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dcpv – da cachaça pro vinho – gouté + piselli = trufa + piemonte

o Piemonte é logo ali.
6 maggio 2010

dcpv – Gouté + Piselli = Trufa + Piemonte

Lá vou eu falar em viagens, ou melhor, no planejamento delas (de novo!).
É incrível como cada viagem realizada tem o poder de te induzir a ir prum lugar parecido com ele mas, aparentemente nem tanto.

Tá complicado, né? Deixa eu explicar melhor: quando fomos pra Toscana, pensávamos, lá mesmo, como seria bacana ir pro Piemonte. E dissemos: a nossa próxima viagem  no formato carro+hotel seria pra lá.
Passou o tempo (vieram Miami e Paris) e resolvemos que iríamos pra Provence.
E do nada ou melhor, através dum e-mail da Gouté (a agência superespecializada da Tati e da Dani) fiquei sabendo que aconteceria um jantar no restaurante Piselli (por sinal, nunca tínhamos ido lá) com um chef italiano, o Bruno Cingolani, que faria pratos piemonteses e melhor ainda, com a farta utilização de trufas negras. Claro que as panelas seriam compartilhadas pelo Paulo Kotzent, o chef do Piselli.

Não tinha nem respondido e recebi um release (é, eu recebo alguns) sobre o evento.
Ele explicava que o Juscelino “Maravilhoso” Pereira, proprietário do Piselli, estava direcionando a comida do restaurante pro Piemonte.
E pra isso, fechou uma parceria com o Bruno, do restaurante Dulcis Vitis, localizado em Alba, a meca das trufas.

Este jantar também marcaria o lançamento da viagem ao Piemonte que a parceria Gouté/Piselli realizará e que, inclusive, terá o Juscelino como guia. O roteiro parece ser espetacular já que haverão visitas à vinícolas, caça às trufas, aulas de culinária, degustação de queijos especiais in loco e mais um tanto de atividades entre elas, visitas aos restaurantes preferidos tanto do Juscelino como do Bruno.

Daí, pra fazermos a reserva e descobrirmos o que efetivamente rolaria por lá, foi um pulo.
O jantar seria de 7 cursos (a Dé quase me matou!! rs) com a devida harmonização de vinhos e tudo o mais. E melhor, vinhos do Piemonte!

Pronto! Lá estávamos nós e no horário, 21:00 hs. O restaurante estava bastante cheio e chegamos experimentando pães quentes, crostatas, pasta de ervilha (daí o Piselli?) e uma bela manteiga.

Começamos, efetivamente, a Cena Piemontesa, com os Gli Antipasti.
Um, a Frittatine di Erbe aromatiche e Porri, salame Piemontese al Barbaresco. Vinho – Roero Arneis Vietti 2007.
Tudo muito simples nesta fritada de ovos caipiras, ervas frescas e alho poró. E harmonizando com o acompanhamento do potente vinho branco.

Outro, o Crostone di Pane com Bagna Cauda, Uovo al paletto e Tartufo Nero. Vinho – Castelvere Gabiano 2007.
Uma fatia de pão italiano com um ovo frito que tinha a gema mais laranja que já vimos até  hoje.

E foi o nosso primeiro contato com as trufas pretas. O próprio Bruno ralou a “danada” nos nossos pratos.

Ela não tem o aroma tão acentuado das brancas, mas a sensação de ver este monte delas juntas e tão de perto foi muito boa.

I Primi Piatti

Tortini di Verdure con crema de Formaggetta di Capra del Piemonte e Tartufo Nero. Vinho – Nebbiolo Perbacco Vietti 2006.
Uma tortinha de legumes saborosa com uma cobertura dum queijo de cabra artesanal. E a presença da flor de abobrinha fresca formando um verdadeiro sol. Sobre o Sol do Piemonte.

Gnocchi di Patate al  Castelmagno. Vinho – Adornes Riserva Gabiano 2004.
Este gnocchi (que é um dos pratos típicos da região) estava delicioso. A Dé que é uma nhocóloga confessa, delirou. Estava macio demais e a cada garfada, desaparecia na boca, deixando somente o gosto do rei dos queijos italianos, o Castelmagno.

