a semana. Pode ser? Montei pensando em coisas que pessoas que eu sempre amei gostam muito: meu pai; minha Nonna; minha mãe; etc.
Nada sofisticado, mas tudo gostoso. Garanto.
Beijo e bom final de semana!!

Bom, foi assim que terminou mais uma capítulo dos interblogs (quer saber o que é?).

E este projeto é muito bacana justamente por causa disso. Todos tem o mesmo objetivo e ele é sempre alcançado, ou seja obtemos o maior prazer através da gastronomia.

Mas sobra muito também sobre o estudo do comportamento humano. Uns conseguem enviar tudo no prazo, outros já não (o que não foi o seu caso, viu Marina!).

Uns menus parecem que serão a oitava maravilha do mundo. E são só a sétima! 🙂 (o que também não foi o caso da Marina. Vocês verão!)

Em outros percebe-se claramente a conotação gastro-pirotécnica.
Já em outros, a comida de sustância (neste caso, aconteceram as duas vertentes).

E este, o da Marina Mott (do blog homônimo) tem um pouco de cada coisa, mas especialmente, o formato duma comida confortável e com sobrenome.

Vamos então, ao 48º interblogs, um projeto que pode dar umas travadinhas, mas não para nunca!! rs

Bebidinha – Bloody Mary

Com este menu familiar, só poderíamos fazer um drinque bem caseiro.

Entradinha: Salada de Repolho e Abacaxi

Ingredientes – 1/2 repolho roxo grande cortado bem fininho, 1 abacaxi bem doce e maduro cortado em cubinhos, 100 gramas de passas brancas, 150 gramas de nozes picadas, sal marinho triturado, azeite, vinagre e maionese a gosto.

Misturar bem o repolho com o abacaxi (que ficou escorrendo por uma meia hora, sobre uma peneira, após ser cortado); as passas e as nozes. Temperar com sal, um fio de azeite, o vinagre de vinho e maionese a gosto. Costumo colocar apenas umas duas colheres. Está pronto!

Esta salada é uma belezura.
É crocante, doce, salgada, saborosa e cativante; tão que a Dé já passou a receita pra Flora incorporar ao menu de casa (e a minha mãe já pediu a receita!).

E por não ter as uvas-passas brancas em casa, dei um upgrade em tudo ao utilizar umas cranberries desidratadas.

Resolvi servir separadamente pra não desperdiçarmos a oportunidade duma verdadeira degustação.

Entrada – Sopa de Mexilhões

Ingredientes – 2 cebolas cortadas grosseiramente, 2 alhos porós cortados em rodelas, 1 dente de alho, manteiga para dourar ligeiramente os ingredientes acima, 650 gramas de mexilhões, 1/2 garrafa de vinho branco seco, 2 xícaras de caldo de peixe, 400 gramas de creme de leite fresco.

Dourar a cebola, o alho poró e o dente de alho na manteiga, até murchar bem.

Acrescentar os mexilhões e fechar a panela. Deixar em fogo baixo e cozinhar até os mexilhões abrirem.

Após aberto, colocar o vinho, deixar ferver e apurar. Quando tiver reduzido até a metade dos líquidos, juntar o caldo de peixe e deixar ferver por alguns minutos.

Juntar, então, o creme de leite e deixar ferver por mais alguns minutos. Coar o caldo em uma panela e reservar. Retirar os mexilhões dos temperos e colocá-los no caldo peneirado. A sopa está pronta. Ferver na hora de servir, dando pequenas batidas com o batedor aramado. Servir com pão italiano.

Falar desta sopa é, desculpem o trocadilho, chover no molhado!

Inicialmente, o cheiro desta receita invadiu toda a nossa casa. Imagine a junção do odor dos mariscos, do vinho branco, do “vero” caldo de peixe?

E pra melhorar, quando se come, tem-se a impressão de experimentar uma legítima sopa thai.

Marina, esta foi covardia!

Pra aumentar a tal, harmonizamos este prato (a entradinha também) com um vinho branco Chardonnay Jacob’s Creek 2010 que foi “untuoso, palavras ao vento, suntuoso, frutuoso” segundo os cunhados que chegam sem avisar, nós mesmos.

Principal – Talharim com Camarões

Massa – Ingredientes – 500g de farinha de trigo, 4 0vos.