Imagine o sabor (e odor) logo depois da trufa ralada se misturar ao prato.

Il Secondo Piatto

Uma  Spalla di vitello affogata nel Barbera con verdure di stagione. Vinhos – Matilde Giustiniani Riserva Gabiano 2003 e Barolo Santo Stefano di Perno Mascarello e Figlio 2003.
Cubinhos duma paleta de cordeiro cozidos lentamente no vinho Barbera com minilegumes crocantes. Tive que fazer um tremendo “esforço”  pra comer os dois, pois a Dé se recusou a experimentar. Questão de princípios! rs

I Formaggi

Tuma di Capra Satagionata sotto la cenere, Capra d`Alpeggio Stagionata, Tuma del Bergè, Blu di Briancion Erborinato.
Este foi a piece de la resistance. Um queijo melhor do que o outro que, inclusive, fizeram a Dé sair do voto “não como mais nada” que tinha feito.

Perceba a cremosidade do Tuma de Capra.

I Dolci

Pera cotta nel Moscato d`Asti, crema alla vaniglia gratinata e torta di noccile del Piemonte. Vinho – Malvasia Il Giardino di Flora Gabiano 2008.
Pra jogar o barco nas trufas, opa, nas pedras só comendo este doce que tinha uma espécie de lâmina de creme brulée (a tal vaniglia gratinata) e uma torta de avelãs extremamente macia.

O tal Malvasia foi um dos vinhos de sobremesa mais misteriosos que já tomamos: era tinto, com gradação alcoólica baixa, com um odor profundo de rosas vermelhas (gostou, Eymard) e a última surpresa, era frisante. Spetacollo!

Pronto, tudo terminado. Só nos restou ir pra casa e sonhar com o Piemonte, que não está tão longe assim. Pelo menos nesta noite ele foi aqui, no Piselli.
Ah! Aproveite pra dar uma olhadinha no tamanho da “criança”!

Antes de ir embora, uma saideira. Tomei uma Grappinha. Afinal, não sou de ferro! rs

Um arriverdeci ma-ra-vi-lho-so pra vocês.

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Há 33 comentários

  1. eduardo,
    esse post é uma covardia completa! Fiquei em duvida quando foi essa “festa” barbaresca. Voces se desintegram e reintegram? Nao é possivel! Voce e dé tem clones? Diga, qual é o verdadeiro segredo? Existem varios dus e des. Eles estao por toda a parte (risos). Tenho alguns comentarios mais especificos sobre alguns pontos. Volto mais tarde!! (isso nao é uma ameaça….risos).

  2. Da série “não sei o que eu gostei mais”. Seria a incrível gema? O nhoque mais bonito que já vi? As trufas mais abundantes que batata frita em buffet? Ou a grappinha pra finalizar? Me abstenho de uma posição. Quero é tudo junto mesmo.

    Abraço
    Geraldo Figueras

  3. Comecei a gostar da Itália, ainda criança, nas provas de Geografia… Quando era preciso localizar no mapa países que se misturavam em suas fronteiras, como Áustria, Alemanhas (naquela época eram duas), Polônia, Romênia, Tchecoslováquia (para compensar as Alemanhas, naquela época era uma, assim como a Iugoslávia) lá estava ela, inconfundível: a bota que chutava uma ilha com o nome de minha mãe.

    Na infância descobri o prazer de enrolar nhoques ao lado de minha mãe na mesa de mármore coberta por farinha. Aqui cabe um parêntesis, já que Débora também adora nhoques. Uma vez, em um restaurante italiano, diante de pratos tão “diferentes” escolhi, como sempre o mais simples: nhoque a bolonhesa. Os outros pratos inventavam em molhos e ingredientes, o que não é minha praia (mas que segundo os outros presentes estavam deliciosos). Quando o nhoque chegou era verde… Disse que não havia indicação no menu de que tinha espinafre no nhoque. E para minha surpresa não era espinafre. Era, segundo o dono do restaurante, uma versão mineira de nhoque: nhoque da mandioca, com taioba e molho de carne de sol. Não como nenhum dos três, mas aqueles que “lambiscaram” do nhoque adoraram. Quem sabe acabei de passar mais uma receita, em Edu? Esse fato não tirou da comida italiana, entretanto, o posto de minha preferida. Claro, que com molho ao sugo… Simples… Sem inventar nada…

    O colégio de freiras incluía muitas aulas além das tradicionais… Tive “educação para o lar” (não me lembro de como passei nessa disciplina… ensinava a cozinhar), “práticas comerciais” (quando aprendíamos datilografia), e aulas mais úteis (perceberam que cozinhar não é útil), como francês (além do inglês) e de história da arte, que eram dadas paralelas às aulas de literatura. Na ausência de meninos no colégio foi como Romeu na peça de teatro que aprendi que a cotovia é o arauto da manhã! Foi assim que pintores e escritores renascentistas, barrocos e neoclássicos começaram a me encantar… Na divisão dos livros de meus pais entre os irmãos, além da Divina Comédia, quis um livro de sonetos de Petrarca…Adorava ler os sonetos nas aulas de literatura… Uma vez, durante uma prova, uma colega não se lembrava do quadro “A Primavera”, de Botticelli, mas tentado escrever alguma coisa, para garantir alguma nota, descreveu o detalhe das “três grávidas”. Todas as colegas daquela época, quando estiveram em Florença, enviaram para ela um postal do quadro – incluindo eu, claro!

    Anos mais tarde, cursando História da Arquitetura, na faculdade, veio o desejo de conhecer a Itália. Não me esqueço de um texto de Niemeyer, em que conta seu encanto pelas colunas do Palácio dos Doges, em um diálogo imaginário com Calendário, arquiteto do Palácio. Afirma que as colunas do Palácio dos Doges ficariam mais funcionais se fossem mais simples, mas ai não existiria o contraste entre as colunas tão trabalhadas e a parede lisa. Ao defender a emoção que vem da beleza e da poesia – e não da técnica ou da funcionalidade – Niemeyer, em seu diálogo imaginário, reafirma que se uma forma cria beleza, está na beleza sua justificativa. Ou seja, forma é função na arquitetura… Afirmação polêmica eu sei…

    Enfim… Foi assim que fui descobrindo a Itália… E continuo descobrindo em cada viagem ao país… Difícil escolher uma cidade, um pintor, um prédio, uma escultura… Mas a Toscana é especial… Certamente teremos posts tão bons quanto os da “série” Paris… Ah! Eu, especialmente, gostei muito também da série “Peru”… E não estou legislando em causa própria, em Eymard! Foi boa mesmo!

    Abraços!

    Aos poucos os amigos vão se materializando… Já conheci Eymard e Sueli por fotos (e eles a mim). Com Suelei até já conversei por telefone… Como brincamos: já temos imagem e som…

  4. EDUARDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    O que é isso? Que espetáculo! Eu MORRO DE INVEJA dessas coisas!
    Ainda bem que eu acabei de almoçar, do contrário estaria rolando no chão e babando (babando, não espumando)com tantas delícias.
    Mas não dá para ir à prainha toda vez que tem evento em São Paulo. Esse encontro dever ter sido dos deuses! E esses vinhos!
    Sou uma grande admiradora do Juscelino e da estória do seu Piselli, gosto de gente como ele, de garra e coragem.
    Quando vai ser essa viagem, que já me colocou viajando? Isso seria um sonho. Conte-me tudo.
    Estou com saudades do sábado e com uma enorme sensação de que precisamos nos encontrar outra vez. Ficamos meio afastados, não é mesmo?
    Edu e Dé, a noite foi maravilhosa e ficou na gente esse gostinho de quero mais…
    Brasília e nós estamos de braços abertos para mais uma conexão.
    Beijos, queridos.

  5. Edu,
    Santa polenta! Quando vai ser? Se tem caca as trufas, no outono, acertei? Com uns 3/4 dias a mais no roteiro podem esticar ate’ um pedacinho da Provence, Alba e’ pegado a Liguria que por sua vez pegada a Riviera francesa. Abracos.