Colocar a farinha peneirada em uma vasilha, fazer uma cova no centro e verter os ovos inteiros. Ir misturando com as mãos até incorporar toda a farinha. Caso sinta que é necessário (pois varia a quantidade de ovos por conta das diferenças de tamanho), dar pequenas borrifadas de água com as pontas dos dedos. Amassar muito bem, e deixar descansar na vasilha, coberta com filme plástico, por umas 2 horas. Após esse tempo, abrir com a massa na mesa polvilhada com farinha, até a espessura desejada. Enrolar a massa como um rocambole, e cortar o talharim. Desenrolar cada rodelinha de massa cortada e pendurar em um cabo para não grudar. Pode-se deixar secar e aí utilizar, ou pode-se cozinhar ainda fresco.

Molho de camarões – ingredientes – 1 kg de camarão sete barbas descascado e escorrido em uma peneira por alguns minutos para perder um pouquinho da água, …

… 5 dentes de alho grandes bem picados, 1/2 pimentão verde cortado em tiras muito fininhas e depois em 3 partes, 2 folhas de louro, 4 latas de tomate pelado, sal quanto baste.

Refogar o alho no azeite até começar a murchar; juntar o pimentão e deixar murchar bem. Juntar os tomates e as folhas de louro e deixar refogar bem. Abaixar o fogo e deixar o molho apurar até secar a água (mais ou menos uma hora e meia), mexendo de vez em quando. Reservar.

Em uma frigideira grande (eu uso uma wok), colocar azeite e deixar esquentar bem. Colocar os camarões e dar uma “fritadinha” até eles mudarem de cor. Esse processo é bem rápido, para os camarões não ficarem borrachentos.

Colocar os camarões no molho e está pronto! Pode-se colocar um pouco de salsinha picada e pimenta do reino. Eu não ponho a salsa, ponho só a pimenta.

Misturar a massa no molho na hora de servir.

A massa só poderia ter sido feita em casa (isto é lei por aqui!) e do modo Luz (com direito a máquina e tudo o mais).

E pela Dé e pelo Mingão (que milagrosamente chegou cedo). Ficou perfeita!

Já o molho, se transformou em quase que um ragu, tamanha a interação entre o alho, o pimentão e especialmente, os tomates pelados.

Um dos belos segredos da Marina é justamente fritar os camarões numa wok antes de juntá-los ao molho. Isto deixa os crustáceos bem crocantes.

E quando tudo se complementa num prato, dá pra imaginar a satisfação de todos.

Não sobrou nada em nenhum dos pratos!

Demos uma ousada mínima e tomamos um vinho tinto Cabernet Sauvignon/Carmenere chileno, o Casilda 2009 que foi “mussun’s, jorgão/serginho, puro mé,  driblevasqueso” segundo as tias que sempre chegam antes nas festas, nós mesmos.

Sobremesa – Doce Gelado da Nonna

Parte I –
Ingredientes – 1/2 litro de leite integral, 4 gemas, baunilha a gosto, 5 colheres de sopa de açúcar, 1 colher de sopa de maizena

Misturar todos os ingredientes muito bem e levar ao fogo batendo sempre com o batedor aramado, até ferver e engrossar. Deixar esfriar bem. Reservar.

Parte II
Ingredientes – 200g de creme de leite fresco, 4 colheres de açúcar. Bater na batedeira o creme de leite fresco e bem gelado com o açúcar e gotas de baunilha, até ficar em ponto de chantili firme.

Misturar o chantili com o creme de confeiteiro feito acima. Colocar bocados do creme, resultado das misturas, em taças de Martini.

Parte III
Ingredientes – 4 claras, 12 colheres de açúcar, 12 ameixas em calda.

Misturar as claras com o açúcar e aquecer em banho maria, batendo sempre com o batedor até esquentar bem. Levar imediatamente na batedeira e bater até ficar em ponto de glacê bem firme. Cortar umas 12 ameixas em calda em pedaços bem pequenos e misturar no glacê (sem a calda). Colocar esse glacê sobre o creme nas taças e levar à geladeira. Pronto!! Colocar uma ameixa sobre cada taça, sobre duas folhinhas de qualquer árvore frutífera. Só para decorar. E servir bem gelado.

Eis mais um exemplo de receita perfeita.

Tudo muito fácil de fazer (a Dé trabalhou muuuuuito desta vez, além de tirar fotos e decorar tudo!).