  6. Eduardo,
    um vinho Botticcelesco como esse….fiquei imaginando Simonetta e sua pele alva, face rosada e cabelos dourados…e o perfume de “rosas vermelhas” (tem que ser “rossas”, sem dúvida!!)….Um brinde a Simonetta. Ainda vou experimentá-lo (o vinho, não a Simonetta – rs..ainda estou sob o efeito Helenahansniano do final de semana…)
    Eu gosto muito dos vinhos do Vietti também. Fora do eixo SP-SP (rs) temos poucas possibilidades de fazer o que voces, sabiamente, fazem. Planejando uma viagem, viajam antes na culinária (algo que voce já disse em outro post). Excelente esse trabalho da Gouté que, por sinal, conheci por intermédio do seu blog. Tenho muita vontade de me jogar naqueles programas do Gouté. Quem sabe??

  7. Edu,

    Que maravilha !!!E essas fotos, que máximo esse registro.
    Vc escolhe seus deleites com primor.
    Desculpe o abuso, mas adorei tanto o post quanto os comentários que eu tenho que falar.

    Geraldo,
    Adorei a série não sei o que gostei mais, porém vou arriscar. O momento mais mágico para mim, é quando as trufas são raladas, o perfume inconfundível que toma conta do recinto faz a ligação direta com as memórias gustativas.

    Adriana, que bacana essa sua ligação com a Itália. Seus textos são o máximo! Adorei esse diálogo do Niemeyer.

    Sueli, gostei da sua tática ! Ler os posts do Edu só depois das refeições! Como encarar minha carne assada sem trufas …

    Eymard, que imagem… vc sabia que a Simonetta era irmã do Américo ? Dizem que ele era tão lindo quanto ela.

    Edu, espero que vc compre muitas trufas frescas nos mercados…
    E teremos mais um post memorável!

  8. Madá, agora vc me deixou em duvida e fui para pesquisa (claro). Vc fala do Américo Vespucio? Pelo que li ela era casada com um primo distante de Americo Vespucio. Será que é isso? Mas tambem vi, especialmente em sites espanhois, que eram irmaos. Precisamos refinar essa pesquisa em local confiavel. Vc tem certeza desse parentesco??
    Deus do ceu, precisamos do socorro da Adriana….A Simonetta (pobrezinha, viveu somente ate os 23 anos) vai causar polemica!!! (risos). Vou continuar minhas pesquisas e volto em breve…

  9. Edu, desculpe a polemica da Simonetta….mas nao resisti.

    Madá: fui em fonte confiavel. O historiador Eduardo Bueno: “Botticelli transformou a jovem Simonetta, prima de Vespucio e amante de Lorenzo, o magnifico, num icone universal de beleza ao usa-la de modelo para o celebre quadro Nascimento de Venus” (Novo Mundo:as cartas que batizaram a america; apresentacao Eduardo Bueno, editora planeta).

    Tudo isso porque o vinho era botticellesco e simonetiano…e eu nem experimentei ainda esse vinho!!! (rs)

  10. Ok, Eymard, aguardo suas pesquisas. Minha fonte foi de uma visita ao Château de Chantilly, onde há um quadro do Piero di Cosimo com ela como modelo. Lá, no museu, eles fizeram essa ligação com o Americo, mas posso ter entendido errado. Além disso, foi dito que Americo, também, em sua juventude, era modelo e teve que fugir de Florença para Gênova e para o mar, por ter andado com mulheres que não devia.
    Pode ser tudo folclore, mas que a história é boa, isso é.

  11. Esclarecido, adoro o Eduardo Bueno!
    Escrevi sem ver sua msg.
    Agora só nos resta experimentar o vinho !

  12. Sem duvida, Mada! Esses florentinos nao eram faceis…e todas passavam pela alcova dos Medicis…ate a linda Simonetta. Vamos beber o vinho e fazer um brinde a Simonetta e, porque nao, ao Americo!!! Assim fica mais democratico, nao acha?

  13. Eymard, ainda bem que não temos clones. Imagine se são eles que vão a este jantar em vez de nós? rs
    E espero que a sua ameaça seja totalmente cumprida!!

    Geraldo, eu sei o que gostamos mais: de tudo e principalmente das trufas.
    Me diz se não foi uma boa pesquisa pra viagem?? rs

    Carol, nós também amamos as trufas. Vamos criar a AMATRU?

    Adriana, Itália e nhoque são especialidades da casa!
    E a história da escola também é muito boa, assim como a visào do Niemayer. Concordo, apesar de ser engenheiro, que a forma é funcional!!
    Quanto a viagem, na verdade o planejamneto é pro Piemonte.
    Já fomos à Toscana no ano retrasado.
    E a receita do nhoque esquisitão (mandioca, taioba e carne-seca?) não vale pra complementar o menu-escpecial. A menos que você me envie com os necessários detalhes!! rs
    Quanto aos amigos, se já são excelentes escrevendo e pitacando, imagine ao vivo!! rsrs
    61 linhas. Bela marca, né Sueli?

    Sueli, nada de babação.
    A viagem deveá ser no final do ano. Na verdade, o jantar foi para o lançamento do programa, mas as meninas da Gouté (http://www.goute.com.br) ainda não tem o programa todo definido.
    Assim que souber, divulgo pra todo mundo.
    Quanto ao jantar, tenho certeza que adoramos tanto quanto vocês.
    Ficamos, eu e a Dé, longe de você mas em compensação, fiquei do lado do Jorge. Fofocamos a noite inteira!! rsrs
    Da próxima vez eu organizo a bagunça e contrabalanço a mesa. Você de um lado e a Helena do outro!! 🙂

    Maria, adorei a “santa polenta”!! rsrs
    E acho que será no final de outubro/começo de novembro.
    Provence? Iremos em julho. E só pra ela!! Ê vidão!

    Eymard, o trabalho da Gouté é muito bom!
    Quanto ao vinho, é sem sombra de dúvidas, o vinho de sobemesa mais instigante que tomamos até hoje.
    Simonetta adorararia tomá-lo assim como nós.
    Perguntarei ao Juscelino onde encontrá-lo e o apresentarei aos conectados na nossa próxima “convenxão”!!

    Ameixa, trufamos deste lado também!! rsrs

    Sabrina, você vai pro Piemonte? Passe os relatos quando voltar. Boa viagem.

    Madá, fique a vontade.
    Você tocou num ponto bacana do DCPV: os comentários estão cada vez mais interessantes.
    Inclusive os seus!
    Quanto as trufas, espero caçá-las e, é claro, comê-las. Aí sim, seriam trufas realmente frescas!!
    O Américo Vespúcio, aquele, era tão lindo quanto a Simonetta?? rs

    Eymard e Madá: só vocês mesmo!
    Vamos fazer uma coisa? Comprarei o tal Malvasia Il Giardino di Flora e assim que tivermos uma oportunidade, o tomaremos brindando a todos, seja a Flora, seja a Simonetta Cattaneo, seja o Botticelli ou melhor, seja a nossa amizade !! Deal?

    Abs simonétticos a todos!

  14. Bem Eymard, se aquela Adriana sou eu, não teria muito a acrescentar. Sabia da relação de Simonetta com “O Nascimento de Vênus”, pois estudei o quadro na mesma época em que estudei “Alegoria da Primavera”. Arriscaria também uma relação com os Médicis…Parece que era impossível passar por Florença sem se envolver com um Médici…rs … Já você, brilhou em sua pesquisa!

    Obrigada, Madá! A Itália, realmente, é especial. Não são muitos os lugares nos quais chorei… O Coliseu foi um deles. Quando se estuda história da arte e história da arquitetura é impossível não se encantar… Sem falar no idioma, que acho lindo, mas ainda não consegui um tempinho para aprender… Entendo, mas não falo… E o cinema… Como não se emocionar com “Estamos todos bem”, com Marcello Mastroianni?

    Boa noite!