O creme é perfeito (o crime também) e a cobertura de ameixa mais se parece com um legítimo marshmallow.

Marina, foi o fechamento com chave de ouro.

Resumo da ópera: a noite toda foi espetacular. Todos os pratos se harmonizaram e só tenho uma coisa a dizer: repitam este menu em casa e não se arrependerão.

Portanto, Marina, grato pela preciosa participação.

Se a intenção dos interblogs é justamente o congraçamento entre blogueiros dito gastronômicos e, melhor, com o sub-produto de comermos bem; podemos dizer que todo o objetivo foi mais do que alcançado.

E apesar das flores estarem nos vasos, nós só poderíamos enviar pra você flores virtuais gastronômicas (direto da nossa horta) e que foram realmente utilizadas como decoração nos pratos.

Eis a opinião dos titios que apertam as bochechas dos sobrinhos, nós mesmos:
Irrepreensível. Um menu completamente Mottado! (Edu)
Que famiglia ***** estrelas. Queria essa Nonna pra mim! (Mingão)
Espetáquila! (Deo)

Tive uma infância linda. Não posso me queixar. E, com toda a certeza, minha Nonna, a Odette de Barros Mott, escritora de livros infanto-juvenis, meu Nonno, o Leone, nascido austríaco, na divisa com a Itália, tendo sua terra natal virado província italiana após a guerra, Fiera de Primiero, foram grandes responsáveis por boa parte destas lembranças. Isso, aliado à segurança e tranquilidade de me sentir amada por meus pais e ter uma família linda. Éramos quatro irmãs. Todas meninas, todas com os nomes começando com M. Cachorros, papagaio, quintal, férias no interior, muitos passeios à cavalo, enfim, meus vínculos familiares são muito fortes. De todas as irmãs, eu herdei de minha mãe, que por sua vez herdou da Nonna, o gosto pela cozinha. Já do Nonno, a quem eu adorava acompanhar nas idas para a Fazenda de Araçariguama, onde criava porcos, ganhei a possibilidade de ver muitas mulheres fazendo pão, doces em tachos de ferro e cobre, sobre o fogo direto no chão. Assim, após esse seu convite generoso, tinha que escolher pratos que me lembrassem todas as razões que me levaram à cozinha. Nada suntuoso, nada difícil, mas, pelo menos eu acho, tudo muito gostoso! Espero, sinceramente, que gostem.

Pessoal, acredito que ninguém tem dúvidas que nós gostamos muito, né? Até o próximo …

… que finalmente será a versão “oficiosa” das belíssimas receitas que a Paula Labaki do Cozinha da Lena nos enviou. Desta vez, vai!! 🙂

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Há 0 comentário

  1. Edu, oi!

    Ficou fantástico! Eu me senti homenageadíssima! E, o principal, as receitas, que eu prezo tanto, foram para lá de respeitadas e lindamente preparadas!!

    Muito obrigada!!!

    Grande beijo!

    PS fiquei com lágrima nos olhos…

  2. Também cobicei a sobremesa. Minhas preferidas: sem massa. Somente creme. A Dé no fogão também foi uma novidade! Quanto ao menu, parabens Marina Mott e aos executores pois pareceu tudo muito saboroso.

  3. Marina, nós também ficamos com muitas lágrimas ao apreciar tudo! 🙂
    Grato pela preciosa participação.

    Vitor Hugo, quando você vier aqui, demonstramos a pirotecnia! rs

    Sócio, a Dé mandou avisar que está chateada!! rs E você certamente (formigão que é) gostaria da sobremesa.

    Ameixa, você aparece quando citada, né? Também estamos e esperamos que esteja tudo bem por aí.

    Abs marinados pra todos.

  4. concordo com a clécia, kd a nata? Ora, creme de leite é creme de leite, nata é nata, que coisa mais óbvia! Pedi que me trouxessem nata, que veio por uma pessoa de avião, e qdo entrei aqui, procurando por bacalhau na nata ou com, td é creme de leite! Puxa vida, gosto bastante deste site, mas não deviam deixar passar esse tipo de coisa! Quer dizer que qdo tiver uma receita com creme de leite tb posso substituir por nata? * REsposta Tudo Gostoso: Nata é a mesma coisa que creme de leite fresco. Inclusive há muitas pessoas no Brasil que desconhecem o nome NATA.

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