  15. Edu,
    Tive uma segunda-feira cheia e só agora, na primeira hora da terça, consegui fazer esta primeira visita ao seu blog. Felizmente tinha acabado de jantar, do contrário entraria em parafuso! Logo na primeira matéria, belissimamente ilustrada, as papilas gustativas começaram a fibrilar. Deixei para ler o texto, com a atenção que ele exige, e com o prazer que vai me proporcionar, para amanhã, quando estarei com a bateria recarregada. E já sei que vou ficar assíduo.
    Não sei se você chegou a ver a tréplica da Madá nos Comensais a respeito de vinhos brancos e com esclarecimento do ‘mistério Quincy’. Da mesma forma que você, pensei no Quincy Jones, que há de botar para correr os anjinhos com harpas e me receberá no céu com o seguinte sexteto:
    Piano: Thelonious Monk
    Trumpet:Miles Davis
    Sax: Charlie Parker
    Clarineta: Jimmy Giufre
    Contrabaixo: Paul Chambers
    Bateria; Phili J. Jones

    Voltando aos blancs, o retorno que dei à Madá também responde a você, no capítulo $$$.
    Abraço,
    Dodô

  16. Evandro, esse sexteto é mesmo dos deuses!!! Tambem calcei as sandálias da humildade e não conhecia o quincy. Mas, depois da explicação da Madá, vi que ele não costuma ser importado. Tem que “sorver” pelo Loire. A coisa aqui e lá está esquentando com vinho e jazz/blue…
    Adriana, e tem outra?? E por falar em cinema e em piemonte, Edu, quando forem, se tiverem um tempinho, vá ao museu do cinema em Turin. Fica na Mole Antonelliana, e você vai à torre, em elevador panorâmico, vendo cenas de Mastroianni, Sofia Loren, Giulietta…projetados no cúpula do torre…um espetáculo!!!
    Para quem se interessar e se quiser uma palinha do que vai ver lá, veja o video que está na pagina do museo:
    http://www.museocinema.it/

  17. Edu, da região de Piemnote só conheço, infelizmente de passagem, Torino. Ainda assim, foi lá que comi o melhor doce da minha vida (para mim, dá de mil nos franceses): nido… Como o próprio nome sugere, parece um ninho… Em uma massa que parece um copinho bem baixinho (acho que isso se chama tatelete, né?) tem um creme de chocolate e no meio um creme amarelo… Se um dia ficasse grávida, certamente esse seria meu desejo, para desespero do pai da criança :- )

    Sei lá como fizeram esse nhoque esquisito? Inspirada em Niemeyer, se tivesse um diálogo imaginário com Monsieur Boulanger (Eymard, também fiz minha pesquisa…) diria: os pratos não ficariam com sabores mais diferenciados se fossem mais simples e não usassem tanto os mesmo ingredientes? Mas ai não existiriam o contraste dos temperos e o agridoce de que tanto gosto, diria alguém… Ainda assim, cometo o “sacrilégio” de dizer que creme de leite deixa todos os pratos com o mesmo gosto… Repetindo o que disse lá no comentário de Niemeyer… Afirmação polêmica eu sei…

    Eymard, citei “Estamos todos bem” e me esqueci de falar de “Cinema Paradiso”… Para mim, uma das cenas mais bonitas do cinema é a edição dos beijos dos filmes ao final… E “Ensaio de Orquestra”? O cinema italiano já nos brindou com grandes filmes.. Também gosto do cinema argentino e na linha de melhores cenas, tem uma em “O filho da noiva” que emociona pela sutileza: o filho, observando o carinho dos pais, compara o casamentor dos dois a uma dança de Ginger Rogers e Fred Astaire. Diz que assim como Ginger Rogers e Fred Astaire dançando fazem parecer fácil dançar, os pais se amando ao longo de uma vida fazem parecer fácil manter um casamento.

    Por que a gente não se aposenta aos 50 anos e fica o resto da vida assistindo aos filmes, viajando, cozinhando (ops… comendo) e escrevendo para os amigos?

    Abraços,

    Adriana

    Edu, não vale ficar semeando a inveja dizendo que Sueli e Eymard são melhores ao vivo! Assim terei que antecipar a pesquisa em Brasília! :- )

  18. ADRIANA

    Os filmes citados são explendorosos! Essa cena descrita por você de “O filho da noiva” é realmente algo de sublime. Quanto talento nos é necessário para deixarmos passos leves e naturais nessa vida! Poucas pessoas o conseguem, assim como pouquíssimos dançaram como Ginger Rogers e Fred Astaire. Mas o importante mesmo é dançar, ou viver, seja como for.
    Eu já vivo há algum tempo em estado de aposentadoria. É muito bom ser senhor do seu tempo e de como ocupá-lo.
    Acho que o meu creminho de milho não será aprovado por você, ele leva creme de leite. Que pena!
    Venha correndo matar a curiosidade, estamos aguardando ansiosos a sua vinda.
    Pensei muito em você desde segunda. O outro blog que frequento, onde conheci o Edu, esquentou num papo sobre títulos de livros e autores, que só me veio você na cabeça. Você teria amado. Como tem mulheres maravilhosas e bem informadas no nosso caminho! Eu sou uma privilegiada.
    Beijão

  19. EDU

    As pontes e as escadas acima referencem´-se às conexões e os degraus que a gente sobe, quando encontra novos e distantes amigos?
    Beijos

  20. Sueli, gostei da associação.
    Em geral, o Edu adianta uma foto do próximo post.
    E esse vai direto a minha memória de atleta. Essa imagem é a cara da minha infância na praia de Icaraí. Já subi nesse trampolim antes de ele ser demolido …

  21. Ah, então você matou a xarada! Tudo vai acontecer com bela vista para o Rio.
    Aí vem surpresa.
    Beijos

  22. …agora que começamos a “perturbar” a vida do Edu…descobrindo os segredos ou, pelo menos, tentando decifrar esses enigmas, ele esta bem arranjado! Tinha percebido o Rio de Janeiro ao fundo, mas ainda estava tentando entender a imagem….como disse a Sueli, poderia ser mera alegoria…mas ai vem surpresa. Vamos aguardar!!!

  23. Sueli, Eymard me passou o link do Conexão Paris e o post sobre livros e autores. Claro que minhas mãos “coçaram” para entrar no papo, mas já era tarde e sabe da minha vida de acordar as 5h30 (ou 5h45 às segundas e sextas..rs). Ah! O purê de batata será um ótimo substituto para o creme de milho com creme de leite… Minha mãe faz um que adoro… Edu, agora não paro nunca mais de dar receitas… Na hora de servir cobre o purê com queijo e por cima carne moída bem quente. Para acompanhar arroz branco e couve, claro… Couve, por aqui, acompanha qualquer prato. Não pode faltar a pimenta.

    Madá, minha irmã casou-se com um fluminense (elevado a segunda potência já que nasceu em Niterói e é torcedor do tricolor…rs) e no tempo em que morou em Niterói pude descobrir, em várias visitas, essa encantadora cidade. A vista do Rio, pano de fundo da foto de Edu, bem que poderia ser de sua casa, em Icaraí… Mas como sempre gostei de pesquisar a história das cidades que conheço – em especial a relacionada à arquitetura – um dia acabei descobrindo que Niterói já teve seu trampolim, em plena praia. Se não estiver enganada, o projeto do trampolim foi do mesmo arquiteto que projetou o Hotel Quitandinha, em Petrópolis, e o Casino Hotel Balneário Icaraí, onde hoje funciona a Reitoria da UFF. Não sei se sua avaliação de criança consegue resgatar, além da aventura que o trampolim representava, a interferência que o mesmo causava na vista do Rio, mas penso que, certamente, “cortava” a bela imagem da Cidade Maravilhosa que temos hoje.

    Abraços!

  24. Adriana,
    Dr. Google diz que o arquiteto foi Luís Fossati e de fato foi o mesmo que projetou o Casino Icarahy e o Quitandinha, bingo!.
    Qto às minhas lembranças, o trampolim, apesar de feio, não perturbava a vista, pois não ficava muito no fundo, a praia é grande (ou era na minha visão de 6 anos) e Niteroi tem um litoral cheio de praias recortadas na baía, ao longo da estrada Froes pela esquerda e Ingá (MAC) pela direita. Além disso, ele ficava num cantinho, bem perto da reitoria da UFF, bem fora do angulo da visão do Rio que se tem hj do MAC ou mesmo do meio da praia de Icarai, que na época não tinha o banho condenado. Na baía de São Francisco, onde há a estação de Charitas, mal se via o trampolim.
    O trampolim foi detonado por estar enferrujado e causar perigo aos banhistas. Foi um luto para meu pai e seus irmãos, que faziam salto ornamental, como atletas medalhistas que eram, e se exibiam no trampolim para o meu deleite. O dia da demolição me marcou, pois toda a população da orla e adjacências foi orientada a manter os vidros abertos e eu assustadíssima achando que o Geabra do Nacional Kid iria se rebelar.

  25. ADRIANA e MADÁ

    Que aula! Também, de duas mestras, não poderia esperar outra coisa! ADOREI!
    Adorei a estória da sua família, Madá. Quanto orgulho! E fiquei me colocando no seu lugar, perdendo um prazer e temendo o terrível Geabra.
    Beijos, queridas

  26. Madá, adoro Niterói e confesso que só a descobri porque minha irmã foi morar lá. Certamente a teria visitado em uma ida ao Rio, apaixonada que sou por Niemeyer. Mas ficar na cidade é uma delícia. Andar pela Moreira Cesar, lanchar na Beira Mar, caminhar no Campo de Sâo Bento, ou pela praia de Icaraí, visitar o MAC… todas as vezes que for à cidade… Para o lado do MAC tem um lugar com um quiosque que vende coco que tem um lindo fim de tarde… Pode-se ver o Hotel Gloria, o aeroporto Santos Dumont… Jà assisti ótimas apresentações no teatro do prédio da Reitoria. E para os sobrinhos nada melhor do que passear de catamarã… A estação Charitas tornou o passeio mais longo e eles adoram. Chegamos à praça Quinze, passeamos no Paço Imperial, tomamos um sorvete e voltamos…rs

    Abraços!

  27. Adriana, também somos maníacos pela Itália (olha o corporativismo) e especialmente pelo grande Coliseu.
    Tirei fotos dele de todos os ângulos possíveis e imagináveis.

    Dodô (posso chamá-lo assim?), a sua estréia por aqui foi auspiciosa. Thelonius Monk, Miles Davis, Charlie Parker; apesar de não ser um aficionado jazzístico, respeito e muito o bom gosto.

    Eymard, é como eu disse: o sexteto seria incrível, mas jazz não é a minha praia.
    Quanto ao cinema, também não sou um viciado, mas este museu é um espetáculo.
    Já está devidamente arquivado na pasta Piemonte! Grato.

    Adriana, estou com você. Acho o creme de leite um nivelador ( e pra baixo) das comidas!!
    Ginger Rogers e Fred Astaire são demais, né não?
    Quanto a aposentar aos 50, estou bem perto. Ainda mais fazendo o que você está citando.
    Já a Sueli e o Jorge e o Eymard e a Lourdes são (se é que isso é possível) melhores ao vivo mesmo!!

    Sueli, nós também por acompanhar estes belos comentários. E pensando bem, acho que você captou exatamente o que eu quis expressar com a foto! 🙂

    Madá, e você além de acertar onde a foto será publicada, ainda resolveu a minha charada!!

    Sueli, não é tão surpresa assim!

    Eymard, não é alegoria. E vocês não estão perturbando. Pelo contrário…

    Adriana, a quituteira. Quem diria? 🙂
    E esclarece uma coisa: queijo? De Minas? Mussarela? Parmesão?
    Quer dizer que o trampolim ficava realmente em Icaraí?
    É, vocês são incríveis!! Só aqui mesmo!!

    Madá, caramba, daqui a pouco vocês apresentarão o projeto original do tal trampolim? rs
    Excelente a pesquisa e melhor ainda saber como era a vida naquele tempo.
    E tem uma coisa que eu sei das tuas citações: se tivesse algum problema o Dr Massao Hata iria te salvar!! 🙂

    Sueli, me junto aos aplausos.
    E convoco também os incas venusianos e os seres abissais! rsrs

    Adriana, nunca fomos a Niteroi, mas pelo visto teremos que incluir nos lugares a visitar. Como o destino do post de amanhã e da tal foto do trampolim de Icaraí projetado pelo arquiteto Luis Fossatti em ….

    Abs a todos e continuem assim porque isto aqui está muito bom.

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